Ganha consistência a tendência de a eleição presidencial poderá ter influência maior na corrida ao Governo do Estado do que foi inicialmente previsto. A julgar pelo número de pré-candidatos a presidente, e pelo vínculo que eles têm com pré-candidatos a governador do Maranhão. Os presidenciáveis Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (a caminho do PL) são, de longe, principais influenciadores da corrida ao Palácio dos Leões. No entanto, os acontecimentos mais recentes indicaram que esse aspecto das eleições no Maranhão terá influência bem maior do que era esperado, e que a razão disso é exatamente a disputa pelo Palácio do Planalto. O surgimento de novas candidaturas presidenciais, como a do ex-juiz federal Sérgio Moro (Podemos) e a do presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD), identificadas com as de aspirantes a governador vai, aos poucos, alterando o desdenho inicial do cenário pré-eleitoral no estado.
Até aqui, o ex-presidente Lula da Silva, que deve encabeçar a chapa do PT, tem mais da metade preferência do eleitorado maranhense, segundo as pesquisas mais recentes. Esse gigantesco e precioso suporte eleitoral faz com que o apoio do PT seja intensamente disputado pelos candidatos da base governista, como o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e o senador Weverton Rocha, além do secretário de Educação Felipe Camarão, que tenta se viabilizar como candidato do PT. Lula da Silva ainda não se posicionou no Maranhão, e pelo que tem sido especulado, o fará tão logo o governador Flávio Dino (PSB) definir o seu candidato à sua sucessão. Especula-se até que Lula da Silva poderá ter dois palanques no estado. Isso vai depender de como o PSDB participará da corrida ao Planalto.
Situação idêntica, mas num contexto diferente, é a do presidente Jair Bolsonaro. Ele não lidera a corrida, mas está tendo seu apoio disputado pelo senador Roberto Rocha, que deve se filiar ao PL e resolver com o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que controla o PL e é pré-candidato em campanha, quem de fato será o candidato do partido aos Leões. E ainda pelo prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, que vai disputar o Governo pelo PTB. É improvável que esses pré-candidatos se unam sob o estandarte bolsonarista, dando ao presidente mais de um palanque no Maranhão. Mas é certo que, independentemente de quem seja candidato, o fato é que Jair Bolsonaro poderá ter mais de um palanque no estado.
O pré-candidato presidencial do PDT, Ciro Gomes, tem reafirmado sua candidatura, mas na verdade é uma grande incógnita, já que as principais lideranças do partido, como o senador Weverton Rocha, por exemplo, parecem não acreditar no seu projeto de candidatura.
O cenário da corrida aos Leões será mais movimentado com a entrada do ex-juiz Sérgio Moro e do senador Rodrigo Pacheco na corrida ao Planalto. Filiado ao Podemos já na condição de pré-candidato a presidente, o ex-chefe da Lava Jato e ex-ministro da Justiça não terá, em princípio, um aliado como candidato ao Governo do Maranhão, mas deverá ter o suporte político do prefeito de São Luís, Eduardo Braide, que comanda o Podemos no estado e ainda não disse quem será seu candidato à sucessão estadual.
A situação do senador Rodrigo Pacheco será bem melhor definida no Maranhão, caso ele decida mesmo entrar na guerra pela presidência da República. O ponto central é que seu partido, o PSD, tem um candidato viável ao Governo do Estado, o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr., que poderá capilarizar o nome do senador nas diferentes regiões do estado, onde dificilmente chegaria sem um aliado desse porte. Diferentemente de outros casos, a dobradinha Pacheco/Holanda Jr. poderá fazer bem aos dois.
Muito do que há de indefinição nesse grande tabuleiro será resolvido depois de segunda-feira (29), quando o governador Flávio Dino anunciar o nome do candidato do grupo à sua sucessão.
PONTO & CONTRAPONTO
Carolina sediará amanhã o Poder Legislativo no programa “Assembleia em Ação”.
Carolina, cidade importante da Região Sul, sediará nessa sexta-feira, a 6ª edição do programa “Assembleia em Ação”, que consiste na realização de uma ação interativa do parlamento estadual com as câmaras municipais da região, com troca de experiências e, principalmente, a atualização do que é e como funcionam as instituições legislativas do Estado e do País. Comandado diretamente pelo presidente do Poder Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), o evento, que ocorrerá na sede da Câmara Municipal carolinense, deverá reunir representações – prefeitos, vereadores e líderes civis – de pelo menos 30 municípios daquele polo regional, podendo suas lideranças debater com os deputados os problemas regionais. O evento de Carolina, que será a última edição do programa itinerante do Legislativo maranhense este ano, estará aberta ao debate sobre a cultura, e economia e o turismo da região. Othelino Neto destacou que o ‘Assembleia em Ação’ é uma forma de os parlamentares interagirem não só com a classe política, mas também com a população de maneira geral nas mais diversas regiões. “Desta vez, estaremos na belíssima cidade de Carolina para ouvir e falar daquilo que é produzido no nosso Parlamento Estadual e trocar experiências com as Câmaras Municipais. Estão todos convidados para participarem deste importante momento conosco”, declarou o chefe do Legislativo maranhense.
Mical Damasceno diz que continua no comando do PTB
É de disputa a situação nas entranhas do PTB no Maranhão. O prefeito de São padro dos crentes e pré-candidato a governador Lahesio Bonfim, já filiado ao partido, informou, por redes sociais, que está no comando do partido, o que causou repercussão no meio político. Ontem, a deputada estadual Mical Damasceno rebateu a informação e assegurou que continua no comando da agremiação. Em vídeo, a parlamentar garantiu que não tem conhecimento de qualquer mudança na direção do PTB, que não recebeu qualquer comunicação da direção nacional sobre o assunto e que continua exercendo a presidência do PTB maranhense. Duas fontes do PTB disseram ontem à Coluna que estaria decidido na cúpula nacional da agremiação trabalhista a transferência do controle do braço maranhense ao prefeito Lahesio Bonfim. A preocupação é não desprestigiar a deputada Mical Damasceno, que na crise que resultou na saída do deputado federal Pedro Lucas Fernandes na direção estadual e do partido, ela não pensou duas vezes em assumir a presidência do partido. De acordo com as fontes, a mudança, se ainda não foi consumada, acontecerá a qualquer momento.
São Luís, 25 de Novembro de 2021 .