Parcerias com o Governo reforçam Edivaldo Jr. para a corrida às urnas no ano que vem

 

interbairros
Ao lado do deputado Humberto Coutinho, presidente da Assembleia Legislativa, o prefeito Edivaldo Jr. abre largo sorriso ao ouvir o governador Flávio Dino
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Eliziane Gama e João Castelo lideram as pesquisas,

O lançamento, segunda-feira, do Projeto Interbairros, no qual Governo do Estado e Prefeitura de São Luís estão se unindo, via convênios, para a construção de 14 vias destinadas a interligar bairros e, assim, aliviar o sufocante trânsito de São Luís com a redução dos congestionamentos, tem também o seu viés político. O programa é um desses tiros no centro do alvo, a começar pelo fato de que a malha viária da capital encontra-se na iminência de entrar em colapso. E, associado a outras ações, como o recém lançado pacote de recuperação e pavimentação de eixos viários, o governador Flávio Dino (PCdoB) injeta no prefeito Edivaldo Jr. (PTC) uma dose de ânimo administrativo que, ninguém duvida, será revertido em cacife político para as eleições do ano que vem.

No que pode ser interpretado como uma estratégia, o governador Flávio Dino vai delineando os contornos do cenário para a corrida eleitoral de 2016 em São Luís. Cumpre sua parte do trato político firmado ainda em 2012, quando, ao fazer a opção pelo então deputado federal Edivaldo Jr. como seu candidato a prefeito, fez campanha pregando que a eleição dele seria o primeiro passo do movimento que o elegeria governador em 2014. E se aquele projeto vingasse, o Governo do Estado quebraria a velha, surrada e cruel regra segundo o qual, controlados por adversários políticos, Governo do Estado e Prefeitura de São Luís nada fariam juntos. O trato está sendo cumprido à risca.

Essa aliança administrativa forjada com material político coloca, aparentemente, o governador Flávio Dino numa situação embaraçosa em relação a outros aliados seus também se preparando para disputar a cadeira principal do Palácio de la Ravardière com claras possibilidades de levar a melhor nas urnas. E para evitar problemas e afastamentos, o governador avisou, em alto e bom tom, que não tem candidato a prefeito. Mas acrescentou, na mesma batida: a disputa política à sua volta não pode impedi-lo de firmar as tão sonhadas parcerias com a Capital.

No tabuleiro sucessório de São Luís, os três nomes com plena viabilidade estão entre os aliados do Governo do Estado: a deputada federal Eliziane Gama (PPS), o deputado federal João Castelo (PSDB) e o prefeito Edivaldo Jr.. Os três integram a base política liderada pelo governador Flávio Dino, mas têm posições bem diferentes. Eliziane Gama faz cerrada oposição ao Governo da presidente Dilma Rousseff, o que não interessa ao Governo do Estado. João Castelo vem se equilibrando numa posição ambígua, em que, mesmo tucano, vem amenizando o discurso em relação ao Governo Federal. Já o prefeito Edivaldo Jr., na linha do governador, está alinhado ao Palácio do Planalto.

Qualquer análise, superficial ou aprofundada, do cenário certamente levará à conclusão de que o atual prefeito de São Luís é, politicamente, o parceiro mais confiável e conveniente ao governador. Isso, no entanto, não quer dizer que Flávio Dino esteja disposto a abrir mão de ter na sua esfera de ação política quadros como Eliziane Gama e João Castelo, até porque não seria nada proveitoso tê-los como adversários.

As parcerias firmadas até agora dão novo ânimo à atual gestão da Capital, e não há dúvidas de que no campo político o prefeito Edivaldo Jr. é o grande beneficiário. E todas as avaliações feitas indicam que ele dispõe de tempo e gás para se credenciar a um segundo mandato. Tais condições são o caminho, mas não lhe asseguram a reeleição, de vez que, a deputada Eliziane Gama aparece até aqui com larga vantagem nas primeiras medições das preferências do eleitorado para uma eleição que acontecerá daqui a 14 meses. E até lá tudo pode acontecer.

 

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Hildo Rocha acende rastilho de pólvora I

hildo rocha 2O deputado federal Hildo Rocha (PMDB) (foto) fez ontem um discurso que pode ter acendido um rastilho de pólvora que poderá levar a uma bomba política de proporções difíceis de mensurar ou a um traque sem qualquer consequência. Ele levantou a suspeita de que o governador Flávio Dino (PCdoB) recebeu dinheiro da empreiteira UTC, do empresário Ricardo Pessoa, apontado como chefão do esquema de corrupção que desviou bilhões da Petrobrás e financiou campanhas eleitorais e foi apanhado pela Operação Lava Jato. Sem fazer acusação direta, Hildo Rocha registrou, primeiro, que a deputada fluminense Jandira Feghali, uma das maiores estrelas do PCdoB, recebeu dinheiro sujo da UTC, conforme planilhas apresentadas por Ricardo Pessoa. E que no depoimento do empresário consta que ele deu dinheiro para dois candidatos a governador, um deles seria o atual governador do Maranhão.

 

Hildo Rocha acende rastilho de pólvora II

No seu discurso, o deputado Hildo Rocha revelou que tomou conhecimento desse rumor no final de maio, quando oficiou ao Ministério Público Federal solicitando as planilhas. Foi atendido em parte, porque as folhas que citariam os governadores foram retiradas. Rocha relatou que conversou com vários congressistas e advogados sobre o assunto e que ouviu de alguns deles a suspeita de que a não revelação do nome do governador poderia ser um acerto com o procurador federal Nicolau Dino, subprocurador geral da República e um dos braços direitos do procurador geral Rodrigo Junot. “Todos me disserem que eu estou perdendo tempo”, destacou. O deputado pemedebista demonstrou que não tem certeza absoluta, mas que está convencido de que o tal governador cujo nome está sendo mantido sob sigilo é o do chefe do executivo do Maranhão. Reclamando do vazamento seletivo, o deputado avisou que vai continuar tentando colocar tal suspeita a limpo.

 

São Luís, 07 de Julho de 2015.

 

 

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