Com pragmatismo e passos bem planejados, Othelino Neto tem atuação de peso na corrida às urnas

 

Othelino Neto e Ana Paula em Santa Helena com Carlos Brandão (à esquerda)

Os períodos pré-eleitorais costumam produzir quadros políticos diferenciados, que movidos pela habilidade e pelo senso de oportunidade, avançam na corrida às urnas de maneira bem mais consistente do que a dos demais candidatos. Nessas eleições, além dos candidatos majoritários mais destacados, como o governador Carlos Brandão (PSB), o senador Weverton Rocha (PDT) e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (PSC), que formam o pelotão da frente na disputa pelo Palácio dos Leões, e o ex-governador Flávio Dino (PSB), que lidera largamente a corrida ao Senado, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), ocupou e vem ampliando um espaço excepcional. No período de um ano – do final de 2021 para cá -, o parlamentar viveu situações distintas, mas usando apurado pragmatismo, fez a leitura correta do cenário, tomou decisões arrojadas, refez algumas delas, deu passos mais largos e chega à reta que leva às urnas como um dos nomes mais ativos e influentes desse processo eleitoral: chefe do Poder Legislativo, candidato forte à renovação do mandato parlamentar, avalista da candidatura da mulher, Ana Paula Lobato (PCdoB), à primeira suplência na chapa do ex-governador Flávio Dino ao Senado e coordenador político  da campanha do ex-governador, atribuições que lhe deram espaço e peso consideráveis na coligação “O Maranhão não pode parar”.

O salto político do deputado Othelino Neto não foi rápido nem se deu por acaso. Foi fruto de um trabalho bem planejado e cuidadosamente executado, no qual prevaleceram o senso de avaliação e o pragmatismo político. No primeiro momento, Othelino Neto foi partidário da candidatura do senador Weverton Rocha, chegando a admitir sua migração para o PDT. Os movimentos do pré-candidato do PDT a governador desgastaram aquela relação, levando o chefe do Poder Legislativo a rever sua posição e retornar à aliança articulada e liderada por Flávio Dino, declarando apoio à candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição. Seus movimentos, feitos de maneira clara e com as devidas explicações, evitaram desgastes e lhe deram carta branca para continuar ocupando espaço e ampliando o seu cacife político. Ao deixar o grupo de apoio à candidatura do senador Weverton Rocha, deixou ali uma lacuna considerável.

De volta à base governista, o deputado Othelino Neto teve sua posição turbinada. Primeiro, consolidou a sua relação com o governador Carlos Brandão, o que lhe permitiu manter a sintonia do Palácio dos Leões com o Palácio Manoel Beckman. Em seguida, se tornou o coordenador político da campanha do ex-governador Flávio Dino ao Senado, incluindo no acordo a vaga de candidato a primeiro suplente – um dos espaços mais cobiçados dessa corrida eleitoral – para sua mulher, a vice-prefeita de Pinheiro Ana Paula Lobato. Cada uma dessas decisões representou uma dose extra de força política. Nessas posições, que representam também o peso do prestígio, o presidente da Assembleia Legislativa segue para as urnas em condições especiais como candidato à reeleição: integra a cúpula que dá suporte ao governador Carlos Brandão – que, segundo a pesquisa Econométrica mais recente, lidera a corrida aos Leões, coordena politicamente a candidatura mais forte ao Senado, com o estímulo aumentado pelo fato da sua mulher ser candidata à vaga de primeiro suplente. Além disso, trabalha no apoio à candidatura da irmã, a advogada Flávia Alves, à Câmara Federal.

Nesse contexto, excetuando o governador Carlos Brandão e o ex-governador Flávio Dino, os candidatos majoritários, nenhum outro quadro da aliança governista amealhou cacife político tão poderoso quanto o presidente da Assembleia Legislativa. Isso ficou claro no cumprimento de uma agenda de campanha em que acompanhou o governador Carlos Brandão e o ex-governador Flávio Dino durante o fim de semana em municípios da Baixada Ocidental. Junto com os líderes e ao lado da vice-prefeita de Pinheiro, reuniu multidões em Pinheiro e em Santa Helena, dois redutos importantes da sua base eleitoral. Nos atos realizados naqueles municípios, o governador e o ex-governador ratificaram o papel do casal nas suas campanhas.

Isso quer dizer que, se as urnas corresponderem às suas expectativas, com a vitória dos candidatos majoritários da coligação “O Maranhão não pode parar”, e a sua própria reeleição, que muitos veem como certa, o deputado Othelino Neto terá todas as condições para pleitear novo mandato de presidente do Poder Legislativo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PSOL lança candidatos ao Governo e ao Senado vai apoiar Lula no Maranhão

Na mesa da convenção: Pedra Celestina, Antonia Cariongo e Enilton Rodrigues

Em convenção realizada na sexta-feira (05), data-limite para a definição de candidaturas majoritária se proporcionais pelos partidos políticos para essas eleições, o PSOL definiu sua chapa ao Governo do Estado e ao Senado. Enilton Rodrigues foi confirmado candidato a governador, tendo como vice Pedra Celestina, e Antonia Cariongo para o Senado, tendo lançado ainda candidatos a deputado federal e a deputado estaduais. E a exemplo do que definiu no plano nacional, o braço maranhense do PSOL formalizou seu apoio à candidatura de Lula da Silva (PT) à presidência da República. Não houve disputa para a formação da chapa majoritária. Inicialmente, houve certa tensão, mas logo os líderes do partido sentaram e ajustaram suas posições em torno da candidatura do servidor público Enilton Rodrigues. A escolha de Pedra Celestina para a vaga de candidata a vice foi definida recentemente e por unanimidade. O partido definiu também seus candidatos e sua militância trabalharão forte pela candidatura do ex-presidente Lula da Silva, já que a prioridade é derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

Oposicionistas fazem contas e constatam problemas

Weverton Rocha e Roberto Rocha: contas e problemas

Passada euforia dos acordos e das convenções, as forças de oposição começam a fazer as contas e se dar conta de que o caminho para chegar ao poder é bem mais complicado que que seus líderes – em especial o senador Weverton Rocha, candidato ao Governo pelo PDT, e o senador Roberto Rocha, candidato à reeleição pelo PTB. O temor de alguns membros destacados do grupo de partidos é que o candidato pedetista não dê logo a arrancada que o leve ao segundo turno com o governador Carlos Brandão (PSB), que na avaliação geral tem vaga garantida na segunda rodada. Da mesma maneira, poucos do grupo acreditam que o senador petebista reúna cacife para alcançar o ex-governador Flávio Dino (PSB). Não bastasse isso, aliados de Weverton Rocha torcem para que ele se livre o mais rápido possível da sombra ameaçadora de Lahesio Bonfim, candidato do PSC. Além de tudo isso, os oposicionistas alinhados ao presidente Jair Bolsonaro não duvidam de que ele será surrado nas urnas por Lula da Silva no Maranhão.

São Luís, 07 de Agosto de 2022.

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