Bem na primeira pesquisa, Roseana se anima a voltar à cena política, mas sem definir candidatura

 

Roseana Sarney: bem na primeira pesquisa sobre 22, mas cautelosa por experiência

Os 30% de intenções de voto que recebeu na pesquisa Exata, a primeira sobre a corrida ao Palácio dos Leões e que a fizeram aparecer como líder destacada entre os demais candidatáveis, a começar pelo senador Weverton Rocha (PDT), que apareceu com 20%, e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), preferido por 6% dos entrevistados, deram o impulso que faltava para a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) se animar de vez com o projeto de cancelamento da sua aposentadoria política. Dias antes da pesquisa, a líder do que restou do Grupo Sarney anunciara a intenção de assumir o comando do seu partido no Maranhão, e depois da divulgação das intenções de voto reveladas pela pesquisa Exata, ela deixou transparecer a empolgação ensaiando uma cobrança ao governador Flávio Dino (PCdoB) em favor de empresários. Isso depois de haver aparentemente descartado disputar a única vaga para o Senado nesse pleito e concordado com o projeto de se candidatar à Câmara Federal, para usar o seu prestígio eleitoral ajudando o MDB a eleger uma minibancada de deputados federais.

Roseana Sarney é, sem a menor sombra de dúvida, o político maranhense que mais conhece as nuanças de uma pesquisa. Desde que entrou na política para disputar votos, nas eleições de 1990, a herdeira de José Sarney se tornou uma “escrava” dos levantamentos, dependendo deles para definir todos os seus movimentos. Foi fundo nas entrelinhas dos levantamentos, aperfeiçoando sua condição de exímia leitora de percentuais, primeiro com o marqueteiro baiano Duda Mendonça, e depois com sociólogo pernambucano Antônio Lavareda, de quem se tornou discípula fiel e aplicada durante anos. Nem a imprevista e amarga derrota nas urnas para Jackson Lago (PDT) em 2006 desfez seu encanto com os números. Entrou na disputa de 2010 estimulada pelas pesquisas.

Em 2018, Roseana Sarney se candidatou meio a contragosto, sabendo que não teria chance de derrotar Flávio Dino. Sua participação naquele pleito teria sido uma espécie de exigência da cúpula sarneysista para turbinar as candidaturas do deputado federal Sarney Filho (PV) e a do senador Edson Lobão às vagas no Senado. Deu no que deu.

Com a sua larga e sólida experiência na superfície e nas entranhas da política maranhense, Roseana Sarney tem noção clara de que pouca coisa mudou de 2018 para cá. Sabe que disputando com o vice-governador Carlos Brandão – que deverá concorrer como governador, o que o torna um candidato politicamente poderoso -, com o senador Weverton Rocha – que no ano que vem estará no auge do seu mandato senatorial, portanto politicamente muito forte – e ainda com o senador Roberto Rocha – que irá para o “tudo ou nada” empunhando a bandeira bolsonarista – enfrentará uma barra pesada, já que só contará mesmo com o seu cacife político e prestígio pessoal. Esse cenário pode até induzi-la a entrar no jogo, mas sem o peso de outros tempos.

Conhecedora de todas as artes e de todas as manhas desse jogo, Roseana Sarney sabe que os 30% de agora dificilmente serão mantidos à medida que as candidaturas ganharem forma, conteúdo e musculatura. E se o embate rascunhado agora entre Weverton Rocha e Carlos Brandão for confirmado, ganhará certamente a dimensão de uma guerra altamente explosiva, a julgar pela determinação de ambos. Isso poderá beneficiá-la ou funcionar como um sinal vermelho à sua candidatura. Qualquer avaliação honesta e isenta certamente concluirá que a liderança de agora dificilmente se manterá, como indica a sua elevada rejeição, segundo a mesma pesquisa.

Mesmo com as indicações pouco favoráveis do cenário, convém aos candidatáveis a não subestimarem a ex-governadora. A recomendação se baseia em um só dado: Weverton Rocha e Carlos Brandão foram incluídos na pesquisa como aspirantes assumidos, enquanto Roseana Sarney foi colocada como uma possibilidade remota. Isso lhe dá uma vantagem nada desprezível.

Em Tempo: A pesquisa Exata ouviu 1.403 pessoas, no período de 11 a 14 de março. A margem de erro é de 3%, para mais ou para menos, e o nível de confiabilidade é de 95%.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Republicanos pode perder Fábio Gentil ao se aliar ao PDT

Fábio Gentil

A migração do vice-governador Carlos Brandão para o PSDB e a simultânea incorporação do Republicanos ao projeto de poder do senador Weverton Rocha (PDT) colocaram o prefeito de Caxias, Fábio Gentil, numa situação delicada. Hoje, sem dúvida, uma das maiores lideranças do partido, dado o seu prestígio político e o seu peso eleitoral. Fábio Gentil não ficou numa posição confortável com a guinada dada pela agremiação comandada pelo deputado federal Cléber Verde.

A explicação é simples: ao se aliar ao PDT, o Republicanos automaticamente se alia ao que restou do Grupo Coutinho em Caxias, cuja líder, a deputada Cleide Coutinho, permanece filiada à agremiação pedetista. Cléber Verde dificilmente convencerá Fábio Gentil a permanecer num partido que se alia aos seus principais adversários na cidade que comanda. Seria politicamente desastroso. E o prefeito da Princesa do Sertão, com a tradição e o peso político que têm, não parece dispostos a entregar nem os anéis nem os dedos.

Se o prefeito Fábio Gentil deixar o partido, o Republicanos perderá muito da sua musculatura. Isso porque, além do prefeito de Caxias, o partido de Cléber Verde perderá o deputado Duarte Jr., que tem hoje densidade eleitoral em São Luís, e o Comandante Schnneyder, que não aceita a aliança do partido com o PSB em Timon.

 

DESTAQUE

Assembleia Legislativa lança campanha forte alertando população contra a pandemia

Assembleia Legislativa: sem movimento, mas atuante na luta contra a pandemia

De longe a instituição maranhense mais engajada na luta com o novo coronavírus, a Assembleia Legislativa lançou nova campanha com o objetivo de alertar a população para a necessidade de manter todos os cuidados e medidas preventivas contra a propagação da pandemia no Maranhão. Por orientação do presidente Othelino Neto (PCdoB), preocupado diante do recrudescimento da virose, a Diretoria de Comunicação elaborou uma campanha mostrando depoimento de pessoas impactadas pela perda de familiares para a Covid-19.

A nova campanha, que como as anteriores tem também objetivo de estimular as pessoas a se engajarem na luta fazendo a parte que lhe cabe se prevenindo – usando máscaras, lavando as mãos, evitando aglomerações, entre outros cuidados – é lançada no momento em que o Brasil amarga 300 mil mortes, desde o início da pandemia, há um ano, das quais, mais de cinco mil no Maranhão.

O presidente Othelino Neto (PC do B) aprovou a campanha providenciada pela Diretoria de Comunicação manifestou-se em suas redes sociais, nesta quinta-feira (25) comentando seu conteúdo. No seu comentário, o chefe do Poder Legislativo destacou a importância da campanha como um alerta à população neste momento. “Vamos continuar usando máscara, fazendo a higiene das mãos, mantendo o distanciamento social e, se puder, fique em casa”, recomendou o presidente.

São Luís, 26 de Março de 2021.

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