Já são favas contadas que a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) não será mesmo candidata à Prefeitura de São Luís. A grande indagação agora é sobre qual o caminho que ela seguirá levando seus mais de 10,9% de intenções de voto – segundo pesquisa do DataIlha, embora muitos observadores garantam que o cacife eleitoral dela é bem maior. Os rumores que circulam nos bastidores políticos indicam que ela poderá, ou não, apoiar o candidato que vier a ser lançado pelo MDB; que ela caminha para declarar apoio à candidatura do sobrinho, deputado estadual Adriano Sarney, pelo PV, tentando levar o MDB para uma composição com ele; e que ela poderá ficar distanciada do processo apoiando a candidatura do deputado federal Eduardo Braide (Podemos) por debaixo dos panos. A ex-governadora, porém, se mantém em silêncio, observando a movimentação à distância, sem querer se envolver diretamente nessa fase inicial das articulações, aguardando o momento certo de entrar em cena, para dizer o que pensa e como vai se posicionar.
Os três caminhos produzidos pelas especulações fazem todo sentido, e cada um deles se encaixa no perfil político de Roseana Sarney. Sua relação com o MDB, comandado pelo ex-senador João Alberto e que tem como homem forte o deputado estadual Roberto Costa, viveu uma fase de furacões, trovoadas, tapas e beijos, mas as tensões se acalmaram e uma nova lua de mel começou em dezembro passado, quando a cúpula emedebista, com a presença do presidente nacional do partido, deputado federal Baleia Rossi, a lançou candidata do partido à Prefeitura de São Luís numa grande festa partidária. Ela ficou balançada, mas logo caiu na real, avaliou o cenário, descobriu que poderia entrar numa fria e, mesmo sem declarar formalmente, já decidiu que não será candidata. Tanto que o MDB já procura um candidato para lançar em breve, trabalhando para que ela participe da escolha. O problema é se ela apoiará o candidato emedebista, pois dentro do partido existe a avaliação segundo a qual, com ela, o escolhido terá alguma chance, mas sem ela, o horizonte da candidatura do MDB será curto.
Nas conversas de bastidor é dominante a impressão de que Roseana Sarney apoiará a candidatura do sobrinho Adriano Sarney. Por várias razões. A primeira é que não passa pela cabeça do ex-presidente José Sarney a ideia de que sua filha não apoie a candidatura do seu neto. Depois, o projeto de Adriano Sarney foi alinhavado com o pai, o ex-deputado federal Sarney Filho, hoje secretário de Meio Ambiente de Brasília, onde, tudo indica, fincará estaca política. Depois do desastre eleitoral de 2018 em que ambos foram duramente derrotados – ela para o Governo e ele para o Senado -, é altamente improvável que ela se negue a apoiar o sobrinho, mesmo avaliando que as chances de sucesso nas urnas são limitadas, a julgar pelo peso dos demais pré-candidatos. Há quem diga que ela já estaria começando a trabalhar no sentido de aproximar Roberto Costa de Adriano Sarney com o objetivo de juntar PV e MDB em torno da candidatura do parlamentar verde. São muitas as resistências, principalmente no MDB, mas nada que não possa ser superado num acordo bem amarrado com o aval da ex-governadora.
Finalmente, a hipótese de Roseana Sarney se distanciar do MDB e do PV para apoiar discreta – ou abertamente – a candidatura do deputado federal Eduardo Braide é uma possibilidade real. Ontem, numa roda plural de conversa sobre a pesquisa do DataIlha, foi quase unânime a impressão de que, sem ela na disputa, os 10,9% de intenções de voto que recebeu serão em sua maioria transferidos para o candidato do Podemos. Eduardo Braide nasceu politicamente e se elegeu deputado estadual em 2014 na banda rebelde do Grupo Sarney, foi homem forte na base parlamentar do governador Flávio Dino (PCdoB), mas logo ficou claro que nada o identifica com a esquerda, mesmo a democrática representada hoje pelo governador do Maranhão. Nada de excepcional, portanto, numa eventual aproximação dele com a ex-governadora e seu grupo. O problema, nesse caso, é que para apoiá-lo, ela terá de virar as costas para o MDB e para o sobrinho, se não conseguir levar os dois para a órbita do candidato do Podemos.
O fato é que, mesmo sem ser candidata, do alto da sua trajetória eleitoral bem-sucedida, apesar das duas derrotas que sofreu – 2006 para Jackson Lago (PDT) e para Flávio Dino em 2018 -, Roseana Sarney poderá ter um papel destacado na guerra pela sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Mas com o sentido na corrida ao Governo do Estado em 2022.
PONTO & CONTRAPONTO
DataIlha: 74,4% dos eleitores de São Luís não tem candidato à sucessão de Flávio Dino
Na pesquisa em que investigou as preferências do eleitorado de São Luís em relação à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, o Instituto DataIlha também sondou os entrevistados sobre nomes para a sucessão do governador Flávio Dino, em 2022. A sondagem foi feita espontaneamente – sem a apresentação de nomes – e o resultado foi surpreendente: 74,4% não responderam ou disseram que ainda não sabem em quem votar. Os 25,6% que se manifestaram afirmativamente pulverizaram suas preferências entre nada menos que 32 nomes, divididos em dois times, o dos que foram citados por mais de 1% das preferências e o dos que receberam menos de 1%.
O primeiro time, com seis nomes, é liderado pela ex-governadora Roseana Sarney (8,6%), seguida de Eduardo Braide (5,8%), Flávio Dino (1,3%), Duarte Junior (1,2%), Wellington do Curso (1%) e Edivaldo Holanda Júnior (1%). Esse resultado evidencia claramente que os entrevistados se manifestaram motivados pela corrida para a Prefeitura de São Luís.
Também fortemente influenciado pela disputa na Capital, o segundo time, com 26 citados por menos de 1%, é formado pelos seguintes nomes: Josimar de Maranhãozinho (0,8%), Maura Jorge (0,8%), Weverton Rocha (0,7%), Bira do Pindaré (0,4%), Roberto Rocha (0,3%), Jeisael Marx (0,2%), Juiz Madeira (0,2%), Rubens Jr. (0,2%), Jefferson Portela (0,2%), Tadeu Palácio (0,2%), Neto Evangelista (0,2%), Edson Lobão (0,2%), Domingos Paes (0,2%), Felipe Camarão (0,2%), Mical Damasceno (0,2%), Eliziane Gama (0,2%), Lobão Filho (0,1%), Carlos Brandão (0,1%), Luís Fernando (0,1%), Monteiro (0,1%), Expedito (0,1%), Ana do Gás (0,1%), Astro de Ogum (0,1%), Othelino Neto (0,1%), Cleber Verde (0,1%), Renato Dionísio (0,1%) e Edilázio (0,1%).
Em Tempo: A pesquisa DataIlha está registrada sob MA-01492/2020, ouviu 980 eleitores em 40 bairros de São Luís entre os dias 29 e 31 de janeiro. Tem nível de confiança de 95% e margem de erro de 3,3%.
PTB apoia Eudes Sampaio contra a investida do PDT com Jota Pinto na guerra em São José de Ribamar
O PTB realizou ontem um grande ato para lançar a candidatura do prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio, à reeleição. A mobilização do partido em torno do prefeito Eudes Sampaio é uma indicação forte de que a Prefeitura da Cidade do Padroeiro será disputada numa guerra sem trégua. De um lado estará o PTB com o apoio do deputado federal Pedro Lucas Fernandes, e do seu pai, o suplente de senador Pedro Fernandes, e o grupo liderado pelo ex-prefeito e atual secretário de Estado de Assuntos Estratégicos Luís Fernando Silva, em apoio ao prefeito Eudes Sampaio. Do outro lado estará o PDT, ali controlado pelos Cutrim – o deputado federal Gil Cutrim, o deputado estadual Glaubert Cutrim e o pai deles, o ex-deputado estadual e atual conselheiro do Tribunal de Contas Edmar Cutrim, com o aval do senador Weverton Rocha, todos mobilizados em apoio à candidatura do ex-vereador ludovicense Jota Pinto. Outros partidos, como o MDB e o PCdoB, por exemplos, mas todas as evidências surgidas até aqui apontam para uma disputa acirrada entre o prefeito Eudes Sampaio e o suplente de deputado estadual Jota Pinto, motivada pelo confronto dos dois grupos.
São Luís, 9 de Fevereiro de 2020.
Adriano Sarney é o melhor candidato e a sua tia deve saber disso. É o que tem melhor currículo em questão profissional e de longe também o melhor currículo em questão acadêmica. É preparado! Voto nele pra Prefeito!