Brandão lidera missão em São Paulo, conversa com Doria e trata sobre vacinas no Butantan

 

João Doria recebe Carlos Brandão como líder do ninho dos tucanos do Maranhão

“A expectativa é muito grande de salvar milhares de vidas”. A declaração foi dada pelo o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) após cumprir ontem uma agenda especial em São Paulo, tanto no plano institucional, como emissário do Governo do Maranhão, quanto no plano político, como recém reconvertido à condição de tucano. Na capital paulista, liderando uma comitiva integrada pelos secretários Carlos Lula (Saúde) e Rubens Jr. (Assuntos Políticos), o vice-governador do Maranhão reuniu-se com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e visitou o Instituto Butantan, onde recebeu informações importantes sobre imunização em reunião com diretor-presidente da autarquia, Dimas Covas. Com João Doria, que o recebeu como o novo líder do PSDB no Maranhão, Carlos Brandão conversou sobre pandemia, procedimentos e vacina, além de uma pitada de política. E com Dimas Covas, o vice-governador tratou de vacina e externou o interesse do governador Flávio Dino na Butanvac, o primeiro imunizante totalmente brasileiro, que será produzido em larga escala pelo instituto paulista.

Institucionalmente, a visita do vice-governador do Maranhão ao governador de São Paulo deve produzir bons resultados. Primeiro por ter sido um reforço e tanto no relacionamento dos Governos do Maranhão e de São Paulo, uma vez que o secretário Carlos Lula teve acesso a informações sobre procedimentos e projetos relacionados com a luta contra o novo coronavírus em São Paulo. Mais ainda com a visita ao Butantan, onde o secretário de Saúde do Maranhão, que preside o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) dialogou com o diretor-presidente Dimas Covas sobre a produção da Coronavac e da Butanvac, que o Governo do Maranhão tem interesse em comprar, para ampliar o leque de opções. Por sua vez, o secretário de Articulação Política reforçou a posição do governador Flávio Dino na construção ou reconstrução de pontes e na mobilização de todos os recursos humanos e materiais para o combate eficaz ao novo coronavírus.

Politicamente, Carlos Brandão saiu entusiasmado do Palácio dos Bandeirantes após a conversa com o governador João Doria, que o recebeu como líder maior do PSDB no Maranhão, manifestando a intenção de apoiar seus esforços para o crescimento e fortalecimento do partido no estado. Mas foi enfático ao esclarecer que a motivação da viagem a São Paulo não foi política, mas institucional. A missão foi estreitar as relações com o Governo de São Paulo e ampliar ao máximo o leque de informações do Governo sobre a luta contra o coronavírus naquele estado e sobre a produção de imunizantes.

“Não estou tratando disso agora. Minha preocupação é a mesma do governador Flávio Dino, que é a guerra contra a pandemia. Nós só vamos tratar de política depois que essa situação sanitária estiver totalmente controlada e pelo menos metade dos maranhenses estiver vacinada”, declarou o vice-governador. Mas, provocado sobre as duas pesquisas – Exata e Escutec – publicadas recentemente sobre corrida à sucessão do governador Flávio Dino, na qual é nome de destaque como pré-candidato ao Palácio dos Leões, aparecendo com 15%, à frente do senador Roberto Rocha (sem partido), com 12% num cenário sem a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), tendo o senador Weverton Rocha (PDT) em primeiro com 25%, resumiu todas as suas impressões com a seguinte resposta:

– Se for aquilo mesmo, eu estou muito bem.

Mesmo diante do fato de ter sido recebido como um tucano de proa pelo governador João Doria, o que deu um caráter fortemente político à sua visita a São Paulo, o vice-governador Carlos Brandão evitou fazer declarações políticas diretas, do tipo preto-no-branco, argumentando que o momento é inadequado para colocar o projeto político-eleitoral à frente do combate ao novo coronavírus. E sem esconder seu projeto político, usou toda sua experiência para dizer que não é hora de tratar do assunto.

– Ninguém, está interessado nisso agora. Nesse momento, todos nós estamos lutando para vencer o coronavírus.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Maranhãozinho tenta limpar imagem em live, mas suas declarações só aumentam dúvidas

Entre Detinha e Marreca Filho, Josimar de Maranhãozinho se diz perseguido pela PF

Em live que comandou ontem, apoiado pela deputada estadual Detinha (PL), sua mais fiel apoiadora, e pelo deputado federal Marreca Filho (Patriotas), um dos seus três escudeiros, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) tentou dar uma demonstração de que está politicamente de pé. Falou de vários assuntos, mas centrou fogo em dois: sua candidatura ao Governo do Estado e a encrenca em que está metido com a Polícia Federal, que está no seu calcanhar investigando suspeita de desvio de recursos federais da Saúde.

Sobre sua candidatura a governador, disse que ela está de pé e que não se situa no campo político e partidário liderado pelo governador Flávio Dino. Reafirmou que é pré-candidato, mas no meio político duas em três raposas – aí incluídos parlamentares e prefeitos – dizem que ele não vai a lugar algum com a tal candidatura. A aposta dominante entre os especuladores é que ele será mesmo é candidato a deputado estadual, tanto que já lançou a deputada Detinha à Câmara Federal. Isso se não tiver sua candidatura impugnada até lá.

Já no que diz respeito à Polícia Federal, o deputado voltou a afirmar que está sendo vítima de perseguição. Ele tenta vender a seguinte versão sobre os R$ 5 milhões em dinheiro vivo que a PF encontrou no seu escritório em São Luís e garante não tratar-se de dinheiro de corrupção. Não deu nome aos bois nem esclareceu o motivo de a dinheirama estar guardada em sacos de papel no seu escritório.

O fato é que, depois de surpreender com um poder de fogo impressionante, procura agora um caminho para seguir em frente, o que não está nada fácil.

 

Governo e movimentos sociais debatem por regras fundiárias mais justas no Maranhão

Flávio Dino, Chico Gonçalves e Rodrigo Lago: articulação por mais direitos ao homem do campo sobre a terra

O Governo do Maranhão promove no momento um amplo debate com movimentos sociais para definir uma plataforma de direitos para as pessoas que vivem no campo com o estabelecimento de regras e procedimentos para a regularização fundiária. O debate está sendo articulado pelo Interma e envolve diretamente o secretário dos Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, e o secretário de Agricultura Familiar, Rodrigo Lago. Além da regularização fundiária propriamente dita, o debate inclui a definição de regras claras relacionadas com a função social da terra, a preservação de biomas e da natureza de modo geral. Para Rodrigo Lago, a perspectiva é “criar um novo marco legal das terras no Maranhão, que permita a melhora efetiva de direitos para a população do campo e da cidade”. E vai mais longe: “Nossa ideia é avançar em direitos e melhorar o marco regulatório”.

Defensor intransigente de uma política fundiária que assegure o acesso do homem do campo à terra devidamente regularizada, dentro de um conceito avançado de reforma agrária, o governador Flávio Dino tem um cuidado especial sobre o assunto. Que começa com a regra segundo a qual política agrária deve ser debatida com os movimentos sociais. Daí o fato de um debate em curso no Interma ter a participação direta do governador, dos secretários da área e de representante da Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão (Fetaema), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),  da Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos Tradicionais Extrativistas Costeiros e Marinhos (Confrem), Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) e do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (Miqcb).

O debate em curso é, em si, um marco importante do processo de regularização fundiária no Maranhão, e deve resultar num projeto de lei a ser encaminhado à Assembleia Legislativa.

São Luís, 06 de Abril de 2021.

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