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Nova pesquisa confirma tendência de turno único em São Luís

Eduardo Braide e Duarte Jr. continuam polarizados, enquanto Wellington
do Curso, Yglésio Moises, Flávia Alves, Fábio Câmara, Franklin Douglas
e Saulo Arcangeli permanecem empatados na base

 A corrida para a Prefeitura de São Luís emite sinais fortes de que pode estar entrando num patamar de estabilidade, com o prefeito Eduardo Braide (PSD) liderando a disputa, reunindo cacife para liquidar a fatura no 1º, tendo como principal concorrente o deputado federal Duarte Jr. (PSB), que será o seu adversário na hipótese de o desfecho ocorrer em dois turnos. É o que mostra a pesquisa Vox do Brasil, divulgada ontem e segundo a qual, se a eleição fosse hoje, Eduardo Braide seria reeleito em turno único com 61% dos votos, seguido de Duarte Jr., que sairia das urnas com 24%. Os demais candidatos teriam as seguintes votações: Yglésio Moises (PRTB) teria 2%, Wellington do Curso (Novo) 2%, Franklin Douglas (PSOL) 1%, Flávia Alves (Solidariedade) 1% e Fábio Câmara (PDT) 1% – Saulo Arcangeli (PSTU) não pontuou. Nenhum, brancos e nulos somaram 5% e também 5% não souberam ou não quiseram responder.

Respeitando a regra estatística de que não se deve comparar pesquisas de institutos diferentes, não há como não enxergar a estabilidade levando em conta que a pesquisa mais recente, da celebrada Quaest/TV Mirante, divulgada no início da semana, trouxe basicamente os mesmos números. Ou seja, sem misturar as coisas, e levando em conta o movimento das campanhas, só se chega a uma conclusão: a disputa pelo Palácio de la Ravardière avança num patamar de estabilidade no que diz respeito às intenções de votos.

O cenário é o mesmo, com a confirmação da polarização desenhada desde que se começou a pautar a corrida pelo comando da Capital maranhense ainda no segundo semestre do ano passado. Naquele, os primeiros levantamentos apontaram o prefeito Eduardo Braide à frente nas intenções de voto, seguido exatamente do deputado federal Duarte Jr., que ainda não tinha certeza se seria candidato. Além deles, já estavam na linha de largada os deputados estaduais Wellington do Curso, com problemas partidários, tendo finalmente se definido pelo Novo, e Yglésio Moises, também com problemas partidários e que se definiria pelo PRTB.

Naquele momento, não se cogitava as candidaturas de Fábio Câmara, Flávia Alves, Franklin Douglas e Saulo Arcangeli, os quais, cada um à sua maneira, só entraram na corrida meses antes das convenções.

De lá para cá, nenhum levantamento sobre a disputa na Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade indicou outro rumo. É bem verdade que em momentos diferentes os números foram também diferentes. A distância entre Eduardo Braide chegou a menos de 10 pontos percentuais. Mas à medida que o cenário foi se definindo, o prefeito iniciou uma espiral de crescimento que, contrariando a lógica, avançou à medida que adversários disparavam ataques em direção a ele, com críticas à administração municipal. A tentativa de colocar a dinheirama do Clio vermelho na conta do prefeito Eduardo Braide não funcionou, ao contrário, parece que impulsionou a sua candidatura. As três pesquisas mais recentes apontaram a tendência de eleição em turno único.

Nesse contexto, que lhe é inteiramente favorável, o prefeito Eduardo Braide diz “não” ao já ganhou e intensifica sua campanha, mostrando os ganhos da sua gestão, adotando a tática de não responder aos ataques. Ao mesmo tempo, Duarte Jr. segue com uma campanha ativa, com movimentos de rua, “arrastões” na periferia, e uma campanha forte na TV, onde, dono de metade do tempo, divide o roteiro com denúncia pesadas – a mais recentes se dá na área de saúde -, enquanto vende o seu projeto de gestão na briga pelo voto. Ao que tudo indica, não está funcionando.

Com situações diferentes em relação à propaganda eleitoral gratuita no Rádio e na TV, os demais candidatos não estão fazendo qualquer diferença diante da sólida polarização que vem marcando a corrida desde os seus primeiros movimentos.

PONTO & CONTRAPONTO

Senadores caminham para perder feio na eleição de São Luís

Weverton Rocha, Ana Paula Lobato
e Eliziane Gama: veem derrota
se aproximar em São Luís

Os três senadores caminham para perder feio na disputa pela Prefeitura de São Luís, de longe o maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão.

O senador Weverton Rocha, que comanda o PDT no Maranhão, vê o seu candidato, o ex-vereador Fábio Câmara, time da rabeira, com variação de 1% a 2,5% nas intenções e sem qualquer condição de reação. O desempenho pífio do candidato pedetista até aqui atinge também o prestígio da senadora Ana Paula Lobato, que é filiada à legenda pedetista.

A senadora Ana Paula Lobato é também atingida, ainda que indiretamente, com o desempenho nada alentador da candidata Flávia Alves, irmã do deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade), que é seu marido e mentor político. A diferença é que Flávia Alves, que é suplente de deputado federal, é uma estreante na disputa pela Prefeitura de São Luís.

Finalmente, a senadora Eliziane Gama (PSD), que vive a situação, insólita, de pertencer ao mesmo partido do prefeito Eduardo Braide, mas apoiando o candidato do PSB, Duarte Jr.. O resultado dessa situação é que a eventual reeleição do prefeito de São Luís não seja benéfica para a senadora Eliziane Gama. Um caso que só a política explica.

Reação de desembargador a acusação infundada repercute no meio político

Kléber Carvalho: reação certa

Repercutiu no meio político a reação do desembargador Kléber Carvalho à acusação de que ele teria sofrido pressões externas para confirmar o afastamento da então prefeita de Paço do Lumiar, Paula Azevedo (PCdoB).

Na nota que leu na sessão do Tribunal Pleno, quarta-feira (11), o desembargador deu uma explicação técnica da sua decisão, que foi tão somente confirmar, inclusive de acordo com o Ministério Público, a decisão da primeira instância de afastar Paula Azevedo do cargo. Sem qualquer frase ou palavra agressiva, mas com uma didática contundente, Cléber Carvalho deu uma aula de civilidade e de dignidade, provando, por A mais B, que a acusação não fez o menor sentido.

Não será surpresa se a atitude do desembargador Cléber Carvalho virar uma referência em casos dessa natureza, que ocorrem com frequência, em que magistrados são acusados de decidir facciosamente, principalmente quando as decisões envolvem poderosos, especialmente políticos.

Não foi sem razão que o magistrado foi aplaudido pelos seus colegas desembargadores.

São Luís, 14 de Setembro de 2024.

Pesquisa: Gentil Neto ganha dianteira na acirrada disputa pela Prefeitura de Caxias

Gentil Neto lidera seguido de Paulo Marinho Jr.

Depois de um período cinzento, durante o qual o candidato de oposição Paulo Marinho Jr. (PL) ameaçou reverter uma tendência rascunhada desde a fase da pré-campanha, o candidato governista Gentil Neto (PP) reagiu e recuperou o posto de líder da corrida à Prefeitura de Caxias. Sua posição à frente dos demais candidatos foi revelada pela pesquisa do Instituto IPAM, realizada no período de 30 de agosto a 1º de setembro, tendo encontrado o seguinte cenário: Gentil Neto com 45,4% das intenções de voto, seguido de Paulo Marinho Jr. com 36,4%, Lícia Waquim (PSDB) com 6% e Edimilson Sanches (PSOL) com 0,8%. Um contingente de 3,2% rejeitou todos os candidatos e deve votar nulo ou em branco, enquanto outro, de 8,2%, disse não saber ou não quis responder.

Ainda que com uma defasagem de mais de uma semana – período longo para a fotografia de um momento de uma campanha eleitoral tão intensa –, o levantamento do IPAM dá aos candidatos e aos eleitores as linhas gerais de uma corrida que tem ainda duas semanas e meia pela frente. E no caso de Caxias, esse retrato ganha conotação especial, por se tratar de um embate que se dá entre dois candidatos jovens no quarto maior e mais importante município maranhense. Isso envolvendo forças políticas locais – os grupos Gentil, Coutinho (dividido) e Marinho -, estaduais (o governador Carlos Brandão {PSB} e o vice-governador Felipe Camarão {PT}, o ministro André Fufuca {PP} e o senador Weverton Rocha {PDT} – e nacionais o PT e o presidente Lula da Silva e o PL).

Gentil Neto lidera uma antes impensável aliança  unindo os adversários grupos Gentil e Coutinho, com base num acordo negociado pelo prefeito Fábio Gentil (Republicanos) e pela ex-deputada Cleide Coutinho (PDT), com a eficiente mediação do governador Carlos Brandão e o apoio forte do ministro André Fufuca (Esporte). Cleide Coutinho seria a candidata a vice, mas devido a problemas de saúde, foi substituída pelo cunhado, o empresário Eugênio Coutinho. Só que o Grupo Coutinho rachou, e a banda liderada por Ferdinando Coutinho (PDT), atual prefeito de Matões, e sua mulher, a deputada estadual Cláudia Coutinho (PDT), se aliaram ao Grupo Marinho, a ex-vereadora Thaís Coutinho (PDT) como vice de Paulo Marinho Jr.. (A raiz desse racha está na disputa pela Prefeitura de Matões, mas essa é outra história).

Esse movimento desestabilizou o formato inicial da aliança liderada por Gentil Neto, e fortaleceu o projeto de candidatura de Paulo Marinho Jr., dando a impressão de que o estrago seria bem mais grave.

Foi exatamente em meio a essa instabilidade que Gentil Neto ganhou o apoio decisivo do PT e o aval precioso do presidente Lula da Silva. E foi também nesse momento que o prefeito Fábio Gentil intensificou sua participação na campanha, que ganhou mais volume – hoje, por exemplo, haverá uma grande manifestação liderado por Gentil Neto com a participação do governador Carlos Brandão.

Se essa for, de fato, a vantagem do candidato governista Gentil Neto, que representa a nova geração dos Gentil, a disputa em Caxias, que vinha se arrastando num ambiente de incertezas, está evoluindo rapidamente para uma definição que, se ganhar consistência, dificilmente será revertida nas próximas três semanas. Isso não significa subestimar Paulo Marinho Jr., que já foi vice-prefeito, conhece o caminho das pedras e tenta chegar onde o seu pai, Paulo Marinho, assim como sua mãe, a saudosa ex-prefeita Márcia Marinho (MDB), deram as cartas, contando também com o apoio direto do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e do senador Weverton Rocha (PDT), o que lhe dá cacife para continuar competitivo.

A reta final da corrida à Prefeitura de Caxias tem tudo para ser vibrante, movimentando um cenário em que Lícia Waquim e Edimilson Sanches serão apenas honrados figurantes.

Em Tempo: Contratada pela Ferplan Consultoria e Assessoria Contábil, a pesquisa IPAM (Morais & Dias Instituto de Opinião Pública LTDA. ME) ouviu 500 eleitores e está registrada no TSE sob o protocolo MA-03113/2024.

PONTO & CONTRAPONTO

Horário gratuito no Rádio e na TV se resume à disputa Braide/Duarte Jr.

Eduardo Braide e Duarte Jr. dominam
a disputa pela Prefeitura de São Luís, enquanto Wellington do Curso, Flávia Alves, Yglésio Moises, Saulo Arcangeli, Fábio Câmara e Franklin Douglas não têm chance

A campanha para a Prefeitura de São Luís no horário gratuito no Rádio e na TV está mantida em clima de embate restrito aos dois candidatos que lideram as intenções de voto, o prefeito Eduardo Braide (PSD) e o deputado federal Duarte Jr. (PSB). Os outros três candidatos com direito a esse espaço de campanha – Fábio Câmara (PDT), Franklin Douglas (PSOL) e Flávia Alves (Solidariedade) – seguem tentando alguma atenção, mas parecem estar vivendo uma realidade completamente diferente. E os três que não têm direito espaço no Rádio e na TV se valem de entrevistas a emissoras de Rádio, distribuição de santinhos e fazendo uso das suas redes sociais.

Ontem, no horário nobre da TV, o candidato Duarte Jr., que tem maior tempo, repetiu um longo e contundente vídeo mostrando o que, segundo ele, seria a situação de caos no Sistema de Saúde, como que rebatendo o programa anterior do prefeito Eduardo Braide, que falou das conquistas da sua gestão na área de Saúde.

Após o vídeo-denúncia de Duarte Jr., que apresentou propostas para melhorar o Sistema de Saúde, o prefeito Eduardo Braide entrou com denso um programa sobre infraestrutura, mostrando ruas, avenidas, pavimentação e vias de interligação de várias regiões, destacando que, além de beneficiar diretamente a população, as obras são geradora de emprego e renda. Não será surpresa de Duarte Jr. contestá-lo hoje.

Numa realidade bem distante, o candidato do PDT, Fábio Câmara, apresentou uma impressionante proposta de geração de emprego financiando a produção de hortaliças. Franklin Douglas se mostrou nas ruas fazendo campanha para o plebiscito sobre a implantação ou não da gratuidade do transporte coletivo para estudantes, sendo esse até agora o único mote da sua campanha. E Flávia Alves prometeu que, se eleita, a saúde será coisa séria no seu governo: o cidadão sairá da primeira consulta já agendado para o especialista e levando o pacote de medicamentos.

Pouco se soube sobre o que andaram fazendo Wellington do Curso (Novo), Yglésio Moises (PRTB) e Saulo Arcangeli (PSTU).  

Políticos avaliam o que pode acontecer em São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa

Júlio Matos, Fred Campos e Eudes Barros
lideram em São José de Ribamar, Paço
do Lumiar e Raposa, respectivament
e

Na avaliação informal de três políticos experientes ouvidos pela Coluna, é o seguinte o cenário que pode sair das urnas nos três municípios da Ilha de Upaon Açu:

Em São José de Ribamar, a reunião das forças governistas em apoio à candidatura de Dudu Diniz (PSB), mesmo com a participação do ex-prefeito Luiz Fernando Silva, dificilmente mudará o cenário favorável à reeleição do prefeito Júlio Matos (Podemos).

Em Paço do Lumiar, mesmo duramente atingido pela Operação 18 Minutos, o advogado Fred Campos, que vinha navegando sem uma única sombra, ainda reúne gás para sair das urnas vitorioso. Seu adversário mais forte é o empresário Francisco Neto (Novo), em que pese a investida do médico Felipe Gonçalo, comandada pelo líder do Mobiliza, Hilton Gonçalo, prefeito de Santa Rita.

E em Raposa, há uma tendência favorável à reeleição do prefeito Eudes Barros (PL). No entanto, a força da campanha do experiente ex-prefeito José Laci (PSB), apoiado pelo Palácio dos Leões, tem feito muita gente segurar a bandeira por mais algum tempo antes de partir para o já ganhou.

São Luís, 13 de Setembro de 2024.

Campanha mostra que disputa em São Luís só se dá entre Braide e Duarte Jr.

Eduardo Braide e Duarte Jr. dominam a disputa em
São Luís, uma vez que Wellington do Curso, Flávia
Alves, Yglésio Moises, Saulo Arcangeli, Fábio Câmara
e Franklin Douglas não deslancham

Foi grande o impacto da pesquisa Quaest, divulgada segunda-feira (09), mostrando o prefeito Eduardo Braide (PSD) com vantagem que pode leva-lo a conseguir a reeleição logo no 1º turno da corrida para a Prefeitura de São Luís. Mas, ao contrário do que muitos previram, os números não impressionaram o deputado federal Duarte Jr. (PSB), que em vez de mergulhar no desânimo, passou a impressão de que tomou uma dose extra de ânimo e jogou de vez o seu bloco nas ruas. Na terça-feira, em meio à repercussão da pesquisa, a campanha de Duarte Jr. ocupou vários pontos estratégicos das principais avenidas da Capital e foi aos bairros com animados bandeiraços. No horário gratuito no Rádio e na TV, o candidato do PSB reforçou sua estratégia destinada a desacreditar o discurso do prefeito Eduardo Braide nas áreas de saúde e transporte coletivo, por exemplo. O prefeito, por sua vez, também está intensificando sua campanha, visando consolidar o seu favoritismo, e para evitar o risco de reviravolta.

O fato é que, mesmo com o registro de oito candidaturas ao Palácio de la Ravardière, a polarização desenhada nessa corrida eleitoral tem causado em muitos a impressão de que apenas o prefeito Eduardo Braide, que busca a reeleição, e o deputado federal Duarte Jr., que tenta chegar ao cargo, estão de fato no páreo. Com uma campanha forte em matéria de propaganda mostrando os resultados da sua gestão nas mais diversas áreas, Eduardo Braide faz o discurso da continuidade, credenciando-se para pedir um novo mandato. Já Duarte Jr. investe pesado para mostrar, por exemplo, a situação do sistema de transporte de massa, que define como “caótica”, o mesmo em relação à área da saúde, que denuncia como “muito grave”, conforme as peças que sua campanha em horário nobre, acompanhadas de propostas que ele apresenta embaladas pelo já conhecido “Bora resolver?”

A três semanas da eleição, o cenário mostrado pela pesquisa Quaest/TV Mirante é inteiramente favorável ao prefeito Eduardo Braide, que aparece com nada menos que 40 pontos de vantagem sobre o deputado Duarte Jr.. Os percentuais da Quaest indicaram que a dinheirama encontrada no porta-malas do Clio vermelho não caiu na conta do prefeito, sugerindo que consumir recurso e espaço de campanha com ela é perda de tempo. Até porque, mesmo parecendo incomodado quando tem de tratar do tema, o prefeito Eduardo Braide tem mantido o discurso de que nada tem a ver com a lambança, que cabe à Polícia colocar tudo em pratos limpos e que quem for podre que se ferre. No mais, itens como o Elevado da Cidade, no Tirirical, reforçam sua campanha sustentada no argumento da gestão bem-sucedida.

Duarte Jr. tem feito uma campanha arrojada, agora reforçada pela animação de rua. Com a força da sua juventude e muita disposição para a caça ao voto, o candidato do PSB reforça a cada dia um discurso rico em elementos eleitoralmente sedutores, como o apoio do presidente Lula da Silva (PT) e do governador Carlos Brandão (PSB), e ainda as bênçãos não declaradas do ministro Flávio Dino. A peça de campanha mostrando o mutirão de tratamento da visão, com consultas, cirurgias e óculos na hora, tudo financiado por emendas parlamentares mostra a eficiência do seu mandato e do seu potencial como gestor, já demonstrado no Procon.

Num patamar muito distante da polarização, os outros seis candidatos não conseguem deslanchar, em que pesem os seus esforços. Isso sem contar o fato de que três – Wellington do Curso (Novo), Yglésio Moises (PRTB) e Saulo Arcangeli (PSTU) – não têm tempo de rádio nem de TV, e os outros três com esse benefício – Fábio Câmara (PDT), Franklin Douglas (PSOL) e Flávia Alves (Solidariedade) – não encontraram fórmulas eficientes para usá-lo. Enfim, parecem fazer campanhas distantes da realidade em que atuam politicamente.

Em resumo: pelo menos até aqui, a campanha está mostrando com clareza solar que a corrida à Prefeitura de São Luís se dá mesmo entre o prefeito Eduardo Braide e o deputado federal Duarte Jr., com os demais candidatos atuando como figurantes, sem qualquer chance de mudar esse cenário.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema reage forte a ilação sobre desmanche de bloco parlamentar

Iracema Vale reagindo a ilação
sobre desmanche de bloco

A presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), mostrou ontem que, ao contrário do que muitos imaginam, a sua postura no comando do Poder Legislativo vai muito além do trato refinado e da harmonia a qualquer custo. Isso significa dizer que, dependendo da situação e da circunstância, ela pode ir do discurso conciliador, que é a sua marca, a uma fala dura de confronto.

Num discurso rápido e direto, ela reagiu refutando a insinuação feita terça-feira pelos deputados Othelino Neto (Solidariedade) e Fernando Braide (PSD) de que o desmonte de um bloco parlamentar do qual eles participavam teria ocorrido por interferência direta do governador Carlos Brandão.

– Nada teve a ver, da parte do governador Carlos Brandão, qualquer tipo de interferência na composição ou desmanche de blocos aqui da Casa -, declarou a presidente, reforçando a afirmação inicial de que não admitiria, “em hipótese alguma”, qualquer “interferência externa nesta Casa”.

Em seguida, Iracema Vale explicou que a dissolução do bloco foi uma decisão da maioria dos deputados que dele participavam, o que é um processo natural, que ocorre com frequência no Poder Legislativo. “Aqui só vale a decisão da maioria    , declarou, enfática, a presidente, assinalando que acompanhou o processo de desmonte do bloco parlamentar e que conversou com os seus integrantes, descartando inteiramente a alegada influência externa.

A presidente destacou, finalmente, que, sob o seu comando, a Assembleia Legislativa se mantém como uma Casa política e será sempre uma instituição independente, que se relaciona em harmonia com os demais Poderes, mas não aceita qualquer tipo de interferência nas suas decisões.     

A fala contundente e até desafiadora da presidente surpreendeu os deputados presentes, alguns dos quais manifestaram-lhe apoio.

Mariana e Yglésio apostam suas fichas na visita de Bolsonaro a São Luís e Imperatriz

Yglésio Moises e Mariana Carvalho
apostam na visita de Jair Bolsonaro

A assessoria do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou à suplemente de deputado Maria Carvalho, candidata do Republicanos à Prefeitura de Imperatriz, e ao deputado estadual Yglésio Moises, candidato do PRTB à Prefeitura de São Luís, que virá ao Maranhão no dia 23 de setembro em apoio às suas campanhas.

O apoio aos dois candidatos começa pelo fato de que, com toda a força que costuma exibir, o PL não conseguiu emplacar candidato nas duas maiores cidades maranhenses, o que é uma situação vexatória para o partido e para os seus chefes.

Em Imperatriz, Jair Bolsonaro decidiu apoiar Mariana Carvalho devido a um intenso trabalho do deputado federal Aluísio Mendes (Republicanos), que é bolsonarista de carteirinha e conseguiu evitar que o apoio do ex-presidente fosse dado ao deputado federal Josivaldo JP, que já não defende a bandeira do bolsonarismo como antes.

Em São Luís, a situação é mais ou menos a mesma. Com o PL alinhado à candidatura do deputado Duarte Jr. (PSB) e sem qualquer vínculo com o prefeito Eduardo Braide, que não fecha como bolsonarismo, o deputado Yglésio Moises aproveitou a brecha e se posicionou como a voz do bolsonarismo na Capital. Sem tempo no rádio e na TV, o candidato do PRTB aposta todas as suas fichas na visita do ex-presidente a São Luís para melhorar sua performance.

São Luís, 12 de Setembro de 2024.

Rildo Amaral lidera em Imperatriz, mas deve disputar segundo turno com Josivaldo JP

Em cima: Rildo Amaral, Josivaldo JP e Mariana
Carvalho; embaixo: Nilson Takashi,
Marco Aurélio e Justino Filho

Se a eleição para a Prefeitura de Imperatriz fosse realizada agora, haveria segundo turno, que seria disputado pelo deputado estadual Rildo Amaral (PP) e pelo deputado federal Josivaldo JP (PSD). Foi o que apontaram os números da pesquisa da empresa AR7 Pesquisas Inteligentes, divulgados ontem. Rildo Amaral lidera com 37,5% das intenções de voto, seguido de Josivaldo JP com 31,7%. Atrás deles estão a suplente de deputado federal Mariana Carvalho (Republicanos) com 16,5%, Nilson Takashi (Novo) com 2,8%, Marco Aurélio (PCdoB) com 2,5% e Justino Filho (PMB) com 0,8%. Nenhum, brancos e nulos com 2,8% e indecisos com 5,3%.

Contratado pelo bem situado blog do jornalista Jorge Aragão, o levantamento feito pela AR7 Pesquisas Inteligentes parece ter trazido à realidade a disputa irracional montada por outros levantamentos ao longo de pelo menos três semanas. A liderança de Rildo Amaral faz sentido, como também a posição de Josivaldo JP, que em alguns momentos alcançou a dianteira. A entrada forte de Mariana Carvalho na corrida tirou do páreo o publicitário Nilson Takashi, que, numa das pesquisas apontadas como forjada, apareceu com 14%, assim como conteve o possível avanço de Marco Aurélio. Agora, todos os sinais indicam que há razoabilidade nos números encontrados pela pesquisa da AR7.

Os números divulgados ontem têm base lógica. Apoiado pelo ministro André Fufuca, que comanda do PP no Maranhão, o candidato Rildo Amaral esteve na liderança desde os primeiros levantamentos, realizados ainda no ano passado. Seu favoritismo foi ameaçado com a entrada do deputado federal Josivaldo JP, que chegou na corrida com disposição. Os dois estavam medindo forças quando Imperatriz alcançou o patamar de 200 mil eleitores e entrou para o time de cidades nas quais a eleição é decidida em dois turnos, caso nenhum dos candidatos obtenha 50% dos votos mais um no primeiro turno.

Com a mudança, os candidatos foram obrigados a alterar radicalmente as suas estratégias de campanha. Se no sistema anterior o objetivo era obter qualquer vantagem, por menor que fosse, para se eleger, no novo sistema eles se viram diante da seguinte situação: conseguir metade dos votos mais um e se eleger em um só turno, ou ser um dos dois mais votados no primeiro turno e se preparar para ter mais de 50% dos votos e sair vencedor no segundo turno. Assim, o segundo maior e mais importante município do Maranhão, com quase 300 mil habitantes, teve mudado seu status, passando a contar com prefeitos representativos, uma vez que são eleitos com mais de 50% dos votos.

O cenário encontrado pela pesquisa AR7 Pesquisas Inteligentes confirma a tendência inicial de disputa entre o deputado estadual Rildo Amaral, de centro-direita, e o deputado federal Josivaldo JP, de direita, mas sem radicalismo. Tentando alcançar os dois, Mariana Carvalho está sendo embalada pelo seu viés bolsonarista, com crescimento inicial forte, mas que perdeu impulso, mantendo-se na terceira colocação, com 16% das intenções de voto – pelo menos até aqui, sem gás para chegar ao segundo turno.

A pesquisa quis saber do eleitor sua escolha no segundo turno. A maioria (19,8) disse preferir Rildo Amaral; em segundo lugar escolheu Josivaldo JP (17%), e escolheu Mariana Carvalho como terceira opção (13,8%). Nesse caso, levando-se em conta o fato de a margem de erro ser de 3,99%, surge aí um empate técnico, o que sugere que muita água ainda vai rolar na disputa tocantina.

Em Tempo I: A pesquisa ouviu 600 eleitores em Imperatriz, entre os dias 5 e 8 de setembro, tem margem de erro de 3,99 pontos percentuais, para mais ou menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-05026/2024.

PONTO & CONTRAPONTO

Deputados maranhenses não embarcam na cilada golpista contra Alexandre de Moraes

Ministro Alexandre de Moraes, do STF

A atual bancada maranhense na Câmara Federal, formada pelos deputados federais Rubens Jr. (PT), Duarte Jr. (PSB), Aluísio Mendes (Republicanos), Márcio Jerry (PCdoB), Josivaldo JP (PSD), Pedro Lucas Fernandes (União Brasil), Luciana Genésio (PDT), Marreca Filho (PRD), Pastor Gil (PL), Cléber Verde (MDB), Detinha (PL), Dr. Benjamim (União Brasil), Dr. Gonçalo (Podemos), Remy Soares (PP), Hildo Rocha (MDB), Josimar de Maranhãozinho (PL) e Allan Garcês (PL), deu uma demonstração de maturidade política e responsabilidade institucional ao rejeitar a patacoada bolsonarista de pedir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Os deputados maranhenses fizeram a leitura correta da cilada engendrada pelo ex-presidente e sua turma: criar uma situação de crise institucional no País, muito provavelmente pensando no objetivo que traçou quando planejou o 8 de Janeiro: plantar condições para a derrubada das instituições democráticas brasileiras e implantar um regime de exceção no qual o Poder Executivo controle o Poder Legislativo e o Poder Judiciário. Outra peça da armadilha é o projeto de lei que anistia os golpistas condenados pelos ataques ao coração institucional do Brasil no 8 de Janeiro.

Os deputados maranhenses – que representam um leque ideológico que vai da direita à esquerda – demonstram ter clara a noção de que o Brasil é institucionalmente forte e moderno e que a democracia garantida pela Constituição Cidadã é o nosso melhor caminho. Isso porque temos uma democracia que comporta a relação e a convivência dos contrários políticos e ideológicos, por mais difícil que elas sejam. Essa realidade não aceita nem tolera o golpismo nem qualquer projeto ditatorial.

Toda regra, porém, tem exceção: apenas um integrante da bancada assinou o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes: o bolsonarista Allan Garcês, suplente de deputado federal no exercício do mandato, ocupando a vaga do atual ministro do Esporte, André Fufuca (PP). Sua atitude se destina muito mais a mostrar serviço ao chefe da sua corrente do que satisfazer a uma convicção institucional.

Por serem juízes em processos de impeachment, os senadores Ana Paula Lobato (PDT), Weverton Rocha (PDT) e Walter Camacho (PSD) não podem ser signatários do pedido. Mas os dois primeiros já deixaram claro que não embarcarão nesse movimento golpista disfarçado. O terceiro estaria “indefinido”.

Brandão vai se reunir com jovens em encontro sobre trabalho

Carlos Brandão no último encontro com jovens sobre programa de trabalho

Cerca de mil jovens de diferentes regiões do Maranhão se reunirão em São Luís, na sexta-feira (13), no 2° Encontro Estadual do Trabalho Jovem, programa voltado para a geração direta de oportunidades à nova geração de maranhenses. O objetivo central do Trabalho Jovem é inserir esses jovens no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, incentivar a criação e o desenvolvimento de micro e pequenas empresas (MEIs) no estado. Entusiasta do Trabalho Jovem, o governador Carlos Brandão (PSB) anunciou que vai participar do encontro, que além de jovens, reunirá empresários credenciados e colaboradores.

Dividido em dois eixos – estágio social e auxílio à contratação – o programa contempla jovens de 17 a 25 anos que estejam cursando o ensino médio, técnico ou superior.

O eixo estágio social, coordenado pela Secretaria de Estado de Indústria e Comércio (Seinc), oportuniza vagas de estágio remunerado em órgãos públicos estaduais e em empresas privadas. Nos órgãos públicos estaduais, as vagas são distribuídas por meio de sorteio. Os sorteados recebem bolsa no valor de R$ 550,00 e um auxílio-transporte de R$ 50,00, totalizando R$ 600,00 mensais. Atualmente, são mil jovens engajados.

Na iniciativa privada, as empresas credenciadas recebem um auxílio de R$ 600,00 por jovem contratado. Nessa vertente, foram oferecidas duas mil vagas em 2024. As empresas privadas têm abraçado o programa. Tanto que neste ano, com o lançamento do edital exclusivo para elas, 345 empresas de 54 municípios maranhenses mostraram-se interesse em receber os mais de 2 mil estagiários.

Responsável pelo Trabalho Jovem, o secretário de Indústria e Comércio, Júnior Marreca manifesta entusiasmo com a adesão das empresas: “Se temos empresas de vários ramos de atuação, logo temos mais opção de encaminhar os jovens para áreas nas quais eles se identificam. Mais importante é que os jovens maranhenses trabalhem gostando daquelas áreas. As chances de efetivação são grandes”.

O eixo Auxílio à Contratação, coordenado pela Secretaria do Trabalho e Economia Solidária (Setres), consiste no apoio financeiro às empresas, por cada novo emprego regido pela CLT. Nesta edição, foram inscritas 540 empresas, de 93 municípios. Dos mil jovens selecionados, 47% são mulheres, e 53% são homens, que atuarão nas mais variadas funções.

“O Trabalho Jovem tem a cara do governo Brandão que, incansavelmente, busca soluções para gerar trabalho e renda para os maranhenses, sem perder o foco no social”, diz o titular da Setres, Luiz Henrique Lula, representante do PT no Governo.

São Luís, 11 de Setembro de 2024.

Queast mostra Braide vencendo no 1º turno, sem chance para adversários

Eduardo Braide lidera, Duarte Jr. é segundo e Wellington do Curso,
Flávia Alves, Yglésio Moises, Saulo Arcangeli, Fábio Câmara e
Franklin Douglas sem nenhuma chance

Os números da pesquisa Quaest, contratada pela TV Mirante para medir a corrida para a Prefeitura de São Luís, trouxeram vários recados do eleitorado ludovicense, sendo o mais eloquente o que indica disposição da maioria de resolver a eleição em um só turno. Os números são os seguintes: o prefeito Eduardo Braide (PSD) tem 60% das intenções de voto, seguido do deputado federal Duarte Jr. (PSB) com 21%, do deputado Wellington do Curso (Novo) com 3%, do deputado Yglésio Moises (PRTB) com 2% e do ex-vereador Fábio Câmara (PDT), da suplente de deputada federal Flávia Alves (Solidariedade) e do servidor público Saulo Arcangeli (PSTU) com 1% cada. O levantamento encontrou ainda o professor Franklin Douglas com menos de 1%, 5% de indecisos e 6% dos que não querem nenhum deles e estão dispostos a votar nulo ou em branco.

Esse painel de preferências é uma forte indicação de que, a 26 dias da eleição, dificilmente haverá uma mudança que altere o cenário tirando 10 pontos percentuais do prefeito e candidato à reeleição. Mesmo que os 5% de indecisos e que três pontos percentuais da margem de erro migrassem para Duarte Jr., ele poderia chegar a 30 pontos percentuais de preferência, que de nada lhes serviriam se o prefeito não perdesse 11 pontos.

O problema dos demais candidatos é que o prefeito Eduardo Braide parece ter conseguido se brindar e, assim, evitar que a dinheirama encontrada no porta-malas do Clio vermelho fosse colocada na sua mesa. Sem esse estrago, não há como quebrar a imagem de bom gestor que ele conseguiu emplacar em todos os níveis do eleitorado, já que nenhum candidato conseguiu impingir-lhe o carimbo de “corrupto” nem de “mau gestor”. A peça tentando envolve-lo no caso do Clio vermelho envelheceu e parece não fazer nenhum sentido. Além do mais, o prefeito tem feito uma campanha inteligente na qual ele é mostrado como um fenômeno administrativo, sem que os demais candidatos, a começar por Duarte Jr., consigam colocá-lo contra a parede.

O candidato socialista, por sua vez, tem feito uma campanha arrojada, inteligente e propositiva, abordando temas essenciais, denunciando mazelas pontuais, como mostrar ônibus velho no sistema de transporte, mas o seu prestígio no eleitorado parece ter sido afetado com a polarização configurada muito cedo. Até agora, Duarte Jr. tem se mostrado preparado para o cargo, alcançou uma base sólida de 20% das intenções de voto, mas sua trajetória tem sido dificultada pela força exibida até aqui pelo prefeito e candidato à reeleição. Ao mesmo tempo em que está na privilegiada posição de principal adversário do prefeito, enfrenta a rara limitação de não ter combustível para ir além.

Não surpreende a posição dos demais candidato com direito a espaço no horário gratuito no Rádio e na TV: Fábio Câmara caminha para confirmar a derrocada completa do PDT em São Luís; Flávia Alves paga o preço de uma estreia tardia; e Franklin Douglas vê seu talento político impiedosamente tragado pela rejeição ao projeto da esquerda dura. Já Wellington do Curso, Yglésio Moises e Saulo Arcangeli, que pedem voto sem direito a espaço no Rádio e na TV, têm situações diferentes: os depois primeiros carregam o peso massacrante das suas conturbadas vidas partidárias, enquanto o terceiro é vítima do teimoso discurso de esquerda radical. Nenhum deles parece em condição de virar esse jogo.

Vale lembrar que, ao contrário dos outros institutos, que demoram no processamento dos dados colhidos junto ao eleitorado, o Quaest é uma empresa moderna, que detém instrumentos que lhe permitem processar rapidamente os dados levantados e apresentar um retrato do momento. Isso permite um exame mais próximo da realidade. E significa dizer que os adversários de Eduardo Braide devem usar esses números como referência e tentar revertê-los.

Em Tempo: A pesquisa Quaest foi encomendada pela TV Mirante, ouviu 852 eleitores entre os dias 6 e 8 de setembro, tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, nível de confiança de 95% e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo MA – 08174/2024.

PONTO & CONTRAPONTO

Pesquisas controversas tensionam bastidores da corrida eleitoral em Imperatriz

Josivaldo JP e Rildo Amaral lideram,
mas Mariana Carvalho questiona pesquisa

Uma tensa guerra de informações está movimentando os bastidores e o entorno da corrida eleitoral em Imperatriz. Duas pesquisas recentes mostrariam o deputado Rildo Amaral (PP) na dianteira, seguido de perto por Josivaldo JP (PSD), indicando que os dois caminham para se enfrentar num dificílimo segundo turno.

No contraponto, a candidata Mariana Carvalho (Republicanos), que no início da campanha, embalada pela declaração de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deu uma arrancada forte, causando a impressão de que chegaria para brigar por uma vaga no segundo turno. Também o ex-deputado Marco Aurélio (PCdoB), tracionado pelas manifestações de apoio do presidente Lula da Silva (PT), estaria estacionado na quinta posição.

Movida pela certeza de que cresceria rapidamente e chegaria logo na seara do segundo turno, a bolsonarista Mariana Carvalho decidiu contestar os números, discretamente apoiada nesse item pelo candidato lulista Marco Aurélio, que também não estaria aceitando os percentuais das pesquisas. Diante desse cenário de dúvidas e contestações, um terceiro instituto, mais precisamente o DataM, que tem credibilidade, teria iniciado um levantamento cujos números poderão confirmar, ou não, os números contestados.

Novo levantamento mostra RalpNet liderando com folga disputa em Pinheiro

André RalpNet lidera, seguindo de Batista
Segundo, Kaio Hortegal e Geraldo Jr.

Depois de duas semanas de dúvida por conta de pesquisas que mostraram uma realidade pouco crível na disputa eleitoral em Pinheiro, uma pesquisa do credenciado instituto EPO parece ter devolvido a corrida a um leito mais próximo da realidade.

De acordo com os números do EPO, se a eleição fosse agora, André da Ralpnet (Podemos) venceria com 40,5% dos votos. Atrás dele chegariam João Batista Segundo (PL) com 21,1% e Kaio Hortegal (PP) com 20,5%. Em seguida, apareceriam Geraldo Junior (União) com 3,4%, Professor Dimas (Rede) com 2,5%, Coronel Senilson (Republicanos) com 1,5%, Filho do Coqueiro (Avante) com 1,5% e Josias do Assai (DC) com 0,3%. Além disso, 3,1% votariam em branco ou nulo, enquanto 5,1% não saberiam em quem votar.

Na visão de um político que conhece o cenário de Pinheiro, André da RalpNet, que tem o apoio do PT e da senadora Ana Paula Lobato (PDT), apareceu definhando nos outros levantamentos, aparece agora numa liderança folgada, com vinte pontos percentuais à frente dos dois adversários mais próximos, João Batista Segundo e Kaio Hortegal, que tem o apoio do prefeito Luciano Genésio e do ministro André Fufuca (Esporte).

Em Tempo: A pesquisa do EPO ouviu 800 pessoas entre os dias 29 de agosto e 1º de setembro, com margem de erro de 3,44%, nível de confiança de 95% e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo MA-03653/2024.

São Luís, 10 de Setembro de 2024.

Especial: Cinco livros para que os candidatos a prefeito conheçam a história e a alma de São Luís

Vista aérea da velha São Luís, a Rua Portugal e a Rua do Giz, símbolos dos seus 412 anos de História intensa

*Esclarecimento: essa Coluna foi publicada no dia 07 de setembro de 2020, um mês antes da eleição do novo prefeito. O texto é o original, salvo algumas atualizações em relação a números e datas e, claro, a lista de candidatos a prefeito, que inclui a maioria dos candidatos de agora. Boa leitura.

São Luís completa hoje 412 anos e, por causa de nova eleição para prefeito, encontra-se no epicentro de mais um debate sobre seu futuro. De 1612 para cá, foi vila, empório comercial, sede do ambicioso projeto de dominação pela Companhia das Índias Ocidentais, amargou a condição de bastião de uma disputa sangrenta de portugueses, franceses e holandeses, foi invadida, reagiu a invasões, foi explorada por um mercenário inglês, resistiu à independência, serviu como trampolim para norte-americanos chegarem à Europa, tendo sido também palco das suas próprias guerras, como, por exemplo, índios contra invasores, a revolta de Bequimão e as greves de 51 e de 79. Desde o desembarque do francês Daniel de la Touche, se passaram 150.460 dias, ao longo dos quais a cidade foi-se erguendo, ganhando forma física, estatura política e personalidade cultural, tornando-se um incomum pedaço urbano do mundo composto de um precioso acervo da arquitetura colonial portuguesa, que lhe valeu o título de Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade. Hoje, São Luís é uma metrópole de 1,2 milhão de habitantes, com muitos problemas, mas avançando na construção de uma feição moderna. Ao mesmo tempo, luta tenazmente para cuidar da sua alma e conservar os traços da sua personalidade nas raízes profundas e firmes da sua feição urbana.

Em setembro de 2020 eram candidatos a prefeito de São Luís o então deputado federal Eduardo Braide (Podemos), o deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos), o deputado estadual Neto Evangelista (DEM), o deputado federal Rubens Júnior (PCdoB), o deputado federal Bira do Pindaré (PSB), o deputado estadual Adriano Sarney (PV), o jornalista Jeisael Marx (Rede), o ex-juiz federal  Carlos Madeira (SD), o deputado estadual Yglésio Moises (PROS), o professor Franklin Douglas (PSOL) e o servidor Hertz Dias (PSTU), que disputavam o privilégio de comandá-la, representam uma novíssima geração, e que, mesmo preparados e bem-intencionados, precisavam ter compreensão consistente do que a urbe ludovicense representa em história, cultura e tradição.

Hoje, a sugestão da leitura está sendo feita diretamente ao agora prefeito Eduardo Braide (PSD), ao deputado federal Duarte Jr. (PSB), ao deputado estadual Wellington do Curso (Novo), ao deputado estadual Yglésio Moises (PRTB), ao ex-vereador Fábio Câmara (PDT), ao professor Franklin Douglas (PSOL), à advogada Flávia Alves (Solidariedade) e ao servidor público Saulo Arcangeli (PSTU). Eles precisam consolidar a consciência de que, sem o centro velho, São Luís perde sua identidade, seus valores, sua personalidade, enfim, sua razão de ser. Cinco documentos guardam informações preciosas, oportunas e definitivas para a formação dessa consciência: “São Luís, Ilha do Maranhão e Alcântara”, “Urbanidade do Sobrado”, “Rua Grande, Um Passeio no Tempo”, “Caminhos de São Luís”, “ São Luís 400 Anos”. É provável que os aspirantes ao Palácio de la Ravardière já tenham mergulhado nessas páginas, ou em parte delas, mas, se não o fizeram, que deem um jeito de ajustar as suas agendas e encontrar tempo para, pelo menos, uma passada d`olhos em cada um deles, com a certeza de que tais leituras os deixarão, pelo menos, bem mais ricos em cultura ludovicense.

“São Luís, Ilha do Maranhão e Alcântara” é um guia bilíngue de arquitetura e paisagem, mesclado com informações históricas preciosas sobre a cidade, editado em 2008 pela Prefeitura de São Luís, no final da gestão Tadeu Palácio, fruto de um acordo com a Agência Espanhola de Cooperação Internacional, por meio da Junta de Andaluzia, com a negociação do Ministério dos Transportes no Governo Lula da Silva. O guia de São Luís foi o quinto de uma seleção internacional que incluiu cidades históricas de importância capital no continente americano: Havana (Cuba) Cidade do Panamá (Panamá), Morelia (México) e Potosi (Bolívia). Trata-se de um documento excepcionalmente rico em informações e imagens, resultado de uma pesquisa ampla e profunda, realizada por especialistas, que mostram a cidade em toda a sua grandeza histórica, arquitetônica e cultural. Entre os muitos dados especiais, os croquis em nanquim dos casarões ilustram páginas excepcionais. Se nada tivesse feito pela memória da cidade, a edição desse guia já colocaria o prefeito Tadeu Palácio num lugar honrado da memória ludovicense.

Urbanidade do Sobrado – Um estudo sobre a Arquitetura do Sobrado de São Luís” é um documento excepcional sobre a feição urbana ludovicense. Para começar, trata-se de uma tese de mestrado do arquiteto Francisco Fuzzetti de Viveiros Filho, ninguém menos do que o genial compositor Chico Maranhão. Com a sensibilidade de poeta que se move pela música, Chico Maranhão conseguiu dar leveza e fluência ao que normalmente seria um texto seco, rigorosamente técnico, destinado a especialistas. Sem fugir às regras do academicismo, Chico Maranhão explora a estrutura física, em suas formas, entranhas e feições, os pilares, os mirantes, os portais, as bandeiras, as grades e a divisão social, econômica e política dos sobrados da São Luís histórica. O livro é fartamente ilustrado com imagens fotográficas e desenhos, formando um precioso conjunto de informações sobre a São Luís antiga. E fecha com um brinde: letras com partituras de dois poemas-odes musicados de Chico Maranhão sobre o tema: a canção “Sobrados e Trapiches”, na qual afirma que o primeiro é de prata (barata) e o segundo pé de ouro (besouro); e “Sobrado”, um samba genial que começa sugerindo ao sobrado vivo caído na rua, carregando a lua como um estivador, e que fez Graça Aranha nas suas entranhas se entristecer, que reaja dando compasso nessa arquitetura e fale com os românticos Odorico Mendes, Celso Magalhães e Sotero dos Reis. Sugestão: ler o livro ouvindo a música superior de Chico Maranhão.

Caminhos de São Luís” é uma obra do pesquisador Carlos de Lima, ludovicense de raiz e apaixonado pela cidade. Com uma linguagem elegante, uma boa dose de bom humor e um viés crítico duro, mas sem qualquer traço de crueldade, ele identifica, revela e traduz avenidas, ruas, becos, praças e prédios ainda de pé, herdados da impagável São Luís de outros tempos. À medida que os vai identificando, resgata a história e explica a origem do nome, mostrando, umas vezes com fina ironia, outras com acidez crítica, as trocas de identidade, feita ao sabor das conveniências políticas. A atual Praça da Misericórdia, por exemplo, já foi rebatizada inúmeras vezes e hoje se chama Praça Conselheiro Silva Maia, sendo que ninguém a reconhece como tal. Uma boa leitura para quem aspira e necessita conhecer as reentrâncias da São Luís tradicional.

Rua Grande – Um Passeio no Tempo”, editado em 1992 pela Prefeitura de São Luís, na primeira gestão do prefeito Jackson Lago (PDT), é um resgate especialíssimo da história da mais importante e tradicional artéria de São Luís. Com genial apresentação do pesquisador Carlos de Lima, que resgata fatos e situações impagáveis da São Luís da primeira metade do século passado, a obra tem por base um bem apurado e fundamentado texto de Paulo Melo Souza sobre a história e a importância do antigo Caminho Grande, que acabou se tornando o principal corredor comercial da Capital. Em formato de álbum, o livro é ricamente ilustrado com fotografias de época, parte delas mostrando fachadas e interiores de antigas residências, e espaços comerciais consagrados, como a Farmácia Garrido, que fez época na cidade e ainda se mantém, e a Mercearia Luzitana, que deu origem à rede se Supermercados Lusitana. Trata-se de um documento da maior importância para o conhecimento do futuro gestor, mesmo que ele receba a cidade com a Rua Grande reformada e perfeitamente situada no século XXI.

A quinta sugestão de leitura aos aspirantes a prefeito é “São Luís 400 Anos”, publicado como encarte do jornal O Estado do Maranhão na edição de 2012. Trata-se do mais completo retrato jornalístico de São Luís publicado até hoje. Produzido inteiramente pela equipe de jornalistas de O Estado, suas 336 páginas reúnem registros da história política, social, econômica, cultural e urbanística da Capital do Maranhão, enriquecidos por um material fotográfico adequado, mostrando a cidade de ontem, de hoje e do futuro. O material ganha força com textos opinativos de escritores, poetas e colaboradores adoradores da cidade, formando uma densa teia de informações, reflexões, preocupações e declarações de amor a ela, como a de José Sarney: “O que posso te dizer nesta data? A reafirmação do meu amor de sempre. Milhões de flores, milênios de beijos e no futuro infinito ser um grão de pó do seu solo numa paixão vulcânica”.

Se já beberam nessas fontes, os jovens candidatos a prefeito de São Luís já conhecem um pouco da alma dessa senhora que já exibe as marcas do tempo, e saberão que ela precisa de cuidados tanto quanto a cidade nova e os bolsões que a rodeiam. Se não beberam, cuidem de arranjar algum tempo para fazê-lo. De preferência ouvindo “Sobrado”, “Sobrados e Trapiches” e “Os telhados de São Luís” de Chico Maranhão, do seu disco integralmente genial “Contradições”.

São Luís, 8 de Setembro de 2020/2024.

Governo presenteia São Luís reabrindo prédio histórico no “coração” da Praia Grande

Carlos Brandão reinaugura o casarão do Canto da Cultura, no coração da Praia Grande

Um dos espaços mais vivos e icônicos do Centro Histórico de São Luís, o Canto da Cultura, ganhou, no final da tarde de quinta-feira (5), força para viver e contar mais quatro séculos de história. E o motivo justifica plenamente a previsão: o majestoso casarão que faz a esquina do encontro das Ruas Portugal e da Estrela, no “coração” da Praia Grande, foi reinaugurado, após receber uma reforma completa. Comandada pelo governador Carlos Brandão (PSB), a reinauguração é parte dos presentes dados a São Luís na programação do seu 412º aniversário. A ação foi realizada dentro do programa Nosso Centro, da Secretaria das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Sedes), hoje comandada pelo jornalista Robson Paz.

Antes de chegar ao Canto da Cultura, o governador Carlos Brandão reinaugurou dois prédios históricos inteiramente reformados. O primeiro foi o casarão de número 418 da Rua de Santaninha, na altura da Praça Deodoro, que agora abrigará as atividades do Solar da Terra, do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), como espaço de comercialização de produtos agroecológicos e artesanais, bem como de oferta de cursos nas áreas sociais. A diretora estadual do MST, Maria Alzerina Montello destacou a importância e agradeceu o apoio do governador Carlos Brandão, considerando oportuna a parceria do setor público com a entidade para a recuperação do patrimônio e para a mobilização social da população.

O outro prédio foi o casarão de número 156 da Rua Henrique Leal, mais conhecida como Rua Direita, no centro da Capital, que também foi completamente revitalizado. Ali funcionará o Projeto Caixa, um ponto de atividades centrado em ações nas áreas de cultura, saúde e educação. O titular da pasta das Cidades e Desenvolvimento Urbano, Robson Paz, ressaltou a importância cultural da ação e o impacto para a economia.

Presente nos três atos, o governador Carlos Brandão reafirmou sua preocupação com a preservação do acervo arquitetônico, mostrando que, ao contrário do que insinuam alguns adversários, o seu Governo está, sim, investindo na preservação da memória urbana de São Luís. Ao mesmo tempo, desmente rumores de que teria “esvaziado” a Secretaria das Cidades, como circulou nas redes sociais semanas atrás, quando houve troca de comando na pasta.

O fato é que, no que diz respeito diretamente à Praia Grande que, vale reafirmar, é o coração do Centro Histórico, a reinauguração de um dos edifícios mais simbólicos do centro nervoso daquela área já representa um presente e tanto para São Luís. Além da pintura externa nova, que oferece um belo visual em meio a um complexo de prédios revestidos de azulejo, casarão, com suas 14 portas e 14 janelas e mais um portão de acesso ao Mercado das Tulhas, vai abrigar uma série de atividades, que vão da venda de souvenires a restaurante, todas alinhadas à natureza cultural e turística da região.

Visivelmente satisfeito com os resultados e exibindo certeza de que está dando o melhor presente à cidade, o governador Carlos Brandão declarou: “Com essas ações fortalecemos as nossas raízes, a nossa cultura, a nossa tradição, resgatando prédios que fazem parte da nossa história. Estou muito feliz pois estamos fazendo as entregas às vésperas do aniversário de São Luís e tudo isso está sendo executado com recursos do programa Nosso Centro, que são recursos próprios do Estado”.

Vale registrar que essa obra de revitalização de prédios importantes do acervo da arquitetura colonial portuguesa se faz nas linhas do programa Nosso Centro, criado em 2019 com o objetivo de tornar o Centro Histórico de São Luís referência em renovação e desenvolvimento sustentável, preservando seu valor histórico e cultural. De lá para cá, mais de duas dezenas de prédios importantes do acervo foram restaurados, sendo atualmente usados como moradia, espaços para atividades comerciais e culturais.

As ações realizadas até agora já representam investimentos de mais de R$ 100 milhões – recursos próprios do Estado -, tendo como resposta três ganhos reais: a preservação do acervo com a restauração dos prédios, o grande número de pessoas beneficiadas direta e indiretamente com a revitalização e a geração de centenas e centenas de empregos. Esses fatores tornam mais especiais os presentes dados a São Luís na véspera do seu aniversário.

PONTO & CONTRAPONTO

Braide e Duarte Jr. fazem campanhas intensas e propositivas

Eduardo Braide e Duarte Jr. ajustam
seus discursos de campanha

Enquanto o prefeito Eduardo Braide (PSD), candidato à reeleição, usa o seu capital administrativo, mostrando e falando sobre obras no horário eleitoral gratuito, principalmente na TV, o deputado federal Duarte Jr. (PSB), o seu adversário de fato, vai ajustando o seu discurso, agora apostando no mote segundo o qual, se eleito for, governará em parceria com o governador Carlos Brandão e com o presidente Lula da Silva (PT).

Eduardo Braide está trabalhando tecnicamente com o conceito pleno de propaganda, ou seja, apresenta as principais obras realizadas no primeiro mandato para justificar o pedido de votos para um segundo mandato. Já mostrou à exaustão as conquistas administrativas, os resultados positivos da gestão das finanças, que lhe garantiram realizar obras como o “Trânsito Livre”, o Hospital da Criança, o Novo Socorrão II, investindo também no sistema de transportes coletivos, e por aí vai. Há dois dias, obteve na Justiça o direito de mostrar como será o novo Mercado Central. A campanha vai de vento em popa, apesar da peça publicitária que tenta colocar a dinheirama do Clio vermelho no seu colo, autorizada pela Justiça.

Duarte Jr. vende com eficiência o seu lastro de reformulador do Procon, órgão que recebeu tímido e transformou no organismo gigantesco que presta bons serviços à coletividade. Ao mesmo tempo, se apresenta como o deputado federal competente, que vem equilibrando com eficiência o parlamentar atuante como legislador e militante político-partidário, como deve ser um congressista, deixando a relação que mantém com o governador Carlos Brandão e com o presidente Lula da Silva, os quais serão seus parceiros efetivos se ele chegar ao Palácio de la Ravardière. O candidato do PSB mostra também a sua juventude e a vontade de chegar ao cargo.

Vale assinalar que tem sido altamente positivo o embate dos candidatos que polarizam a corrida pela Prefeitura de São Luís.

Júlio Matos mantém firme a posição de favorito em São José de Ribamar

Júlio Matos lidera com 30 pontos
à frente de Dudu Diniz

O prefeito Júlio Matos (Podemos) se mantém firme na liderança da corrida para a Prefeitura de São José de Ribamar, o quinto maior e mais importante município do Maranhão. Nova pesquisa do instituto Prever, contratada perla TV Difusora, mostra o prefeito à frente dos seus adversários com 50,3% das intenções de voto, nada menos que 30 pontos percentuais à frente do seu principal adversário, o vereador Dudu Diniz (PSB), que tem 19,5%. Na sequência aparecem Guilherme Mulato (Novo) com 10,5%, Roberto Câmara 1,7% e Magão (PSOL) com 0,8%. Cerca de 10,6% dos eleitores disseram não saber ou não responderam, enquanto votos brancos e nulos somaram 7%.

O levantamento do Prever confirma uma tendência desenhada desde as primeiras pesquisas. E no caso de São José de Ribamar, o prefeito Júlio Matos faz uma trajetória inversa, isso porque, em vez de perder votos durante a campanha, quando acontecem os ajustes naturais, principalmente com a manifestação dos eleitores indecisos, ele só cresce na preferência, não havendo uma só pesquisas em que ele tenha aparecido com tendência de queda.

E um dado reforça o favoritismo do prefeito de São José de Ribamar: 66% dos entrevistados disseram acreditar que ele será reeleito.

Em Tempo: A pesquisa do instituto Prever ouviu 600 eleitores, tem margem de erro de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos, nível de confiança de 95% e foi registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-01183-2024.

São Luís, 07 de Setembro de 2024.

Lula entra de cabeça na campanha e confronta até aliados

Lula da Silva entra forte nas campanha de
Duarte Jr., Marco Aurélio e Dinair Veloso

O presidente Lula da Silva decidiu entrar de cabeça como cabo eleitoral de candidatos petistas e/ou aliados na guerra por comandos municipais. Ele segue uma orientação do PT de apostar fichas em cidades com mais de 100 mil habitantes. No Maranhão, até o momento o presidente da República gravou peças pedindo votos para o deputado federal Duarte Jr., candidato do PSB à Prefeitura de São Luís, que tem o PT como aliado de proa; para o ex-deputado Marco Aurélio (PCdoB), que tenta chegar à Prefeitura de Imperatriz, e para a prefeita de Timon, Dinair Veloso (PDT), que busca a reeleição. Nas peças de campanha favoráveis a esses candidatos, o presidente da República se joga por inteiro na caça ao voto, demonstrando que está, de fato, empenhado no esforço para tornar viável a estratégia petista, que visa dois objetivos: levar petistas e/ou aliados ao comando do maior número possível de prefeituras, e, ao mesmo tempo, conter a o projeto da direita – PL e Cia. – de sair das urnas no controle de pelo pelos 900 municípios.

Trata-se de uma estratégia arrojada, que tem vantagens indiscutíveis, quando o apoio se dá a candidatos que enfrentam adversários da direita, por exemplo. Porém, como tudo em política, principalmente no jogo eleitoral, guarda também margens alentadas de riscos, sendo o principal deles a possibilidade de contrariar frontalmente aliados.

No primeiro caso, a estratégia do PT parece lógica e eficiente em São Luís, onde o partido apoia o deputado federal Duarte Jr., candidato do PSB, seu aliado preferencial, contra o prefeito Eduardo Braide (PSD), um candidato de uma ala mais avançada e mais amena da direita, que foge do bolsonarismo e não mantém qualquer relação com o PT nem com legendas de esquerda. Nas peças que o presidente gravou apoiando Duarte Jr., ele destaca qualidades políticas do parlamentar e agradece enfaticamente o apoio que dele recebe no Congresso Nacional, e deixa no ar o recado segundo o qual se Duarte Jr. for eleito, terá o apoio do Governo Federal. Ao mesmo tempo, num viés também estratégico, o presidente Lula da Silva evita qualquer ataque ao prefeito Eduardo Braide. O apoio de Lula da Silva a Duarte Jr. atinge os candidatos Wellington do Curso (Novo), que representa direita dura, ultraliberal, e Yglésio Moises (PRTB), que levanta a bandeira do bolsonarismo radical. Ao mesmo tempo, não incomoda os candidatos da esquerda radical, Franklin Douglas (PSOL) e Saulo Arcangeli (PSTU).

A participação direta do presidente Lula da Silva na disputa em Imperatriz reúne ingredientes políticos favoráveis, e outros nem tanto. Não há dúvida de que no cenário da metrópole tocantina o seu candidato natural seja o ex-deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB/PT/PV), que tem como vice a conhecida militante Vânia do PT. Só que ele está em quinto lugar, segundo pesquisas mais recentes, enquanto o deputado estadual Rildo Amaral (PP), que tem como padrinho o ministro do Esporte, André Fufuca, chefe do partido no Maranhão, está disputando a liderança com o deputado federal Josivaldo JP (PSD), de direita. Para brigar pela liderança, Marco Aurélio terá de tirar do caminho dois braços fortes da direita, a bolsonarista Mariana Carvalho (Republicanos) e o publicitário Nilson Takashi, candidato do Novo. Se o apoio ostensivo do presidente Lula da Silva catapultar Marco Aurélio para a liderança, isso será considerado uma façanha numa cidade com forte viés bolsonarista. E nesse caso, como fica o ministro do Esporte o seu candidato?

O caso de Timon guarda semelhança com o de Imperatriz. Ali, o PT decidiu apoiar a candidatura da prefeita Dinair Veloso (PDT) à reeleição. Só que o candidato adversário é ninguém menos que o deputado Rafael (PSB), apoiado diretamente pelo governador Carlos Brandão, que comanda a legendas socialista no estado. O ingrediente a mais desse jogo é que a prefeita é apoiada pelo senador Weverton Rocha, chefe do PDT no Maranhão e adversário assumido do governador Carlos Brandão, o que torna a equação timonense bem mais complexa. Como ficará a relação do deputado Rafael, lulista fervoroso, se o apoio do presidente Lula da Silva lhe inviabilizar o projeto de se tornar prefeito de Timon?

São situações que só a política pode comportar, mas que colocam em jogo a força do PT e o prestígio do presidente da República.

PONTO & CONTRAPONTO

Dois deputados maranhenses querem o impeachment de Alexandre de Moraes

Aluísio Mendes e Allan Garcês: pelo
impeachment de Alexandre de Moraes

Dois dos 18 atuais membros da bancada maranhense na Câmara Federal estão entre os 147 parlamentares de direita que assinaram a ação que propõe o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. São eles Allan Garcês (PP) e Aluísio Mendes (Republicanos). A atitude dos dois congressistas não surpreende. Eles são radicais de direita e militam no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o principal incentivador do movimento contra não só o ministro, mas contra o Supremo como um todo.

O médico Allan Garcês é suplente de deputado federal e está no exercício do mandato na vaga aberta com a licença do deputado André Fufuca (PP) para assumir o Ministério do Esporte. Em 2014, 2018 e 2022, Allan Garcês teve na linha de frente da campanha de Jair Bolsonaro no Maranhão, atacando fortemente Flávio Dino, Lula da Silva e seus aliados no Maranhão. Com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, ele montou barraca em Brasília, onde tentou conseguir um cargo federal de prestígio na área de saúde. Mas, não se sabe o motivo, foi sistematicamente preterido, e voltou para o Maranhão de mãos abanando. Voltou a Brasília como deputado federal temporário. Nos seus discursos, sempre brada contra as instituições democráticas, com foco preferencial no Poder Judiciário.

O deputado federal Aluísio Mendes não foge a essa regra. Entrou na vida pública com o agente da Polícia Federal, foi ajudante-de-ordem do ex-presidente José Sarney e se revelou competente na área de segurança pública nos últimos governos de Roseana Sarney (MDB), quando assumiu a Secretaria de Segurança e implantou unidades especiais da PM, como o GTA, entre outros. Surpreendendo a muitos, elegeu-se deputado federal em 2014, pelo PRTB, mantendo posição neutra até o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O seu viés de direita radical se revelou por inteiro com a eleição do presidente Jair Bolsonaro, do qual se tornou apoiador incondicional, fazendo parte do grupo de deputados policiais ligados ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL), que, como ele, também é agente da PF. Um sarneysista roxo lamentou a posição de Aluísio Mendes dizendo que “ele esqueceu tudo o que aprendeu com o Zé Sarney”.

O deputado Aluísio Mendes preside o Republicanos no Maranhão.

O documento será apresentado nas manifestações da direita no dia 7 de Setembro.

Buzar lança hoje “Roda Viva: 1972”

Benedito Buzar: pesquisa histórica e
jornalismo bem casados

O historiador e jornalista Benedito Buzar lança hoje, às 19h, na Academia Maranhense de Letras, da qual é membro destacado, o seu mais novo livro: “Roda Viva: 1972”. Trata-se do resgate da coluna que iniciou em 1968 no Jornal do Dia e manteve até 1972 no jornal O Estado do Maranhão, portanto um registro importante e necessário daquele momento.

Benedito Buzar sempre conseguiu mesclar com perfeição a pesquisa histórica com a investigação jornalísticas, o que tem resultado em obras fundamentais, com o “A Greve de 51”, um dos mais ricos e intensos momentos políticos do Maranhão, e “ O Vitorinismo”, no qual ele remonta a instalação e os desdobramentos do poder avassalador do caudilho paraibano que se tornou, por três décadas, o “senhor absoluto” da política maranhense.

O viés jornalístico na pesquisa de Benedito Buzar se mostra inteiro e pleno, à medida que ele reconstrói a realidade com base nos fatos, na história registrada nos jornais e nas conversas com remanescentes dos tempos investigados. Em “Roda Viva”, mais do que o jornalista e o historiador, ele se faz presente no epicentro dos fatos que narra. E com um dado importante: em 1972 começava o período Médici, o mais brutal da ditadura militar, que, vale lembrar, tirou-lhe o mandato de deputado estadual anos antes.

Uma obra de Benedito Buzar com o título “Roda Viva: 1972” tem tudo para ser leitura obrigatória. Vale conferir.

São Luís, 05 de Setembro de 2024.

Prefeitos de cinco grandes municípios enfrentam situações políticas e eleitorais complicadas

Amilcar Rocha “desistiu da candidatura), Assis Ramos (isolado),
Zé Francisco (situação complicada) e Fábio Gentil
e Éric Silva (candidatos ameaçados)

A evolução da campanha eleitoral está mostrando que prefeitos de cinco dos maiores e mais importantes municípios maranhenses encontram-se em situações complicadas, dois como candidatos à reeleição e três já reeleitos e em fim de mandato, tentando se garantir no poder por meio de dos eventuais sucessores que apadrinham. Ontem, por exemplo, bombardeado por uma rejeição muito elevada e sem qualquer chance de reeleição, o prefeito de Barreirinhas, Amílcar Rocha (PCdoB), tomou a decisão drástica, mas sensata, de sair do páreo para apoiar o ex-prefeito Léo Costa (Podemos) na disputa com o líder, segundo as pesquisas, Vinícius Valer (MDB). São situações diferentes, mas que estão colocando os prefeitos contra a parede.

Em Imperatriz, o prefeito reeleito Assis Ramos (União Brasil) se prepara para entregar o bastão na mais surpreendente solidão política. Desgastado por uma gestão duramente criticada, principalmente a do segundo mandato, o prefeito Assis Ramos não teve autoridade política para lançar um candidato à sua sucessão, isso exatamente por saber que o seu afilhado seria triturado nas urnas. A situação está lhe impondo um duro isolamento, que o permite apenas assistir ao desenrolar da campanha. Nenhum candidato quer apostar no seu apoio, que certamente prejudicará, em vez de ajudar.

O prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), encontra-se na incômoda posição de ter o seu candidato, o sobrinho Gentil Neto (PSB), que já foi mostrado como líder, segundo algumas pesquisas, e estaria agora atrás do seu adversário, o suplente de deputado federal Paulo Marinho Jr. (PL), que estaria agora no comando do processo na Princesa do Sertão. O prefeito se encontra numa situação desconfortável, à medida que depara com uma situação impensável até semanas atrás, quando seu candidato teria estacionado e começado a perder força, enquanto o principal adversário estaria ganhando musculatura eleitoral, tornando imprevisível o desfecho da disputa pela sua sucessão.

Em Codó, o prefeito Zé Francisco (PSDB), que busca a reeleição e já liderou a corrida, encara agora o risco de ser derrotado nas urnas, uma vez que o seu principal adversário, o empresário Chiquinho da FC, recém convertido ao petismo – movimento que causou perplexidade em muitos, dado a sua origem direitista – está virando o jogo. A situação se agravou ainda mais com a entrada no páreo do ex-prefeito e seu aliado Biné Figueiredo (União Brasil), que tenta fazer o papel de “azarão”. A expectativa é a de que Bine Figueiredo, que já foi seu aliado de proa de Zé Francisco, desista para apoia-lo, somando forças para enfrentar o neopetista Chiquinho da FC.

Em Balsas, o prefeito Eric Silva (PDT), um dois mais bem avaliados do Maranhão, encerra seu segundo mandato numa posição nada confortável. É que o candidato por ele apoiado, Celso Henrique (PP), seu vice-prefeito até abril, começou liderando as pesquisas de intenção de voto, mas viu o seu concorrente, o suplente de deputado estadual Alan da Marissol (PRD), se aproximar e agora os dois estariam numericamente empatados, dizem que com uma pequena vantagem para o candidato do PRD. Ou seja, o prefeito se mantém com prestígio elevado na população, mas está com dificuldade de emplacar o seu sucessor.

A situação mais dramática é mesmo a do prefeito de Barreirinhas Amilcar Rocha. Integrante dos quadros do PCdoB, o prefeito do “Portal dos Lençóis” vislumbrou obter a reeleição, mas a sua gestão é tão criticada e ineficiente, que o seu projeto de poder está sendo atropelado pelo jovem engenheiro Vinícius Vale (MDB), e pelo ex-prefeito Léo Costa (Podemos), primeiro e segundo colocado nas pesquisas. Diante da impossibilidade de vitória nas urnas, o prefeito Amilcar Rocha anunciou ontem que desistiu de tentar a reeleição. Ele deverá buscar sua tábua de salvação numa aliança com Léo Costa, mas observadores da cena política barreirinhense avaliam que essa decisão foi tomada muito tarde, porque seria muito difícil conter a onda que embala a candidatura de Vinícius Vale.

À exceção do prefeito de Barreirinhas, Almicar Rocha, que já tomou rumo renunciando à candidatura por não ter nenhuma chance de reeleição, todos os outros casos representam o retrato do momento, que pode ser mudado nos próximos trinta dias.

PONTO & CONTRAPONTO

Candidatos a prefeito da Capital tentam dinamizar suas campanhas na TV

Eduardo Braide e Duarte Jr. ajustam
suas campanhas na TV

O prefeito Eduardo Braide (PSD) e o deputado federal Duarte Jr. (PSB), que polarizam a corrida à Prefeitura de São Luís, intensificaram ontem duas campanhas no rádio e na TV.

O prefeito optou por continuar mostrando os resultados da sua gestão, como o Hospital da Criança, as obras do novo Socorrão II em andamento, creches de tempo integral e o arrojado programa de asfaltamento de ruas em todas as regiões da cidade, por exemplo. Destacou outros itens da sua administração, como o equilíbrio das contas dos municípios, e o fato de que as realizações foram todas feitas com recursos próprios do município, “sem fazer nenhum empréstimo”.

Já o opositor Duarte Jr. reduziu a exposição familiar e intensificou a mostra da sua trajetória como administrador e como político. Como administrador, mostra a evolução do Procon desde que assumiu o seu comando, um processo de expansão que levou os seus serviços para todo o Maranhão. Já o Duarte Jr. político está sendo mostrado como um congressista arrojado, atuando em várias frentes, a começar pela defesa dos projetos do presidente Lula da Silva (PT), de quem vem recebendo ostensivas manifestações de apoio.

Os demais – Fábio Câmara (PDT), Franklin Douglas (PSOL) e Flávia Aves (Solidariedade) – com direito a propaganda no Rádio e na TV, ainda não disseram com clareza a que vieram.

Maranhão continua se destacando como polo de geração de empregos

Carlos Brandão tem gestão em alta
na geração de emprego

O governador Carlos Brandão (PSB) continua contabilizando bons resultados do seu Governo no campo da geração de emprego e renda. Repetiu em julho resultados positivos registrados em todo o primeiro semestre. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), naquele mês, o saldo positivo foi formado pela geração de nada menos que 2.573 empregos diretos – parte deles em obras governamentais – nas diversas regiões do estado, a começar por São Luís.

O levantamento mostra que todos as atividades do campo econômico abriram novas vagas de trabalho, destacando-se a construção civil (857), seguida de perto pela indústria (711), comércio (540), serviços (432) e o setor agropecuário abriu (33) vagas de trabalho.

Com uma economia em processo de fortalecimento em diversos campos, São Luís aparece como maior nicho de geração de emprego, com 802 vagas abertas em julho. E obedecendo a lógica, o segundo lugar ficou com Imperatriz, a segunda maior e mais ativa cidade maranhense, com a abertura de 208 novos postos de trabalho.

Os dados de julho confirmam o Maranhão como um dos mais importantes polos de geração de empregos do Nordeste e, numa escala proporcional maior, de todo o País.

São Luís, 04 de Setembro de 2024.

Estratégia põe PT em rota de confronto com aliados em diversos municípios

Lula da Silva declara apoio a Dinair Veloso em Timon

A entrada ostensiva do presidente Lula da Silva (PT) na corrida eleitoral em Timon, ocupando espaço no horário eleitoral gratuito na TV pedindo votos para a prefeita Dinair Veloso (PDT), candidata à reeleição, pode ter mudado radicalmente a correlação de forças no terceiro maior município do Maranhão. Ali, a prefeita enfrenta a candidatura do deputado Rafael (PSB), apoiado pelo governador Carlos Brandão, o que coloca dois aliados em posição de confronto, e no meio dos dois entrou o candidato Henrique Jr. (PL), apoiado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho. Houve apelos para o presidente não entrar na briga timonense, mas ele preferiu seguir a estratégia do PT de tomar partido em municípios com mais de 100 mil habitantes, como é o caso de Imperatriz, onde Lula da Silva está posicionado com o ex-deputado Marco Aurélio (PCdoB).

O caso de Timon é emblemático, porque envolvem confronto muito mais amplo. Ali estão medindo forças o Grupo Leitoa, que perdeu o controle do PSB e migrou para o PDT, e uma dissidência, liderada pelo deputado Rafael (ex-Leitoa), que que foi do PDT e migrou para o PSB e tem como candidata à vice a ex-prefeita e ex-deputada Socorro Waquim (MDB). Nessa briga, a prefeita Dinair Veloso é apoiada pelo senador Weverton Rocha, chefe maior do PDT no estado e muito próximo da cúpula nacional do PT. Em resumo, com o se trata de um caso diferenciado, a corrida sucessória em Timon se transformou num confronto direto do PT, que apoia a prefeita, contra o PSB, que está fechado com o deputado Rafael. Numa visão mais abrangente, estão lados diferentes o vice-governador Felipe Camarão (PT) e o governador Carlos Brandão (PSB).

E o que é mais curioso: se a prefeita for reeleita, o principal beneficiado será o senador Weverton Rocha, que tem Timon como um pilar importante no seu projeto de renovação do mandato em 2026. Ao mesmo tempo, se o deputado Rafael for eleito, o grupo ligado ao governador Carlos Brandão sairá fortalecido. Até aqui, as informações sobre a quantas vai a disputa em Timon estão confusas, com pesquisas dando vantagem para o socialista Rafael e outras apontando a pedetista Dinair Veloso. Em todas elas, Henrique Jr. aparece com potencial de crescimento, o que embola mais ainda o cenário político timonense.

Na estratégia de seguir a orientação da cúpula nacional do partido de se posicionar em municípios, com mais de 100 mil habitantes, o PT está posicionado em vários grandes municípios maranhenses. Em São Luís, sua posição é de apoio total e irrestrito à candidatura do deputado federal Duarte Jr. (PSB), que já está usando imagens e declarações do presidente Lula da Silva a seu respeito. Em Imperatriz, a escolha de Marco Aurélio está no fato de que ele tem como vice Vânia do PT, um dos mais importantes quadros do partido no estado. Em Paço do Lumiar, o entusiasmo do PT em relação à candidatura do advogado Fred Campos (PSB) diminuiu depois da devastadora Operação 18 Minutos. Em Caxias, o PT o candidato Gentil Neto (PSB).

O caso mais curioso e emblemático desse cenário de diferenças entre aliados é Codó. Ali, para enfrentar o prefeito Zé Francisco (PSDB), candidato à reeleição, o PT tomou uma decisão dramática: aceitou a filiação do empresário Chiquinho da FC, que de petista nada tem. Em seus discursos ainda na pré-campanha, ele disse e repetiu que não é petista e que só entrou no partido para, se eleito for ter acesso ao presidente Lula da Silva e ao Governo Federal.

Não há dúvida de que a estratégia do PT para aumentar o seu poder no âmbito municipal é inteligente e ousada. Mas está claro também que em muitos casos ela está causando estragos na relação do partido com seus principais aliados, como é o caso do PSB no Maranhão.     

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão desmonta discurso de Othelino sobre restaurante popular

Carlos Brandão com a equipe do Restaurante Popular de Santa Helena

O Maranhão já conta com 176 unidades na sua Rede de Restaurantes Populares. O mais recente foi inaugurado na semana passada em Santa Helena, que entrou na estatística do programa como o 159º município a contar com o benefício, integrado o que é proporcionalmente a maior rede de segurança alimentar direta da América Latina. Com a chagada àquele município da Baixada Ocidental, o Governo do Estado já implantou a rede a 81% dos 217 municípios maranhenses, tendo contribuição decisiva para retirar 1 milhão de pessoas na linha de pobreza.

Esses restaurantes servem café da manhã, almoço e jantar, de segunda-feira a sábado. As refeições nutricionalmente balanceadas são comercializadas a preços simbólicos, sendo o café da manhã a R$ 0,50 e o almoço e o jantar a R$ 1,00 cada.

Os números informam que o governador Carlos Brandão recebeu do governador Flávio Dino a rede com 100 unidades espalhadas nas mais diversas regiões do estado. Em 28 meses de Governo, incluindo os oito do primeiro mandato, Carlos Brandão implantou nada menos que 76 unidades, incluindo o programa de Cozinhas Comunitárias.

Na inauguração da unidade de Santa Helena, o governador Carlos Brandão foi taxativo:  “Vamos levar o programa de Restaurantes Populares para todos municípios!”

No seu projeto oposicionista, o deputado Othelino Neto (Solidariedade) afirmou que o governador Carlos Brandão “vem destruindo” o legado deixado por seu antecessor, incluindo a Rede de Restaurantes Populares no rol da destruição. Os números mostram exatamente o contrário, o que deve levar o parlamentar oposicionista a, pelo menos, fazer uma correção na sua fala.

O vice vai mandar?

Fábio Câmara e o vice Marco Aurélio

A propaganda no rádio e na TV sobre a corrida sucessória em São Luís chamou a atenção para a campanha do candidato Fábio Câmara (PDT). Ele aparece contrito ao lado do seu vice, missionário Marco Aurélio (PDT). De olhos fechado, o candidato pedetista faz um agradecimento, e disparou:

– Ao lado dele… São Luís tem jeito sim!

Nem ele nem seu marqueteiro se deram conta de que o candidato a prefeito se colocou em segundo plano, passando a impressão de que o vice evangélico vai dar as cartas numa eventual administração.

São Luís, 03 de Setembro de 2024.