Brandão mostrou determinação e jogou duro contra o golpismo que atacou a democracia

Carlos Brandão com oficiais e autoridades do Sistema de Segurança Pública no aeroporto do Tirirical, acompanhando o embarque de policiais maranhenses para a Força Nacional

Visto por muitos como um político contido, que quer distância de polêmicas e embates, preferindo a conciliação pura e simples, o governador Carlos Brandão (PSB) tem dado seguidas demonstrações que tem um posicionamento político claro e que está disposto a defende-lo sem vacilar. Ele vem mostrando aos poucos a sua disposição para o enfrentamento com posições claras e firmes em relação à movimentação de bolsonaristas radicais, não só com manifestações duras nas redes sociais, mas também com ações efetivas destinadas a brecar o avanço violento dessa turma no Maranhão. No caso do ataque da extrema direita terrorista, no dia 8, aos símbolos da República e da democracia, o governador do Maranhão foi um dos primeiros a se posicionar condenando a violência e defendendo punição dura, além de colocar os recursos do Governo do Maranhão à disposição da União. Uma série de momentos e decisões definiram o posicionamento democrático do governador do Maranhão.

Em meados de novembro, quando caminhoneiros bolsonaristas, financiados por empresários de extrema direita, tentaram bloquear a BR-135, a exemplo do que fizeram em outros estados, acobertados pelo Governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado na disputa presidencial, o governador Carlos Brandão mandou um aviso aos bloqueadores: não haveria rodovia bloqueada no Maranhão. Os dois pontos – um na Ilha de São Luís e outro na região Tocantina – onde caminhoneiros ensaiaram bloqueio não prosperaram quando eles souberam que a Polícia Militar desobstruiria as vias de qualquer maneira. Os manifestantes pensaram melhor e o Maranhão foi um dos poucos estados onde não houve bloqueio de rodovia.

Com relação ao acampamento que montaram na praça em frente ao 24º BC, na Av. São Marçal, no João Paulo, ele decidiu usar a tolerância por algum tempo, mas avisou que, se houvesse decisão judicial, as barracas seriam desmontadas imediatamente. Na noite de domingo, quando após os ataques brutais da malta golpista à sede dos Poderes da República em Brasília, o ministro Alexandre de Moraes determinou que os acampamentos fossem desmontados em todo o País em 24 horas. Na mesma noite, o governador do Maranhão mandou avisar que o acampamento do João Paulo seria desmontado pela força, caso os acampados não saíssem por bem até o final da segunda-feira (09). Na manhã de terça-feira (10) não havia vestígio de barracas no local.

Em fina sintonia com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, o governador Carlos Brandão foi um dos primeiros chefes de Estado da Federação a desembarcar em Brasília em apoio ao presidente Lula da Silva (PT). E depois de participar da reunião do presidente com os governadores, na segunda-feira, e de descer a rampa do Palácio do Planalto e fazer a histórica caminhada para a sede do Supremo Tribunal Federal, Carlos Brandão retornou ao Maranhão para providenciar o envio de 46 policiais militares para integrar a Força Nacional em Brasília. Ele fez questão de acompanhar o embarque no aeroporto do Tirirical. E confirmou ali mesmo que outros 33 serão embarcados em breve.

Chamou a atenção o fato de o governador Carlos Brandão haver feito esses posicionamentos e tomado as decisões graves de maneira quase discreta, sem alarde, mas com a determinação dos que não costumam retroceder. Suas atitudes nesses episódios foram reveladoras de que ele tem ampla e clara noção do papel de um chefe de Estado em situação de crise.

PONTO & CONTRAPONTO

Com inclinações golpistas, Lahesio pode enfrentar guerra judicial e perder comenda

Lahesio Bonfim entre fogo cruzado de Felipe Camarão e Ricardo Rios

Segundo colocado na corrida ao Governo do Estado, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSC), resolveu se manter em evidência manifestando apoio à tendência golpista dos partidários radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Só que resolveu fazê-lo provocando personalidades como o ministro Flávio Dino, por exemplo, numa atitude que sugere covardia. Enquanto o ministro vem trabalhando duro para evitar que o Brasil seja mergulhado nas trevas de um golpe militar e caia nas mãos desses grupos radicais, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes vinha usando as redes sociais com declarações debochadas contra ao ministro da Justiça e simpáticas ao golpismo. Foi duramente criticado pelo vice-governador Felipe Camarão (PT) e reagiu com declarações grosseiras, mas tendo o cuidado de apagar os posts de inclinação golpista depois dos ataques em Brasília. Só que Felipe Camarão fez cópias de todos os posts, reunindo material suficiente para deixar o ex-prefeito em situação delicada num provável embate dos dois na Justiça.

Não bastasse o fato de se encontrar na mira judicial do vice-governador Felipe Camarão, o ex-prefeito Lahesio Bonfim encara agora o iminente desconforto de ter cassada a Medalha Manoel Beckman, a maior honraria da Assembleia Legislativa, que lhe foi concedida. A proposta de cassação é do deputado reeleito Ricardo Rios (PSB), que manifestou indignação com as atitudes antidemocráticas do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes.

Deputados federais bolsonaristas mantêm posições discretas sobre ataques

Josimar de Maranhãozinho, Detinha, Aluísio Mendes, Josivaldo JP e Pastor Gildenemyr

Por razões que ainda virão à tona, foi curiosamente fria a reação dos deputados federais e senadores maranhenses à barbárie praticada por bolsonaristas golpistas na Praça dos Três Poderes, domingo (08). A maioria das reações se limitou a duas ou três linhas por parte de alguns nas redes sociais. O silêncio mais ostensivo, porém, ficou por conta dos bolsonaristas militantes como os deputados federais reeleitos Josimar de Maranhãozinho, presidente do PL no estado, Aluísio Mendes (PSC), Josivaldo JP (PSD) e Pastor Gildenemyr (PL). Seria interessante conhecer as suas posições.

São Luís, 12 de Janeiro de 2023.

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