Depois de muitas especulações, conversas reservadas, vainãovai o agora ex-juiz federal Carlos Madeira finalmente desembarcou na seara política, e pelo visto determinado a estrear mesmo como candidato a prefeito de São Luís. Conforme nota que divulgou despedindo-se da magistratura e anunciando que, em vez do pijama, está determinado a encarar o complicado, espinhoso, mas também emocionante caminho que levará às urnas da Capital em outubro do ano que vem. Ele chega às imediações do tabuleiro ainda sem partido, depois de ter conversado com o PSDB e o MDB, mas dando indicações de que poderá empunhar o estandarte do Solidariedade, uma legenda de vertente trabalhista nascida como braço da Força Sindical e que no Maranhão é comandado pelo suplente de deputado federal e secretário de Indústria e Comércio Simplício Araújo. Nada está fechado, podendo ele preencher e assinar ou não ficha de filiação na agremiação, ou sentar praça em outro arrarial partidário.
Não se sabe de onde o ainda magistrado Carlos Madeira tirou a ideia de entrar para a política já como candidato a prefeito de São Luís. Na sua nota, recheada de lugares comuns, não revela a motivação, mostrando-se apenas embalado pela sua trajetória de magistrado correto e eficiente, e por isso respeitado. Diz estar sempre movido pelo ideal de Justiça. Mas parece não ter se dado conta de que pretende estrear numa disputa que, pelo que está sendo desenhado, será uma das mais complicadas e renhidas dos tempos atuais, na qual estarão medindo força políticos jovens, aguerridos e até aqui bem sucedidos, como Eduardo Braide (Podemos), Neto Evangelista (DEM), Rubens Júnior ou Duarte Júnior (PCdoB), Wellington do Curso (PSDB), Bira do Pindaré (PSB), Adriano Sarney (PV), Jeisael Marx (Rede) e Yglésio Moises (sem partido), quase todos já testados nas urnas e cada um dizendo saber o que fará se chegar ao Palácio de la Ravardière.
Carlos Madeira esteve muito próximo de entrar para as fileiras do MDB, onde, em várias conversas com o ex-senador João Alberto e com o deputado estadual Roberto Costa, respectivamente presidente e vice-presidente do partido. Nessas conversas, obteve, demonstrando entusiasmo, a garantia de que seria recebido em festa no arraial emedebista e teria garantida a vaga de candidato a prefeito. Mas por razões que não foram reveladas, ele embalou a cúpula emedebista por semanas, até receber uma espécie de ultimatum para que decidisse antes do encontro de lideranças, realizado segunda-feira em São Luís. Preferiu seguir outro caminho, fechando as portas do MDB, que decidiu apostar no ousado projeto de lançar a ex-governadora Roseana Sarney. As conversas com o PSDB não prosperaram diante da candidatura assumida do deputado Wellington do Curso. Estaria conversando agora com o Novo, cujo processo de filiação é exigente e complicado.
(Vale registrar que Carlos Madeira dificilmente se sentiria à vontade no MDB. Afinal, foi ele o juiz federal que, atendendo a pedido de procuradores federais, autorizou, em março de 2002, a controversa e explosiva invasão, pela Polícia Federal, aos escritórios da empresa Lunus, pertencente a Jorge Murad e Roseana Sarney, episódio que, além de tirar da corrida presidencial, mergulhou a então governadora pemedebista no purgatório, só não transformado em inferno porque, apesar da execração pública que sofreu, ela se elegeu senadora. Anos mais tarde, os procuradores e o juiz amargaram o desmonte da denúncia, assistiram à reabilitação da pemedebista, inclusive com a devolução, cédula sobre cédula, da bolada levada da Lunus e mostrada para o mundo como fruto de corrupção).
Há dúvidas sobre se o agora ex-juiz federal esteja entrando na complexa, exigente e movediça seara político-eleitoral no momento certo e para disputar o mandato adequado. Pelos motivos elencados e outros igualmente complicados, a primeira impressão é a de que caminho natural de um quadro do seu quilate no campo do ordenamento jurídico seria uma cadeira na Câmara Federal, onde “estagiou”, por exemplo, o ex-juiz federal e hoje governador Flávio Dino (PCdoB). Mas na sua nota, Carlos Madeira não diz com clareza o que pretende como político, não emite qualquer sinal sobre o viés ideológico que o move nem focaliza campos nos quais pretende combater o “bom combate” que diz ter combatido na magistratura. Só informa que chegou para jogar o jogo. Aguarda-se os seus próximos lances.
PONTO & CONTRAPONTO
Discurso estranho e desinformação atingem AST e minimizam importância da Base de Alcântara
Alguma coisa anda muito errada com compreensão que muitos teimam em alimentar em relação ao Acordo de Salvaguarda Tecnológica (AST), documento em processo de validação entre o Brasil e os Estados Unidos, aprovado pelos Congressos dos dois Países e que abre caminho para o uso comercial da Base de Alcântara. Primeiro, o deputado federal Bira do Pindaré (PSB), insiste em satanizar o AST com o inacreditável argumento de que o acordo coloca as comunidades quilombolas vizinhas da Base de Alcântara sob risco de “expulsão”. Agora, uma notícia falsa deu conta de que o presidente Donald Trump, depois de retaliar o aço brasileiro com sobretaxas, teria ameaçado melar o AST, não alugando a Base de Alcântara para lançar foguetes norte-americanos.
O discurso anti-AST alimentado do deputado Bira do Pindaré causa perplexidade, a começar pelo fato de que nenhuma linha do Acordo se refere a área, levanta a possibilidade de ampliação da Base ou menciona algo relacionado com a permanência das comunidades quilombolas onde elas se encontram. O AST é um documento-compromisso sobre reserva de acervo tecnológico, sobre movimentação de técnicos em caso de lançamento, sobre quem pode o quê em matéria de acesso a segredos técnicos e outras regras de comportamento com o objetivo de preservar recursos de tecnologia. Nada, nada mesmo, além disso. Se, no futuro, numa hipótese remota, contratos de aluguel da Base vierem a ser firmados e exigirem a ampliação da área e isso vier a afetar as comunidades quilombolas, aí, sim, valerá colocar o assunto em pauta e resolver o problema da melhor maneira possível. Mas não é o caso do AST. Daí não fazer sentido o discurso alimentado pelo deputado Bira do Pindaré.
Por sua vez, a “notícia” segundo a qual o presidente Trump poderá “retaliar” o Brasil não assinando o AST é um absurdo. Lançar foguetes da Base de Alcântara é um bom negócio no bilionário muito da corrida espacial. Não se trata de uma “concessão” trumpiana ao colega dele, Jair Bolsonaro. Os EUA sabem que economizarão milhões e milhões de dólares usando a Base de Alcântara, exatamente pelo fato de ser esse pedaço do Maranhão o ponto do planeta mais adequado para esse tipo de operação, pelo fato de as condições atmosféricas permitirem que um foguete lançado de lá suba mais rápido e consumindo menos combustível, que é um dos itens mais caros de um lançamento. Portanto, a Base de Alcântara é um bom negócio para o Brasil e para os EUA, queira ou não Donald Trump e Jair Bolsonaro.
Em resumo: o AST não causa qualquer ameaça a ninguém nem à soberania do Brasil.
Candidatura de Adriano Sarney terá peso decisivo na resposta de Roseana ao MDB
A decisão do MDB de lançar a ex-governadora Roseana Sarney candidata à Prefeitura de São Luís estremeceu as bases política da Família Sarney, que parece ter abraçado o projeto de candidatura do deputado Adriano Sarney pelo PV. Nas entrevistas que concedeu falando do assunto, a ex-governadora não confirmou nem negou se aceita ser candidata, mas foi enfática ao falar da candidatura do sobrinho, a quem fez rasgados elogios, inclusive classificando-o como “um bom candidato”, por ser, segundo ela, “muito preparado”. Roseana Sarney sabe que a candidatura de Adriano Sarney é um projeto avalizado pelo pai dele, o ex-deputado federal e atual secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal, Sarney Filho (PV), contando também com a simpatia do ex-presidente José Sarney, que a princípio teria sido contra. O fato é que a candidatura de Adriano Sarney vai ter peso decisivo na resposta que a ex-governadora vai dar ao MDB nas próximas semanas. A tendência é ela dizer “não”, mas oferecendo uma alternativa para não deixar o MDB na mão.
São Luís, 06 de Dezembro de 2019.
Roseana está velha. O povo quer renovação. Porque ela não apoia o sobrinho Adriano que é jovem, de boas propostas. Já deu para essa mulher.
Roseana sua vez já passou. Você já deu a sua contribuição. Agora é a vez da nova política.
Roseana também sabe que o momento não é dela, mas sim de Adriano. Ela sabe que ele é preparado, competente e tem a capacidade suficiente para revolucionar São Luís. Adriano é o melhor nome.
ai roseana não cansa não ?? deixa o menino trabalhar, dessa vez!!!