Edivaldo Jr.: sorriso fácil e silêncio obstinado sobre a corrida à sua sucessão no pleito do ano que vemOs principais líderes do PDT têm se manifestado sobre a participação do partido na corrida para a Prefeitura de São Luís ,as eleições do ano que vem. O chefe supremo do brizolismo no Maranhão e voz influente sobre o assunto, senador Weverton Rocha, aqui e ali estimula projetos de candidatura, como fez com a parceria PDT/DEM em torno do projeto de candidatura do deputado estadual Neto Evangelista, e mais recentemente andou injetando ânimo no presidente da Câmara Municipal, vereador Osmar Filho (PDT), para que ele siga em frente na busca do seu objetivo. Outros pedetistas menos graduados também têm externado, aqui e ali, o que pensam sobre o assunto, de modo que o arraial brizolista está sempre animado com as sugestões, estímulos e especulações relacionadas à participação do partido na sucessão municipal. Há, porém, um pedetista peso pesado, cuja posição será decisiva no rumo que o partido tomará na disputa pelo Palácio de la Ravardière, mas que tem se mantido em silêncio férreo e obstinado, como que fazendo de conta que nada tem a ver com o importantíssimo combate em preparação: o prefeito Edivaldo Holanda Jr..
Sempre cuidadoso em relação à imprensa e cultor de um estilo extremamente reservado quando o assunto é política, capaz de responder apenas com um sorriso quando provocado a respeito da sua própria sucessão, o prefeito de São Luís vai se mantendo distanciado da teia de especulações. No entanto, todos à sua volta sabem que seu distanciamento do jogo sucessório é só de fachada. Edivaldo Holanda Jr. tem conversado sob sete capas com o senador Weverton Rocha e com o governador Flávio Dino sobre o cenário em formação. São ainda conversas eventuais, de troca de impressões e avaliações, mas que vão aos poucos formando convicções, filtrando candidatáveis aliados e examinando prováveis adversários. Isso porque é regra básica um grupo político escolher seu candidato a prefeito sabendo quem ele vai enfrentar nas urnas.
No caso do prefeito Edivaldo Holanda Jr., é sabido que ele e o PDT têm monitorado a movimentação de potenciais adversários, avaliando-os politicamente e medindo os seus cacifes eleitorais por meio de pesquisas “para consumo interno”. Com a experiência acumulada de duas eleições de vereador (2004 e 2008) e duas de prefeito (2012 e 2016), intercaladas com uma de deputado federal (2010), o prefeito Edivaldo Holanda Jr. conhece como poucos o mapa eleitoral de São Luís e as preferências e os humores do eleitorado ludovicense. Avalia que o candidato a ser lançado pela aliança a que ele e seu partido pertencem, seja ele ou não do PDT, tem condições de vencer a disputa e manter o grupo no comando político e administrativo da Capital. Mas sabe também, com base nesses levantamentos e no seu próprio faro de raposa já tarimbada, que na disputa estará um candidato de peso, o deputado federal Eduardo Braide (PMN), com quem disputou a reeleição e o viu ameaçar virar o jogo.
O silêncio do prefeito Edivaldo Holanda Jr. quanto a sua sucessão é, portanto, estratégico, e não involuntário e temeroso, como têm sugerido alguns. À frente de uma gestão bem-sucedida e sem mácula, ele se movimenta nesse tabuleiro com muito cuidado, porque sabe que uma declaração sua a respeito de candidatura, ainda que seja apenas uma observação ou uma impressão, pode soar como um posicionamento e desencadear uma série incontrolável de desdobramentos e até de consequências, essas causadas por interpretações equivocadas. Com plena consciência do papel que lhe cabe nesse processo, o prefeito de São Luís certamente já elaborou o roteiro da sua participação, que inclui, naturalmente, a hora de falar.
Também cuidadoso em fazer declarações sobre a sucessão na Capital, o governador Flávio Dino disse, há algumas semanas, que a escolha de candidato será feita de comum acordo entre ele, o prefeito Edivaldo Holanda Jr. e as lideranças dos partidos da aliança que comanda, a começar pelo PCdoB e o PDT. Ciente dessa equação, Edivaldo Holanda Jr. se manterá em silêncio até o momento em que seu roteiro determinar. Os aspirantes a candidato do seu partido – Osmar Filho e Ivaldo Rodrigues – e de partidos aliados – Rubens Jr. (PCdoB), Duarte Jr. (PCdoB), Neto Evangelista (DEM) e Bira do Pindaré (PSB) terão de aguardar.
PONTO & CONTRAPONTO
Vistoria feita pela Oposição no Porto do Itaqui deu em nada, como previram governistas
Por mais que o deputado Edilázio Jr. (PSD) tenha se esforçado e contado com o apoio dos colegas Aloísio Mendes (Podemos) e Hildo Rocha (MDB) e dos deputados estaduais César Pires (PV) e Wellington do Curso (PSDB), a vistoria feita no Porto do Itaqui pela Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara Federal e representantes da CGU e TCU foi um tremendo fracasso político para o Grupo Sarney. Nada foi encontrado que pudesse sequer arranhar a gestão comandada pelo engenheiro Ted Lago. Ao contrário, a vistoria terminou em confetes atirados à gestão atual. O único dado concreto é que Edilázio Jr. insistiu que planilhas de receita e despesa do complexo portuário administrado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), sejam encaminhadas aos órgãos fiscalizadores da União, o que no momento nada significa. O Governo não deixou barato: destacou três deputados federais – Márcio Jerry (PCdoB), Zé Carlos (PT) e Gastão Vieira (PROS), e os secretários da Casa Civil, Marcelo Tavares (PSB), e da Comunicação e Articulação Política, Rodrigo Lago, e vários deputados estaduais, entre eles o líder governista Rafael Leitoa, deixando a tropa oposicionista sem muita margem de manobra para criar alguma situação de constrangimento. O fato, que certamente será constatado por qualquer observador isento, é que no caso o Governo levou a melhor, já que o pai da iniciativa, deputado federal Edilázio Jr., avaliou mal o teor explosivo da visita, que não produziu nenhuma fagulha. E pelo que dizem os porta-vozes do Palácio dos Leões, as planilhas só mostrarão a pujança econômica e financeira do Complexo Portuário do Itaqui.
Reação de Adriano Sarney a encontro de Flávio Dino com José Sarney dividiu sarneysistas graúdos
A Coluna ouviu informalmente quatro sarneysistas bem situados sobre a reação indignada do deputado estadual Adriano Sarney (PV) ao encontro do governador Flávio Dino (PCdoB) com o ex-presidente José Sarney (MDB), em Brasília, na semana passada, para falar do quadro político nacional. Mesmo diante de declarações reiteradas do governador afirmando que eles não trataram de política maranhense e se despediram adversários como sempre, sem qualquer passo conciliatório, o herdeiro político do ex-presidente foi à tribuna da Assembleia Legislativa, na terça-feira, e criticou duramente o que afirmou ser um acordo firmado entre Flávio Dino e José Sarney, anunciando, em tom zangado, que é senhor do seu mandato, que não se submeterá ao tal acordo e que continuará firme como adversário do dinismo. Dos quatro sarneysistas ouvidos pela Coluna, um disse que nada entendeu – “Estou desaprendendo política”, brincou -, um apoiou a reação do parlamentar e dois aprovaram o encontro, um considerando um fato “muito interessante”, e outro definindo-o como “histórico”.
São Luís, 06 de Julho de 2019.