A confirmação oficial da pré-candidatura do empresário e ex-prefeito Ildon Marques (Progressistas) praticamente fechou o quadro de pré-candidatos à Prefeitura de Imperatriz. São eles: o prefeito Assis Ramos (DEM), o deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB), o próprio Ildon Marques (Progressistas), o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), a empresária Mariana Carvalho (PSC) e, provavelmente, o médico Daniel Fiim (MDB). Esse leque de pré-candidato sugere que a Princesa do Tocantins, hoje com seus mais de 235 mil habitantes, o que faz dela o segundo maior colégio eleitoral do estado, bem como o maior, mais rico e mais importante município do interior do Maranhão. Sua importância política e econômica, aliada à sua localização geográfica estratégica lhe dá grande dimensão geopolítica, e explica, em grande medida, a atenção que os principais partidos políticos estão dedicando aos preparativos para a corrida sucessória.
Todos esses ingredientes políticos, geopolíticos e econômicos indicam que a metrópole tocantina será palco de uma disputa dura, difícil, situação que revela alguns aspectos decisivos para esse clima. O primeiro é que todos os envolvidos na disputa sucessória enxergam na Prefeitura de Imperatriz um trampolim para saltos bem mais altos. Alguns acreditam que respaldado por uma boa gestão e com uma articulação política eficiente, o prefeito de Imperatriz pode chegar facilmente à Câmara Federal, ao senado da República e ao Governo do Estado. A história recente mostrou, no entanto, que, à exceção de Ribamar Fiquene, que foi senador temporário e governador por um ano, todos os demais prefeitos de Imperatriz foram severamente punidos nas urnas em eleições seguintes. Provavelmente porque não fizeram a lição de casa como deviam.
A julgar pelo que corre nos bastidores da política municipal, o prefeito Assis Ramos está jogando todo o seu poder de fogo para pleitear a reeleição, tendo como propósito dá passos políticos mais largos depois de 2024. Mas as evidências chagas a públicos até aqui sugerem, algumas de maneira enfática, que a situação do prefeito não é nada confortável, no que diz respeito aos prognósticos eleitorais. O seu contrapeso político mais ameaçador é o deputado Marco Aurélio, tanto pelo seu prestígio de ex-vereador e deputado estadual influente – é o líder do Bloco governista na Assembleia Legislativa -, quanto em matéria de suporte político, uma vez que o seu partido, o PCdoB, que terá o PDT e o PT como aliados, faz jogo duro para viabilizar a sua eleição, sob o forte argumento segundo o qual Imperatriz ganhará muito com u prefeito inteiramente alinhado ao Palácio dos Leões. E tudo indica que a disputa será polarizada entre o prefeito e o deputado.
Isso não significa menosprezar concorrentes como Ildon Marques e Sebastião Madeira, dois ex-prefeitos – cada um governou a cidade duas vezes – e políticos experientes, ambos detentores de grande prestígio no município. Mas é evidente que estão no jogo para testar os seus cacifes políticos e eleitorais, já que sofreram derrotas fragorosas em eleições recentes – nenhum dos dois conseguiu eleger-se deputado federal, por exemplo, recebendo votações raquíticas em Imperatriz. A disputa para a Prefeitura, porém, é diferenciada, mais passional, que envolve a todos diretamente. Nesse aspecto, Ildon Marques e Sebastião Madeira cão candidatos que não podem ser deixados de levar em conta.
Mariana Carvalho, que já tem a vaga de candidata garantida pelo presidente estadual do PSC, deputado federal Aluísio Mendes, e Daniel Fiim, que tem o aval da cúpula do MDB, são apostas para o futuro. Isso não quer dizer que eles estejam antecipadamente fora do páreo. Vale lembrar que ela foi muito bem votada na corrida à Assembleia Legislativa, enquanto ele teve desempenho razoável na sua tentativa de construir bases uma cadeira na Câmara Federal. São, portanto, nomes cuja movimentação merece atenção, pois afinal, são dois quadros jovens, com largas redes de relacionamento na cidade e podem transformar essa corrida numa fase de preparação para embates futuros.
Outros nomes poderão aparecer, mas dificilmente surgirá algum candidato com força política e cacife eleitoral suficiente para entrar de igual com os demais candidatos, notadamente o prefeito Assis Ramos e o deputado Marco Aurélio.
PONTO & CONTRAPONTO
PT mantém dirigentes e Zé Inácio tem chance de ser candidato em São Luís
O PT superou a crise interna que vinha se arrastando desde que não conseguiu concluir o processo de escolha dos novos dirigentes, iniciados em marco do ano passado e concluído em novembro. O impasse foi gerado, primeiro, porque o partido não teve condições de mobilizar filiados para votar nas chapas que concorriam às direções municipais e estadual, o que acabou gerando conflitos e denúncias de manipulação e até de fraude. Menos de 10% dos filiados do partido nos 217 municípios, inclusive em São Luís, foi às urnas com a confusão. Com a suspensão do processo de escolha, Lobato permaneceu temporariamente à frente do partido no estado, enquanto o vereador Honorato Fernandes se manteve à frente do diretório petista em São Luís.
O impasse, que se arrastava desde agosto do ano passado, com a crise alimentada pelo intenso confronto entre as correntes que formam o partido, foi resolvido na quinta-feira (12), durante reunião da Executiva Nacional. Ali, o representante maranhense na cúpula petista, deputado Zé Inácio, integrante da corrente “Unidade Petista por Lula Livre”, fez uma veemente defesa da permanência dos atuais dirigentes do partido no Maranhão, todos do mesmo grupo, obtendo da cúpula partidária sinal verde para Augusto Lobato permanecer à frente do PT no estado e Honorato Fernandes no comando da agremiação em São Luís.
Com a solução da crise de comando, o PT agora se volta para definir seu rumo nos 217 municípios, especialmente em São Luís e Imperatriz. Na Capital, o partido do ex-presidente Lula da Silva está entre participar da coligação em torno do candidato do PCdoB, deputado federal Rubens Júnior, juntamente com o Progressista, ou lançar candidato próprio à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Na última hipótese, o nome mais forte é o do deputado Zé Inácio – o deputado federal Zé Carlos Araújo está fora do jogo -, que teve sua vantagem ampliada com a sua intervenção em Brasília em favor da cúpula partidária no estado. Os demais pré-candidatos, a professora Criscielle Muniz e o delegado Lawrence Melo, tudo indica, não terão qualquer chance se de a opção for pelo lançamento de candidato próprio. O deputado Zé Inácio é, de longe, o grande favorito na disputa interna.
Provável aliança DEM/PDT/MDB pode livrar Hildo Rocha de denúncia ao Conselho de Ética
Tudo indica que o senador Weverton Rocha (PDT) levará o deputado federal Hildo Rocha (MDB) ao Conselho de Ética da Câmara Federal por conta do comportamento dele durante reunião da bancada federal, na semana passada, para tratar do destino dos recursos de R$ 30 milhões da Emenda. Em reunião tensa, realizada no gabinete do deputado federal André Fufuca (Progressistas), o deputado Hildo Rocha, mesmo sabendo que o assunto estava liquidado pela assinatura de 14 dos 18 deputados e dois dos três senadores, insistiu em não apoiar o acordo e a exigir sua fatia no bolo milionário. Diante do lembrete de que isso não seria possível, Hildo Rocha iniciou um bate-boca, que terminou com ele atirando um copo de vidro na direção do senador Weverton Rocha, que reagiu e os dois só não foram às vias de fato se os outros integrantes da bancada não o impedissem.
Weverton Rocha estaria determinado a denunciar Hildo Rocha, mas haveria em torno deles vozes lembrando que uma denúncia poderia prejudicar as articulações objetivando atrair o MDB para a candidatura do deputado estadual Neto Evangelista, a fim de participar de uma aliança com o DEM e o PDT. Se Hildo Rocha escapar da denúncia será por esse motivo, será um indicativo forte de que o MDB se unirá ao PDT na corrida em São Luís.
São Luís, 15 de Março de 2020.