
Rocha: pré-candidatos ao Governo se movimentaram durante o Carnaval
O período carnavalesco serviu para mostrar que a corrida à sucessão do governador Carlos Brandão (PSB) no âmbito da base governista continua rigorosamente indefinida em matéria de candidatura, situação já superada por parte da oposição. Em meio à folia, os dois nomes efetivamente cotados para ser o candidato da aliança situacionista, o vice-governador Felipe Camarão (PT) e o secretário de Articulação com Municípios Orleans Brandão (MDB), mergulharam em conversas e cuidaram de ampliar os espaços que já ocupavam. Ao passo que na seara da oposição, o prefeito Eduardo Braide (PSD), o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo) e o ex-senador Roberto Rocha (sem partido) cuidaram de se movimentar para dar sentido aos seus projetos de candidatura.
O vice-governador Felipe Camarão passou o reinado de Momo embalado pelos fluídos que recebera em Brasília, uma semana antes, durante o aniversário do PT, quando foi celebrado como pré-candidato a governador apoiado pelo presidente Lula da Silva e pela cúpula do partido. Em meio às festas carnavalescas, conversou muito e manteve animada a sua base de apoio dentro da aliança, de modo que chegou na Quarta-de-Cinzas embalado pela certeza de que vai conseguir superar as divergências e se consolidar como candidato do grupo numa chapa em que o governador Carlos Brandão seja o candidato ao Senado.
Orleans Brandão não perdeu tempo e, além da movimentação que fez em São Luís, confirmou o seu projeto de candidatura em Timon, onde foi tratado como pré-candidato pelo prefeito Rafael Brito (PSB), que não esconde que nessa seara seguirá junto com o secretário. Outra manifestação expressiva a seu favor ocorreu em Codó, onde o ex-prefeito Zé Francisco (PSDB) discursou anunciando apoio ao seu projeto de candidatura, fazendo contrapeso ao prefeito Chiquinho da FC (PT), que está alinhado ao vice-governador Felipe Camarão. Cuidadoso, Orleans Brandão tem dito que está em busca de um mandato de deputado federal, mas não desautoriza nenhuma manifestação apontando-o como pré-candidato a governador.
No campo oposicionista, o nome principal é o prefeito de São Luís Eduardo Braide, que passou a folia momesca numa saudável queda-de-braço com o governador Carlos Brandão disputando quem fez o melhor Carnaval. As multidões concentradas na Avenida Litorânea e na Madre Deus deram vantagem nítida ao Governo do Estado, mas a festança organizada pela Prefeitura no Aterro do Bacanga atraiu milhares. Eduardo Braide não fala sobre o assunto, faz de conta que não tem interesse nessa corrida, mas quem com ele convive aposta alto na sua candidatura, prevendo que, embalado pelas pesquisas, o prefeito está se preparando para sair em abril do ano que vem.
O ex-senador Roberto Rocha já anunciou que é candidato, tem reafirmado isso em declarações eventuais, mas não resolveu ainda o seu maior problema, um partido pelo qual possa ser candidato como a voz do bolsonarismo no Maranhão. O problema é que não existe partido disponível nessa linha, uma vez que todos estão controlados com mão de ferro. Já Lahesio Bonfim tem um partido e está em plena pré-campanha, discursando onde pode e xingando adversários numa virulência desmedida. Seu maior lance aconteceu no pré-Carnaval, quando pediu a primeira-dama de São Luís para ser sua vice, mas o prefeito Eduardo Braide não lhe deu confiança.
As águas de março devem tornar mais clara a movimentação dos aspirantes ao Palácio dos Leões.
PONTO & CONTRAPONTO
Brandão fecha Litorânea para veículos em favor do esporte, atende Paulo Victor e estreita laços com a Câmara

Carlos Brandão a pedido de Paulo Victor em favor das práticas esportivas
O governador Carlos Brandão (PSB) decidiu, via decreto, que a Avenida Litorânea será fechada para veículos das 04h às 6h30, às segundas, quartas e sextas-feiras, para permitir a práticas esportivas pela população – caminhar, correr, pedalar em segurança – atendendo a uma proposta do presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSB).
A medida, em geral bem recebida por muitos, foi uma demonstração de que a relação do Governo estadual com a Câmara Municipal de São Luís tende a se estreitar cada vez mais, num forte contraponto político ao prefeito Eduardo Braide (PSD).
Numa espécie de contradição política, enquanto o prefeito Eduardo Braide não conta com mais de uma dezena dos 31 vereadores como aliados fiéis, o governador Carlos Brandão tem relação próxima com pelo menos 15 integrantes do parlamento ludovicense.
Esse grupo é liderado pelo presidente da Casa, Paulo Victor, que além de pertencer ao PSB, é aliado de primeira linha do chefe do Executivo estadual.
Justiça Eleitoral vai decidir o futuro de Carlos Lula em relação ao PSB
É rigorosamente incerto o futuro do deputado estadual Carlos Lula em relação ao PSB, do qual está em processo de desfiliação. O problema é que, ao que tudo indica, o comando estadual do partido não está disposto a autorizar a saída do parlamentar, já tendo batido martelo para negar a desfiliação.
Conflitado como o comando estadual do PSB, que é presidido pelo governador Carlos Brandão, o deputado Carlos Lula decidiu deixar a legenda, alegando que não se sente mais à vontade como seu filiado, uma vez que, para ele, sua posição ali ficou insustentável.
Só que o PSB reagiu e colocou as cartas na mesa: em vez de concordar com a saída, a cúpula partidária avisou que, se sair, o parlamentar terá de abrir mão do mandato, que pertence ao partido. E se isso acontecer, o 1° suplemente será convocado para assumir como titular.
Diante do que ganhou a forma de um impasse, a Justiça Eleitoral decidiu convocar Carlos Lula e a direção do PSB para uma audiência, cuja data ainda será definida. Será com base nas razões apresentadas pelo deputado, nas contrarrazões do partido e no que for tratado na audiência que a Justiça Eleitoral autorizará, ou não, a saída do parlamentar.
Se conseguir um acordo para sua desfiliação, Carlos Lula procurará outra legenda. Mas se não conseguir, permanecerá nos quadros da agremiação até a janela partidária que será aberta em março de 2026, para fazer a migração partidária.
São Luís, 07 de Março de 2025.