Contrato carnavalesco derrubou secretário e pode criar problemas para Braide

Eduardo Braide enfrenta dissabor por
causa de contrato carnavalesco

Três anos depois de construir e consolidar uma gestão montada nos pilares eficiência e idoneidade, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), se viu, de repente, envolvido no turbilhão de uma denúncia de desvio que pode manchar o seu até agora bem avaliado trabalho no comando administrativo da Capital. Desde a semana passada o prefeito do maior e mais importante município do Maranhão vem sendo pressionado pelos tensos desdobramentos e pela forte repercussão da denúncia de que a Secretaria Municipal de Cultura contratou por R$ 6,9 milhões uma escola para realizar as festas carnavalescas na Cidade Olímpica. A densa nuvem de suspeita sobre o contrato tirou o prefeito Eduardo Braide da zona de conforto e o obrigou a reagir com dureza surpreendente. Primeiro mandou suspender o contrato, em seguida demitiu a chefe de gabinete da Secretaria de Cultura e, finalmente, ontem, mandou para casa o secretário de Cultura, o respeitado cantor e ator Marcos Duailibe, considerado por muitos um dos auxiliares mais firmes do primeiro escalão municipal, nomeando para a pasta o engenheiro Maurício Itapary.

O que veio à tona até agora sugere que o contrato da Secretaria Municipal de Cultura com Instituto de Educação Juju e Cacaia “Tu és uma bênção”, por sugestão da vereadora Concita Ramos (PCdoB), tem um visível teor explosivo. O valor (R$ 6,9 milhões) está muito acima dos valores normalmente destinados pela Prefeitura de São Luís para eventos dessa natureza. Depois, parece óbvio que o tal “instituto” que ganhou o contrato não tem condições de tocar um projeto dessa natureza e dessa envergadura numa Cidade Olímpica, um bairro periférico de São Luís maior do que a esmagadora maioria dos municípios maranhenses. E, finalmente, chama a atenção as circunstâncias em que o contrato foi proposto, negociado e assinado por abrigar eventuais “jabutis”.

Demitida sumariamente, a chefe de Gabinete da Secretaria der Cultura, jornalista Aulinda Lima, concedeu entrevista à TV Mirante afirmando que tanto o secretário Marcos Duailibe quanto o prefeito Eduardo Braide sabiam dos “jabutis” embutidos no contrato.

As decisões e medidas adotadas pelo prefeito Eduardo Braide certamente quebraram o ritmo em que o caso caminhava para se transformar num escândalo de largas proporções, capaz de produzir estragos morais e éticos. Mas não evitou, por exemplo, que o Ministério Público tenha sido provocado e anunciado que vai investigar o imbróglio de modo a colocar tudo em pratos limpos. Um aliado fiel da atual gestão avalia que a entrada do MP no caso pode levar a investigação à conclusão de que, mesmo tendo havido algum tipo de desvio, tratou-se de um caso isolado, que não chegou nem perto do gabinete do prefeito Eduardo Braide, mas pode também levá-lo ao fio de uma explosiva meada.

O maior problema é o fato de esse imbróglio haver eclodido no início de um ano eleitoral, estando o prefeito Eduardo Braide se preparando para pedir a renovação do seu mandato, e com a vantagem de que todas as pesquisas feitas até o final do ano passado o apontaram como franco favorito. Embates com a Câmara Municipal não o tiraram do eixo, deixando no ar a impressão de que nada, ou quase nada, poderia reverter um projeto aparentemente vitorioso. Pode ser que continue assim. Mas não há como evitar que seus concorrentes, a começar pelo mais forte deles, o deputado federal Duarte Jr. (PSB), que conta com o apoio do Palácio dos Leões e a simpatia do Palácio do Planalto, farão de tudo para escandalizar o contrato rejeitado e a troca de comando na Secretaria Municipal de Cultura.

A suspensão do contrato e a demissão dos chefes da Secretaria Municipal de Cultura confirmaram a estratégia do prefeito Eduardo Braide em situações como essa. Político que age com a cabeça e não se deixa envolver pela emoção, ele costuma limpar a área e mudar o comando, doa em quem doer. Isso porque, até onde se sabe, o prefeito de São Luís é movido por um pragmatismo surpreendente. Ou seja, criou problema, rua, sem zoada, sem traumas nem discursos.   

PONTO & CONTRAPONTO

Márcio sugere apoio de Federação a Marco Aurélio e sacode a corrida sucessória em Imperatriz

Marco Aurélio ouve a manifestação
de entusiasmo de Márcio Jerry

A manifestação de apoio do presidente estadual do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, à pré-candidatura do ex-deputado estadual Marco Aurélio (PSB) à Prefeitura de Imperatriz mandou para o espaço a impressão de que estava em curso um amplo esforço para afastar o ex-parlamentar da corrida e construir o consenso na aliança governista em torno da candidatura do deputado Rildo Amaral (PP).

– Marco tem toda legitimidade para ser pré-candidato à prefeitura de Imperatriz. Vamos dialogando e tudo vai se ajustar – declarou Márcio Jerry num encontro com Márcio Aurélio, na tarde de terça-feira, em Imperatriz.

Márcio Jerry, na verdade, não fechou questão em torno do nome de Marco Aurélio. Isso porque o seu partido, o PCdoB, é parte da Federação Brasil Esperança, formada por PT, PCdoB e PV, e não pode tomar decisões isoladas. Ao contrário do que acontecia nas coligações, os partidos que fazem parte de uma Federação são obrigados a agir como uma só agremiação até quando essa aliança existir. Para uma tomada de posição, portanto, ele terá de obter o apoio do PT e do PV.

Mesmo que não tenha sido uma declaração formal de apoio, a manifestação de Márcio Jerry em relação à Marco Aurélio – que já pertenceu ao PCdoB – mexeu com os bastidores da política Tocantina e estadual.

A situação é a seguinte: Rildo Amaral vinha liderando a corrida, mas está sendo seriamente ameaçado pelo deputado federal Josivaldo JP. Atrás dos dois, Marco Aurélio tem dito que se tiver o apoio do PT, PCdoB e PV, consegue virar o jogo. Só que esse é o discurso de Rildo Amaral, que na avaliação do grupo encontra-se em situação bem melhor do que a de Marco Aurélio. No Palácio dos Leões a fortes sinais de simpatia pela candidatura de Rildo Amaral.

O problema é que se a aliança governista passar a ideia de que está realmente dividida, o deputado federal Josivaldo JP terá o discurso que precisa fortalecer seu projeto, que tem o apoio de fortes grupos bolsonaristas de Imperatriz.

– Marco tem toda legitimidade para ser pré-candidato à prefeitura de Imperatriz. Vamos dialogando e tudo vai se ajustar – declarou Márcio Jerry num encontro com Márcio Aurélio, na tarde de terça-feira, em Imperatriz.

Anunciado por Brandão, aumento do número de escolas de tempo integral empolga Iracema

Iracema Vale fala no ato de posse dos dirigentes
escolares, na presença do prefeito Edvan Brandão
(Bacabal), e dos deputados Leandro Bello
e Antônio Pereira prefeito e deputados

O anúncio feito pelo governador Carlos Brandão (PSB) de que neste ano o Governo do Estrado vai dobrar o número de escolas de tempo integral, passando de 95 para 190 em 107 municípios, repercutiu fortemente no meio político, confirmando projeto já em execução pelo secretário de Estado da Educação, o vice-governador Felipe Camarão (PT). O anúncio foi feito no ato em que foram empossados mais de 800 dirigentes de escolas públicas estaduais em todo o Maranhão.

Uma das reações mais entusiasmadas foi a da presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), para quem “essa modalidade de ensino proporciona aos jovens uma formação qualificada e apresenta uma série de vantagens em relação ao ensino regular, sendo capaz, inclusive, de gerar diversos impactos socioeconômicos”. A presidente do Poder Legislativo parabenizou o Governo Brandão pela iniciativa.

Vale registrar que, atualmente, a rede pública de ensino conta com 95 escolas de tempo integral, atendendo a 32 mil estudantes em 53 municípios. Com o aumento, serão mais 95 novas escolas, totalizando 190 unidades em 107 municípios, alcançando cerca de 70 mil alunos em todo o Maranhão. No total, serão 190 escolas de tempo integral.

O vice-governador e secretário de Estado da Educação Felipe Camarão deu a dimensão do projeto de expansão das escolas de tempo integral, onde os estudantes passam o dia, recebem três refeições e praticam outras atividades além do ensino formal:  “Até 2014, não tínhamos nenhuma escola de tempo integral. Agora, 51 cidades do Maranhão contam com esse regime. O governo de Carlos Brandão é de continuidade e avanços. Acreditamos que esse é o modelo de educação que as nossas crianças e jovens merecem e é nisso que investiremos”.

São Luís, 01 de Fevereiro de 2024.

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