Cúpula do MDB põe “freio” na pressa de Cleber Verde de declarar apoio a Braide

Eduardo Braide pode ser o candidato do MDB, já que
Roseana Sarney, Roberto Costa e Lobão Filho estão fora

O comando do MDB conseguiu, pelo menos por enquanto, conter o entusiasmo do novo presidente do partido em São Luís, deputado federal Cleber Verde, de levar em frente o apoio pessoal e do partido ao projeto de reeleição do prefeito Eduardo Braide (PSD). Vozes influentes da seara emedebista não descartam a possibilidade de apoiar o projeto eleitoral do prefeito de São Luís, mas consideram precipitada uma tomada de posição um ano antes das convenções partidárias para as eleições municipais de outubro do ano que vem. Começa com o fato de que o MDB não dispõe de nomes com a capilaridade eleitoral na sede maranhense, uma vez que o nome possível, a deputada federal Roseana Sarney, não quer nem ouvir falar no assunto. Outra opção seria o deputado estadual Roberto Costa, vice-presidente do partido, mas o propósito dele é trabalhar na articulação político-partidária, para fortalecer o MDB para o pleito municipal e para as eleições gerais de 2026. Preto no branco, a tendência mesmo é a legenda emedebista participar de uma coligação sem candidato majoritário, ou no máximo indicando um candidato a vice, e investindo pesado em candidaturas à Câmara Municipal.

Quando se filiou e ganhou o controle do MDB em São Luís, no final de maio, depois de perder o comando do Republicanos no estado, o deputado federal Cleber Verde, que já foi vereador e tem base na Capital, surpreendeu meio mundo ao colocar a sucessão ludovicense na pauta do partido. E foi direto ao declarar: “A gente assume a condução dessa aliança a favor da cidade, e nós vamos trabalhar com muito diálogo para buscar uma caminhada que possa levar à recondução do prefeito Eduardo Braide”. Essa declaração caiu como uma bomba no meio político, porque a leitura imediata foi a de que ele estava falando em nome do MDB, quando na verdade ele falava sem combinar com a cúpula partidária, que reagiu aparentemente com indiferença, mas agiu rápido para minimizar o dito sem desautorizar o declarante.

O grande problema é que o MDB não tem nomes com estatura para enfrentar uma disputa na Capital. A ex-governadora e atual deputada federal Roseana Sarney já deixou claro ao seu entorno que não há hipótese de ela entrar nessa briga, sinalizando que o decepcionante resultado de 2022 foi a sua última batalha eleitoral. O deputado Roberto Costa, por sua vez, prefere atuar nas reentrâncias das articulações, descartando uma candidatura para enfrentar pesos pesados como o prefeito Eduardo Braide e o deputado federal Duarte Jr. (PSB), os dois mais bem posicionados nas primeiras pesquisas sobre a corrida ao Palácio de la Ravardière. O empresário e ex-suplente de senador Lobão Filho também se afastou depois do fiasco da sua candidatura a deputado federal em 2022. Logo, o MDB não tem nomes.

Nesse tabuleiro, o MDB caminha para ter o seu futuro em São Luís definido pelo Palácio dos Leões, por intermédio do empresário Marcus Brandão, que decidiu entrar na vida partidária filiando-se ao partido controlado pelos Sarney. Por mais que haja um esforço para tratar o movimento do irmão do governador Carlos Brandão (PSB) como fato isolado, a leitura geral é a de que Marcus Brandão põe em marcha uma estratégia cuidadosamente desenhada no Palácio dos Leões. Sem o suporte leonino, Marcus Brandão dificilmente entraria no MDB já recebendo a tarefa de comandar o partido no Maranhão, num grande acordo que certamente inclui a guerra perla Prefeitura de São Luís.

Nas conversas informais que ocorrem nos bastidores da política, a especulação dominante, que nenhum emedebista de proa confirma ainda, é a de que, a declaração impetuosa do neoemedebista Cleber Verde de apoio ao prefeito Eduardo Braide é a tradução do que estaria sendo planejado pelo comando do MDB. Isso em conversas já com a participação direta do empresário Marcus Brandão, que ainda não se filiou, mas já é tratado como futuro chefe do partido no Maranhão. E com as bênçãos do ex-presidente José Sarney, da deputada Roseana Sarney, dos ex-senadores João Alberto e Edison Lobão e do deputado Roberto Costa, que é o articulador-mor desse projeto.

PONTO & CONTRAPONTO

Aluísio Mendes não viu golpismo, apenas baderna, no 8 de Janeiro

Aluísio Mendes foi linha de frente na base do
presidente Jair Bolsonaro na Câmara Federal

Integrante da CPMI que apura os atos de 8 de Janeiro, já batizada de CPMI dos Atos Golpistas, o deputado federal Aluísio Mendes (Republicanos) não concorda com a tese de que houve uma tentativa de golpe de estado na manifestação em que milhares de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, que resultou na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes da República. Para ele, o que houve foi uma “ação de baderneiros desequilibrados e marginais, que precisam ser punidos pelo que fizeram”.

Na mesma resposta, dada em entrevista, ontem, ao programa Ponto Final, da Rádio Mirante AM, comandado pelo Jornalista Jorge Aragão, o parlamentar disse também: “Precisamos punir aqueles que se omitiram, que tinham por dever de ofício fazer com que aquilo não prosperasse, que receberam as informações, que não atuaram e aqueles que incentivaram, financiaram”.

Vale lembrar que o deputado Aluísio Mendes é agente de carreira da Polícia Federal, foi assessor do ex-presidente José Sarney, secretário de Segurança Pública do Maranhão na equipe da então governadora Roseana Sarney e se elegeu deputado federal em 2014 pelo já extinto PSDC. Político de direita assumido, abraçou a concepção de política e poder do presidente Jair Bolsonaro, de cujo governo foi vice-líder na Câmara Federal. No cenário político estadual, afastou-se do Grupo Sarney, atuando numa linha de independência, dando apoio ao governador Carlos Brandão e ao prefeito Eduardo Braide.

Suas posições em relação à CPMI dos Atos Golpistas são idênticas às do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Lei de Iracema Vale coloca escolas no combate à violência contra mulher

Iracema Vale aprova lei de combate
à violência contra a mulher

Mais uma norma visando garantir que crimes de violência contra a mulher, em especial no âmbito doméstico, vai ganhar força de lei nos próximos dias, quando o governador Carlos Brandão (PSB) sancionar o Projeto de Lei nº 143/2023, de autoria da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), na semana passada. Pela nova lei estadual, as escolas das redes pública e privada serão obrigadas a fornecer às mulheres um formulário padrão para denúncia de violência, de modo a protege-las contra violência e de situações de extrema vulnerabilidade.

Com a experiência de quem exerceu dois mandatos de prefeita de Urbano Santos e acompanhou de perto nas escolas do município, a deputada Iracema Vale decidiu propor a criação do formulário para denúncia, a ser entregue no ato da matrícula, com   obrigatoriedade definida por lei. Nesse documento serão inclusive registrados casos já ocorridos. As escolas deverão disponibilizar, no ato da matrícula, informações sobre medidas de combate à violência contra a mulher e ter outras atividades informativas durante o ano letivo. 

O formulário, conforme a lei, deverá ser disponibilizado para a mãe ou responsável legal pelo aluno, devendo ser preenchido individualmente e entregue ao responsável pela matrícula, que deverá arquivar cópia da documentação no prontuário do aluno e informar o ocorrido à direção da escola, que tomará as medidas legais e necessárias.

Se houver registro de caso recente, as providências deverão ser imediatas, assegurada a permanência da mãe ou da responsável legal na unidade de ensino, até que as autoridades policiais responsáveis solucionem o ocorrido. O poder público poderá disponibilizar comunicação entre as escolas e as forças de segurança pública por meio de ferramentas tecnológicas.

A presidente da Assembleia Legislativa justificou a sua iniciativa: “Ainda há um exorbitante número de vítimas de violência doméstica e familiar contra a mulher em todo o Brasil. Todos os meios que informem os cidadãos maranhenses sobre o combate a qualquer forma de violência são primordiais para a garantia de direitos e para a diminuição do número de vítimas”.

São Luís, 04 de Julho de 2023.

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