Com situações bem diferentes, PCdoB e PDT começam contagem regressiva para escolher candidatos em São Luís

 

Flávio Dino vai decidir entre Rubens Júnior e Duarte Júnior, enquanto Weverton Rocha não tem escolha a fazer no PDT para disputar a Prefeitura de São Luís

A definição política e partidária das candidaturas de Eduardo Braide (Podemos), Bira do Pindaré (PSB), Neto Evangelista (DEM), Adriano Sarney (PV), Carlos Madeira (Solidariedade) e Jeisael Marx (Rede) começa a transformar o cenário da corrida sucessória em São Luís como base de pressão para duas definições que, pelo poder de fogo que concentram, são consideradas essenciais e decisivas para o desfecho da eleição. Trata-se, primeiro, da batida de martelo do comando do PCdoB para escolher entre Rubens Júnior e Duarte Júnior, e, segundo, da martelada que definirá o rumo do PDT nesse processo, se com candidato próprio ou com um vice numa aliança. A escolha do candidato do PCdoB está nas mãos do governador Flávio Dino, com o suporte do presidente do partido, deputado federal Márcio Jerry, e será orientada por pesquisas. A forma de participação do PDT depende de uma tomada de decisão do seu presidente, senador Weverton Rocha, com o aval do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, hoje a segunda voz de maior peso dentro do partido.

A situação no PCdoB é simples e a dificuldade na escolha do candidato é apenas uma questão de quem, de fato, tem lastro para, com o embalo do partido e seus aliados, reunir potencial eleitoral e levar a eleição ao segundo turno num provável enfrentamento direto desse candidato com o candidato do Podemos, apontado por todos como presença certa numa segunda rodada. Rubens Júnior tem sólido lastro – dois mandatos de deputado estadual e dois de deputado federal, com votações crescentes e desempenho parlamentar acima da média -, faltando turbinar essa base com o gás de uma boa fatia do eleitorado da Capital. Duarte Júnior, por seu turno, tem uma trajetória política modesta – um até agora bem exercido mandato de deputado estadual, com posição reforçada por um desempenho destacado e bem-sucedido como chefe do Procon e do sistema Viva -, mas embalado por uma excepcional malha de apoio nas redes sociais, o que faz dele um dos três melhor posicionados nas pesquisas realizadas até aqui para medir as preferências do eleitorado da Capital.

Por mais que seus líderes se esforcem para manter a normalidade, não há como negar que uma guerra entre Rubens Júnior e Duarte Júnior nos bastidores do PCdoB. No final do ano passado, o presidente Márcio Jerry anunciou informalmente uma agenda segundo a qual a escolha do PCdoB será feita entre o final de janeiro e o início de fevereiro. Desde então, Rubens Júnior vem se movimentando intensamente em busca de suporte eleitoral e Duarte Júnior corre em busca de apoio político. Pelo que é possível perceber, o problema no PCdoB não é exatamente escolher o candidato, mas garantir que o não escolhido declare apoio ao escolhido, evitando uma cisão dentro do partido. O desfecho desse processo entrou em contagem regressiva.

A decisão a ser tomada no PDT é bem mais complexa. O partido está no poder e não dispõe de um nome com cacife político e eleitoral para disputar a Prefeitura com alguma chance de sucesso. O único quadro com esse perfil é o próprio senador Weverton Rocha, mas ele se descarta como alternativa por estar investindo forte na sucessão do governador Flávio Dino em 2022. Sem opção no arraial pedetista, o comando do partido alimenta a possibilidade de apoiar a candidatura de Neto Evangelista por um acordo em que o PDT indicará o candidato a vice. Ou evoluir para uma aliança do PDT com o PCdoB, na qual também participem com a indicação do candidato a vice. Até o momento, nenhuma outra equação admitida pelo senador Weverton Rocha.

Além da falta de um nome forte, a indefinição do PDT se torna um grande problema à medida que com o tempo está passando – estamos a menos de 10 meses da corrida às urnas, período que começa a tornar difícil construção de uma candidatura num cenário em que outras já estão definidas. A situação do PDT começa, portanto, a ganhar ares dramáticos ante o indicador de que o partido caminha para abrir mão da cabeça e indicar o vice.

Em resumo: o PCdoB tenta evitar tremores por excesso de bons nomes, enquanto o PDT mergulha da indefinição por falta de opção.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Confirmado: César Sabá será o presidente e o candidato do MDB em Caxias

César Sabá será candidato do MDB em Caxias com apoio total de João Alberto

Questão fechada, sem possibilidade de reviravolta: o empresário César Sabá será mesmo o candidato do MDB à Prefeitura de Caxias. A escolha foi confirmada pelo presidente estadual do partido, o ex-governador João Alberto, que desembarcará no dia 30 na Princesa do Sertão para empossar César Sabá na presidência do partido no município, dando-lhe assim plena autonomia para organizar sua candidatura, preparar uma chapa com candidatos a vereador, fazer uma aliança e encontrar um vice, reunindo, portanto, os meios para enfrentar nas urnas o prefeito Fábio Gentil (PRB) e o eventual candidato do Grupo Coutinho, que poderá ser até mesmo a deputada Cleide Coutinho (PDT). Nas avaliações que fez com o comando emedebista sobre as suas possibilidades, César Sabá calculou que poderá se dar bem como o candidato de uma terceira via, fora do confronto entre os Grupos Gentil e Coutinho.

Com a decisão, o braço caxiense do MDB sai definitivamente do controle do ex-prefeito Paulo Marinho, que mandou na agremiação desde o início dos anos 80 do século passado. Nos últimos meses, Paulo Marinho tentou manter o MDB sob sua área de influência, atuou fortemente para evitar que o partido fosse entregue a César Sabá, mas o posicionamento do comando do partido foi mais firme do que suas pressões. O MDB caxiense começa agora um novo ciclo.

 

Wellington do Curso vive a incerteza sobre se será ou não candidato a prefeito pelo PSDB

Wellington do Curso não tem a garantia de que será candidato do PSDB

Um impasse cruel mina o projeto do deputado Wellington do Curso de disputar a Prefeitura de São Luís, mesmo estando ele entre os quatro mais bem posicionados nas pesquisas divulgadas até aqui. É que, ainda que detentor desse cacife, o parlamentar ainda não obteve do comando do PSDB a garantia de que ser[ao candidato do partido. O quadro é complicado e vexatório para Wellington do Curso, uma vez que, se acordo com informações que já circulam há algum tempo, o comando do PSDB estaria alimentando uma posição dúbia, pois ao mesmo tempo em que silencia em relação à pré-candidatura do deputado, mantém abertamente um processo de aproximação com o candidato do Podemos, Eduardo Braide, sinalizando a possibilidade de uma aliança. Nos bastidores, Wellington do Curso tem dito que será candidato de qualquer maneira, preferindo trabalhar com a hipótese de que será o candidato do PSDB e com o apoio do senador Roberto Rocha. Aliados do chefe dos tucanos no Maranhão, porém, não vêm a candidatura do parlamentar. O senador Roberto Rocha deve resolver esse impasse ao longo de fevereiro, de modo a normalizar a situação dentro do PSDB, seja com Wellington do Curso candidato, seja numa aliança com Eduardo Braide, na qual indicará o candidato a vice.

São Luís, 17 de Janeiro de 2020.

Um comentário sobre “Com situações bem diferentes, PCdoB e PDT começam contagem regressiva para escolher candidatos em São Luís

  1. Eu acho que a escolha do PCdoB precisa ser feito com base em currículo e trabalho prestado. Os entusiastas e digitais influencers podem nao contribuir com o crescimento da cidade. Precisamos de nomes bons e com experincia pra o comando de são luis.

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