Câmara eleita tem perfil mesclado com raposas tarimbadas, quadros experientes e jovens com disposição para mudar

 

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Osmar Filho, Astro de Ogum, Pedro Lucas Fernandes, Afonso Manoel, Marcial Lima e Ivaldo Rodrigues integram a nova Câmara de São Luís

Não se trata de fazer julgamento sobre a composição atual da Câmara Municipal de São Luís, mas todas as evidências indicam que a fornada de vereadores que saiu das urnas no último domingo passa a impressão de que o plenário do Legislativo municipal deve ganhar mais dinâmica e um envolvimento maior com os desafiadores problemas que ainda atormentam a Capital. O eleitorado não impôs uma mudança radical àquela Casa, preferiu mesclar o mapa do plenário com vereadores mais experientes, renovar o mandato de representantes de uma geração mais nova que deram conta do recado, e completou o quórum com “cristãos novos”, completando assim representação parlamentar equilibrada pela conjunção de fatores como experiência e política e disposição para fazer o melhor.

A sinalização mais expressiva do eleitorado foi ter dado o título de campeão de votos ao jovem Osmar Filho (PDT), que liderou a votação na formação de uma bancada de peso pelo PDT. Junto com ele vieram o experiente e bem articulado Pavão Filho, o jovem militante Raimundo Penha, e o pedetista de primeira linha Ivaldo Rodrigues, que tem um rico histórico de militância e coerência partidária. O PDT formou assim uma bancada de peso, que pode contribuir de maneira decisiva para um bom desempenho da Casa nos próximos quatro anos.

Além do PDT, oito partido formaram bancadas, a maioria de dois membros. A única exceção foi PCdoB, que mandou para o Palácio Pedro Neiva de Santana Marcelo Poeta, Fátima Araújo e Ricardo Diniz, que terão oportunidade de mostrar seus talentos políticos. O PR, que teve como mais votado o influente e bom articulador Astro de Ogum, atual presidente, e Aldir Júnior, um político da novíssima geração. O PSL, que renovou os mandados de duas das mais importantes e tarimbadas raposas da política ludovicense: Chico Carvalho e Isaías Pereirinha. O PHS entrou com Professor Sá Marques e Edson Gaguinho, que estreiam na vida parlamentar. O PEN, que deu um mandato ao jornalista Marcial Lima, que tem se notabilizado pelo envolvimento com os problemas da cidade, que conhece na palma da mão, e Concita Pinho, mulher do ex-vereador e ex-deputado Jota Pinto. E o PP, que elegeu o experiente e bem intencionado Chaguinhas e Nato Júnior. O PSDB, que reelegeu o correto e bem intencionado Dr. Gutemberg e o diligente Josué Pinheiro. E o PRTB, que deu mais quatro anos para o tarimbadíssimo Silvino Abreu e Genival Alves.

Os demais são únicos representantes dos seus partidos como o competente e politicamente correto Pedro Lucas Fernandes (PTB). O militante católico Afonso Manoel (PRP), a ativa e incansável Bárbara Soeiro (PSC), o médico e político Umbelino Júnior (PPS), o coerente Honorato Fernandes (PT), o polêmico Beto Castro, o reeleito Estevão Aragão (PSB), o conhecido Edmilson Jansen (PTC) e Marquinhos (DEM).

O eleitorado acertou quando renovou, por exemplo, o mandato do presidente Astro de Ogum, que no início da carreira fora visto com reservas por conta do seu viés religioso, mas soube superar tal barreira e se impor como um político hábil, que hoje domina plenamente o caminho das pedras nos bastidores políticos de São Luís. Numa outra vertente, a reeleição dos vereadores Pedro Lucas Fernandes e Osmar Filho tem significado importante porque mostra que a nova geração de políticos se consolida e dá passos para assumir o comando do município, a exemplo do que acontece hoje com o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) e com o deputado estadual Eduardo Braide (PMN). Numa terceira vertente, a chegada à Câmara de políticos como Raimundo Penha, Umbelino Júnior, Marcial Lima, Aldir Júnior e Nato Júnior funcionará como um sopro de arejamento no Legislativo municipal.

Em meio a essas vertentes, a composição da nova Câmara Municipal de São Luís se completa com referências políticas bem consolidadas e que têm estrada longa em matéria de articulação, como Pavão Filho, Afonso Manoel, Ivaldo Rodrigues, Dr. Gutemberg, reforçadas por raposas tarimbadas como Josué Pinheiro, Edimilson Jansen e Silvino Abreu. E também Estêvão Aragão, Marcelo Poeta, Fátima Araújo, Edson Gaguinho, Genival Alves e César Bombeiro.

Difícil prever como será o relacionamento do próximo prefeito com a nova Câmara. Se for Edivaldo Jr., terá de ajustar os seus canais de relacionamento com a Casa, com a vantagem de não enfrentar uma oposição dura como fazem os vereadores Fábio Câmara (PMDB) e Rose Sales (PMB), ambos candidatos sem sucesso a prefeito de São Luís. Se der Eduardo Braide, o jogo será zerado, as forças terão de se reacomodar para ganhar um perfil de acordo com os sinais que saírem do Palácio de la Ravardière.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roberto Rocha chama Flávio Dino para o confronto

roberto-rocha-1O senador Roberto Rocha (PSB) sinalizou ontem, mais uma vez, que está mesmo em rota de colisão com o governador Flávio Dino (PCdoB). O sinal, desta vez mais forte que os demais, foi dado na forma de um comentário que postou no seu perfil no facebook sobre o envolvimento do governador nas eleições municipais. Com um discurso forte, deixou claro que está, de fato, se preparando para um confronto direto com o chefe do Executivo maranhense cujo desfecho deverá acontecer nas urnas em 2018. Segue a íntegra do comentário:

SINAL VERMELHO PARA O NATAL

Governo é governo, partido é partido.

Nenhum partido no Brasil consegue chegar ao governo sozinho, porque não tem 50% + 1. Para isso, precisa fazer alianças.

Mesmo o PT e o PSDB, com a presidência da República, tiveram que fazer coligações.

Eleito, o governante não pode governar para metade mais um, ou seja, para sua coligação. Ele tem que governar para todos.

Desta forma, não se pode confundir governo com coligação. Muito menos, governo com partido.

Esse é o atalho mais fácil para um fracasso administrativo, pois quando o governante confunde governo com partido, ele também passa a confundir partido com Estado. É o começo do fim!

O pensamento de certa ‘esquerda’, tributário dessa lógica, costuma fazer essa confusão, fruto de interditos ideológicos e de uma autoproclamada superioridade moral.

O país viveu isso com o PT, e o governo caiu.

A população sofre os duros efeitos dessa psicopatologia política, mas, neste domingo, deu o troco nas urnas.

No Maranhão, o governador Flávio Dino, do PC do B, fez um esforço muito grande nestas eleições, a ponto de quase pintar o Palácio dos Leões de vermelho.

Ao contrário do que pregou em sua posse, soltou os leões para rugirem com estridência, Maranhão adentro.

Assim mesmo, saiu da campanha menor do que entrou.

Em dezembro, o sinal vermelho poderá acender para os servidores públicos. Infelizmente, caso aconteça, será um péssimo agouro para as dezenas de prefeitos neocomunistas que no mês seguinte tomam posse alimentados pela esperança de virtuosas parcerias.

 

Pinto Itamaraty vira senador por quatro meses

pintoassumeO empresário do reggae José Eleonildo Soares, o Pinto Itamaraty (PSDB), assumiu ontem vaga no Senado da República aberta temporariamente pelo senador Roberto Rocha (PSB), que se licenciou para tratar de assuntos particulares. Pinto Itamaraty já exerceu quatro mandatos, dois de vereador em São Luís e dois de deputado federal pelo PSDB. Na última eleição, certo de que não seria reeleito deputado federal, desistiu de tentar renovar o mandato, e numa articulação que fez usando o cargo de presidente do PSDB na Capital, acabou presenteado pelo PSDB com a vaga de 1º suplente de senador na chapa de Roberto Rocha. Chega ao Senado como um político em franca decadência, sem voto e com prestígio limitado à condição de vice-presidente do PSDB no estado, não lembrando em nada o vereador que se reelegeu com a maior votação proporcional no estado no pleito municipal de 1998, quando o reggae ainda era uma força política em São Luís. Há quem diga que foi um dos responsáveis pela tragédia que afundou a candidatura da deputada federal Eliziane Gama (PPS) à Prefeitura de São Luís, versão que é corroborada pelo fiasco que foi o projeto de fazer Pintinho Itamaraty vereador na Capital. Será senador por quatro meses, se Roberto Rocha por alguma razão não antecipar o seu retorno. E deve levar para a Câmara Alta uma marca: não faltar a nenhuma sessão no período em que estiver no paraíso senatorial.

 

São Luís, 05 de Outubro de 2016.

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