Bancada federal joga com habilidade ao escolher Márcio Jerry coordenador

Márcio Jerry, Roseana Sarney, Amanda Gentil, Weverton Rocha, Detinha e Josimar de Maranhãozinho após a eleição do novo coordenador da bancada federal do Maranhão

A bancada do Maranhão no Congresso Nacional, que reúne os 18 deputados federais e os três senadores, escolheu, ontem, por unanimidade, o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) para coordenar as suas ações ao longo deste ano. Já se sabia que o parlamentar era o favorito para a tarefa, mas sua eleição sem um voto contrário nem uma abstenção representou sinalização em diversas direções. E a principal delas é o fato de Márcio Jerry ser hoje, por vários motivos, o deputado federal maranhense com maior trânsito na Esplanada dos Ministérios. Essa posição faz dele um interlocutor importante entre os deputados maranhenses e as peças da máquina federal de Brasília, cujos dirigentes ele conhece, o que facilitará ações de intermediação com os seus colegas de bancada. O representante do PCdoB substitui o deputado federal Cléber Verde (Republicanos), que coordenou a bancada no último ano do Governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), marcado pela facilidade com que liberou as verbas do orçamento secreto para seus aliados, e pela hostilidade com que tratou parlamentares que lhe fizeram oposição.

Márcio Jerry inicia seu segundo mandato federal, para o qual se elegeu com 106 mil votos, depois de ter encarado as ações hostis do bolsonarismo, devido às suas duras posições como adversário de esquerda moderada a um governo de extrema-direita radical e agressivo. E com a vantagem de ter no comando do País o presidente Lula da Silva (PT), de quem é aliado de primeira hora, e que o chama pelo nome. Além do presidente, o parlamentar conta com o apoio do ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), de quem foi assessor direto e conselheiro, e com a ministra Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), representante do PCdoB na equipe de Governo. Márcio Jerry tem interlocução fácil com o ministro das Comunicações, Paulo Pimenta, que é deputado federal pelo PT, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e tem bom relacionament0 com o ministr0 das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que atua como interlocutor do Governo também no Congresso Nacional. Para citar alguns casos.

No campo político, o novo coordenador da bancada maranhense no Congresso Nacional tem convivência de longa dada com a presidente nacional do PT, Gleise Hoffman, com quem conversa com frequência sobre os rumos da esquerda no País. Além disso, o parlamentar tem trânsito fácil na Câmara e no Senado, onde conversa com lideranças dos mais diversos campos, da esquerda à direita.

Forjado nos duros embates do Movimento Estudantil e lapidado nas complexas articulações dos bastidores partidários, tendo sido o principal interlocutor político no primeiro mandato do governador Flávio Dino, no comando da Secretaria de Comunicação e Articulação Política, Márcio Jerry sabe jogar nessa seara. E seus colegas de bancada sabem disso. Não fosse a sua experiência e o seu conhecimento do novo tabuleiro de Brasília, no qual as peças se movem por uma nova lógica política, é improvável que ele fosse escolhido para coordenar a bancada. Não teria a menor chance se o bolsonarismo tivesse continuado no poder.

A eleição do deputado Márcio Jerry para coordenar a bancada federal tem um desdobramento imediato: ao assumir a tarefa, com a tarefa, ele vai exercer o mandato, descartando, pelo menos durante esse ano, assumir uma secretaria no Governo Carlos Brandão (PSB), o mesmo acontecendo em relação ao Governo Federal, como foi especulado. O compromisso que assumiu com seus colegas de bancada é o de que vai se dedicar ao compromisso de manter a representação maranhense mobilizada em torno dos interesses do estado.

Em Tempo: A bancada do Maranhão no Congresso Nacional é composta dos deputados federais Márcio Jerry (PCdoB), André Fufuca (PP), Amanda Gentil (PP), Roseana Sarney (MDB), Josimar de Maranhãozinho (PL), Detinha (PL), Duarte Jr. (PSB), Fábio Macedo (Podemos), Cléber Verde (Republicanos), Júnior Lourenço (PL), Marreca Filho (Patriotas), Pastor Gildenemyr (PL), Márcio Honaiser (PDT), Pedro Lucas Fernandes (UB), Aluísio Mendes (Republicanos), Josivaldo JP (PSD) e Benjamin De Oliveira (UB), que substitui Juscelino Filho, atual ministro das Comunicações.  E os senadores Eliziane Gama (PSD), Weverton Rocha (PDT) e Ana Paula Lobato (PSB), que substitui Flávio Dino, atual ministro da Justiça e Segurança Pública.

PONTO & CONTRAPONTO

Diferenças municipais podem vir à tona na nova Assembleia Legislativa

Os problemas de Caxias poderão ensejar o bom debate entre Daniella Gidão e Cláudia Coutinho

Não será surpresa se dentro de pouco tempo o plenário da Assembleia Legislativa registrar embates diretos entre deputados por conta de diferenças políticas municipais.

Os problemas de Imperatriz, por exemplo, poderão ser motivo de confrontos entre os deputados Janaína Ramos (Republicanos), Antônio Pereira (PSB) e Rildo Amaral (PP), que à candidatíssimo à Prefeitura da Princesa do Tocantins. E mesmo sendo do mesmo partido, o PSB, não há garantia de que Davi Brandão e Florêncio Neto se mantenham próximos diante dos problemas de Bacabal, cujo prefeito, Edvan Brandão, é pai do primeiro.

Alguns observadores apostam que a qualquer momento podem vir as diferenças entre os deputados Abigail Cunha (PL) e Éric Costa (PSD) por causa da política Barra do Corda, onde o marido da parlamentar, Rigo Teles (PL), é prefeito e seu fiador político.

Não será surpresa também as deputadas Andreia Rezende (PSB) e Dra. Viviane (PDT) mostrem suas diferenças em relação à política de Balsas, onde o marido da segunda, Éric Silva, é prefeito. E tem gente trabalhando para que as diferenças em relação a Caxias sejam manifestadas pelas deputadas Daniella Gidão (PSB), companheira do prefeito Fábio Gentil (Republicanos) e Cláudia Coutinho (PDT), mulher do prefeito de Matões, Ferdinando Coutinho (PDT), que tem o desafio de manter de pé o que sobrou do Grupo Coutinho na Princesa do Sertão.

Como se vê, a presidente Iracema Vale pode ter muito trabalho como poder moderador do plenário que agora comanda.

Janaína Ramos deve encarar bombardeio sobre prefeito de Imperatriz

Janaína Ramos estreia na AL com o prefeito Assis Ramos está sob fogo cerrado em Imperatriz

A deputada Janaína Ramos (Republicanos), estreou ontem na tribuna da Assembleia Legislativa com um discurso forte, em favor dos desvalidos e cobrando obras e investimentos para Região Tocantina, a começar por Imperatriz, sua principal base política e eleitoral, onde seu marido, o delegado de polícia Assis Ramos é prefeito em segundo mandato.

A manifestação inicial da parlamentar, que parece firme e determinada a atuar com base no diálogo, coincide com um mau momento para a gestão do prefeito Assis Ramos. Ele enfrenta no momento a decisão da Juíza Ana Lucrécia, titular da 2ª Vara da Fazenda Pública de proibi-lo de gastar R$ 420 mil da Prefeitura para bancar o Carnaval. A magistrada seguiu a recomendação do procurador Geral de Justiça, Eduardo Nicolau, de que a folia momesca deve ser bancada por quem brinca e com o apoio de empresários, mas longe dos cofres públicos.

Não bastasse a bronca carnavalesca, o prefeito Assis Ramos enfrenta agora um pedido para que o Governo do Estado decrete intervenção da área de Saúde de Imperatriz, a segunda maior e mais importante cidade do Maranhão.

O bombardeio sobre a gestão do consorte e principal fiador político do seu mandato, porém, não deve tirar a deputada Janaína Ramos do seu eixo.

São Luís, 09 de Fevereiro.  

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *