Todos os posts de Ribarmar Correa

Com dois candidatos a presidente da Famem, MDB parece estar enfrentando crise interna

Roberto Costa tem o apoio do presidente Marcus Brandão
e Zé Martinho é apoiado por Hildo Rocha

O lançamento da candidatura do prefeito reeleito de Cantanhede, José Martinho, à presidência da Famem, ontem, num almoço com a participação de 49 prefeitos eleitos e reeleitos, seria um fato político absolutamente normal, que certamente contribuiria para a uma disputa mais animada. Mas um detalhe, que causa espécie na seara política, sugere outro cenário: ele é do MDB, apoiado pelo suplente de deputado federal Hildo Rocha, do MDB, fazendo contrapeso à candidatura do prefeito eleito de Bacabal, deputado estadual Roberto Costa, que é vice-presidente regional do MDB. Não há no histórico eleitoral da Famem registro de nenhum caso em que prefeitos do mesmo partido tenham disputado o comando da entidade.

Depois de um longo período de lutas internas, entre a nova e a velha geração, e destino incerto, o braço maranhense do MDB pareceu ter encontrado o caminho do equilíbrio e da condição de partido forte sob a presidência do empresário Marcus Brandão, tendo Roberto Costa como vice-presidente. As diferenças internas ainda obrigaram o MDB a ir para as urnas com duas frente, a estadual, da qual saiu fortemente turbinado com 37 prefeitos, só perdendo para a máquina azeitada do PL de Josimar de Maranhãozinho, que fez 41, e a frente ludovicense, que, sob o comando do deputado federal Cleber Verde, contrariou a orientação de apoiar a candidatura do deputado federal Duarte Jr. (PSB) e apoiou formalmente a candidatura do prefeito Eduardo Braide (PSD) à reeleição.

O fim do processo eleitoral e do alto das suas 37 e parecendo haver assimilado a dissidência no braço do partido em São Luís – que se transformou num jogo familiar do presidente Cleber Verde -, o partido deu forte demonstração de estar caminhando para um ambiente interno de unidade ao abraçar a candidatura do prefeito eleito de Bacabal Roberto Costa à presidência da Famem, inclusive com o apoio declarado do governador Carlos Brandão. Só que o ato organizado pelo emedebista José Martinho com o apoio declarado de do deputado federal Hildo Rocha revelou uma baita cisão no partido.

A pergunta que fica no ar é a seguinte: por que José Martinho e Hildo Rocha partiram para o confronto com Roberto Costa e com o presidente Marcus Brandão? A indagação faz sentido, uma vez que a lógica seria o prefeito de Cantanhede apoiar a candidatura ou propor uma disputa interna para a escolha do candidato do MDB à presidência da Famem. Lançar a candidatura no dia seguinte a uma reunião no Palácio dos Leões, na qual o governador Carlos Brandão e todos os líderes da aliança partidária governista, incluindo a deputada federal Roseana Sarney, declaração apoio à candidatura do prefeito eleito de Bacabal.

O fato é que o lançamento da candidatura do prefeito José Martinho, do MDB, à presidência da Famem, com o apoio do suplente de deputado federal Hildo Rocha, do MDB, contra a candidatura do prefeito eleito de Bacabal Roberto Costa, do MDB, apoiado pelo presidente do MDB e pela principal líder do partido, a deputada federal Roseana Sarney, só pode levar a uma conclusão: o partido rachou feio. E num aspecto mais isolado, o movimento indica que o suplente de deputado federal Hildo Rocha, que não esconde sua insatisfação com os novos rumos do partido e externa, aqui e ali, o desejo de comandar a legenda, decidiu partir para o confronto interno usando a disputa pela presidência da Famem como passo inicial de um movimento mais amplo dentro da agremiação partidária.

É imprevisível a solução dessa situação que sugere a existência de uma crise interna do MDB. Tudo indica que o deputado Roberto Costa e o presidente Marcus Brandão não alterarão o roteiro por meio do qual o prefeito eleito de Bacabal deve chegar à presidência da Famem, por consenso ou na disputa direta pelos votos dos mais de 200 prefeitos filiados à entidade. E se a candidatura de José Martinho não for blefe, haverá disputa entre dois emedebistas.

Só a evolução e o desfecho dessa situação dirão se o MDB está mergulhado numa crise, qual o tamanho dela e o estrago que pode fazer na legenda, que parecia ter ganhado vida nova.

PONTO & CONTRAPONTO

Weverton Rocha tenta construir ponte para uma aliança com Brandão

Weverton Rocha se desdobrou
na campanha para salvar o PDT

O senador Weverton Rocha (PDT) tem feito alguns movimentos no sentido de abrir um canal de diálogo com o governador Carlos Brandão (PSB) com o objetivo de construir uma aliança que o leve a ser o parceiro do governador numa eventual chapa para disputar as duas vagas no Senado da República em 2026.

Os gestos fazem todo sentido para o senador. Qualquer avaliação mais cuidadosa sobre a situação do líder do que restou do PDT no Maranhão certamente concluirá que a parceria com o governador é o único meio pelo qual o senador tem alguma chance de renovar o mandato, caso ele venha a ter o apoio efetivo do presidente Lula da Silva (PT), como tem dito aos seus colaboradores mais próximos.

O problema é que na direção dessa vaga está rumando o ministro André Fufuca (Esporte), que está com a sua pré-candidatura ao Senado engatilhada e que será muitas vezes reforçada se Rildo Amaral (PP) for eleito prefeito de Imperatriz neste domingo, como as pesquisas estão indicando.

O problema do senador Weverton Rocha é que ele tem de definir essa equação o mais rapidamente possível, mas as condições políticas não estão permitindo que o martelo seja batido logo em relação ao seu futuro.

Vereadores trocam acusações no plenário da Câmara, mas sem agressões

Fátima Araújo e Aldir Jr.: embate sem agressões

Forte a discussão, ontem, na Câmara de São Luís, entre a vereadora Fátima Araújo (PCdoB), que teve mais de cinco mil votos, mas não se reelegeu, e o vereador Aldir Jr. (PL), que saiu das urnas com mais de 10 mil votos. Sem citar nome, mas dando indicações, ela o acusou de comprar votos na sua área de atuação, o complexo de pequenos bairros polarizado pelo João de Deus.

A rigor não houve discussão. Fátima Bezerra ocupou a tribuna e durante quase 15 minutos relatou os seus feitos naquela região, em relação à qual se definiu como “mãe”, acusando o vereador, sem citar o seu nome, de tê-la destratado e corrompido eleitores seus. E agradeceu os mais de dois mil votos que recebeu na sua base, “invadida” por Aldir Jr., cuja base principal é a região do Cohatrac. Disse que tem vídeos que comprovam a compra de votos, mas não os apresentou.

Em seguida, Aldir Jr. vestiu a carapuça e ocupou a tribuna para responder. Fez um discurso duro, mas sem ofensas e dentro dos limites da civilidade. Rebateu as acusações da vereadora Fátima Araújo, ironizando a autoproclamação dela como “mãe” do João de Deus e anunciando que a partir de agora aquela região terá um “pai”. E prometeu que esse “pai” fará pelo bairro “tudo o que ela fez, mas muito mais e muito melhor”.

Nada além disso.

São Luís, 23 de Outubro de 2024.

Em clima de otimismo, Brandão reúne líderes da base, avalia eleições e traça rumo para 26

Carlos Brandão (PSB) entre Edilázio Jr. (PSD), Fábio Macedo (Podemos),
Marcus Brandão (MDB), André Fufuca (PP), Pedro Lucas Fernandes
(União Brasil), Francimar Melo (PT), Adriano Sarney (PV)
e Eliel Gama (Cidadania)

Feitas as contas da divisão dos votos saídos das urnas no dia 6 de Outubro, a aliança partidária comandada pelo governador Carlos Brandão (PSB) se firma como a grande vencedora da corrida por prefeituras. Seus aliados saíram eleitos em 72% dos 217 municípios, e vão comandar 16 das 20 maiores cidades; e no campo da vereança, o exemplo mais expressivo foi que a aliança governista elegeu nada menos que 74% dos vereadores de São Luís. Esses números, que dão ao grupo governista musculatura para desenhar o projeto eleitoral para as eleições gerais de 2026, foram, comemorados ontem, em tom de celebração, pelo governador Carlos Brandão – que preside o PSB – e nove dos 13 chefes do grupo partidário em um almoço no Palácio dos Leões.

No encontro, após avaliar os números e o cenário político por eles rascunhado, o governador Carlos Brandão fez uma declaração que poderá tornar mais efetiva a aliança partidária: “Isso representa um bom alinhamento para trabalharmos juntos pelas pessoas. Vamos reforçar a gestão municipalista, que trabalha em parceria com todos, independentemente de lado político”. Foi apoiado pelos representantes do PT, MDB, PP, Podemos, PV, PCdoB, União Brasil, Cidadania, PSDB – cujo presidente, Sebastião Madeira, está engajado na campanha de Rildo Amarão em Imperatriz -, PRD – representado no Governo por Júnior Marreca, secretário de Indústria e Comércio – e a banda do PSD, representada no almoço pelo presidente estadual, ex-deputado federal Edilázio Jr..

O gesto do governador Carlos Brandão de comemorar o resultado das eleições municipais com seus aliados faz todo sentido. Primeiro porque o chefe do Governo e presidente do PSB se consolidou de vez na liderança da aliança partidária que alguns achavam fragilizada. Vitórias como as ocorridas em Timon, Caxias, Bacabal, Barreirinhas, Barra do Corda, Santa Inês e São Mateus, por exemplo, deram à aliança governista o gás necessário para mirar as urnas de 2026 com segurança. Esse leque pode ficar bem mais expressivo se Rildo Amaral (PP) sair vencedor do 2º turno da eleição em Imperatriz, a segunda maior e mais importante cidade maranhense.

Outro ponto a ser observado nesse desenho é que as eleições municipais não produziram uma liderança com poder de fogo para enfrentar essa aliança com alguma possibilidade de sucesso. Nesse contexto, três nomes podem ser citados: Eduardo Braide (PSD), Josimar de Maranhãozinho (PL) e Weverton Rocha. Único candidato do PSD bem-sucedido na disputa, o prefeito de São Luís se reelegeu com muita folga e pode tentar um voo mais alto em 2026. O chefe estadual do PL enfrenta uma guerra com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que quer expurga-lo e entregar o partido a aliados seus no estado. E o senador, chefe do PDT, viu sua base de apoio diminuir com o emagrecimento eleitoral do partido no dia 6 de outubro, e não parece cacifado para enfrentar uma majoritária na oposição.

A única rusga dentro da aliança governista é o afastamento político do grupo identificado como dinista, sendo uma parte do PSB e outra do PCdoB. Mas, passada borrasca eleitoral, há sinais de uma tendência no sentido de uma grande conciliação no grupo, inclusive com a possibilidade de um realinhamento partidário. Isso em nada abala o comando governador Carlos Brandão, que vem comandando o processo com equilíbrio dentro do grupo, com o apoio de prefeitos e deputados estaduais.

O almoço de ontem, mais do que uma simples comemoração, pode ser visto como o primeiro movimento no sentido de manter a base unida e consolidada para as eleições de 2026. Isso porque, por mais que os líderes políticos tentem desconversar dizendo que “ainda é cedo”, o fato concreto é que as montagens para as eleições de daqui a dois anos já estão sendo arquitetadas a todo vapor nas entranhas partidárias.

PONTO & CONTRAPONTO

Governador pede a líderes da base apoio a consenso por Roberto Costa na Famem

Roberto Costa (quarto da esquerda para a direita) recebe o apoio de líderes
partidários da aliança governista para ser presidente da Famem

O deputado estadual Roberto Costa (MDB), prefeito eleito de Bacabal, foi confirmado ontem candidato da base governista à presidência da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem). A confirmação foi feita pelo governador Carlos Brandão durante o almoço com líderes partidários no Palácio dos Leões.

A se referir à eleição para o comando da Famem, o governador selou o seu compromisso com a candidatura do prefeito eleito de Bacabal, e pediu e obteve o apoio dos líderes partidários – e de aliados mais próximos, como a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), que reafirmou o seu alinhamento ao movimento em favor do parlamentar emedebista.

Na conversa com líderes partidários, Carlos Brandão pediu o apoio deles e recomendou que conversem com prefeitos eleitos e reeleitos por seus partidos no sentido de que trabalhem pelo consenso na eleição da Famem.

Roberto Costa vem recebendo manifestações de apoio de prefeitos de todos as regiões, a começar pelos eleitos e reeleitos pelo MDB, o seu partido, que estão fechados com a sua candidatura. Também os prefeitos do PSB e do PP já teriam manifestado engajamento no projeto do prefeito eleito de Bacabal.

Na avaliação do Palácio dos Leões, se a eleição fosse agora, Roberto Costa seria eleito com boa vantagem. A eleição está agendada para janeiro, e como a Famem é uma entidade corporativa, a diretoria ganha mais poder de fogo se a eleição se dê por consenso.

Câmara de São Luís: Paulo Victor já tem 25 votos e busca os seis restantes para obter o consenso

Paulo Victor
busca consenso

Se a eleição para o comando da Câmara Municipal de São Luís acontecesse ainda em outubro, o atual presidente, vereador reeleito Paulo Victor (PSB), seria eleito com 25 dos 31 votos da Casa. O 25º voto foi assegurado ontem, com a declaração de apoio do vereador eleito Fábio Macedo Filho (Podemos), herdeiro do presidente do partido no estado, deputado federal Fábio Macedo.

Além do seu próprio voto, já lhe haviam declarado apoio os vereadores eleitos e reeleitos Edson Gaguinho (PP), Beto Castro (Avante), Marlon Botão (PSB), Andrey Monteiro (PV), Astro de Ogum (PCdoB), Thiago Feitas (PRD), Romeo Amin (PRD), Concita Pinto (PSB), Daniel Oliveira (PSD), Rosana da Saúde (Republicanos), Coletivo Nós (PT), Marcelo Poeta (PSB), Nato Júnior (PSB), Octávio Soeiro (PSB), Dr. Joel (PSD), Clara Gomes (PSD), Marcos Castro (PSD), Raimundo Penha (PDT), André Campos (PP), Antônio Garcez (PP), Thayanne Evangelista (União Brasil), Raimundo Júnior (Podemos) e Wendel Martins (Podemos).

Não lhe declararam voto os vereadores eleitos Douglas Pinto (PSD), Marquinhos (União), Aldir Jr. (PL), Cléber Verde Filho (MDB), Flávia Berthier (PL) e Professora Magnólia (Republicanos).

Há um esforço político para que o presidente Paulo Victor seja eleito para o novo mandato – que inicia a nova legislatura – por aclamação, como aconteceu em 2021. Até o momento, a informação corrente é a de que os seis vereadores podem lhe declarar apoio, mas há quem diga eles querem continuar independentes.

Mas em política o tempo conta, e até o dia 2 fevereiro de 2025 tudo pode acontecer.

São Luís, 22 de Outubro de 2024.

Com Rildo Amaral favorito, eleição em Imperatriz ganha peso de decisão política estadual

Rildo Amaral tem larga vantagem à frente de Mariana
Carvalho na corrida pelo comando de Imperatriz

Ao mesmo tempo em que resultou em fracasso retumbante a tentativa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de dar ao pleito tocantino um caráter nacional, a eleição para a Prefeitura de Imperatriz, que será decidida em 2º turno entre o deputado estadual Rildo Amaral (PP), que tem 55,5% das intenções de voto, segundo pesquisa do instituto Econométrica, divulgada ontem, e a suplente de deputado federal Mariana Carvalho (Republicanos), que aparece com 37,2%, caminha para a eleição do parlamentar. Essa tendência, nítida, é reforçada, segundo a Econométrica, com o fato de que 61,4% acreditam na vitória de Rildo Amaral e só 28,1% apostam na eleição de Mariana Carvalho.

O pleito na Princesa do Tocantins ganhou a dimensão de uma disputa de grande importância na seara estadual, isso porque, além de ser a segunda maior e mais importante cidade do Maranhão, conta com quase 275 mil habitantes, entre os quais mais de 200 mil eleitores, motivados por um PIB de R$ 7,5 bilhões/ano. E, no caso, reúne, além da sombra do ex-presidente, a presença forte do governador Carlos Brandão (PSB), do ministro do Esporte André Fufuca (PP), do ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), e agora a entrada do prefeito reeleito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que declarou apoio à candidata do Republicanos, além, claro, do deputado federal Josivaldo JP (PSD), que apoia Rildo Amaral, outros deputados federais e estaduais com ligação com a antiga Vila do Frei.

Observada pelo viés político, a eleição para o comando de Imperatriz leva a duas conclusões muito claras e com muitos desdobramentos imediatos e futuros. Se Rildo Amaral sair vencedor como aponta a pesquisa Econométrica, o governador Carlos Brandão ampliará ainda mais o lastro da base política que lhe deu a posição de grande vencedor do pleito municipal, com poder de fogo para decidir os destinos da aliança em 2026. No mesmo patamar, a eleição do candidato do PP reforçará o cacife do ministro do Esporte André Fufuca na corrida por uma das vagas no Senado em 2026, ou, se preferir, renovar o seu mandado na Câmara Federal.

Sob o comando de Rildo Amaral, Imperatriz deixará de ser apenas um grande importante município com um prefeito politicamente sem prestígio, como é o caso do atual, Assis Ramos, para se tornar um grande centro de efervescência política. Nas disputas eleitorais estará também o deputado federal Josivaldo JP (PSD), que foi o terceiro colocado e declarou apoio a Rildo Amaral.

Se o eleito for Mariana Carvalho, o político com maior poder de fogo na sua gestão será o deputado federal Aluísio Mendes (Republicanos), o seu padrinho partidário e principal articulador. Sob um eventual governo da candidata do Republicanos, Imperatriz certamente passará a ser um empório bolsonarista, com influência direta do ex-presidente, que lá esteve no 1º turno para lhe declarar apoio, e só não voltou no 2º turno por conta de problemas que ele próprio criou com suas declarações destemperadas, agressivas e inúteis contra o deputado Josimar de Maranhãozinho (PL) e, indiretamente, o povo maranhense. Esse time ganha corpo agora com a tomada de posição do prefeito Eduardo Braide.

Rildo Amaral e Mariana Carvalho sabem o alcance e os limites do prefeito de Imperatriz. Se for ele o prefeito eleito, assumirá com a faca na mão e o queijo ao seu alcance, podendo colocar a cidade nos trilhos com o apoio do governador Carlos Brandão, do ministro André Fufuca e do presidente Lula da Silva (PT), cujo principal porta-voz no estado, o vice-governador Felipe Camarão (PT), já lhe declarou apoio incondicional. No caso da eleição de Mariana Carvalho, o seu acesso aos recursos do Estado e da União será bem mais complicado, exatamente pelo fato de ter mantido até aqui um discurso de hostilidade tanto em relação ao Palácio dos Leões quanto ao Palácio do Planalto. Terá de recorrer a outras fontes para deslanchar.

Tudo isso no mesmo tabuleiro confirma o forte viés político da sucessão em Imperatriz. Esse ambiente ganhou tintas mais fortes na noite de sábado, quando, ao participar de um comício de Rildo Amaral, o governador Carlos Brandão, colinense ranheta que reside em São Luís, manifestou vontade de morar em Imperatriz.

Em Tempo: A pesquisa Econométrica ouviu 950 eleitores entre os dias 15 e 17 de outubro, tem margem de erro de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-06223/2024.

PONTO & CONTRAPONTO

Roberto Costa caminha para se tornar presidente da Famem

Roberto Costa: deve ser
eleito presidente da Famem

O deputado Roberto Costa (MDB), que saiu das urnas de Bacabal com estatura política reforçada, caminha para uma segunda conquista política de peso: a presidência da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem). Vários prefeitos que haviam se lançado candidatos, como Miltinho Aragão (PSB), de São Mateus, por exemplo, abriram mão do projeto para lhe declarar apoio, ao mesmo tempo em que outros, como Dulcilene Belezinha (PL), de Chapadinha, e André da Ralpnet (Podemos), de Pinheiro, se lançaram e não há notícia de que retiraram suas candidaturas, deixando no ar a hipótese de que haverá disputa na eleição a ser realizada em janeiro.

Roberto Costa começa sua caminhada em direção à presidência da Famem com o aval do governador Carlos Brandão (PSB) e da presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB) e com declarações de apoio também do deputado Rafael Brito (PSB), prefeito eleito de Timon, o que lhe dá gás suficiente para seguir em frente, inclusive com a possibilidade de um grande acordo pelo qual possa se tornar candidato único e ser eleito por aclamação.

A Famem, que congrega mais de 200 dos 217 municípios maranhenses, tem por razão de ser assistir aos prefeitos em diversos aspectos, como orientação sobre equilíbrio fiscal, suporte jurídico em caso, acompanhamento de pleitos de prefeituras nas searas estatual e federal, assistência a municípios em caso de tragédias naturais problemas de saúde – como enchentes e epidemias, por exemplo -, além da defesa dos interesses municipais na Confederação dos Municípios do Brasil. Essa natureza corporativa vem dando à entidade importância maior a cada ano. E mais do que isso, tem dado à Famem peso político que só aumenta a cada mandato.

Político integral, com a consciência de que a política só prevalece se a sociedade for contemplada, o deputado e futuro prefeito Roberto Costa, se eleito for, naturalmente comandará a entidade com esses dois vieses: dando prioridade ao viés corporativo, reforçando a defesa dos interesses municipais, mas também de olho dos reflexos políticos dessa atuação.

Forjado no movimento estudantil e na militância diuturna nas fileiras do MDB, e aprendendo com a experiência do ex-governador João Alberto e do ex-presidente José Sarney, o prefeito eleito tem tudo para se eleger presidente e dar à Famem o impulso que ela está precisando.

Maranhãozinho não quer briga com Bolsonaro nem teme expulsão do PL

Josimar de Maranhãozinho não quer briga,
mas também não teme confronto com Bolsonaro

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho tem dito que não pretende alimentar a polêmica com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que quer expulsá-lo do PL, atacando-o com adjetivos violentos.

O motivo principal da investida de Jair Bolsonaro nada tem a ver com as acusações de corrupção feitas ao chefe maior do PL no Maranhão, que já haviam ocorrido quando ele era Presidente da República e sempre recebia Josimar de Maranhãozinho e seu grupo de braços abetos e sorriso largo no Palácio do Planalto.

A chateação, que está virando ódio, se deve ao fato de Josimar de Maranhãozinho, Detinha, Pastor Gildenemir e Júnior Lourenço não terem embarcado na campanha do ex-presidente para arrastar o PL e as forças conservadoras do Congresso Nacional a apoiar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Segundo uma fonte próxima do chefe estadual do PL, Josimar de Maranhãozinho não vê sentido no pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, e não vai embarcar na marola que Jair Bolsonaro e a turma da direita radical, que, na avaliação de deputados e senadores, vai morrer no protocolo do Senado Federal.

Quanto à permanência no PL, Josimar de Maranhãozinho tem a seu favor um histórico de mais de duas décadas de vitórias maiúscula, que começou no antigo PR e deu ao PL uma dimensão estadual que ele dificilmente teria com outro político.

Mas se quiserem expulsá-lo, tudo bem, mas sabendo que sua saída significará que o PL correrá o risco de desaparecer no Maranhão, assuma quem vier a assumir a sua direção no estado.

São Luís, 20 de Outubro de 2024.

André Fufuca e Juscelino Filho se dão bem nas urnas, mantêm ministérios e estão cacifados para 2026

André Fufuca e Juscelino Rezende: bons
resultados eleitorais e cacifes reforçados

O resultado das eleições municipais fortaleceu os deputados federais André Fufuca (PP), atual ministro do Esporte, e Juscelino Filho (União Brasil), atual titular da pasta das Comunicações. O primeiro, que comanda o PP no estado, viu seu partido sair das urnas com 29 prefeitos e uma pequena legião de vereadores, enquanto o partido do segundo emplacou 26 mandatários municipais, juntamente com sua legião de vereadores. André Fufuca pode ter seu cacife aumentado no dia 27, caso o candidato do seu partido, Rildo Amaral, seja eleito prefeito de Imperatriz. Ambos fazem parte da base de apoio do governador Carlos Brandão (PSB), e o cacife de cada um se reflete naturalmente nas suas posições dentro dos seus partidos no plano nacional, dando-lhes força política para continuarem despachando na Esplanada dos Ministérios.

O desempenho do PP nestas eleições consolidou a posição política do ministro André Fufuca, que é uma das vozes mais importantes do partido no plano nacional. Esse reforço lhe assegura o aval do partido para permanecer no Ministério do Esporte, dando sequência a uma gestão que vem agradando o Palácio do Planalto, conforme declarações do próprio presidente Lula da Silva (PT). Em relação ao seu partido, o parlamentar permanece como uma das figuras de proa da legenda – lembrando que, ao ser indicado para ser ministro do Esporte, ele era o líder da bancada do PP na Câmara Federal, um posto com elevado poder de fogo político.

Independentemente do resultado da eleição em Imperatriz, André Fufuca obteve nas urnas municipais o credenciamento para o seu projeto mais arrojado: ser candidato a senador em 2026. Ele já confirmou o projeto e agora trabalha a sua viabilidade. Do ponto de vista partidário, é quase certo que a cúpula do PP lhe dará aval e os meios para bancar a empreitada. O aval inicial de 29 prefeitos (pode ser 30) e uma eventual aliança que o leve a formar chapa com o governador Carlos Brandão lhe dão o gás necessário para alimentar o seu projeto. Nesse sentido, nada existe de finitivo, mas também nada existe que possa inviabilizar o propósito político do ministro.

Ao sair das urnas com 26 prefeitos, o braço maranhense do União Brasil fortaleceu expressivamente o ministro Juscelino Filho. A começar pelo fato de que ele venceu, com larga vantagem, a disputa familiar pelo controle político de Vitorino Freire, sua principal base, derrotando o seu tio Stênio Rezende ao eleger o seu candidato à sucessão da sua irmã, Luana Rezende (UB). Nome forte dentro da legenda na Câmara Federal e no plano nacional, já tendo sido escalado para diversas tarefas de peso, o deputado Juscelino Filho chegou ao Ministério das Comunicações por escolha e indicação do seu partido, uma demonstração de força e prestígio na legenda.

Mesmo enfrentando uma bateria de denúncias de desvios de recursos de emendas por ele enviados para Vitorino Freira, que ganharam repercussão nacional e o colocaram em situação complicada, Juscelino Filho resistiu, convenceu o presidente Lula da Silva de que estava sendo injustiçado, e se manteve firme no cargo. E ganhou fôlego para, juntamente com o deputado federal Pedro Lucas Fernandes, atual presidente do União Brasil no Maranhão, tendo conduzido o partido a um desempenho robusto nas eleições municipais, elegendo 26 prefeitos e dezenas de vereadores. Saiu, portanto, credenciado a manter sua posição política e a pleitear a renovação do mandato.

A julgar pelo andar da carruagem, os dois deputados maranhenses permanecem firmes nos seus cargos ministeriais. Primeiro porque têm o aval dos seus partidos, e depois porque, segundo a avaliação do Palácio do Planalto, estão fazendo a parte que lhes cabe no comando das pastas. E o cacife eleitoral que cada um reuniu nas eleições municipais os credencia, no mínimo, a concorrer à reeleição para a Câmara Federal.

PONTO & CONTRAPONTO

Bolsonaro acusa o golpe das suas declarações agressivas e é alfinetado pelo PL maranhense

Jair Bolsonaro disparou contra Josimar de Maranhãozinho e quase atingiu Mariana Carvalho

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sentiu a reação às suas declarações destemperadas contra o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que comanda o PL no Maranhão, tendo também agredido os maranhenses ao indagar se no estado não tem gente honesta. Suas declarações repercutiram mal em todo o estado, mas o impacto negativo mais forte se deu em Imperatriz, à medida que colocou a candidata do Republicanos, Mariana Carvalho, numa situação delicada, uma vez que ela recebera o apoio do comando estadual do PL.

A prova cabal de que o ex-presidente sentiu o autogolpe ficou evidenciada no vídeo que ele gravou reafirmando o apoio a Mariana Carvalho, mas quase que admitindo que pisou na bola ao falar demais. Com o vídeo, Jair Bolsonaro praticamente encerrou sua participação no segundo turno da eleição em Imperatriz, onde esteve na campanha do 1º turno e havia prometido voltar na corrida do 2º turno, mas a julgar pelo teor da declaração, não mais irá.

Além do mais, o ex-presidente teve de encarar uma nota dura, sem ser agressiva, do presidente do PL maranhense, Hélio Soares, em defesa do líder maior do partido no estado, Josimar de Maranhãozinho. Na nota, ele sai em defesa dos deputados Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gildenemir, e dispara:

“Os referidos parlamentares não são condenados em nenhum processo judicial, estando ambos em pleno gozo de seus direitos políticos, dentre os quais se inclui a elegibilidade para qualquer cargo eletivo na República Federativa do Brasil”.

A ironia ferina da declaração está no fato de que, ao contrário de Josimar de Maranhãozinho, o ex-presidente da República foi condenado e não pode ser candidato nem a vereador até 2030.

Podemos somou seus ganhos e se deu conta de que vai governar para 430 mil eleitores

Fábio Macedo: dois grandes municípios

É verdade que o braço maranhense do Podemos elegeu apenas dois vereadores. Mesmo assim, o presidente regional do partido, deputado federal Fábio Macedo, não tem muito do que reclamar. E a explicação é a seguinte: o partido elegeu os prefeitos de São José de Ribamar, Júlio Matos, e Pinheiro, André da RalpNet.

Segundo maior município da Ilha de Upaon Açu, São José de Ribamar é a quinta maior unidade municipal do Maranhão, com 245 mil habitantes. Por sua vez, Pinheiro está entre os 15 maiores municípios maranhenses, com população de 84 mil habitantes, ostentando a condição de cidade-polo da Baixada Ocidental.

Em resumo: com apenas dois prefeitos eleitos, o Podemos alcançou uma população de 430 mil maranhenses.

São Luís, 19 de Outubro de 2024.

Imperatriz: declarações de Bolsonaro afeta campanha de Mariana; Rildo fortalece base política

Rildo Amaral tem mostrado um projeto mais
consistente do que o de Mariana Carvalho
para administrar Imperatriz

A nove dias da eleição, a briga interna pelo controle do PL, que levou o ex-presidente Jair Bolsonaro a cometer um descontrole verbal num ataque violento ao deputado federal Josimar de Maranhãozinho e seu grupo, que controlam o partido no Maranhão, tem reflexos na disputa do 2º turno para a Prefeitura de Imperatriz.  Ele os taxou de “corruptos” e “marginais” e numa resposta ao presidente nacional do PL, Waldemar Costa Neto, e escorregou feio ao indagar se não existe honestos no estado. A ofensa indireta aos maranhenses impactou fortemente a campanha da candidata bolsonarista Mariana Carvalho (Republicanos). É que o ataque de Jair Bolsonaro a Josimar de Maranhãozinho se deu pouco depois de o chefe do PL no estado haver declarado seu apoio à candidata do Republicanos, levando chefes bolsonaristas a aconselharem Jair Bolsonaro a não mais participar da campanha da sua candidata em Imperatriz, onde pretendia passar três dias.

O mal-estar causado pelo destempero verbal do ex-presidente da República, além de fragilizar a candidatura de Mariana Carvalho, embalou indiretamente a candidatura de Rildo Amaral (PP), ampliando o favoritismo demonstrado no resultado do 1º turno, quando ele foi o mais votado. Mariana Carvalho e seus estrategistas tentaram nacionalizar a eleição em Imperatriz por intermédio de Jair Bolsonaro. Mas o projeto fracassou ao longo da campanha, na qual o candidato do PP focou Imperatriz e seus problemas, numa demonstração de que está mais antenado com esse cenário do que a candidata bolsonarista, que tem um discurso genérico e ideológico, pregando os postulados da direita radical. Todas as avaliações ouvidas pela Coluna afirmaram que Rildo Amaral foi muito melhor no debate da TV Mirante, realizado nesta semana.

A candidata do Republicanos perde consistência política, principalmente com a possibilidade de Jair Bolsonaro não passar os “três dias” em Imperatriz, como prometera. Além disso, o seu discurso tem o viés bolsonarista, atacando fortemente o Governo do Estado e, mais ainda, o Governo Federal, o que significa dizer que, se eleita for, não terá como bater às portas do Palácio dos Leões e do Palácio do Planalto. Rildo Amaral, por sua vez, amplia o seu suporte político, que começou com a atuação intensa do seu padrinho, o ministro do Esporte André Fufuca (PP), e tendo como apoiador o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB). Em seguida, ganhou o apoio do terceiro colocado na disputa, o deputado federal Josivaldo JP (PSD), e recebeu o aval do PT por meio do vice-governador Felipe Camarão (PT). E agora ganha o respaldo efetivo do governador Carlos Brandão, que ficou afastado no 1º turno, por uma questão de coerência, mas abraçou a sua candidatura e deve passar dois dias em Imperatriz neste final de semana.

No campo político e no das possibilidades relacionadas com o futuro administrativo de Imperatriz, ciente de que, se eleito for, vai enfrentar desafios gigantescos por conta do desastre que foi o segundo mandato do prefeito Assis Ramos, o candidato Rildo Amaral tem à sua frente um horizonte largo. Ele integra a base de apoio do governador Carlos Brandão, com quem, se eleito for, poderá fazer parcerias importantes, e com o Governo Federal, podendo ter acesso a recursos e programas decisivos para o futuro da segunda maior e mais importante cidade do Maranhão. Com o acréscimo de que o ministro André Fufuca será um parceiro importante na Esplanada dos Ministérios.

No contexto das possibilidades todos os exames e avaliações indicam que, com o rombo que será deixado pelo atual chefe do Executivo, a pergunta que está sendo feita é a seguinte: se eleita for, onde Mariana Carvalho buscará parcerias para viabilizar seus projetos? Nem ela nem seus aliados responderam objetivamente a essa indagação, que é crucial para o futuro de uma cidade que tem desafios a serem vencidos nas áreas mais sensíveis, como saúde, educação, mobilidade, infraestrutura, saneamento, e por aí vai…

PONTO & CONTRAPONTO

Prefeitos derrotados preparam máquinas para passar aos sucessores

Dinair Veloso, Luciano Genésio e Éric Silva
estão “arrumando a casa” para entregar
a adversários vitoriosos nas urnas

Prefeitos que não se reelegeram ou que viram seus candidatos derrotados correm agora para “arrumar” a casa para passar o bastão e os problemas dando a impressão de que tudo vai bem na máquina municipal. É o caso de três prefeitos de cidades importantes: Dinair Veloso (PDT), de Timon, que perdeu a eleição para o deputado Rafael Brito (PSB), Éric Silva, de Balsas, cujo candidato, Celso Henrique (PP), foi derrotado por Alan da Marissol (PRD), e Luciano Genésio (PP), que viu seu pretenso sucessor, Kaio Hortegal (PP), derrotado por André da Ralpnet (Podemos).

Em Timon, a máquina administrativa municipal está sendo sacudida por uma série de medidas destinadas a conter gastos, colocar espaços para funcionar e ajustar a contabilidade, para que haja algum equilíbrio entre receita e despesa, além do que for possível deixar em caixa para o novo mandatário. O prefeito eleito Rafael Brito certamente passará um pente fino na estrutura da Prefeitura, para saber como vai começar a trabalhar.

Em Pinheiro, o prefeito Luciano Genésio estaria com dificuldades para fechar as contas para passar a chave do cofre para o seu sucessor, André da Ralpnet. Depois de uma campanha acirrada, durante a qual o prefeito Luciano Genésio jogou pesado para eleger seu sucessor, o que se diz nos bastidores é que o novo prefeito estaria determinado a fazer um levantamento minucioso, para saber o que tem para começar, e para cobrar explicações, se for o caso.

E finalmente Balsas, onde o prefeito Éric Silva encerra dois mandatos apontados como bem-sucedidos, mas com a preocupação de passar ao sucessor uma máquina funcionando normalmente. Sua providência para isso foi baixar um decreto no qual detalha um amplo pacote de dicas de contenção e organização, que vão do corte de cafezinho ao uso de água e energia elétrica.

É isso aí.

Eliziane se prepara para retomar campanha para a presidência do Senado

Eliziane Gama vai retomar atividades no Senado

Depois de um período de absoluta discrição como secretária do Governo Brandão, a senadora Eliziane Gama (PSD) se prepara para retomar seu mandato em Brasília. Ao retornar ao jogo pesado da política no Congresso Nacional, que nesse momento está mais agitado ainda com a corrida pelo comando das duas Casas, a senadora maranhense avisa que retomará sua campanha à presidência do Senado, já contando com o apoio de parte da bancada feminina, da qual é uma das principais articuladoras. Ele enfrentará o peso pesado Davi Alcolumbre (União Brasil), candidato favorito, que já contaria com os votos do maranhense Ana Paula Lobato e Weverton Rocha, ambos do PDT. Não se vislumbra a possibilidade de vitória de Eliziane Gama, mas com certeza ela sairá da disputa politicamente mais forte, podendo fazer parte da Mesa Diretora. Eliziane Gama precisa se manter em evidência. Afinal, a sua corrida à reeleição está próxima da largada.

São Luís, 18 de Outubro de 2024.

Bolsonaro tenta atingir Josimar de Maranhãozinho e acaba ofendendo o Maranhão

Jair Bolsonaro ataca Josimar de Maranhãozinho
e acaba ofendendo o Maranhão

Um “diálogo” à distância entre o atual presidente do PL, Waldemar Costa Neto, e o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, foi revelador de como a extrema-direita vê estados como o Maranhão, que não se submetem ao controle do bolsonarismo. O motivo da “diferença” que separa os dois em relação ao Maranhão é ninguém menos que o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que comanda o PL no estado, é de direita, mas não reza na cartilha partidária do bolsonarismo. Por isso, Jair Bolsonaro vem há tempos implicando com o comando do PL no Maranhão, externando sua vontade de expulsar Josimar de Maranhãozinho e seu grupo e entregar o partido a seguidores juramentados, devidamente enquadrados, que não discutam suas ordens. Waldemar Costa Neto tem resistido à investida de Jair Bolsonaro contra o comando do PL no Maranhão, deixando o ex-presidente inconformado.

Numa entrevista a O Globo, nesta semana, Waldemar da Costa foi perguntado sobre a insistência de Jair Bolsonaro de tomar o comando do PL do Maranhão e entrega-lo a bolsonaristas. Waldemar Costa Neto respondeu: “E vai encontrar bolsonarista onde no Maranhão?” Ao tomar conhecimento da resposta de Waldemar Costa Neto a O Globo, Jair Bolsonaro reagiu: “Ah, não tem bolsonarista lá. Quer dizer que não tem pessoas honestas no Maranhão?” O bateu-levou entre o presidente do PL e o líder supremo da legenda é revelador de uma série de aspectos que envolvem o PL no Maranhão, a situação do bolsonarismo no estado e até o clima de crise que vem atingindo o partido no âmbito nacional.

No caso do Maranhão Jair Bolsonaro não tolera o fato de Josimar de Maranhãozinho ter a força que tem sem se submeter ao seu tacão. O chefe do PL no estado faz uma política independente, sem badalar o bolsonarismo, mas também sem ataca-lo. Os 41 prefeitos e dezenas de vereadores que o PL maranhense elegeu seguem a linha de ação de Josimar de Maranhãozinho, sem dar a menor bola para o radicalismo bolsonarista. Esse modus operandi o parlamentar trouxe do antigo PR, que comandou no estado, e depois no PL, onde é raiz, tendo chegado muito antes de Jair Bolsonaro e sua turma.

Com todas as controvérsias que envolvem a sua ação política – denúncias de corrupção, por exemplo -, Josimar de Maranhãozinho tem se mostrado um político pragmático, que na luta pela sobrevivência não vacila em fazer alianças com partidos de centro e de esquerda, como fez com o Governo Flávio Dino, que comandava o PCdoB. A aliança funcionou e nem os líderes de esquerda migraram para a direita nem Josimar de Maranhãozinho e seus liderados se converteram aos credos da esquerda. Dono de um faro político muito apurado, Josimar de Maranhãozinho há muito entendeu que se trocar o seu discurso pelo do bolsonarismo, dificilmente teria a liderança que tem hoje no estado.

O mais grave é que, sem argumentos para convencer o chefe do PL maranhense a abraçar o bolsonarismo, Jair Bolsonaro parte para o ataque verbal, no qual comete um inacreditável misto de vileza e estupidez ao sugerir, por meio de uma indagação agressiva, que por não serem bolsonaristas, os maranhenses não são honestos. Tem tudo a ver com a piada de mau gosto que fez insinuando o “temor” de que se ingerisse Cola Jesus, por ser cor de rosa, poderia se tornar gay. Uma piada sem graça, preconceituosa, mas que levou os bolsonaristas ao seu redor a chorar de tanto rir.

O ex-presidente Jair Bolsonaro alimenta uma relação torta com o Maranhão porque não engole as impiedosas surras que levou nas urnas nas quatro vezes em que foi votado no estado – duas na disputa como Fernando Hadade (PT), em 2018, e duas com o hoje presidente Lula da Silva (PT), em 2022. Ele acredita na quimera segundo a qual tomando o PL de Josimar de Maranhãozinho e entregando-o para seguidores seus vai conseguir mudar esse cenário. Está redondamente enganado, porque os prefeitos eleitos pelo PL ou com o apoio do PL no Maranhão seguem Josimar de Maranhãozinho. E não pé com discurso agressivo e ofensa a um povo que ele vai submeter o chefe do partido no estado ao seu tacão.

PONTO & CONTRAPONTO

Notícia falsa disse que Brandão ofereceu vaga de deputado federal a Camarão

Felipe Camarão e Carlos Brandão: relação
normal, mas ainda sem definição para 2026

O mundo político foi sacudido ontem pela informação falsa segundo a qual o governador Carlos Brandão (PSB) e o vice-governador Felipe Camarão (PT) teriam tido uma conversa em que o titular teria proposto ao vice que abra mão de assumir o Governo e disputar a reeleição para ser candidato a deputado federal.

Não se sabe de onde o foguete falso saiu, mas o fato é que correu na blogosfera como fogo num rastilho de pólvora, levando comentaristas respeitados a mergulharem em teorias e equações as mais diversas para tentar dar sentido a uma conversa que, soube-se mais tarde pelo próprio vice-governador, simplesmente não aconteceu.

Qualquer observador mais atento sabe que esse não é o momento de se definir montagens para uma eleição decisiva agendada para daqui a dois anos. E depois, o governador Carlos Brandão, político tarimbado, tem sido extremamente cuidadoso em relação à questão sucessória, tendo por enquanto uma resposta padrão para quem lhe pergunta sobre o seu futuro político: “Vamos aguardar os acontecimentos”.

O vice-governador Felipe Camarão, por sua vez, tem procedido basicamente da mesma maneira, jogando para a frente todas as respostas que lhe pedem sobre o seu papel na grande equação política a ser montada para 2026. O que há de concreto é que Felipe Camarão seguirá a orientação do seu partido, que lhe será dada no momento adequado.

Então, não faz nenhum sentido supor que agora, outubro de 2026, dias após anunciado o resultado das eleições municipais, o governador Carlos Brandão tenha decidido que o seu vice vá para a Câmara Federal.

Ana do Gás assume a 4ª vice-presidência da Assembleia Legislativa

Observada pela colega Daniella Gidão, Ana do Gás
ao receber a confirmação da eleição para a
4ª vice-presidência da Assembleia Legislativa

A deputada Ana do Gás (PCdoB) foi eleita ontem 4ª vice-presidente da Assembleia Legislativa. Ela assumiu o cargo no lugar da deputada Andreia Rezende (PSB), que foi eleita 1ª vice-presidente da Casa, ocupando vaga abertas com a renúncia do deputado Rodrigo Lago (PCdoB). O seu mandato vai até fevereiro.

No terceiro mandado estadual, Ana do Gás entra na mesa Diretora do Poder Legislativo por conta do seu partido. O PCdoB tinha a 1ª vice-presidência, mas como o titular Rodrigo Lago renunciou, para se dedicar à advocacia no período eleitoral. O PCdoB tentou emplacar o deputado Júlio Mesquita para a 1ª vice-presidência, mas o PSB reivindicou a vaga, indicando a deputada Andreia Rezende, que renunciou à 4ª vice-presidência e foi eleita para a 1ª. Por acordo de lideranças, a 4ª foi dada ao PCdoB, que indicou a deputada Ana do Gás.

A nova 4ª vice-presidente da Assembleia Legislativa chegou ao cargo após concorrer, sem sucesso, à Prefeitura de Santo Antônio dos Lopes, sua base eleitoral. Na sua fala ao assumir, Ana do Gás declarou: “Esse é mais um momento em que esta Casa faz história, depois de eleger a primeira mulher presidente em quase 200 anos de história, e seguir fortalecendo a participação de mais mulheres nos espaços de poder. Esse é um avanço muito importante e significativo”.

Em Tempo: com a ascensão da deputada Ana do Gás à 4ª vice-presidência, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa passa a contar com quatro mulheres, pois além dela fazem parte as deputadas Iracema Vale (PSB) na presidência, Andreia Rezende (PSB) na 1ª vice e Fabiana Vilar (PL) na 3ª vice-presidência.

São Luís, 17 de Outubro de 2024.

Reeleito, Paulo Victor garante novo mandato presidencial e deve manter a Câmara no epicentro da política

Paulo Victor: reeleição e novo mandato presidencial

Se não houver algum imprevisto grave, o atual presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSB), iniciará em fevereiro do ano que vem dois novos mandatos, o de vereador puro e simples e o de presidente do parlamento ludovicense. Ele se reelegeu edil com quase dez mil votos, liderando a chapa do seu partido e se credenciando para pleitear a presidência da instituição legislativa municipal para o primeiro biênio do novo mandato. Conhecido por sua habilidade e ousadia como articulador, o vereador Paulo Victor já conseguiu declaração de apoio de vereadores reeleitos – como o líder do Governo municipal, Daniel Oliveira (PSD), o mais fiel aliado do prefeito Eduardo Braide (PSD) – e dos novos – como André Campos (PP), que segue a orientação política do deputado e prefeito eleito de Bacabal, Roberto Costa (PMDB). Nas contas informais, Paulo Victor já tem o aval de mais de duas dezenas dos 31 vereadores, levando alguns observadores e políticos à previsão de que ele pode repetir o feito de 2021, quando surpreendeu meio mundo, saiu candidato único e foi eleito presidente por aclamação.

Ao longo do atual mandato da vereança de São Luís, o vereador Paulo Victor se revelou e se consolidou como um político “fora da curva”. Não exatamente um outsider isolado e pretencioso, mas um nome que conseguiu trabalhar em grupo e construiu, em velocidade meteórica, uma identidade política forte, com alguns traços polêmicos, mas balizados numa autenticidade pouco vista, especialmente no meio político. O articulador eficiente se mostrou também o político movido por um misto de coragem e ousadia, como revelou quando decidiu partir para o ataque duro e implacável ao prefeito Eduardo Braide, contra quem fez acusações graves, insuflou a instalação de uma CPI e o rotulou com adjetivos duros. Em seguida amenizou a pancadaria verbal, mas não retirou o que dissera.

Avaliadas todas as suas atitudes como agente partidário e como presidente do parlamento municipal, a grande conclusão é a seguinte: o vereador-presidente Paulo Victor tirou a Câmara Municipal de São Luís de uma situação de quase letargia, burocratizada, e a colocou no epicentro da vida municipal, tornando-a uma Casa política como não acontecia havia muito tempo. Ao mesmo tempo, num movimento para muitos inacreditável, surpreendeu o mundo político ao se licenciar da presidência da Câmara Municipal e do mandato para ser secretário estadual de Cultura. Retornou quase um ano depois, retomando suas funções com o mesmo vigor de antes, como se nada tivesse acontecido.

E foi nessa batida que se lançou pré-candidato à Prefeitura de São Luís, declarando uma guerra sem trégua ao prefeito Eduardo Braide, contra quem sustentou um tiroteio pesado, tanto no plano institucional, quanto na seara política propriamente dita. O prefeito, com habilidade e senso prático, resistiu. Como pré-candidato a prefeito, Paulo Victor aumentou o tom de voz e a ação oposicionista. A pré-candidatura durou pouco, mas foi suficiente para agitar o cenário político pré-eleitoral e manter o parlamento da Capital em clima de efervescência. E nesse ambiente surgiu uma CPI inicialmente barulhenta, que deu em nada.

O fato é que ao longo de três anos – lembrando que ele passou quase um ano como secretário estadual de Cultura -, a Câmara Municipal de São Luís teve uma atuação bem mais intensa, até pela revelação bombástica, feita por ele próprio que fora vítima de chantagem por parte de um promotor de Justiça, que acabou afastado pelo CNMP, e também pelo inusitado processo que levou o vereador Domingos Paz à cassação por abuso sexual. Jogando aberto e assumindo seus atos e decisões. Em alguns momentos, observadores avaliaram que sua carreira corria perigo, mas nada deteve sua caminhada.

Agora, reeleito com votação robusta e já com base montada para um terceiro mandato presidencial, o vereador Paulo Victor anuncia que sua relação com o prefeito Eduardo Braide está “pacificada”, tanto que até vereadores eleitos pelo partido do prefeito lhe declararam apoio. Mas a política é dinâmica, e com a participação do presidente da Câmara Municipal de São Luís costuma ser intensa.

PONTO & CONTRAPONTO

Experiente no jogo político, Ferdinando Coutinho continua dando as cartas em Matões

Ferdinando Coutinho venceu mais uma contra
Rubens Pereira: assim é melhor conversar

O prefeito Ferdinando Coutinho (UB) foi o grande vitorioso da eleição em Matões, enquanto o desfecho não foi nada favorável ao deputado federal Rubens Jr. (PT) e ao pai dele, Rubens Pereira, o Rubão, que têm o município como base principal.

Ferdinando Coutinho, com o apoio da deputada Claudia Coutinho (PDT), sua mulher, lançou Nonatinho (União Brasil) contra Gabriel Tenório (PT), apoiado pelos Pereira e a quem derrotara em 2020. O resultado foi devastador para Rubens Jr. e Rubens Pereira: Candidato de Ferdinando Coutinho, Nonatinho teve 54% dos votos válidos, enquanto Gabriel Tenório, apoiado pelos Pereira, obteve apenas 45%.

O desfecho da corrida eleitoral em Matões tem uma explicação: o prefeito Ferdinando Coutinho sabe mexer com as pedras, enxerga as manhas do eleitorado e, mais do que isso, conhece os pontos fracos do adversário do seu candidato. Não deu outra.

A Coluna já fez esse registro, mas vale repeti-lo: Ferdinando Coutinho é um político forjado nas lutas de Matões, de Caxias e da região. Ele é irmão do ex-prefeito e ex-deputado estadual Humberto Coutinho, e atuava como o seu braço direito, portanto, conhecedor profundo da política nos municípios na região.

E com base no que vem acontecendo, o melhor caminho para o deputado federal Rubens Jr. e para o secretário Rubens Pereira será sentar e conversar sobre o futuro de Matões. De preferência procurando outro candidato a prefeito

Prefeito eleito diz que Barreirinhas vai muito além dos Lençóis

Vinícius Vale: Barreirinhas vai além dos Lençóis

Aos 27 anos e com um diploma de engenheiro civil no currículo, o prefeito eleito de Barreirinhas, Vinícius Vale (MDB), vem dando demonstrações convincentes de maturidade e de que sabe exatamente o que pretende fazer no comando do Portal dos Lençóis Maranhenses, o mais importante polo turístico do Maranhão. Numa entrevista ao bem informado programa Ponto Continuando, da Rádio 92 FM, comandado pelos craques do Jornalismo Clodoaldo Corrêa, Rogério Silva e Glauco Ericeira, ele declarou o seguinte:

“Quando você fala de Barreirinhas, você pensa logo nos Lençóis Maranhenses, nas riquezas naturais, nos resorts e pousadas. Mas Barreirinhas vive uma dicotomia muito grande. Ao mesmo tempo em que você tem pousadas que cobram uma diária de R$ 1 mil ou até R$ 2 mil, há pessoas com problemas no fim do mês”.

Isso significa dizer que sua gestão vai cuidar do grande polo turístico, mas também vai dar atenção às famílias da zona rural do município, que passam necessidades e que precisam da assistência do poder público municipal.

O prefeito eleito Vinícius Vale afirma que montou um projeto de Governo levando em conta a cidade, que é polo de desenvolvimento e precisa de ajustas cada vez mais a essa realidade, mas também voltado para o lado menos visível de Barreirinhas, que é a população, o principalmente as comunidades rurais e periférica. E explicou:

“Passamos algo em torno de um ano e oito meses visitando todos os povoados de Barreirinhas, indo na casa das pessoas, conhecendo a sua realidade. Fizemos um projeto a partir do ponto de vista da população”.

São Luís, 16 de Outubro de 2024.

Imperatriz: Rildo ganha o apoio de JP e Mariana vai “hospedar” Bolsonaro por três dias

Rildo Amaral e Mariana Carvalho
disputam o comando de Imperatriz

O cenário da disputa do segundo turno em Imperatriz, segundo maior e mais importante município do Maranhão, ganhou ontem desenho definitivo com a declaração de apoio do deputado federal Josivaldo JP (PSD), terceiro colocado, à candidatura do deputado estadual Rildo Amaral (PP), que tem como adversário Mariana Carvalho (Republicanos). A declaração de apoio abre um caminho natural para que a maior parte do 19% dos eleitores que votaram no parlamentar do PSD adiram à candidatura de Rildo Amaral, fortalecendo expressivamente o seu cacife eleitoral. Outro dado que conta a favor de Rildo Amaral foi a declaração de neutralidade do quarto colocado na corrida do primeiro turno, Nilson Takashi, mas com duras e graves crítica à direita que apoia a candidata do Republicanos.

À exemplo de todos os embates de segundo turno, a disputa pelo comando da Prefeitura da antiga Vila do Frei, hoje uma potência regional com PIB anual de R$ 8 bilhões, movimenta forças políticas do estado e ganha projeção nacional. Para começar, o candidato do PP tem como padrinho o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), e agora ganhou o suporte denso do governador Carlos Brandão (PSB), que está mobilizando forças aliadas em seu favor. Além do mais, o ex-deputado Marco Aurélio (PCdoB) e o PT, por intermédio do vice-governador Felipe Camarão, estão se incorporando à base de apoio do candidato do PP.

Como aconteceu no 1º turno, Rildo Amaral tem como conselheiro e um dos articuladores da sua campanha o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), que conhece a fundo a natureza e os humores do eleitorado de Imperatriz. Ele tirou férias da Casa Civil para se dedicar à campanha do candidato do PP.

Na outra ponta da corda, Mariana Carvalho, que saiu do 1º turno em 2º lugar, tem como principal suporte o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que na primeira rodada passou dois dias em Imperatriz e agora avisa que permanecerá três dias na cidade em campanha a seu favor. Além disso, a candidata do Republicanos recebeu apoio de Josimar de Maranhãozinho (PL) e de Lahesio Bonfim (Novo). Todos eles encarnam um discurso ideológico de uma oposição de direita. Embalada por esses apoios, Mariana Carvalho preferiu o discurso agressivo contra o Governo do Estado e contra o Governo Federal. Isso significa dizer que, se eleita, será uma prefeita isolada, sem diálogo com o Palácio dos Leões e com o Palácio do Planalto. E até as barrancas do rio Tocantins sabem que uma cidade como Imperatriz, por mais rica que seja, sofre sem uma gestão municipal articulada com o a estadual e a federal.

A candidatura de Rildo Amaral tem um projeto bem claro: dar uma guinada na vida de Imperatriz, uma cidade que está saindo de um governo desastroso e que precisa urgentemente de uma gestão forte, ativa e que a retire do enorme buraco financeiro e administrativo em que foi colocada nos últimos oito anos. (Não foi sem razão que pesquisas recentes revelaram que o prefeito Assis Ramos (UB) é rejeitado por mais de 80% da população, situação que o obrigou a não interferir na corrida sucessória.)

O apoio do deputado federal Josivaldo JP ao candidato Rildo Amaral pode ser decisivo, uma vez que ele pode se traduzir efetivamente em votos, assim como o aval do governador Carlos Brandão. Vale lembrar que o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro a Mariana Carvalho a colocou no 2º, mas não tirou um só voto de Rildo Amaral, que permaneceu na ponta e na ponta saiu das urnas. Além disso, o desenrolar da campanha pode ser decisivo para motivar o eleitorado, reduzindo a indecisão e a abstenção.

PONTO & CONTRAPONTO

Se cair nas armadilhas do poder, Douglas Pinto corre o risco de virar Celestino e Marcial

Douglas Pinto: sob risco de cair no canto
da sereia do poder, a exemplo de
Pedro celestino e Marcial Lima

Uma notícia veiculada ontem por alguns portais da blogosfera acendeu o sinal de alerta em relação ao vereador eleito Douglas Pinto (PSD), que saiu das urnas como o mais votado na história recente das eleições para a vereança da Capital, reconhecido pelo seu trabalho como jornalista militante na TV Mirante. De acordo com a informação, o prefeito Eduardo Braide (PSD) estaria pensando lançar Douglas Pinto para concorrer à presidência da Câmara Municipal.

A Coluna investigou e não encontrou base na informação, a começar pelo fato de que mais de 20 dos 31 vereadores eleitos já declararam apoio à candidatura do presidente e vereador reeleito Paulo Victor (PSB) para comandar a Casa no primeiro biênio da nova legislatura. Esse quadro é suficiente para desestimular qualquer candidatura, a não ser que se trate de uma espécie de anticandidata, destinada a apenas marcar presença. Douglas Pinto não precisa disso.

Mesmo assim, o jovem e politicamente inexperiente Douglas Pinto deve refletir profundamente antes de dar resposta a qualquer oferta que lhe seja feita para controlar o seu mandato e o poder de fogo que lhe deram mais de 16 mil votos. E os pontos de reflexão são dois ex-vereadores muito bem votados e que caíram no canto da sereia e se deram mal.

Em 1988, Pedro Celestino, então um jovem servidor público, negro e sem padrinho, candidato a vereador pelo então recém-nascido Partido Verde (PV), encantou o eleitorado com uma campanha baseada no slogan “Pedro Celestino, o pequeno que incomoda”, saindo das urnas como um dos mais votados.

Com a força do seu discurso, turbinado com críticas e cobranças, se ele tivesse mantido a coerência e atuado como um vereador sem amarras, como se mostrara e prometera na campanha, certamente sobreviveria. Mas, ao contrário, caiu no canto da sereia do Palácio de la Ravardière, aceitando o convite do prefeito Jackson Lago (PDT) para ser o líder do Governo. Sua atuação na liderança foi um desastre, porque ele arquivou o discurso que o levou ao mandato e perdeu completamente a força do “pequeno que incomodava”. Dois anos após iniciar o mandato, ele já era um vereador medíocre, sem brilho, e nunca mais se reelegeu.

Mais recentemente, esse passo em falso foi dado pelo vereador Marcial Lima (Podemos e depois PSB). Partidário do prefeito Eduardo Braide, caiu no canto da sereia se tornando líder do Governo. E foi exatamente por isso que saiu da posição de vereador independente, a voz da periferia em que se tornara na telinha da TV Mirante e nas ondas da Rádio Mirante AM, que o elegeu, e se tornou a voz do Governo municipal. Marcial Lima viu sufocada a independência e o senso crítico do vereador-jornalista e passou ser um vereador como qualquer outro, pagando por isso o preço da não reeleição.

Em resumo: se quiser se tornar um político de fato, Douglas Pinto só tem uma coisa a fazer: usar a coerência e manter o seu discurso de campanha, apoiando as coisas boas da gestão municipal, mas sendo um crítico severo das mazelas que penalizam a periferia da Capital.

Disputa na Famem vai medir os cacifes eleitorais de situação e oposição no estado

Roberto Costa e Belezinha devem
disputar o comando da Famem

Uma disputa forte ganha corpo no Maranhão no pós-eleições: a escolha do novo comando da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), que ocorrerá em janeiro. Pelo que está sendo rascunhado até aqui, de um lado estará o deputado Roberto Costa (MDB), prefeito eleito de Bacabal, com o apoio do governador Carlos Brandão (PSB), e de outro a prefeita Dulcilene Belezinha (PL), reeleita em Chapadinha, lançada com o apoio do chefe maior do seu partido, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho.

Nas contas de um político experiente, o resultado das eleições indica que, numa disputa para valer, o prefeito eleito de Bacabal sai com a vantagem de ter 37 votos do seu partido, somados aos 19 do PSB, os 29 do PP, os 26 do União Brasil, dos sete do PSDB, seis do PRD, três do Mobiliza e dois do PT, totalizando 129 votos, ou seja, 20 votos a mais que o mínimo (109) necessário para eleger o presidente da Famem.

Já a prefeita Belezinha entra com o potencial de 41 votos do PL, 19 do Republicanos, 18 do PDT, num total de 78 votos, 39 a menos do que o mínimo necessário (109) para eleger o presidente da Federação.

É claro que numa eleição dessa natureza, a situação eleitoral não pode ser tão cartesiana. Mas, sem desmerecer o cacife inicial da prefeita reeleita de Chapadinha, qualquer avaliação inicial certamente apontará vantagem para o deputado e prefeito eleito de Bacabal, Roberto Costa. Como se trata de uma disputa eminentemente política, não se trata de uma verdade absoluta, mas de uma tendência, no caso muito forte.

São Luís, 15 de Outubro de 2024.

Com base ampla saída das urnas, Brandão comanda o novo mapa político do Maranhão

Carlos Brandão lidera base ampla, apoiado por André Fufuca e
Juscelino Filho; Josimar de Maranhãozinho saiu fortalecido,
enquanto Aluísio Mendes e Weverton Rocha perderam terreno

Assentada a poeira da corrida às urnas, com a definição de 216 prefeitos – Imperatriz só resolverá no 2º turno, marcado para o dia 26 -, é possível fazer uma primeira leitura do novo mapa político do Maranhão, identificando quem mais ganhou, o que permite um rascunho inicial a respeito do tamanho das forças políticas que irão para o embate em 2026.

Para começar, na seara governista, quatro nomes se destacam, sendo o primeiro o governador Carlos Brandão (PSB), que viu a aliança partidária sob seu  comando  sair fortalecida, o que lhe dá estatura política para comandar o processo que envolve a sua sucessão e o seu próprio futuro nesse contexto. É o caso também dos ministros André Fufuca (Esporte) e Juscelino Filho (Comunicações) cujos partidos, PP e União Brasil, respectivamente, saíram fortalecidos das urnas, e junto com eles o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (UB). O tamanho do cacife de André Fufuca depende do 2º turno em Imperatriz: se Rildo Amaral vencer, o ministro do Esporte ganha maior musculatura e consolida o seu projeto senatorial; se o candidato do PP for derrotado, André Fufuca continua com o poder de fogo atual.  Na outra ponta, onde se misturam independentes e oposicionistas, o grande vencedor foi o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, cujo partido, o PL – que não segue uma rígida linha bolsonarista -, emplacou nada menos que 41 prefeitos, o que lhe dá um cacife extraordinário para negociar em 2026. E ainda nesse campo estão o senador Weverton Rocha (PDT) e o deputado federal Aluísio Mendes (Republicanos), que sofreram fortes perdas, mas ainda saíram vivos.

O governador Carlos Brandão deu uma demonstração de que sabe mexer as peças nesse jogo. Para começar, o seu partido, o PSB, que vem sofrendo uma erosão interna, por conta do afastamento da corrente dinista, saiu das urnas com 19 prefeitos (só tinha seis), num esforço nítido do seu comando. O MDB, comandado por Marcus Brandão, irmão e principal conselheiro político do governador, e que é hoje o seu principal esteio partidário da aliança governista, elegeu nada menos que 37 prefeitos. Os seus aliados mais próximos, o PP, sob o comando do ministro André Fufuca, fez 29 mandatários, e o União Brasil vai diplomar 26 eleitos. Somados esses ganhos maiores, sem incluir os pequenos partidos, a base governista saiu das urnas com 111 prefeitos.

Os resultados auferidos pelo Palácio dos Leões foram além, se acrescentados os sete prefeitos eleitos pelo PSDB – repaginado pelo secretário-chefe da Casa Civil Sebastião Madeira -, os seis do PRD, comandado pelo clã Marreca, e outros oito resultantes da soma de dois do PT, dois do Mobiliza, dois do Podemos, um do Cidadania e um do PV, totalizando uma base de 132 prefeitos. Com esse cacife, o governador Carlos Brandão se consolida como a maior liderança política do Maranhão nesse momento. Esse poder de fogo pode aumentar com uma possível aliança com pelo menos metade do PL, que pode fornir a base governista com pelo menos 150 prefeitos.

Na banda independente do mapa político rascunhado pelas urnas, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho confirmou seu força ao sair da disputa com quatro dezenas de prefeitos, reafirmando seu cacife como parte importante e até decisiva, dependendo da situação que estiver desenhada daqui a dois anos. O deputado federal Aluísio Mendes, situado na direita bolsonarista, conduziu o Republicanos a um resultado bem menor do que o partido conseguiu em 2020, mas muito positivo. Além disso, o poder de fogo do Republicanos e do seu chefe depende do desempenho de Mariana Carvalho em Imperatriz: sua eleição turbinará o Republicanos e o seu chefe; sua derrota manterá os dois com o tamanho de agora.

Ainda no campo oposicionista, o senador Weverton Rocha perdeu mais da metade do cacife com que saiu das urnas em 2020, despencando de 42 prefeitos para 19, e ainda perdendo colégios importantes, como Timon e Balsas, tendo ainda o PDT, que mandou na Capital por longo tempo, quase desaparecido em São Luís, onde conta agora com apenas um vereador, Raimundo Penha. Seu único aliado, o Solidariedade, fez apenas um prefeito.

É com base nesse rascunho que o mapa político do Maranhão para 2026 será definitivamente desenhado.

PONTO & CONTRAPONTO

Alguns nomes que saíram fortalecidos das eleições municipais

Eduardo Braide, Iracema Vale, Fábio Gentil, Roberto
Costa e Hilton Gonçalo saíram fortes das urnas

No campo individual, alguns nomes fortes da política maranhense foram consolidados com as eleições municipais.

Numa reeleição com o tom e o ritmo de pedra cantada, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide saiu das urnas como o único prefeito eleito do PSD. Eleito em turno único com votação consagradora (70,2% dos votos), se firmou como um nome graúdo do cenário político estadual, com estatura para ser considerado em qualquer equação majoritária de agora por diante. Nas suas falas, tem dito e repetido que pretende continuar no cargo até o final do mandato, em 2028, enquanto boa parte dos observadores da política apostem que ele entrará na briga majoritária de 2026.  

A presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), saiu das urnas fortalecida no bojo da base governista, e em particular pela vitória maiúscula do engenheiro Vinícius Vale (MDB), seu filho, em Barreirinhas, que caminha para ser uma das cidades mais importantes do Maranhão. Isso sem falar na reeleição do seu aliado em Urbano Santos, tendo outro filho seu como vice. Está credenciada para um projeto maior em 2026.

Nesse cenário, o prefeito de Caxias, Fábio Gentil, se firmou como a grande liderança da região Nordeste do Maranhão com a eleição do seu candidato, Gentil Neto, seu sucessor. Não se sabe ainda se Fábio Gentil pretende dar um salto em 2026, mas no meio político muitos acreditam que ele vir a substituir a filha, Amanda Gentil, no mandato de deputado federal.

Eleito prefeito de Bacabal, o grande polo da Região do Médio Mearim, com grande peso geopolítico, o deputado Roberto Costa (MDB) é visto agora como um político de estatura regional, com potencial para dar um salto, principalmente se realizar uma gestão diferenciada, como pretende, e se vier a presidir a Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), como parece ser o seu propósito, para o que já teria o apoio do governador Carlos Brandão.

O prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, confirmou o seu poder de fogo. No comando do Mobiliza, um partido sem nenhuma força, elegeu o sobrinho, Milton Gonçalo (Mobiliza) seu sucessor em Santa Rita, e a sobrinha Naila Gonçalo (Mobiliza), prefeita de Bacabeira, dois municípios importantes do entorno de São Luís. Mostrou os dentes em Rosário e em Paço do Lumiar, e, até onde se sabe, fez pelo menos uma dezena de parceiros estado a fora.

Dois “fenômenos” eleitorais mostram o modo de fazer política de Josimar de Maranhãozinho

Belezinha e Flavinha Cunha: fenômenos produzidos por Josimar
de Maranhãozinho – na imagem com a irmã e prefeita Josinha Cunha

 Dois “fenômenos” eleitorais, ocorrido em municípios importantes, mostram o poder de fogo do modo de fazer política do deputado federal Josimar de Maranhãozinho: a reeleição de Belezinha (Maria Ducilene Pontes Cordeiro), do PL, para a Prefeitura de Chapadinha, e a eleição de Flavinha Cunha, também do PL, (PL) para a Prefeitura de Zé Doca.

Numa façanha quase inacreditável, se levado em conta o fato de que Chapadinha é uma cidade onde vários grupos tradicionais se digladiam, Belezinha se reelegeu com 79% dos votos e elegeu todos os vereadores, o que significa dizer que não terá oposição na Câmara Municipal, um fato fora da curva em qualquer contexto político.

Em Zé Doca, o fenômeno se repetiu: Flavinha Cunha, do PL, apoiada pela prefeita Josinha (Maria Josenilda Cunha Rodrigues), irmã de Josimar de Maranhãozinho, que está cumprindo o segundo mandato, foi eleita com mais de 80% dos votos e, igualmente, todos os vereadores da cidade pertencem à sua base. A nova prefeita, portanto, não terá oposição na Câmara Municipal de Zé Doca.

Não há registro de que algo assim tenha acontecido nas eleições municipais recentes no Maranhão.

São Luís, 14 de Outubro de 2024.

Resultado das eleições municipais levou até Lula a admitir que o PT envelheceu

Lula da Silva reconhece que o PT envelheceu
e precisa se rediscutir

Agora foi o próprio presidente Lula da Silva que, ao avaliar, ontem, numa entrevista, o resultado das eleições municipais, reconheceu que o seu partido, o PT, fracassou, está ultrapassado e por isso tudo precisa urgentemente se rediscutir. No Brasil, o PT elegeu 248 prefeitos, menos de 5% das 5.484 cuja eleição foi definida no dia 6, tendo perdido feio para as legendas de centro – PSD, que elegeu mais de 882 prefeitos, entre eles o de São Luís, Eduardo Braide, e o MDB, que venceu em 852 municípios oitocentos, entre eles o de Bacabal, elegendo Roberto Costa, e para a direita. O partido perdeu feio para o PL que elegeu 512 mandatários. No Maranhão, o desempenho do PT foi pífio: dois prefeitos eleitos: Chiquinho da CF, que nada tem de petista, em Codó, e Thamara Castro, em Brejo, enquanto o PL elegeu 40 prefeitos.

Essa realidade não é novidade, que vem há tempos observando a decadência e o consequente emagrecimento do PT. Nas eleições gerais de 2022, o partido de Lula da Silva elegeu um deputado federal e nenhum deputado estadual, só amenizando o tropeço com a eleição do vice-governador Felipe Camarão, um cristão novo no petismo. As eleições municipais mostraram, com clareza absoluta, que o partido do presidente Lula da Silva embicou de vez na zona cinzenta da decadência. A começar pelo fato de não ter quadros com estatura política e potencial eleitoral para disputar, por exemplo, prefeituras como a de São Luís e a de Caxias, preferindo a humilhante condição de “apoiador” de candidatos de alguns outros partidos.

A participação do PT na corrida eleitoral em São Luís, envolvendo a Prefeitura e 31 vagas de vereador na Câmara Municipal, foi um desastre. O partido elegeu apenas o Coletivo Nós – que na verdade se reelegeu – para uma vaga de vereador, quando uma série de partidos de aluguel, sem qualquer expressão, emplacou vereadores na Capital. Creuzamar Pinto, que foi escalada para ser vice do socialista Duarte Jr. (PSB), era o púnico nome que poderia se eleger vareadora, foi derrotada, seguindo o presidente do PT em São Luís, Horonato Fernandes, que tentou voltar à Câmara Municipal, mas não conseguiu nem suplência.  Lembrando que o PSB, por exemplo, fez cinco e o PSD, do prefeito Eduardo Braide.

A leitura do presidente Lula da Silva de que o PT precisa se repensar está correta. A situação do Maranhão é exemplar nesse sentido, uma vez que o partido não preparou nenhuma liderança nova, saída dos seus quadros. O vice-governador Felipe Camarão é quadro de excelência, atuante e competente, tem se esforçado para dar novo gás ao esquadrão petista, mas os donos do partido no estado não acompanham esse projeto. Por outro lado, embalado por uma contradição monumental, o PT abraçou a imprevista e espantosa conversão do empresário Chiquinho da FC ao petismo, que o levou a conquistar a Prefeitura de Codó. Num rasgo de pragmatismo fora dos padrões da política, o neopetista codoense chegou a dizer em comícios que só se filiou ao PT para poder “bajular” o presidente Lula e, assim, “conseguir as coisas para Codó”.

O PT do Maranhão já não representa, por exemplo, os estudantes das universidades públicas, os comerciários de São Luís, os bancários, os professores e servidores da Capital, como nos anos 80 e 90, quando mantinha uma disputa ferrenha com o PDT. Hoje, o partido se limita a uma cúpula burocrática, encastelada no poder, enquanto a direita vai ocupando os espaços políticos, com ânimo para levar às ruas milhares de militantes, numa tarde de segunda-feira, para massagear o ego de um líder que sonha em ser ditador.

É tempo de quadros como o vice-governador Felipe Camarão, o deputado federal Rubens Júnior, o deputado estadual Zé Inácio e o ideólogo-mor do braço maranhense do partido, professor Chico Gonçalves, aproveitarem a preocupação do presidente Lula da Silva motivarem a cúpula petista para traçar novos rumos para o partido no Maranhão.

PONTO & CONTRAPONTO

Gutemberg, Pavão e Chaguinhas deixam bom legado na Câmara Municipal

Gutemberg Araújo, Pavão Filho e Francisco
Chaguinhas: mandatos produtivos

A eleição para a composição da Câmara Municipal de São Luís fechou o ciclo de atuação de vários vereadores que marcaram seus longos períodos no Palácio Pedro Neiva de Santana.

O primeiro deles foi Gutemberg Araújo, mais conhecido como Dr. Gutemberg, que está cumprindo o sétimo mandato consecutivo. Nesse período, que equivale a quase três décadas de casa, Gutemberg Araújo, que é médico respeitado realizou um trabalho legislativo de fôlego, ganhando respeito da classe política e da sociedade como um todo.

O vereador Pavão Filho também está nesse time, detentor que foi de vários mandatos na Câmara Municipal, trajetória que alternou com um período na Assembleia Legislativa. Como vereador, tem um saldo altamente positivo como legislador.

Francisco Chaguinhas é político de postura tradicional, que costuma jogar com habilidade e que sabe conviver com o poder. Enquanto grande parte dos seus colegas optaram por confrontar o prefeito Eduardo Braide ele se manteve na linha de apoio ao chefe do Executivo. E deixou isso bem claro quando assumiu a presidência da Casa, no ano passado, quando o presidente Paulo Victor foi secretário de Estado da Culturas. Ele manteve relação cordial com o prefeito.

Os três dificilmente retornarão ao jogo político municipal.

Clã dos Marreca sai fortalecido das eleições municipais

Marreca Filho, Júnior Marreca, Juscelino Marreca e
Felipe Marreca: clã fortalecido nas eleições

Os Marreca, que já vinham ocupando espaços importantes na política estadual, saíram mais fortalecidos ainda das eleições municipais, com a eleição de dois membros da família: Felipe Marreca (PRD), que venceu a eleição em Itapecuru Mirim, derrotando o honrado prefeito Benedito Coroba (PSB), promotor aposentado e ex-deputado estadual. E Juscelino Marreca (PRD), deputado estadual que decidiu disputar e ganhou a Prefeitura de Santa Luzia do Paruá, abrindo vaga na Assembleia Legislativa a partir de janeiro.

Atualmente, o clã Marreca é liderado pelo jovem deputado federal Júnior Marreca Filho, que preside o PRD no Maranhão e cujo pai, seu mentor, Júnior Marreca, ex-prefeito de Itapecuru Mirim, ex-deputado estadual, ex-deputado federal ocupa hoje o comando da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviço do Governo do Estado

E pelo que está sendo rascunhado, em 2026, Júnior Marreca Filho irá para a reeleição na Câmara Federal e o pai, atual secretário, deverá disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa, completando o quadrado do Marreca da política estadual.

São Luís, 12 de Outubro de 2024.