Armações tentam desviar foco do PSD, mas Edivaldo Júnior vai mesmo é disputar os Leões

 

Edivaldo Holanda Jr. e Edilázio Jr.: projeto do primeiro é chegar ao Palácio dos Leões

Mesmo que ele próprio não tenha feito ainda tenha confirmado cabalmente, o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr., é mesmo candidato a governador, segundo o presidente do seu partido, o PSD, deputado federal Edilázio Jr., em declarações que ganharam força em pesquisas cujos números revelaram viabilidade a esse projeto de poder. O potencial político e eleitoral entusiasmou tanto o PSD, que Edivaldo Holanda Jr. ganhou liberdade para não se posicionar contra a candidatura do governador Flávio Dino ao Senado, ainda que a aliança partidária que vier a liderar lance um candidato a senador. As falas do chefe partidário e os percentuais de intenção de voto garantem o ex-prefeito na lista dos nomes que estão, de fato, na corrida ao Palácio dos Leões. E com um dado importante: a entrada dele no jogo por um dos pedaços do que já foi o Grupo Sarney pode reagrupá-los animou as pedras do tabuleiro e acendeu sinal de alerta amarelo nos QGs do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), do senador Weverton Rocha (PDT) e do senador Roberto Rocha (sem partido).

Diante do que está posto, não há qualquer dúvida de que Edivaldo Holanda Jr. esteja, efetivamente, na corrida ao Palácio dos Leões. E com um objetivo cristalino: vencer a eleição. A ilação primária de que ele quer disputar a sucessão do governador Flávio Dino para se manter em evidência, e com isso tentar voltar à Prefeitura de São Luís em 2024 não tem pé nem cabeça. Faria algum sentido se o prefeito Eduardo Braide desse uma de João Dória, desdissesse tudo o que dissera na campanha e depois de eleito e abandonasse o Palácio de la Ravardière para tentar chegar ao Palácio dos Leões. Ainda assim, Edivaldo Holanda Jr. também não poderia usar as eleições de 2022 visando enfrentar a então prefeita Esmênia Miranda, que, vale lembrar, é do PSD, seu novo partido. Como não há qualquer sinal de que o atual prefeito cometerá essa imprudência política, a ilação perde sentido. Até porque, no caso, agora sem o apoio do governador Flávio Dino (PSB), Edivaldo Holanda Jr. enfrentaria um Eduardo Braide cheio de gás, sendo quase certo que sofreria uma derrota acachapante.

Os movimentos políticos do ex-prefeito até aqui, com alguns momentos marcados por polêmica – entre eles sua espantosa e ainda ecoante omissão na disputa à sua sucessão na Prefeitura de São Luís -, têm demonstrado que ele é um animal político inteligente, com discernimento suficiente para só entrar em disputa com boa margem de segurança e correr apenas o risco que tenciona toda corrida eleitoral. Está claro, portanto, que o que menos lhe interessa agora é agendar um confronto com o prefeito Eduardo Braide para 2024. Esse embate poderá até ser projetado, mas com certeza só depois que as urnas de 2022 revelarem o tamanho do seu cacife político e eleitoral., que poderá surpreender, para mais ou para menos.

Político pragmático, Edivaldo Holanda Jr. tem feito contas e mais contas cujos resultados o têm levado a acreditar que há espaço para sua candidatura num tabuleiro em que as peças-chave são o futuro governador Carlos Brandão, o senador Weverton Rocha e, numa escala reduzida, o senador Roberto Rocha. Se não estivesse determinado a ser governador e se contentasse com uma cadeira na Câmara Federal, teria permanecido no PDT, apesar de algumas rusgas internas, ou se abrigado no PSB do governador Flávio Dino, que com certeza o receberia de braços abertos. Fonte com trânsito na cúpula do PSD revela que o ex-prefeito tem convicção de que a eleição não será resolvida em turno único e que aposta alto de que será sua uma das vagas do segundo turno.

É claro que em política as coisas mudam, podendo evoluir ou regredir, mas estão sempre em movimento. Mas até aqui, o ex-prefeito de São Luís mantém inalterado o seu projeto de jogar no tudo ou nada pelo Palácio dos Leões.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Ascensão de Ciro Nogueira à Casa Civil fortalecerá André Fufuca

André Fufuca vai se fortalecer com Ciro Nogueira na chefia da Casa Civil

O iminente desembarque do senador piauiense Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, na chefia da Casa Civil do Governo Jair Bolsonaro, desbancando um general, deve repercutir no cenário político estadual. O grande beneficiário da ascensão será o deputado federal André Fufuca, que tem espaço considerável na cúpula nacional do partido. Um dos mais tarimbados e espertos integrantes membros do Congresso Nacional e integrante destacado do núcleo duro do Centrão, Ciro Nogueira é linha de frente da correte para a qual Governo só sobrevive alimentando congressistas com verbas e emendas. E colocar em prática pelo menos parte do seu ideário de prática política, o deputado André Fufuca e seus aliados entrarão na corrida eleitoral com a faca e o queijo na mão. Vale lembrar que o jovem e competente representante do PP na bancada maranhense aprendeu parte do que sabe com ninguém menos que o deputado fluminense e presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha (MDB), de quem foi pupilo aplicado durante o primeiro mandato.

 

Vice-líder “força a barra” ao dizer que presidente “mandou” viaturas para o Maranhão

Viaturas compradas com recursos do Fundo Nacional de Segurança, que na verdade pertencem aos estados

Não se discute que Aloísio Mendes (PSC) é um deputado federal atuante, que trabalha duro pelos municípios que lhe deram votos e que por seu desempenho parlamentar foi alçado ao posto de vice-líder do Governo Bolsonaro. Não há também como negar que, agente federal por profissão, fez bom trabalho como secretário de Segurança Pública no último Governo de Roseana Sarney, tendo iniciado sua trajetória no Sistema Estadual de Segurança Pública implantando duas grandes inovações: o Grupo Tático Aéreo (GTA) e o Grupo de Operações Especiais (GOE), na Polícia Militar.

Mas forçou a barra ao declarar que o Governo do Estado tem de cuidar bem das 120 viaturas policiais compradas com recursos do Fundo Nacional de Segurança “mandados para o Maranhão pelo presidente Jair Bolsonaro” tirou um naco do brilho do parlamentar que ele tem sido. (Curiosamente, essa expressão “o presidente mandou recursos para tal estado” virou jargão inadequado no atual Governo da República).

Isso porque os recursos do Fundo Nacional de Segurança são controlados pela União, mas pertencem aos Estados. E até as pedras de cantaria de São Luís e as paredes do Congresso e do Ministério da Justiça sabem que os recursos do FNS estão sendo liberados devido à forte pressão que os estados, seus verdadeiros donos, por meio dos seus governadores, entre eles o maranhense Flávio Dino, com o apoio das bancadas, das quais faz parte o deputado Aloísio Mendes, têm feito para equipar as polícias estaduais. Vale lembrar que o FNS é bilionário, e que, infelizmente, a liberação dos seus recursos é feita a conta gotas e por conveniência política.

O que se espera é que o deputado Aloísio Mendes, com a força política e parlamentar que detém, pressione o ministro da Justiça, Anderson Torres, e o próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido), para liberar mais recursos para a Segurança Pública do Maranhão.

São Luís, 22 de Julho de 2021.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *