Com autoridade política e ética, Flávio Dino reage a “abusos” cometidos pela PF na Operação Pegadores

 

Mensagens de Flávio Dino no twitter reagindo contra supostos abusos da PF na Operação Pegadores
Mensagens de Flávio Dino no twitter reagindo contra supostos abusos da PF na Operação Pegadores, que apurou supostos desvios da área de Saúde do Estado

“Não podemos aceitar abusos e arbitrariedades”. Com declarações nesse tom, nas quais avisa que está na trincheira contra “ilegalidades e o facismo”, o governador Flávio Dino (PCdoB) reforçou ontem sua indignada e, ao que tudo indica, justa catilinária contra os procedimentos da Polícia Federal na controvertida Operação Pegadores, um desdobramento da mega Operação Sermão dos Peixes, que investiga supostos desvios milionários no Sistema Estadual de Saúde no Governo passado. Em tom cada vez mais duro, o governador maranhense reafirma a suspeita de que o delegado federal Wedson Cajé, que comandou a Operação Pegadores, tropeçou na ética e rasgou as regras de conduta policial exigidas numa ação dessa natureza. E enfatiza essa suspeita afirmando que o delegado – que foi afastado da operação, por decisão do Tribunal Regional federal da 1ª Região depois da reação do Palácio dos Leões – se valera de um dossiê fajuto para forjar e exibir o principal resultado da sua ação investigatória: uma relação de 400 “servidores fantasmas” nas organizações que prestam serviços ao Estado na área de Saúde.

Diante das manifestações apressadas do delegado Wedson Cajé e das declarações fora de jeito da delegada Cassandra Nazari, então futura superintendente da PF no Maranhão, na entrevista em que anunciaram os resultados da Operação Pegadores, o governador Flávio Dino reagiu com firmeza e indignação, e desafiou, em alto e bom tom, a PF a apresentar a tal lista de “fantasmas”, além de apontar procedimentos incorretos da equipe policial durante as investigações. A reação do chefe do Executivo bombardeou gravemente, em cheio, o relatório que o delegado e a então futura chefe dele apresentaram à imprensa, e colocou o braço da instituição policial federal no Maranhão em situação incômoda, à medida que começaram a surgir evidências de que a Operação Pegadores, que pareceu destinada a minar a credibilidade do Governo do PCdoB, foi, pelo menos em parte, um grande fiasco.

Ontem, o governador Flávio Dino voltou à carga, aumentando o seu grau de indignação. Em duas notas no twitter, a rede social que usa para se expressar, ele postou: “ Há um mês, um delegado de polícia inventou 400 “fantasmas” na Saúde do Maranhão. Ele usou um dossiê falso. O Judiciário o afastou do cargo. O Estado representou contra ele na Corregedoria da PF. Não podemos aceitar abusos e arbitrariedades”. E acrescentou : “Defendo investigações sérias e isentas. Governo com seriedade e transparência nota 10. Porém, combato ilegalidades e o facismo. Não pode haver vale tudo. Temos o dever de proteger as leis e a Constituição, com coragem”.

Com sua afoiteza – orientada ou não por vozes politicamente interessadas num desfecho desfavorável ao atual Governo do Maranhão, embora esteja muito claro que a raiz do problema e sua ramificação esteja no Governo passado -, os investigadores parecem não ter se dado conta de que a cadeira principal do Palácio dos Leões está ocupada por um político de princípios, até aqui sem uma mancha ética ou moral e lastreado pela condição de ex-juiz federal. Esse perfil, que é reforçado por uma gestão inovadora, sobre a qual não se ouve notícias de desvios ou descontrole, lhe dá autoridade suficiente para fazer as contestações que tem feito quando iniciativas como a do delegado Wedson Cajé, avalizada pela delegada Cassandra Nazari, tentam, sem sucesso, arrancar alguma lasca da sua couraça moral. Assim, quando aponta uma ilegalidade policial contra seu Governo o faz com propriedade. E a julgar apenas pela decisão do TRF da 1ª Região de afastar o delegado, o governador tem razões fortes para manter seu canhão verbal em ação.

É claro que, ao reagir com dureza, o governador não pretende atingir a PF como instituição, pois qualquer cidadão minimamente informado sabe que, depois de ser usada criminosamente como polícia política na ditadura militar, a PF ressurgiu na democracia como um dos esteios do estado democrático de direito, tornando-se o braço institucional avançado na guerra contra a corrupção, por exemplo. Isso, porém, não impede que aqui e ali agentes seus cometam tropeços e abusos, abrigando ainda bolsões que às vezes ainda atuam de maneira pouco republicana e sob orientação externa. Daí a importância de se ter vozes como a do governador Flávio Dino, capazes de reagir e corrigir malfeitos eventuais.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Famem fecha hoje o primeiro ano da nova fase de reforço do municipalismo

O hall de entrada da nova sede da Famem, que será inaugurada hoje pelo presidente Tema Cunha
O hall de entrada da nova sede da Famem, que será inaugurada hoje pelo presidente Cleomar Tema Cunha

Fechando um ano em que esteve no centro do cenário político, institucional e corporativo do estado, ao reassumir plenamente o seu papel de representante e porta-voz do municipalismo maranhense assumido quando foi criada há 32 anos, a Federação dos Municípios do Maranhão (Famem) coroa hoje a primeira etapa desse novo ciclo, que vivencia sob o comando do seu presidente, o prefeito de Tuntum, Cleomar Tema Cunha. O ponto alto dessa nova fase, na qual a entidade está política e corporativamente mais ativa, será a inauguração hoje, às 19h, da sua nova sede, localizada na Avenida dos Holandeses, nº 60, e que se chamará Casa Municipalista Prefeito Humberto Coutinho, em homenagem ao atual deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Humberto Coutinho, que foi prefeito de Caxias, Humberto Coutinho, e com o tal presidiu a entidade.

A Famem teve momentos de altos e baixos, mas ao longo dos 32 anos de existência se manteve como uma corporação plenamente envolvida com a sua razão de ser, que é a defesa do municipalismo. E ganhou força e uma nova dinâmica desde janeiro deste ano, com a eleição e posse do presidente Tema Cunha, que chagou ao cargo pela terceira vez. Prefeito de Tuntum pela quinta vez e presidente da Famem pela terceira, Tema Cunha, hoje visto na seara das Prefeituras como o mais ativo municipalista do Maranhão, vem colocando toda sua experiência a serviço da entidade, atuando também como um dos principais articuladores da União dos Municípios Brasileiros (UMB), contribuindo efetivamente para os ganhos que o movimento municipalista tem alcançado nas suas sempre tensas e complicadas negociações com o Governo Federal.

A conquista mais recente foi uma Proposta de Emenda à Constituição que aumenta em 1% o valor do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) a partir de outubro do ano que vem. Tema Cunha teve papel importante nas articulações para a aprovação da matéria no Congresso Nacional. No Senado, o senador Edison Lobão (PMDB), que preside a Comissão de Constituição e Justiça da Casa, foi decisivo para que a PEC fosse a votação e aprovada em plenário, garantindo o benefício aos mais de cinco mil municípios brasileiros, ai incluídos aos 217 maranhenses.

A inauguração da nova sede expressa bem esse novo momento da Famem.

 

Jornalismo perde Othelino Filho, referência de sua geração

Othelino Filho, sai de cena uma referência do jornalismo
Othelino Filho, sai de cena uma referência do jornalismo

O jornalismo do Maranhão perdeu ontem um dos seus militantes mais ativos: Othelino Filho, 68 anos. Ele faleceu no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, por causa de problemas cardiovasculares. Deixa a esposa Yolete Maria Alves e os filhos Cláudia, Flávia e Othelino Neto, deputado estadual e presidente em exercício da Assembleia Legislativa, e muitos amigos, construído ao longo de uma vida intensa.

Othelino Filho foi um cidadão integral: jornalista opinativo, com atuação no jornal, no rádio e na TV, foi militante político, sindicalista e também servidor público. Foi durante sua carreira uma referência. Ao longo da sua vida profissional, assumiu posições políticas corajosas contra a ditadura, escreveu artigos e colunas com textos sempre fortemente marcados por opiniões que agradaram e desagradaram quase na mesma proporção. Militante do PDT, depois de ter sido filiado ao PCdoB, teve um dos seus momentos mais expressivos foi quando assumiu a assessoria de Imprensa do então candidato a prefeito de São Luís, o pedetista Jackson Lago. Lago venceu a eleição e nomeou Othelino Filho secretário de Comunicação, mas ele deixou o cargo pouco tempo depois, pois seu temperamento forte e sua conhecida independência  o levaram a deixar o cargo por discordar cm algumas orientações. Othelino Filho deixou sua marca nos jornais, rádios e TVs por onde passou. Deixou também sua marca quando comandou por quase uma década a Diretoria de Comunicação da Assembleia Legislativa. O cidadão, o jornalista, o militante político e o homem público deixou parte da sua experiência registrada em três livros. E deixou nos seus amigos e admiradores a saudade do de um sujeito que adorava viver, e por isso curtiu a vida entre os “mais chegados” como um boêmio alegre e incorrigível.

Um resumo do que foi Othelino Filho foi resumido pelo filho, deputado Othelino Neto, que também é, como ele, jornalista, militante político e servidor público: “Não conseguimos vencer essa batalha. Foi muito bom tê-lo como pai. Minha referência. Meu ídolo. Queria ter convivido mais, perdido menos tempo. Pai, te amo hoje e sempre”.

 

São Luís, 14 de Dezembro de 2017.

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