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Bolsonaro tenta atingir Josimar de Maranhãozinho e acaba ofendendo o Maranhão

Jair Bolsonaro ataca Josimar de Maranhãozinho
e acaba ofendendo o Maranhão

Um “diálogo” à distância entre o atual presidente do PL, Waldemar Costa Neto, e o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, foi revelador de como a extrema-direita vê estados como o Maranhão, que não se submetem ao controle do bolsonarismo. O motivo da “diferença” que separa os dois em relação ao Maranhão é ninguém menos que o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que comanda o PL no estado, é de direita, mas não reza na cartilha partidária do bolsonarismo. Por isso, Jair Bolsonaro vem há tempos implicando com o comando do PL no Maranhão, externando sua vontade de expulsar Josimar de Maranhãozinho e seu grupo e entregar o partido a seguidores juramentados, devidamente enquadrados, que não discutam suas ordens. Waldemar Costa Neto tem resistido à investida de Jair Bolsonaro contra o comando do PL no Maranhão, deixando o ex-presidente inconformado.

Numa entrevista a O Globo, nesta semana, Waldemar da Costa foi perguntado sobre a insistência de Jair Bolsonaro de tomar o comando do PL do Maranhão e entrega-lo a bolsonaristas. Waldemar Costa Neto respondeu: “E vai encontrar bolsonarista onde no Maranhão?” Ao tomar conhecimento da resposta de Waldemar Costa Neto a O Globo, Jair Bolsonaro reagiu: “Ah, não tem bolsonarista lá. Quer dizer que não tem pessoas honestas no Maranhão?” O bateu-levou entre o presidente do PL e o líder supremo da legenda é revelador de uma série de aspectos que envolvem o PL no Maranhão, a situação do bolsonarismo no estado e até o clima de crise que vem atingindo o partido no âmbito nacional.

No caso do Maranhão Jair Bolsonaro não tolera o fato de Josimar de Maranhãozinho ter a força que tem sem se submeter ao seu tacão. O chefe do PL no estado faz uma política independente, sem badalar o bolsonarismo, mas também sem ataca-lo. Os 41 prefeitos e dezenas de vereadores que o PL maranhense elegeu seguem a linha de ação de Josimar de Maranhãozinho, sem dar a menor bola para o radicalismo bolsonarista. Esse modus operandi o parlamentar trouxe do antigo PR, que comandou no estado, e depois no PL, onde é raiz, tendo chegado muito antes de Jair Bolsonaro e sua turma.

Com todas as controvérsias que envolvem a sua ação política – denúncias de corrupção, por exemplo -, Josimar de Maranhãozinho tem se mostrado um político pragmático, que na luta pela sobrevivência não vacila em fazer alianças com partidos de centro e de esquerda, como fez com o Governo Flávio Dino, que comandava o PCdoB. A aliança funcionou e nem os líderes de esquerda migraram para a direita nem Josimar de Maranhãozinho e seus liderados se converteram aos credos da esquerda. Dono de um faro político muito apurado, Josimar de Maranhãozinho há muito entendeu que se trocar o seu discurso pelo do bolsonarismo, dificilmente teria a liderança que tem hoje no estado.

O mais grave é que, sem argumentos para convencer o chefe do PL maranhense a abraçar o bolsonarismo, Jair Bolsonaro parte para o ataque verbal, no qual comete um inacreditável misto de vileza e estupidez ao sugerir, por meio de uma indagação agressiva, que por não serem bolsonaristas, os maranhenses não são honestos. Tem tudo a ver com a piada de mau gosto que fez insinuando o “temor” de que se ingerisse Cola Jesus, por ser cor de rosa, poderia se tornar gay. Uma piada sem graça, preconceituosa, mas que levou os bolsonaristas ao seu redor a chorar de tanto rir.

O ex-presidente Jair Bolsonaro alimenta uma relação torta com o Maranhão porque não engole as impiedosas surras que levou nas urnas nas quatro vezes em que foi votado no estado – duas na disputa como Fernando Hadade (PT), em 2018, e duas com o hoje presidente Lula da Silva (PT), em 2022. Ele acredita na quimera segundo a qual tomando o PL de Josimar de Maranhãozinho e entregando-o para seguidores seus vai conseguir mudar esse cenário. Está redondamente enganado, porque os prefeitos eleitos pelo PL ou com o apoio do PL no Maranhão seguem Josimar de Maranhãozinho. E não pé com discurso agressivo e ofensa a um povo que ele vai submeter o chefe do partido no estado ao seu tacão.

PONTO & CONTRAPONTO

Notícia falsa disse que Brandão ofereceu vaga de deputado federal a Camarão

Felipe Camarão e Carlos Brandão: relação
normal, mas ainda sem definição para 2026

O mundo político foi sacudido ontem pela informação falsa segundo a qual o governador Carlos Brandão (PSB) e o vice-governador Felipe Camarão (PT) teriam tido uma conversa em que o titular teria proposto ao vice que abra mão de assumir o Governo e disputar a reeleição para ser candidato a deputado federal.

Não se sabe de onde o foguete falso saiu, mas o fato é que correu na blogosfera como fogo num rastilho de pólvora, levando comentaristas respeitados a mergulharem em teorias e equações as mais diversas para tentar dar sentido a uma conversa que, soube-se mais tarde pelo próprio vice-governador, simplesmente não aconteceu.

Qualquer observador mais atento sabe que esse não é o momento de se definir montagens para uma eleição decisiva agendada para daqui a dois anos. E depois, o governador Carlos Brandão, político tarimbado, tem sido extremamente cuidadoso em relação à questão sucessória, tendo por enquanto uma resposta padrão para quem lhe pergunta sobre o seu futuro político: “Vamos aguardar os acontecimentos”.

O vice-governador Felipe Camarão, por sua vez, tem procedido basicamente da mesma maneira, jogando para a frente todas as respostas que lhe pedem sobre o seu papel na grande equação política a ser montada para 2026. O que há de concreto é que Felipe Camarão seguirá a orientação do seu partido, que lhe será dada no momento adequado.

Então, não faz nenhum sentido supor que agora, outubro de 2026, dias após anunciado o resultado das eleições municipais, o governador Carlos Brandão tenha decidido que o seu vice vá para a Câmara Federal.

Ana do Gás assume a 4ª vice-presidência da Assembleia Legislativa

Observada pela colega Daniella Gidão, Ana do Gás
ao receber a confirmação da eleição para a
4ª vice-presidência da Assembleia Legislativa

A deputada Ana do Gás (PCdoB) foi eleita ontem 4ª vice-presidente da Assembleia Legislativa. Ela assumiu o cargo no lugar da deputada Andreia Rezende (PSB), que foi eleita 1ª vice-presidente da Casa, ocupando vaga abertas com a renúncia do deputado Rodrigo Lago (PCdoB). O seu mandato vai até fevereiro.

No terceiro mandado estadual, Ana do Gás entra na mesa Diretora do Poder Legislativo por conta do seu partido. O PCdoB tinha a 1ª vice-presidência, mas como o titular Rodrigo Lago renunciou, para se dedicar à advocacia no período eleitoral. O PCdoB tentou emplacar o deputado Júlio Mesquita para a 1ª vice-presidência, mas o PSB reivindicou a vaga, indicando a deputada Andreia Rezende, que renunciou à 4ª vice-presidência e foi eleita para a 1ª. Por acordo de lideranças, a 4ª foi dada ao PCdoB, que indicou a deputada Ana do Gás.

A nova 4ª vice-presidente da Assembleia Legislativa chegou ao cargo após concorrer, sem sucesso, à Prefeitura de Santo Antônio dos Lopes, sua base eleitoral. Na sua fala ao assumir, Ana do Gás declarou: “Esse é mais um momento em que esta Casa faz história, depois de eleger a primeira mulher presidente em quase 200 anos de história, e seguir fortalecendo a participação de mais mulheres nos espaços de poder. Esse é um avanço muito importante e significativo”.

Em Tempo: com a ascensão da deputada Ana do Gás à 4ª vice-presidência, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa passa a contar com quatro mulheres, pois além dela fazem parte as deputadas Iracema Vale (PSB) na presidência, Andreia Rezende (PSB) na 1ª vice e Fabiana Vilar (PL) na 3ª vice-presidência.

São Luís, 17 de Outubro de 2024.

Reeleito, Paulo Victor garante novo mandato presidencial e deve manter a Câmara no epicentro da política

Paulo Victor: reeleição e novo mandato presidencial

Se não houver algum imprevisto grave, o atual presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSB), iniciará em fevereiro do ano que vem dois novos mandatos, o de vereador puro e simples e o de presidente do parlamento ludovicense. Ele se reelegeu edil com quase dez mil votos, liderando a chapa do seu partido e se credenciando para pleitear a presidência da instituição legislativa municipal para o primeiro biênio do novo mandato. Conhecido por sua habilidade e ousadia como articulador, o vereador Paulo Victor já conseguiu declaração de apoio de vereadores reeleitos – como o líder do Governo municipal, Daniel Oliveira (PSD), o mais fiel aliado do prefeito Eduardo Braide (PSD) – e dos novos – como André Campos (PP), que segue a orientação política do deputado e prefeito eleito de Bacabal, Roberto Costa (PMDB). Nas contas informais, Paulo Victor já tem o aval de mais de duas dezenas dos 31 vereadores, levando alguns observadores e políticos à previsão de que ele pode repetir o feito de 2021, quando surpreendeu meio mundo, saiu candidato único e foi eleito presidente por aclamação.

Ao longo do atual mandato da vereança de São Luís, o vereador Paulo Victor se revelou e se consolidou como um político “fora da curva”. Não exatamente um outsider isolado e pretencioso, mas um nome que conseguiu trabalhar em grupo e construiu, em velocidade meteórica, uma identidade política forte, com alguns traços polêmicos, mas balizados numa autenticidade pouco vista, especialmente no meio político. O articulador eficiente se mostrou também o político movido por um misto de coragem e ousadia, como revelou quando decidiu partir para o ataque duro e implacável ao prefeito Eduardo Braide, contra quem fez acusações graves, insuflou a instalação de uma CPI e o rotulou com adjetivos duros. Em seguida amenizou a pancadaria verbal, mas não retirou o que dissera.

Avaliadas todas as suas atitudes como agente partidário e como presidente do parlamento municipal, a grande conclusão é a seguinte: o vereador-presidente Paulo Victor tirou a Câmara Municipal de São Luís de uma situação de quase letargia, burocratizada, e a colocou no epicentro da vida municipal, tornando-a uma Casa política como não acontecia havia muito tempo. Ao mesmo tempo, num movimento para muitos inacreditável, surpreendeu o mundo político ao se licenciar da presidência da Câmara Municipal e do mandato para ser secretário estadual de Cultura. Retornou quase um ano depois, retomando suas funções com o mesmo vigor de antes, como se nada tivesse acontecido.

E foi nessa batida que se lançou pré-candidato à Prefeitura de São Luís, declarando uma guerra sem trégua ao prefeito Eduardo Braide, contra quem sustentou um tiroteio pesado, tanto no plano institucional, quanto na seara política propriamente dita. O prefeito, com habilidade e senso prático, resistiu. Como pré-candidato a prefeito, Paulo Victor aumentou o tom de voz e a ação oposicionista. A pré-candidatura durou pouco, mas foi suficiente para agitar o cenário político pré-eleitoral e manter o parlamento da Capital em clima de efervescência. E nesse ambiente surgiu uma CPI inicialmente barulhenta, que deu em nada.

O fato é que ao longo de três anos – lembrando que ele passou quase um ano como secretário estadual de Cultura -, a Câmara Municipal de São Luís teve uma atuação bem mais intensa, até pela revelação bombástica, feita por ele próprio que fora vítima de chantagem por parte de um promotor de Justiça, que acabou afastado pelo CNMP, e também pelo inusitado processo que levou o vereador Domingos Paz à cassação por abuso sexual. Jogando aberto e assumindo seus atos e decisões. Em alguns momentos, observadores avaliaram que sua carreira corria perigo, mas nada deteve sua caminhada.

Agora, reeleito com votação robusta e já com base montada para um terceiro mandato presidencial, o vereador Paulo Victor anuncia que sua relação com o prefeito Eduardo Braide está “pacificada”, tanto que até vereadores eleitos pelo partido do prefeito lhe declararam apoio. Mas a política é dinâmica, e com a participação do presidente da Câmara Municipal de São Luís costuma ser intensa.

PONTO & CONTRAPONTO

Experiente no jogo político, Ferdinando Coutinho continua dando as cartas em Matões

Ferdinando Coutinho venceu mais uma contra
Rubens Pereira: assim é melhor conversar

O prefeito Ferdinando Coutinho (UB) foi o grande vitorioso da eleição em Matões, enquanto o desfecho não foi nada favorável ao deputado federal Rubens Jr. (PT) e ao pai dele, Rubens Pereira, o Rubão, que têm o município como base principal.

Ferdinando Coutinho, com o apoio da deputada Claudia Coutinho (PDT), sua mulher, lançou Nonatinho (União Brasil) contra Gabriel Tenório (PT), apoiado pelos Pereira e a quem derrotara em 2020. O resultado foi devastador para Rubens Jr. e Rubens Pereira: Candidato de Ferdinando Coutinho, Nonatinho teve 54% dos votos válidos, enquanto Gabriel Tenório, apoiado pelos Pereira, obteve apenas 45%.

O desfecho da corrida eleitoral em Matões tem uma explicação: o prefeito Ferdinando Coutinho sabe mexer com as pedras, enxerga as manhas do eleitorado e, mais do que isso, conhece os pontos fracos do adversário do seu candidato. Não deu outra.

A Coluna já fez esse registro, mas vale repeti-lo: Ferdinando Coutinho é um político forjado nas lutas de Matões, de Caxias e da região. Ele é irmão do ex-prefeito e ex-deputado estadual Humberto Coutinho, e atuava como o seu braço direito, portanto, conhecedor profundo da política nos municípios na região.

E com base no que vem acontecendo, o melhor caminho para o deputado federal Rubens Jr. e para o secretário Rubens Pereira será sentar e conversar sobre o futuro de Matões. De preferência procurando outro candidato a prefeito

Prefeito eleito diz que Barreirinhas vai muito além dos Lençóis

Vinícius Vale: Barreirinhas vai além dos Lençóis

Aos 27 anos e com um diploma de engenheiro civil no currículo, o prefeito eleito de Barreirinhas, Vinícius Vale (MDB), vem dando demonstrações convincentes de maturidade e de que sabe exatamente o que pretende fazer no comando do Portal dos Lençóis Maranhenses, o mais importante polo turístico do Maranhão. Numa entrevista ao bem informado programa Ponto Continuando, da Rádio 92 FM, comandado pelos craques do Jornalismo Clodoaldo Corrêa, Rogério Silva e Glauco Ericeira, ele declarou o seguinte:

“Quando você fala de Barreirinhas, você pensa logo nos Lençóis Maranhenses, nas riquezas naturais, nos resorts e pousadas. Mas Barreirinhas vive uma dicotomia muito grande. Ao mesmo tempo em que você tem pousadas que cobram uma diária de R$ 1 mil ou até R$ 2 mil, há pessoas com problemas no fim do mês”.

Isso significa dizer que sua gestão vai cuidar do grande polo turístico, mas também vai dar atenção às famílias da zona rural do município, que passam necessidades e que precisam da assistência do poder público municipal.

O prefeito eleito Vinícius Vale afirma que montou um projeto de Governo levando em conta a cidade, que é polo de desenvolvimento e precisa de ajustas cada vez mais a essa realidade, mas também voltado para o lado menos visível de Barreirinhas, que é a população, o principalmente as comunidades rurais e periférica. E explicou:

“Passamos algo em torno de um ano e oito meses visitando todos os povoados de Barreirinhas, indo na casa das pessoas, conhecendo a sua realidade. Fizemos um projeto a partir do ponto de vista da população”.

São Luís, 16 de Outubro de 2024.

Imperatriz: Rildo ganha o apoio de JP e Mariana vai “hospedar” Bolsonaro por três dias

Rildo Amaral e Mariana Carvalho
disputam o comando de Imperatriz

O cenário da disputa do segundo turno em Imperatriz, segundo maior e mais importante município do Maranhão, ganhou ontem desenho definitivo com a declaração de apoio do deputado federal Josivaldo JP (PSD), terceiro colocado, à candidatura do deputado estadual Rildo Amaral (PP), que tem como adversário Mariana Carvalho (Republicanos). A declaração de apoio abre um caminho natural para que a maior parte do 19% dos eleitores que votaram no parlamentar do PSD adiram à candidatura de Rildo Amaral, fortalecendo expressivamente o seu cacife eleitoral. Outro dado que conta a favor de Rildo Amaral foi a declaração de neutralidade do quarto colocado na corrida do primeiro turno, Nilson Takashi, mas com duras e graves crítica à direita que apoia a candidata do Republicanos.

À exemplo de todos os embates de segundo turno, a disputa pelo comando da Prefeitura da antiga Vila do Frei, hoje uma potência regional com PIB anual de R$ 8 bilhões, movimenta forças políticas do estado e ganha projeção nacional. Para começar, o candidato do PP tem como padrinho o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), e agora ganhou o suporte denso do governador Carlos Brandão (PSB), que está mobilizando forças aliadas em seu favor. Além do mais, o ex-deputado Marco Aurélio (PCdoB) e o PT, por intermédio do vice-governador Felipe Camarão, estão se incorporando à base de apoio do candidato do PP.

Como aconteceu no 1º turno, Rildo Amaral tem como conselheiro e um dos articuladores da sua campanha o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), que conhece a fundo a natureza e os humores do eleitorado de Imperatriz. Ele tirou férias da Casa Civil para se dedicar à campanha do candidato do PP.

Na outra ponta da corda, Mariana Carvalho, que saiu do 1º turno em 2º lugar, tem como principal suporte o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que na primeira rodada passou dois dias em Imperatriz e agora avisa que permanecerá três dias na cidade em campanha a seu favor. Além disso, a candidata do Republicanos recebeu apoio de Josimar de Maranhãozinho (PL) e de Lahesio Bonfim (Novo). Todos eles encarnam um discurso ideológico de uma oposição de direita. Embalada por esses apoios, Mariana Carvalho preferiu o discurso agressivo contra o Governo do Estado e contra o Governo Federal. Isso significa dizer que, se eleita, será uma prefeita isolada, sem diálogo com o Palácio dos Leões e com o Palácio do Planalto. E até as barrancas do rio Tocantins sabem que uma cidade como Imperatriz, por mais rica que seja, sofre sem uma gestão municipal articulada com o a estadual e a federal.

A candidatura de Rildo Amaral tem um projeto bem claro: dar uma guinada na vida de Imperatriz, uma cidade que está saindo de um governo desastroso e que precisa urgentemente de uma gestão forte, ativa e que a retire do enorme buraco financeiro e administrativo em que foi colocada nos últimos oito anos. (Não foi sem razão que pesquisas recentes revelaram que o prefeito Assis Ramos (UB) é rejeitado por mais de 80% da população, situação que o obrigou a não interferir na corrida sucessória.)

O apoio do deputado federal Josivaldo JP ao candidato Rildo Amaral pode ser decisivo, uma vez que ele pode se traduzir efetivamente em votos, assim como o aval do governador Carlos Brandão. Vale lembrar que o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro a Mariana Carvalho a colocou no 2º, mas não tirou um só voto de Rildo Amaral, que permaneceu na ponta e na ponta saiu das urnas. Além disso, o desenrolar da campanha pode ser decisivo para motivar o eleitorado, reduzindo a indecisão e a abstenção.

PONTO & CONTRAPONTO

Se cair nas armadilhas do poder, Douglas Pinto corre o risco de virar Celestino e Marcial

Douglas Pinto: sob risco de cair no canto
da sereia do poder, a exemplo de
Pedro celestino e Marcial Lima

Uma notícia veiculada ontem por alguns portais da blogosfera acendeu o sinal de alerta em relação ao vereador eleito Douglas Pinto (PSD), que saiu das urnas como o mais votado na história recente das eleições para a vereança da Capital, reconhecido pelo seu trabalho como jornalista militante na TV Mirante. De acordo com a informação, o prefeito Eduardo Braide (PSD) estaria pensando lançar Douglas Pinto para concorrer à presidência da Câmara Municipal.

A Coluna investigou e não encontrou base na informação, a começar pelo fato de que mais de 20 dos 31 vereadores eleitos já declararam apoio à candidatura do presidente e vereador reeleito Paulo Victor (PSB) para comandar a Casa no primeiro biênio da nova legislatura. Esse quadro é suficiente para desestimular qualquer candidatura, a não ser que se trate de uma espécie de anticandidata, destinada a apenas marcar presença. Douglas Pinto não precisa disso.

Mesmo assim, o jovem e politicamente inexperiente Douglas Pinto deve refletir profundamente antes de dar resposta a qualquer oferta que lhe seja feita para controlar o seu mandato e o poder de fogo que lhe deram mais de 16 mil votos. E os pontos de reflexão são dois ex-vereadores muito bem votados e que caíram no canto da sereia e se deram mal.

Em 1988, Pedro Celestino, então um jovem servidor público, negro e sem padrinho, candidato a vereador pelo então recém-nascido Partido Verde (PV), encantou o eleitorado com uma campanha baseada no slogan “Pedro Celestino, o pequeno que incomoda”, saindo das urnas como um dos mais votados.

Com a força do seu discurso, turbinado com críticas e cobranças, se ele tivesse mantido a coerência e atuado como um vereador sem amarras, como se mostrara e prometera na campanha, certamente sobreviveria. Mas, ao contrário, caiu no canto da sereia do Palácio de la Ravardière, aceitando o convite do prefeito Jackson Lago (PDT) para ser o líder do Governo. Sua atuação na liderança foi um desastre, porque ele arquivou o discurso que o levou ao mandato e perdeu completamente a força do “pequeno que incomodava”. Dois anos após iniciar o mandato, ele já era um vereador medíocre, sem brilho, e nunca mais se reelegeu.

Mais recentemente, esse passo em falso foi dado pelo vereador Marcial Lima (Podemos e depois PSB). Partidário do prefeito Eduardo Braide, caiu no canto da sereia se tornando líder do Governo. E foi exatamente por isso que saiu da posição de vereador independente, a voz da periferia em que se tornara na telinha da TV Mirante e nas ondas da Rádio Mirante AM, que o elegeu, e se tornou a voz do Governo municipal. Marcial Lima viu sufocada a independência e o senso crítico do vereador-jornalista e passou ser um vereador como qualquer outro, pagando por isso o preço da não reeleição.

Em resumo: se quiser se tornar um político de fato, Douglas Pinto só tem uma coisa a fazer: usar a coerência e manter o seu discurso de campanha, apoiando as coisas boas da gestão municipal, mas sendo um crítico severo das mazelas que penalizam a periferia da Capital.

Disputa na Famem vai medir os cacifes eleitorais de situação e oposição no estado

Roberto Costa e Belezinha devem
disputar o comando da Famem

Uma disputa forte ganha corpo no Maranhão no pós-eleições: a escolha do novo comando da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), que ocorrerá em janeiro. Pelo que está sendo rascunhado até aqui, de um lado estará o deputado Roberto Costa (MDB), prefeito eleito de Bacabal, com o apoio do governador Carlos Brandão (PSB), e de outro a prefeita Dulcilene Belezinha (PL), reeleita em Chapadinha, lançada com o apoio do chefe maior do seu partido, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho.

Nas contas de um político experiente, o resultado das eleições indica que, numa disputa para valer, o prefeito eleito de Bacabal sai com a vantagem de ter 37 votos do seu partido, somados aos 19 do PSB, os 29 do PP, os 26 do União Brasil, dos sete do PSDB, seis do PRD, três do Mobiliza e dois do PT, totalizando 129 votos, ou seja, 20 votos a mais que o mínimo (109) necessário para eleger o presidente da Famem.

Já a prefeita Belezinha entra com o potencial de 41 votos do PL, 19 do Republicanos, 18 do PDT, num total de 78 votos, 39 a menos do que o mínimo necessário (109) para eleger o presidente da Federação.

É claro que numa eleição dessa natureza, a situação eleitoral não pode ser tão cartesiana. Mas, sem desmerecer o cacife inicial da prefeita reeleita de Chapadinha, qualquer avaliação inicial certamente apontará vantagem para o deputado e prefeito eleito de Bacabal, Roberto Costa. Como se trata de uma disputa eminentemente política, não se trata de uma verdade absoluta, mas de uma tendência, no caso muito forte.

São Luís, 15 de Outubro de 2024.

Com base ampla saída das urnas, Brandão comanda o novo mapa político do Maranhão

Carlos Brandão lidera base ampla, apoiado por André Fufuca e
Juscelino Filho; Josimar de Maranhãozinho saiu fortalecido,
enquanto Aluísio Mendes e Weverton Rocha perderam terreno

Assentada a poeira da corrida às urnas, com a definição de 216 prefeitos – Imperatriz só resolverá no 2º turno, marcado para o dia 26 -, é possível fazer uma primeira leitura do novo mapa político do Maranhão, identificando quem mais ganhou, o que permite um rascunho inicial a respeito do tamanho das forças políticas que irão para o embate em 2026.

Para começar, na seara governista, quatro nomes se destacam, sendo o primeiro o governador Carlos Brandão (PSB), que viu a aliança partidária sob seu  comando  sair fortalecida, o que lhe dá estatura política para comandar o processo que envolve a sua sucessão e o seu próprio futuro nesse contexto. É o caso também dos ministros André Fufuca (Esporte) e Juscelino Filho (Comunicações) cujos partidos, PP e União Brasil, respectivamente, saíram fortalecidos das urnas, e junto com eles o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (UB). O tamanho do cacife de André Fufuca depende do 2º turno em Imperatriz: se Rildo Amaral vencer, o ministro do Esporte ganha maior musculatura e consolida o seu projeto senatorial; se o candidato do PP for derrotado, André Fufuca continua com o poder de fogo atual.  Na outra ponta, onde se misturam independentes e oposicionistas, o grande vencedor foi o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, cujo partido, o PL – que não segue uma rígida linha bolsonarista -, emplacou nada menos que 41 prefeitos, o que lhe dá um cacife extraordinário para negociar em 2026. E ainda nesse campo estão o senador Weverton Rocha (PDT) e o deputado federal Aluísio Mendes (Republicanos), que sofreram fortes perdas, mas ainda saíram vivos.

O governador Carlos Brandão deu uma demonstração de que sabe mexer as peças nesse jogo. Para começar, o seu partido, o PSB, que vem sofrendo uma erosão interna, por conta do afastamento da corrente dinista, saiu das urnas com 19 prefeitos (só tinha seis), num esforço nítido do seu comando. O MDB, comandado por Marcus Brandão, irmão e principal conselheiro político do governador, e que é hoje o seu principal esteio partidário da aliança governista, elegeu nada menos que 37 prefeitos. Os seus aliados mais próximos, o PP, sob o comando do ministro André Fufuca, fez 29 mandatários, e o União Brasil vai diplomar 26 eleitos. Somados esses ganhos maiores, sem incluir os pequenos partidos, a base governista saiu das urnas com 111 prefeitos.

Os resultados auferidos pelo Palácio dos Leões foram além, se acrescentados os sete prefeitos eleitos pelo PSDB – repaginado pelo secretário-chefe da Casa Civil Sebastião Madeira -, os seis do PRD, comandado pelo clã Marreca, e outros oito resultantes da soma de dois do PT, dois do Mobiliza, dois do Podemos, um do Cidadania e um do PV, totalizando uma base de 132 prefeitos. Com esse cacife, o governador Carlos Brandão se consolida como a maior liderança política do Maranhão nesse momento. Esse poder de fogo pode aumentar com uma possível aliança com pelo menos metade do PL, que pode fornir a base governista com pelo menos 150 prefeitos.

Na banda independente do mapa político rascunhado pelas urnas, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho confirmou seu força ao sair da disputa com quatro dezenas de prefeitos, reafirmando seu cacife como parte importante e até decisiva, dependendo da situação que estiver desenhada daqui a dois anos. O deputado federal Aluísio Mendes, situado na direita bolsonarista, conduziu o Republicanos a um resultado bem menor do que o partido conseguiu em 2020, mas muito positivo. Além disso, o poder de fogo do Republicanos e do seu chefe depende do desempenho de Mariana Carvalho em Imperatriz: sua eleição turbinará o Republicanos e o seu chefe; sua derrota manterá os dois com o tamanho de agora.

Ainda no campo oposicionista, o senador Weverton Rocha perdeu mais da metade do cacife com que saiu das urnas em 2020, despencando de 42 prefeitos para 19, e ainda perdendo colégios importantes, como Timon e Balsas, tendo ainda o PDT, que mandou na Capital por longo tempo, quase desaparecido em São Luís, onde conta agora com apenas um vereador, Raimundo Penha. Seu único aliado, o Solidariedade, fez apenas um prefeito.

É com base nesse rascunho que o mapa político do Maranhão para 2026 será definitivamente desenhado.

PONTO & CONTRAPONTO

Alguns nomes que saíram fortalecidos das eleições municipais

Eduardo Braide, Iracema Vale, Fábio Gentil, Roberto
Costa e Hilton Gonçalo saíram fortes das urnas

No campo individual, alguns nomes fortes da política maranhense foram consolidados com as eleições municipais.

Numa reeleição com o tom e o ritmo de pedra cantada, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide saiu das urnas como o único prefeito eleito do PSD. Eleito em turno único com votação consagradora (70,2% dos votos), se firmou como um nome graúdo do cenário político estadual, com estatura para ser considerado em qualquer equação majoritária de agora por diante. Nas suas falas, tem dito e repetido que pretende continuar no cargo até o final do mandato, em 2028, enquanto boa parte dos observadores da política apostem que ele entrará na briga majoritária de 2026.  

A presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), saiu das urnas fortalecida no bojo da base governista, e em particular pela vitória maiúscula do engenheiro Vinícius Vale (MDB), seu filho, em Barreirinhas, que caminha para ser uma das cidades mais importantes do Maranhão. Isso sem falar na reeleição do seu aliado em Urbano Santos, tendo outro filho seu como vice. Está credenciada para um projeto maior em 2026.

Nesse cenário, o prefeito de Caxias, Fábio Gentil, se firmou como a grande liderança da região Nordeste do Maranhão com a eleição do seu candidato, Gentil Neto, seu sucessor. Não se sabe ainda se Fábio Gentil pretende dar um salto em 2026, mas no meio político muitos acreditam que ele vir a substituir a filha, Amanda Gentil, no mandato de deputado federal.

Eleito prefeito de Bacabal, o grande polo da Região do Médio Mearim, com grande peso geopolítico, o deputado Roberto Costa (MDB) é visto agora como um político de estatura regional, com potencial para dar um salto, principalmente se realizar uma gestão diferenciada, como pretende, e se vier a presidir a Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), como parece ser o seu propósito, para o que já teria o apoio do governador Carlos Brandão.

O prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, confirmou o seu poder de fogo. No comando do Mobiliza, um partido sem nenhuma força, elegeu o sobrinho, Milton Gonçalo (Mobiliza) seu sucessor em Santa Rita, e a sobrinha Naila Gonçalo (Mobiliza), prefeita de Bacabeira, dois municípios importantes do entorno de São Luís. Mostrou os dentes em Rosário e em Paço do Lumiar, e, até onde se sabe, fez pelo menos uma dezena de parceiros estado a fora.

Dois “fenômenos” eleitorais mostram o modo de fazer política de Josimar de Maranhãozinho

Belezinha e Flavinha Cunha: fenômenos produzidos por Josimar
de Maranhãozinho – na imagem com a irmã e prefeita Josinha Cunha

 Dois “fenômenos” eleitorais, ocorrido em municípios importantes, mostram o poder de fogo do modo de fazer política do deputado federal Josimar de Maranhãozinho: a reeleição de Belezinha (Maria Ducilene Pontes Cordeiro), do PL, para a Prefeitura de Chapadinha, e a eleição de Flavinha Cunha, também do PL, (PL) para a Prefeitura de Zé Doca.

Numa façanha quase inacreditável, se levado em conta o fato de que Chapadinha é uma cidade onde vários grupos tradicionais se digladiam, Belezinha se reelegeu com 79% dos votos e elegeu todos os vereadores, o que significa dizer que não terá oposição na Câmara Municipal, um fato fora da curva em qualquer contexto político.

Em Zé Doca, o fenômeno se repetiu: Flavinha Cunha, do PL, apoiada pela prefeita Josinha (Maria Josenilda Cunha Rodrigues), irmã de Josimar de Maranhãozinho, que está cumprindo o segundo mandato, foi eleita com mais de 80% dos votos e, igualmente, todos os vereadores da cidade pertencem à sua base. A nova prefeita, portanto, não terá oposição na Câmara Municipal de Zé Doca.

Não há registro de que algo assim tenha acontecido nas eleições municipais recentes no Maranhão.

São Luís, 14 de Outubro de 2024.

Resultado das eleições municipais levou até Lula a admitir que o PT envelheceu

Lula da Silva reconhece que o PT envelheceu
e precisa se rediscutir

Agora foi o próprio presidente Lula da Silva que, ao avaliar, ontem, numa entrevista, o resultado das eleições municipais, reconheceu que o seu partido, o PT, fracassou, está ultrapassado e por isso tudo precisa urgentemente se rediscutir. No Brasil, o PT elegeu 248 prefeitos, menos de 5% das 5.484 cuja eleição foi definida no dia 6, tendo perdido feio para as legendas de centro – PSD, que elegeu mais de 882 prefeitos, entre eles o de São Luís, Eduardo Braide, e o MDB, que venceu em 852 municípios oitocentos, entre eles o de Bacabal, elegendo Roberto Costa, e para a direita. O partido perdeu feio para o PL que elegeu 512 mandatários. No Maranhão, o desempenho do PT foi pífio: dois prefeitos eleitos: Chiquinho da CF, que nada tem de petista, em Codó, e Thamara Castro, em Brejo, enquanto o PL elegeu 40 prefeitos.

Essa realidade não é novidade, que vem há tempos observando a decadência e o consequente emagrecimento do PT. Nas eleições gerais de 2022, o partido de Lula da Silva elegeu um deputado federal e nenhum deputado estadual, só amenizando o tropeço com a eleição do vice-governador Felipe Camarão, um cristão novo no petismo. As eleições municipais mostraram, com clareza absoluta, que o partido do presidente Lula da Silva embicou de vez na zona cinzenta da decadência. A começar pelo fato de não ter quadros com estatura política e potencial eleitoral para disputar, por exemplo, prefeituras como a de São Luís e a de Caxias, preferindo a humilhante condição de “apoiador” de candidatos de alguns outros partidos.

A participação do PT na corrida eleitoral em São Luís, envolvendo a Prefeitura e 31 vagas de vereador na Câmara Municipal, foi um desastre. O partido elegeu apenas o Coletivo Nós – que na verdade se reelegeu – para uma vaga de vereador, quando uma série de partidos de aluguel, sem qualquer expressão, emplacou vereadores na Capital. Creuzamar Pinto, que foi escalada para ser vice do socialista Duarte Jr. (PSB), era o púnico nome que poderia se eleger vareadora, foi derrotada, seguindo o presidente do PT em São Luís, Horonato Fernandes, que tentou voltar à Câmara Municipal, mas não conseguiu nem suplência.  Lembrando que o PSB, por exemplo, fez cinco e o PSD, do prefeito Eduardo Braide.

A leitura do presidente Lula da Silva de que o PT precisa se repensar está correta. A situação do Maranhão é exemplar nesse sentido, uma vez que o partido não preparou nenhuma liderança nova, saída dos seus quadros. O vice-governador Felipe Camarão é quadro de excelência, atuante e competente, tem se esforçado para dar novo gás ao esquadrão petista, mas os donos do partido no estado não acompanham esse projeto. Por outro lado, embalado por uma contradição monumental, o PT abraçou a imprevista e espantosa conversão do empresário Chiquinho da FC ao petismo, que o levou a conquistar a Prefeitura de Codó. Num rasgo de pragmatismo fora dos padrões da política, o neopetista codoense chegou a dizer em comícios que só se filiou ao PT para poder “bajular” o presidente Lula e, assim, “conseguir as coisas para Codó”.

O PT do Maranhão já não representa, por exemplo, os estudantes das universidades públicas, os comerciários de São Luís, os bancários, os professores e servidores da Capital, como nos anos 80 e 90, quando mantinha uma disputa ferrenha com o PDT. Hoje, o partido se limita a uma cúpula burocrática, encastelada no poder, enquanto a direita vai ocupando os espaços políticos, com ânimo para levar às ruas milhares de militantes, numa tarde de segunda-feira, para massagear o ego de um líder que sonha em ser ditador.

É tempo de quadros como o vice-governador Felipe Camarão, o deputado federal Rubens Júnior, o deputado estadual Zé Inácio e o ideólogo-mor do braço maranhense do partido, professor Chico Gonçalves, aproveitarem a preocupação do presidente Lula da Silva motivarem a cúpula petista para traçar novos rumos para o partido no Maranhão.

PONTO & CONTRAPONTO

Gutemberg, Pavão e Chaguinhas deixam bom legado na Câmara Municipal

Gutemberg Araújo, Pavão Filho e Francisco
Chaguinhas: mandatos produtivos

A eleição para a composição da Câmara Municipal de São Luís fechou o ciclo de atuação de vários vereadores que marcaram seus longos períodos no Palácio Pedro Neiva de Santana.

O primeiro deles foi Gutemberg Araújo, mais conhecido como Dr. Gutemberg, que está cumprindo o sétimo mandato consecutivo. Nesse período, que equivale a quase três décadas de casa, Gutemberg Araújo, que é médico respeitado realizou um trabalho legislativo de fôlego, ganhando respeito da classe política e da sociedade como um todo.

O vereador Pavão Filho também está nesse time, detentor que foi de vários mandatos na Câmara Municipal, trajetória que alternou com um período na Assembleia Legislativa. Como vereador, tem um saldo altamente positivo como legislador.

Francisco Chaguinhas é político de postura tradicional, que costuma jogar com habilidade e que sabe conviver com o poder. Enquanto grande parte dos seus colegas optaram por confrontar o prefeito Eduardo Braide ele se manteve na linha de apoio ao chefe do Executivo. E deixou isso bem claro quando assumiu a presidência da Casa, no ano passado, quando o presidente Paulo Victor foi secretário de Estado da Culturas. Ele manteve relação cordial com o prefeito.

Os três dificilmente retornarão ao jogo político municipal.

Clã dos Marreca sai fortalecido das eleições municipais

Marreca Filho, Júnior Marreca, Juscelino Marreca e
Felipe Marreca: clã fortalecido nas eleições

Os Marreca, que já vinham ocupando espaços importantes na política estadual, saíram mais fortalecidos ainda das eleições municipais, com a eleição de dois membros da família: Felipe Marreca (PRD), que venceu a eleição em Itapecuru Mirim, derrotando o honrado prefeito Benedito Coroba (PSB), promotor aposentado e ex-deputado estadual. E Juscelino Marreca (PRD), deputado estadual que decidiu disputar e ganhou a Prefeitura de Santa Luzia do Paruá, abrindo vaga na Assembleia Legislativa a partir de janeiro.

Atualmente, o clã Marreca é liderado pelo jovem deputado federal Júnior Marreca Filho, que preside o PRD no Maranhão e cujo pai, seu mentor, Júnior Marreca, ex-prefeito de Itapecuru Mirim, ex-deputado estadual, ex-deputado federal ocupa hoje o comando da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviço do Governo do Estado

E pelo que está sendo rascunhado, em 2026, Júnior Marreca Filho irá para a reeleição na Câmara Federal e o pai, atual secretário, deverá disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa, completando o quadrado do Marreca da política estadual.

São Luís, 12 de Outubro de 2024.

Roberto Costa e Rafael Brito se preparam para o desafio de governar Bacabal e Timon

Roberto Costa e Rafael Brito: gestões desafiadoras

Dois prefeitos eleitos – Roberto Costa (MDB) em Bacabal e Rafael Brito (PSB) em Timon – saíram do pleito avalizados nas urnas e assumirão no dia 1º de janeiro com o desafio de corresponder às expectativas dos eleitores que lhes deram esse aval. Ambos pertencem à base política do governador Carlos Brandão (PSB) e sabem que terão papel importante no tabuleiro que será montado para o grande embate político e eleitoral de 2026. Mais do que isso, estão cientes de que o desempenho de cada um pode contribuir para fortalecer ou para fragilizar a base governista. Isso porque seus municípios, além de estratégicos em matéria socioeconômica, são muito importantes no sentido geopolítico.

O deputado Roberto Costa vai assumir o comando administrativo e político de Bacabal, um dos dez maiores municípios do Maranhão, com 105 mil habitantes e situado no epicentro da Região do Médio Mearim, fazendo fronteira com nove municípios e funcionando como uma espécie de metrópole regional. Atualmente, entre os muitos problemas que enfrenta, o mais grave é a escassez de água potável, um drama que afeta milhares de bacabalenses.

Num contexto em que tem o apoio de dois deputados estaduais – Davi Brandão (PSB) e Florêncio Neto (PSB), o grande desafio de Roberto Costa, por ele próprio admitido, será normalizar o fornecimento de água à população, cuidar dos sistemas de saúde e de educação, resolver pendências urbanas e dar continuidade à gestão do prefeito Edvan Brandão, que é bem avaliado, levando Bacabal a dar um salto de qualidade, criando condições para ser, de fato, um polo de desenvolvimento regional. Para isso, pretende usar ao máximo a aliança que seu governo terá com o Palácio dos Leões e com o Palácio do Planalto, além de parceiros políticos, como a deputada federal Roseana Sarney (MDB), por exemplo.

Por conta da intimidade que tem com a cidade e suas dificuldades, Roberto Costa, que é administrador por formação, sabe por onde vai começar a trabalhar.

Já o deputado Rafael Brito tem um desafio muito maior para começar a trabalhar no comando de Timon, o terceiro maior município maranhense, com 185 mil habitantes. Ele precisará desmontar todo o aparato de poder do clã Leitoa entranhado há décadas na máquina municipal timonense, de modo a poder montar uma equipe identificada com o seu projeto de governo. Sabe que enfrentará oposição dura, mas conhece muito bem o terreno onde está pisando, e conta com a vice-prefeita Socorro Waquim (MDB) e com o apoio do deputado estadual Leandro Bello (Podemos).

Engenheiro civil por formação e nascido político no clã Leitoa, com o qual rompeu, Rafael Brito conhece a fundo os problemas de Timon e as dificuldades que vai enfrentar para resolvê-los. Para tanto, conta com o apoio do governador Carlos Brandão, que teve participação decisiva na sua eleição. Membro destacado do PSB, Rafael Brito vai poder também construir uma relação com o Governo Federal, tendo como apoio o deputado federal Duarte Jr. a senadora Eliziane Gama (PSD), já que os dois outros senadores, Weverton Rocha e Ana Paula Lobato são do PDT e atuaram contra a sua candidatura apoiando a prefeita Dinair Veloso (PDT).

Roberto Costa e Rafael Brito têm mostrado serenidade e equilíbrio desde a campanha, quando foram ostensivamente provocados, mas evitaram a cilada e se deram bem nas urnas. E pelo que disseram até agora, serão prefeitos com os pés no chão. Sabem que, por conta da sua importância política e pelo que Bacabal e Timon representam na vida do Maranhão, atuação deles como prefeitos será medida e conferida pelos seus eleitores e pelos seus adversários. O sucesso das duas gestões vai depender do envolvimento e do desempenho de cada um.

PONTO & CONTRAPONTO

Andreia Rezende eleita 1ª vice-presidente da Assembleia Legislativa

Andreia Rezende entre Arnaldo Melo, Stênio Rezende, Wellington do Curso,
Rodrigo Lago, Leandro Bello e Iracema Vale

A deputada Andreia Rezende (PSB) se tornou ontem a primeira mulher a assumir o cargo de 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa. Ela foi eleita pela unanimidade dos presentes à sessão extraordinária convocada e comandada pela presidente Iracema, Vale (PSB). Andreia Rezende substitui o deputado Rodrigo Lago (PCdoB), que renunciou na semana passada.

Paraplégica por consequência de um acidente rodoviário na campanha eleitoral de 2014, a deputado Andreia Rezende já integrou a Mesa Diretora da Casa. Ontem, ela foi eleita para ser a substituta eventual da presidente da Casa, prerrogativa que dá ao cargo um elevado grau de importância institucional e política.

A presidente Iracema Vale (PSB) registrou a eleição de Andreia Rezende para a 1ª vice-presidência chamando a atenção para o simbolismo do fato, principalmente pelo caráter inclusivo da eleição. “Este é um avanço significativo, que reforça o valor de uma liderança inclusiva e representativa”, destacou.

Saudada por todos os colegas presente à sessão extraordinária na qual foi eleita, a nova 1ª vice-presidente da Assembleia Legislativa agradeceu:  “É uma felicidade imensa. Sinto-me profundamente honrada com o carinho e companheirismo de todos os parlamentares”.

Braide impõe normalidade na máquina municipal e diz que não sai em 2026

Eduardo Braide em seu gabinete no
Palácio de la Ravardière

O prefeito Eduardo Braide (PSD) não tirou uns dias para descansar após a reeleição. Ele continuou trabalhando, despachando com auxiliares, visitando canteiros de obras e fazendo inaugurações. Tenta assim impor um ambiente de normalidade na Prefeitura de São Luís.

Reeleito em turno único, o prefeito da Capital tem sido “perseguido” por uma pergunta, que lhe tem sido feita em todas as poucas entrevistas que concedeu: vai deixar a Prefeitura para disputar o Governo do Estado em 2026?

Sua resposta tem sido, via de regra, a mesma: o seu compromisso com a população é governar os quatro anos para os quais foi reeleito. Em nenhuma conversa com jornalistas desviou desse roteiro, tentando fazer crer que o cenário para as eleições gerais não lhe comporta.

O problema é que as bolsas de aposta já estão fervilhando, com muitos pagando para ver se ele sai ou não.

São Luís, 11 de Outubro de 2024.

Rescaldo das eleições municipais leva tensão ao plenário da Assembleia Legislativa

Cláudia Coutinho denuncia Rubens Pereira e Viviane Silva, Daniella
Gidão e deputadas de costas para Yglésio, que estava tribuna

Já se esperava que alguns fortes ventos da ressaca das eleições municipais certamente invadiriam o plenário da Assembleia Legislativa. E não deu outra. Ontem, o plenário Nagib Haickel foi agitado por duas manifestações fortes, relacionadas com a briga pelo voto. Uma protagonizada pela deputada Claudia Coutinho (PDT), mulher do prefeito de Matões do Norte, Ferdinando Coutinho (União Brasil) e outra que nasceu de uma provocação do deputado Yglésio Moises (PRTB), que atacou a deputada Viviane Silva (PDT) e gerou uma polêmica que terminou com ele falando na tribuna e todas as deputadas – exceção da presidente Iracema Vale (PSB) e da de Mical Damasceno (PSD) – de costas no plenário, numa cena surpreendente e de forte simbolismo em matéria de parlamento.

Poucas vezes um secretário de Estado foi tão duramente atacado como Rubens Pereira, que comanda a pasta da Articulação Política do Governo do Estado. Adversário dos Coutinho em Matões, apoiador, portanto, da candidatura de Gabriel Tenório (PT), que foi derrotado por Nonatinho (União Brasil), candidato do prefeito e da deputada Cláudia Coutinho. A acusou de tramar denúncias contra o candidato do UB, de aliciar eleitores jovens e de oferecer dinheiro para que pessoas fizessem acusações falsas ao candidato e ao prefeito de Matões. Em tom de indignação, a deputada Cláudia Coutinho disparou vários adjetivos contra o secretário, e alertou o governador Carlos Brandão (PSB) para que “tenha muito cuidado”, porque o secretário de Articulação Política seria, na opinião dela, “um desarticulador”.

O clima de disputa em Matões foi pesado porque a candidatura de Gabriel Tenório, que foi candidato em 2020, contra Ferdinando Coutinho, perdeu, e de novo não deslanchou agora contra Nonatinho, apoiado pelos Coutinho. O problema é que esse grupo está enfrentando Ferdinando Coutinho, que sabe fazer política como poucos, é desassombrado, com a experiência de quem foi por muito tempo o braço direito do irmão mais velho e mais destacado, o ex-prefeito de Caxias e ex-deputado estadual Humberto Coutinho.

O outro momento de tensão resultou de uma fala do deputado Yglésio Moises. Na esteira de uma série de provocações, ele disparou forte contra a deputada Viviane Silva, mulher do prefeito de Balsas, Éric Silva (PDT) e cujo candidato, Celso Henrique (PP) foi derrotado na corrida à prefeitura. Yglésio Moises criticou a deputada Viviane Silva por haver ela estado no mesmo palanque que Cirineu Costa (PL), prefeito de Formosa da Serra Negra, que foi condenado por abuso sexual e aborto. Indignada com o ataque do parlamentar, Viviane Silva aproveitou um aparte em discurso do líder governista Neto Evangelista (UB), que se solidarizava com as mulheres, reagiu dura contra o deputado bolsonarista. Assinalou que ele vive de provocações, de polêmicas, que lutou boxe “para aparecer”. “Mas não tem brilho”, acrescentou. E foi mais longe, lembrando que “ele é tão sem brilho que nem a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro ajudou ele em São Luís”. Viviane Silva foi apoiada pela deputada Daniella (PSB), que cobrou o respeito do parlamentar às mulheres da casa, acrescento: “Você não nos representa”.

Em seguida, Yglésio Moises voltou à tribuna e fez um discurso agressivo contra as deputadas Viviane Silva e Daniella, mas sofreu o dissabor de uma cena forte e inédita no parlamento maranhense: as deputadas lhe viraram as costas. Visivelmente impactado com a situação, Yglésio Moises manteve o discurso agressivo contra as duas deputadas. Mas amargou novo dissabor no final da sua fala, quando a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, declarou: “Eu quero me solidarizar com as senhoras deputadas. Eu também concordo que não se defende uma mulher acusando e ofendendo outras”.

A sessão do parlamento estadual terminou desenhando no ar a possibilidade de novos confrontos, que provavelmente acontecerão hoje, em meio à eleição do novo 1º vice-presidente da Casa.

PONTO & CONTRAPONTO

Andrea Rezende será 1ª vice-presidente da Assembleia

Andrea Rezende mudará de
lugar na Mesa do Legislativo

Antes dos confrontos no plenário, com os ataques da deputada Cláudia Coutinho contra o secretário Ruben Pereira (Articulação Política) de das deputadas Viviane Silva e Daniella Gidão (PSB), uma intensa articulação nos bastidores tratou da eleição para um mandato tampão de 1º vice-presidente da Mesa Diretora, por conta da renúncia do deputado Rodrigo Lago (PCdoB).

Após várias reuniões, ficou acertado que o cargo de 1º vice-presidente será preenchido pela deputada Andrea Rezende (PSB), que atualmente é a 4º vice-presidente. E é provável que essa vaga seja preenchida pela deputada Ana do Gás (PCdoB).

Em princípio, com a renúncia do deputado Rodrigo Lago, a vaga seria preenchida pelo seu colega de partido, deputado Júlio Mendonça (PCdoB), mas as relações tensas do seu grupo com o grupo dominante da Assembleia Legislativa e com o Palácio dos Leões.

Leões comemoram um grande leque de aliados eleitos, e destaca três casos

Rafael Brito, Renato Souza e Gentil Neto:
vitórias comemoradas pelos Leões

Em meio às comemorações e lamentações produzidas pelas eleições municipais, o Palácio dos Leões comemora a eleição de aliados na esmagadora maioria dos municípios, mas alguns membros do entorno do governador Carlos Brandão destacam três casos considerados especiais pelo grupo.

O primeiro foi a eleição do deputado Rafael Brito (PSB) em Timon, derrotando a prefeita Dinair Veloso (PDT), que buscava a reeleição. A vitória de Rafael Brito significou nada menos que a derrota do grupo Leitoa, liderado por dois ex-prefeitos de Timon: Chico Leitoa, que foi também deputado estadual, e seu filho, Luciano Leitoa, que também foi prefeito duas vezes e deputado federal por um mandato. Esse cenário explica os tremores da campanha e o desfecho da eleição.

O segundo caso foi a eleição de Renato Santos (MDB) em Colinas, base política do clã Brandão, liderado pelo governador Carlos Brandão. O simbolismo é o fato de que o candidato derrotado foi o atual vice-prefeito João Haroldo (PCdoB), irmão do deputado federal Márcio Jerry, cuja irmã não conseguiu se reeleger vereadora.

Finalmente a eleição de Gentil Neto (PP) em Caxias, liderando uma grande aliança entre o prefeito Fábio Gentil (Republicanos) e a ex-deputada Cleide Coutinho, lidera o grupo Coutinho. O candidato governista enfrentou uma turma barra pesada, liderada pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que teve com o candidato o ex-vice-prefeito e suplente de deputado federal Paulo Marinho Jr. (PL).

Vale lembrar que o governador Carlos Brandão apoiou abertamente os três candidatos, tendo visitado os municípios em campanha, o que pode ter feito a diferença em favor dos três candidatos.

São Luís, 10 de Outubro de 2024.

Atenções se voltam para o 2º turno em Imperatriz; Brandão vai apoiar Rildo Amaral

Rildo Amaral e Mariana Carvalho disputam
o comando de Imperatriz no 2º turno

Passada a borrasca da grande corrida de domingo (6), quando pouco mais de quatro milhões de eleitores maranhenses foram às urnas e elegeram 216 prefeitos, incluindo o de São Luís, e centenas de vereadores, as atenções da classe política se voltam agora para Imperatriz, onde dois candidatos, o deputado estadual Rildo Amaral (PP) e a suplente de deputado federal Mariana Carvalho (Republicanos), vão se enfrentar no 2º turno, no próximo dia 26. “É uma nova eleição”, lembra o experiente ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), apoiador de Rildo Amaral e conhecedor profundo dos humores do eleitorado imperatrizense. A disputa promete ser intensa à medida que apoiadores de Mariana Carvalho, que é de direita conservadora, aguardam apoio reforçado do ex-presidente Jair Bolsonaro, que vai se defrontar com o poder de fogo do governador Carlos Brandão (PSB), que ficou de fora no primeiro turno, mas que agora vai entrar de cabeça apoiando o candidato do PP, que, vale lembrar, foi o mais votado.

A segunda rodada da disputa pela Prefeitura de Imperatriz tem uma série de ingredientes que a tornam diferenciada, a começar pelo fato de que é a primeira vez que isso acontece. Imperatriz, nunca é tarde lembrar, é o segundo mais importante município do Maranhão, é o segundo maior centro econômico maranhense, tem a segunda maior população e faz a diferença nas eleições estaduais. Trata-se, portanto, de um processo eleitoral no qual todos têm interesse, especialmente as lideranças políticas.

Foi essa realidade que levou para ali o ex-presidente Jair Bolsonaro para declarar apoio à candidata Mariana Carvalho. Por razões diferentes, o governador Carlos Brandão não participou do primeiro turno, uma vez que havia dois aliados seus na disputa, Rildo Amaral e Marco Aurélio (PCdoB), o que o impediu de tomar partido. Agora o cenário é diferente e o chefe do Executivo não perdeu tempo em declarar sustentação ao candidato do PP, que integra a base de apoio do Governo na Assembleia Legislativa.

Durante a campanha do 1º turno, ficou evidente que o deputado Rildo Amaral, professor que já exerceu vários mandatos de vereador e está no segundo mandato na Assembleia Legislativa, foi mais seguro e passou a impressão de que conhece em profundidade a realidade social, econômica e urbana de Imperatriz. Mariana Carvalho, em que pese o discurso forte, de oposição, se mostrou partidária da direita radical, bolsonarista, e deixou no ar algumas indagações a respeito do fato de estar tentando o seu primeiro mandato. O embate entre os dois será duro e decisivo ao longo da campanha.

Quando decidiu entrar forte na base de apoio do candidato Rildo Amaral, o governador Carlos Brandão convocou os aliados do seu Governo para formar uma frente de suporte ao candidato do PP. Também o seu principal padrinho, o ministro do Esporte André Fufuca, que comanda o PP no Maranhão e tem participado ativamente da campanha em Imperatriz, reforçou sua participação, que agora será mais intensa. Isso porque, além da ligação partidária, o ministro quer ter na Prefeitura de Imperatriz um aliado para a sua provável campanha para o Senado.

Um dos coordenadores da campanha de Rildo Amaral no1º turno, o presidente estadual do PSDB, Sebastião Madeira, do alto de quatro mandatos federais e dois como presidente do PSDB, prevê que a campanha será dura, com bons embates, mas acredita que Rildo Amaral tem todas as condições para se eleger. Principalmente agora, que o governador Carlos Brandão decidiu fazer sua escolha e vai participar da campanha. Na outra ponta da corda, o principal apoiador da candidata Mariana Carvalho, o deputado federal Aluísio Mendes, presidente do Republicanos no estado, vai tentar reunir as forças de direita para apoiar a candidata do partido.

Nesse contexto, o eleitor que votou no deputado federal Josivaldo JP (PSD) tem o poder de decidir a eleição.

PONTO & CONTRAPONTO

Paulo Victor já tem votos de sobras para ganhar novo mandato de presidente

Paulo Victor tem nova eleição
de presidente garantida

Na edição de ontem, a Coluna registrou que vereadores eleitos e reeleitos estavam começando as articulações para a eleição do próximo presidente da nova Câmara Municipal de São Luís. E, com base em conversas com vereadores, previu que o atual presidente, reeleito, tinha as condições para pleitear novo mandato, citando também os vereadores reeleitos Marquinhos (UB) e Daniel Oliveira (PSD), atual líder do Governo.

Ao longo do dia, numa espécie de frenezi nos bastidores, nada menos que 20 vereadores, entre eleitos e reeleitos, incluindo o líder governista Daniel Oliveira, declararam apoio à eleição do presidente para novo mandato. Nessa corrida, nenhum outro vereador manifestou interesse em entrar na disputa.

Entre os nomes fortes que declararam apoio ao presidente Paulo Victor está o vereador Astro de Ogum, que também estava na lista dos prováveis candidatos. Há quem diga que Astro de Ogum aposta que disputará a presidência em 2026. Isso se Paulo Victor não estiver forte e pleitear a reeleição naquele ano.

O presidente Paulo Victor, portanto, está praticamente confirmado para comandar a nova Câmara Municipal no seu primeiro biênio.

Assembleia deve eleger hoje um novo 1º vice-presidente

Rodrigo Lago renunciou à vice
para poder advogar no período eleitoral

A Assembleia Legislativa deve realizar hoje eleição para o cargo de 1º vice-presidente da Mesa Diretora. Isso porque a vaga foi aberta pelo titular, deputado Rodrigo Lago (PCdoB), que renunciou para poder exercer o seu ofício de advogado especializado em Direito Eleitoral, o que não seria possível se ele permanecesse no cargo.

Como é sabido, advogados com essa especialização têm nesses processos eleitorais suas grandes oportunidades de reforçar a conta bancária. É o caso de Rodrigo Lago, que trabalha duro nesses períodos. Sua renúncia se deu meses antes do final do mandato, o que não é muita coisa, levando em conta que a nova Mesa só assume em fevereiro, depois do recesso parlamentar.

Para o cargo estava sendo apontado o deputado Júlio Mendonça do PCdoB, mesmo partido de Rodrigo Lago, mas por conta das diferenças políticas que marcam a Assembleia Legislativa, é possível que outro deputado seja escolhido para o cargo.

São Luís, 09 de Outubro de 2024.

MDB saiu das urnas fortalecido e volta a ter um papel de ponta na política maranhense

Marcos Brandão comandou a volta do MDB
ao centro do poder político no Maranhão

Não se discute que o PL foi o campeão das urnas com a eleição de 40 prefeitos – um a menos que na eleição passada –, que o PP, que tinha 17, subiu para 29 municípios, e que o União Brasil se deu bem saltando de 13 para 26 prefeitos, mas nenhum partido saiu das urnas tão fortalecido quanto o MDB no pleito de domingo. A legenda, que em 2020 conseguiu apenas minguadas sete prefeituras, no domingo saltou para nada menos que 37, um crescimento superior a 400%, fora do comum, portanto. Com esse desempenho – que inclui municípios de peso, como Bacabal, Barreirinhas e Barra do Corda -, o partido fez um grande movimento de recuperação no sentido de voltar aos seus tempos áureos, quando foi a legenda dominante nos Governos Edison Lobão e Roseana Sarney, quando exerceu o comando administrativo e político do Maranhão.

O grande salto emedebista dado na seara municipal é o resultado de uma gestão eficiente feita pelo novo comando partidário, presidido pelo empresário e militante político Marcus Brandão, com o apoio do vice-presidente, o deputado estadual e prefeito eleito de Bacabal Roberto Costa, dos ex-presidentes do partido, deputada federal Roseana Sarney e ex-senador João Alberto – aliás, vereador eleito de Bacabal. Marcus Brandão assumiu o comando de uma agremiação em crise, então presidida pela deputada Roseana Sarney, que havia assumido o comando do braço maranhense do partido evitando que a ala jovem passasse a a fazer o trabalho duro de manter de pé uma organização política com as dimensões e a representatividade do MDB.

Sob a presidência de Marcus Brandão, discretamente avalizada e incentivada pelo irmão, o governador Carlos Brandão (PSB), o braço maranhense do MDB ganhou novo ânimo. Na esteira de uma gestão cuidadosa nas áreas administrativa e financeira, feita na longa administração do ex-senador João Alberto, Marcus Brandão realizou um trabalho ambicioso de atração de líderes municipais para os quadros do partido, definindo um amplo leque de candidaturas a prefeito e a vereador nas diferentes regiões do estado. Sem muito alarde, mas eficiente, o novo comando partidário montou um projeto eleitoral abrangente, que exigiu muito trabalho, e deu certo.

Os candidatos do MDB venceram com boas vantagens, fortalecendo a representatividade do partido. O deputado Roberto Costa foi eleito prefeito de Bacabal, polo central da Região do Médio Mearim, com mais de 50%dos votos. O emedebista Vinícius Vale saiu das urnas de Barreirinhas, o grande Portal dos Lençóis, com mais de 60% da votação, o mesmo acontecendo com Rigo Teles, que se reelegeu prefeito de Barra do Corda, na pré-Amazônia, também com mais de 60% de aval eleitoral. Além disso, o MDB venceu com larga margem em Colinas – base do clã Brandão – e reverteu a tendência de derrota e elegeu o prefeito de Buriti Bravo, dois importantes centros do agreste. O partido vai comandar também as importantes prefeituras de Presidente Dutra, no centro do estado, e a de São Bento, no coração da Baixada.

Com essas 37 prefeituras e uma legião de vereadores espalhados em todo o estado, o MDB se consolida como o mais forte dos partidos que integram a base de apoio do governador Carlos Brandão. Além de dar suporte ao atual Governo, o MDB está sendo preparado para ter uma atuação decisiva na grande equação política que desaguará nas urnas em 2026. Qual será, de fato, o seu papel, isso ainda não está muito claro. Mas, a julgar pela movimentação de agora, é possível antever que o seu fortalecimento como legenda partidária tem um propósito que vai muito além da vontade pessoal do presidente Marcus Brandão de comandar um partido político.

O fato é que, independentemente de qual será o seu futuro, se voltará ou não ao topo da pirâmide partidária maranhense, o MDB voltou a ocupar o seu espaço de peso-pesado no centro do poder estadual, retomando o papel de grande destaque no cenário político do Maranhão.

PONTO & CONTRAPONTO

PDT sofre a maior derrota na corrida por prefeituras

Weverton Rocha correu o estado apoiando candidatos, mas não conseguiu evitar o emagrecimento do PDT

Se de um lado o MDB voltou a centro do poder, assim como PP e União Brasil avançaram e o PL repetiu sua performance, o PDT, comandado pelo senador Weverton Rocha, desabou em número de prefeituras, caindo de 42 prefeituras conquistadas em 2020 para apenas 18, de longe a maior perda desse processo eleitoral.

O desastre começa por São Luís, onde o candidato a prefeito, Fábio Câmara, recebeu apenas 2% da votação – percentual humilhante para um partido que mandou na Capital durante quase duas décadas sob o comando de Jackson Lago. Não bastasse isso, o PDT foi praticamente varrido do mapa político de São Luís ao eleger apenas um vereador, Raimundo Penha, que obteve heroicamente a reeleição.

No interior, o partido do chamado “socialismo moreno” sofreu dois desastres monumentais ao perder as prefeituras de Timon, o terceiro maior colégio eleitoral do Maranhão, e Balsas, a joia econômica do cerrado. A Prefeitura de Timon foi tomada ao PDT pelo PSB, por meio do deputado Rafael, e a de Balsas caiu nas mãos da direita representada pelo comerciante Alan da Marissol (PRD).

Vale registrar que o desastre só não foi maior porque entre as 18 prefeituras conquistas pela legenda pedetista está, por exemplo, a de Rosário, um importante polo da chamada região da grande São Luís. O fato é que o PDT terá de refazer suas contas quando for montar o seu projeto para 2026.

Começam as articulações para a presidência da Câmara de São Luís

Paulo Victor lidera as apostas para a
presidência da Câmara, mas Marquinhos
e Daniel Oliveira são lembrados

Começou a movimentação pelo comando da Câmara Municipal de São Luís a partir de fevereiro do ano que vem. Como já era esperado, o nome do atual presidente e vereador reeleito Paulo Victor, que comanda a poderosa bancada do PSB, com sete vereadores. A possibilidade da sua candidatura foi levantada já durante a campanha, mas ele próprio ainda não se manifestou sobre o assunto.

A definição do comando da Câmara Municipal de São Luís também está nos planos do Palácio de la Ravardière, onde o prefeito Eduardo Braide (PSD), cujo partido fez cinco vereadores. Não será surpresa se uma grande articulação vier a lançar um candidato alinhado ao governo municipal. Fala-se discretamente no vereador Daniel Oliveira (PSD), que é líder do Governo Braide.

Nos bastidores fala-se também de uma possível candidatura do vereador Marquinhos, que foi o terceiro mais votado. Ele seria uma espécie de terceira via dentro de um grande acordo.

Mas os comentários mais fortes estão mesmo relacionados com o projeto de reeleição do presidente Paulo Victor.

São Luís, 08 de Outubro de 2024.

Braide se reelege em São Luís e Brandão comemora vitória de muitos aliados

Eduardo Braide e sua vice Esmênia Miranda estão reeleitos para comandar São Luís

Foi pedra cantada sem mudança de tom nem de ritmo a reeleição do prefeito Eduardo Braide (PSD). Foi uma vitória maiúscula, como nenhuma outra disputa pelo comando de São Luís: 402 mil votos, o equivalente a 70% da votação válida, quase 50 pontos percentuais sobre o segundo colocado, o deputado federal Duarte Jr. (PSB), que saiu das urnas com 22%, um recorde que desafiará os candidatos nas próximas eleições para o Palácio de la Ravardière. Na outra ponta da linha, sem disputar a eleição e com muitos aliados encarando as urnas, o que limitou sua atuação, o governador Carlos Brandão (PSB) contabilizou vitórias expressivas, por meio do seu partido, o PSB, e também dos seus aliados, como, por exemplo, a tomada do comando de Timon ao clã Leitoa, que controla o PDT, pelo seu aliado, o deputado Rafael (PSB), e a retumbante conquista da Prefeitura de Barreirinhas pelo engenheiro Vinícius Vale (MDB), que fortaleceu o poder de fogo da presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), sua aliada fiel.

Foi uma eleição exemplar, pulverizada no sentido partidário, mas indiscutível no que respeita ao cumprimento das regras eleitorais. A Justiça Eleitoral do Maranhão deu um banho de eficiência, de modo que antes das 22 horas a população já conhecia a relação de da quase totalidade dos prefeitos eleitos. Isso sem o registro de atropelos técnicos nem de problemas graves causados por candidatos para manipular a consciência do eleitor – os casos de comora de voto, pior exemplo, foram mínimos. A abstenção manteve sua média de 20 pontos percentuais, e somada a votos brandos e nulos, o percentual de ausentes não bateu a casa dos 30 pontos percentuais. Em resumo, foi uma eleição integral, sem nenhum “porém” para colocá-la em xeque.

E com um dado novo: o segundo turno em Imperatriz, que será disputado pelos candidatos Rildo Amaral (PP) e Mariana Carvalho (Republicanos), no próximo dia 26.

A reeleição do prefeito de São Luís, o maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão, foi o resultado de uma equação sem travas: um novo voto de confiança a um político jovem que fez o seu papel, cuidando bem da cidade de 1,2 milhão de habitantes ao aplicar corretamente os recursos conseguidos por uma eficiente financeira. “O povo de São Luís fez história e mandou um recado: é ele quem decide”, disse o prefeito minutos depois da confirmação da sua reeleição, por volta das 20 horas. Ele comemorou também o desempenho do seu partido, o PSD, que elegeu cinco dos 31 vereadores da Capital. O resultado credencia o prefeito reeleito de São Luís a aspirar voos mais altos, com a ressalva de que ontem mesmo ele reafirmou que o seu compromisso é cumprir o novo mandato de quatro anos.

O eleitorado de São Luís demonstrou sabedoria, primeiro porque elegeu um bom prefeito. Depois, porque escolheu o deputado federal Duarte Jr. (PSB) como segunda opção, um político jovem, preparado e audacioso, que provavelmente faria uma gestão inovadora. Ao mesmo tempo, escalou Yglésio Moises (PRTB) com 3,4% dos votos,

O governador Carlos Brandão, por sua vez, viu ontem sua base política ser consolidada: Além Timon e Barreirinhas, aliados seus venceram em Colinas (Renato Santos – MDB), Paço do Lumiar (Fred Campos – PSB), Caxias (Gentil Neto – PP), Santa Rita (Milton Gonçalo – Mobiliza), Bacabeira (Naila Gonçalo – Mobiliza), Barra do Corda (Rigo Teles – MDB), Coroatá (Vaqueiro -) e São Mateus (Miltinho Aragão – PSB)), Santa Inês (Felipe dos Pneus – PP) e, claro, Roberto Costa (MDB). Para uma eleição com o nível de pulverização política e partidária como esse, o governador tem motivos de sobra para comemorar.

Nas redes sociais, o governador mandou um recado curto e direto aos eleitos. Após cumprimentá-los pela vitória, Carlos Brandão escreveu: “Reitero o nosso empenho por um trabalho em unidade e parceria com todos os gestores e parlamentares municipais, independentemente de lado político”.

O mapa político-partidário do Maranhão foi redesenhado ontem, sem a preponderância de um partido dominante, como aconteceu em períodos recentes. Estão no jogo agora PSB, PP, MDB, PT, PSDB, Podemos, PL, Republicanos para fazer o desenho do cenário em que se dará o grande embate político e eleitoral de 2026.

PONTO & CONTRAPONTO

Foi surpreendente a eleição da nova Câmara Municipal de São Luís

O jornalista Douglas Pinto foi
o campeão de votos em São Luís

Foi uma renovação expressiva, a começar pelo fato de que não se reelegeram vereadores de larga experiência, como Chico Carvalho (Podemos), Pavão Filho (PSB) e Gutemberg Araújo, entre outros, que involuntariamente cederam lugar a sangue novo, como o jornalista Douglas Pinto (PSD), da TV Mirante, que entrou para a história ao ser o primeiro candidato a vereador de São Luís a receber 16 mil votos. Na esteira da renovação chegam ao Palácio Pedro Neiva de Santana Clara Gomes (PSD), André Campos (PP) e Thay Evangelista (UB), entre outros marinheiros de primeira viagem, que poderão fazer a diferença na trajetória do parlamento ludovicense. Os eleitos São os seguintes:

Douglas Pinto (PSD) – 16.036 votos, Marquinhos (União) – 12.200 votos, Aldir Júnior (PL) – 10.633 votos, Edson Gaguinho (PP) – 10.355 votos. Paulo Victor (PSB) – 9.956 votos, Coletivo Nós Jhonatan (PT) – 9.847 votos, Concita Pinto (PSB) – 8.664 votos, Astro de Ogum (PCdoB) – 8.604 votos, Andrey Monteiro (PV) – 8.207 votos, Beto Castro (AVANTE) – 8.136 votos, Octavio Soeiro (PSB) – 8.043 votos, Wendell Martins (PODEMOS) – 7.698 votos, Rosana da Saúde (Republicanos) – 7.508 votos, Nato Jr. (PSB) – 7.481votos, Dr. Joel (PSD) – 7.319 votos, Antônio Garcez (PP) – 7.190 votos, Daniel Oliveira (PSD) – 7.188 votos, André Campos (PP) – 6.527 votos, Marlon Botão (PSB) – 6.341 votos, Thyago Freitas (PRD) – 6.298 votos, Marcelo Poeta (PSB) – 6.173 votos, Raimundo Jr. (PODEMOS) – 6.022 votos, Clara Gomes (PSD) – 5.898 votos, Raimundo Penha (PDT) – 5.768 votos, Thay Evangelista (UNIÃO) – 5.667 votos, Marcos Castro (PSD) – 5.431 votos, Cleber Verde Filho (MDB) – 5.180 votos, Fábio Macedo Filho (PODEMOS) – 5.134 votos, Flávia Berthier (PL) – 4.857 votos, Rommeo Amin Coletivo Unidos (PRD) – 4.144 votos e Professora Magnólia (União) – 3.757 votos.

Em Tempo: João Alberto recebe a maior votação já dada a um vereador em Bacabal

O ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-prefeito de Bacabal, ex-governador do Maranhão e ex-senador da República João Alberto (MDB) ampliou ontem o seu espaço na crônica política maranhense ao se eleger vereador de Bacabal com 2.591 votos, a maior votação já dada a um candidato a vereador naquele município. Dono de uma das trajetórias mais bem-sucedidas eleitoral e politicamente, João Alberto vai consolidar a sua carreira política e eleitoral como sempre planejou: exercendo um mandato de vereador na sua principal base política e eleitoral, aos 89 anos, e com disposição de quem está começando e enxergando horizontes mais amplos. Será apoiador do prefeito Roberto Costa.

Dos oito deputados estaduais candidatos, três se elegerem e um foi para o 2º turno

Roberto Costa (Bacabal), Rafael (Timon)
e Juscelino Marreca (Santa Luzia):
vitória nas urnas

Dos oito deputados estaduais que disputaram prefeituras, apenas três se elegeram: Roberto Costa (MDB) em Bacabal, Rafael (PSB) em Timon e Juscelino Marreca (PRD) em Santas Luzia. Rildo Amaral (PP) venceu o 1º turno em Imperatriz e terá seu destino decidido no 2º turno a ser realizado no próximo dia 26. Os demais – Ana do Gás (PCdoB), Solange Almeida (PL), Yglésio Moises (PRTB) e Wellington do Curso (Novo) foram derrotados nas urnas.

Roberto Costa foi consolidado pelo eleitorado de Bacabal com 55% dos votos válidos, confirmando uma tendência desenhada já nas primeiras pesquisas, realizadas ainda em 2023. Durante a campanha, enfrentou Marcos Miranda (União Brasil), um adversário endinheirado e agressivo, que com palavras e gestos levou tensão a uma disputa eleitoral que tinha de tudo para ser uma grande festa da democracia. Roberto Costa usou o bom senso, resistiu às provocações e driblou as armadilhas colocadas pelo adversário e saiu ileso das urnas, com uma vitória retumbante, que confirmo a tendência inicial.

O deputado Rafael obteve uma vitória difícil, mas incontestável em Timon, derrotando nas urnas a prefeita Dinair Veloso (PDT), representante do clã Leitoa, que dominava a política timonense havia décadas. Apoiado firmemente pelo governador Carlos Brandão, o candidato do PSB enfrentou altos e baixos, mas, conhecedor das entranhas políticas de Timon, o terceiro maior colégio eleitoral do Maranhão, montou e levou a cabo a estratégia de levar a eleição para o corpo a corpo e se deu bem, vencendo a máquina administrativa municipal e o jogo pesado os Leitoa, saindo das urnas com 44% dos votos, contra 39% da prefeita Dinair Veloso.

Juscelino Marreca não teve dificuldades para vencer a eleição em Santa Luzia. Desde as primeiras pesquisas, sua posição ficou clara, e ele confirmou a tendência inicial vencendo a eleição com 57% dos votos válidos.   

Em Tempo: Dois deputados federais que disputaram prefeituras se deram mal. Duarte Jr. (PSB) ficou em segundo lugar em São Luís e Josivaldo JP (PSD) ficou de fora da segunda rodada na eleição em Imperatriz.

São Luís, 07 de Outubro de 2024.