Famem: Tema mostra fôlego, chama Weverton para briga e diz que será eleito com 105 votos

 

Cleomar Tema: declaração de guerra a Weverton Rocha e certeza da vitória na corrida à reeleição

“Lugar de senador é em Brasília, lutando em benefício do Estado e não agindo numa disputa de uma entidade municipalista como a Famem. É uma luta desigual, e o senador tem que adotar outra postura e não aproveitar essa disputa para a montagem do seu projeto de poder”.

Com estas afirmações, feitas em tom de desabafo e de declaração de guerra na direção do deputado federal e senador eleito Weverton Rocha (PDT), o presidente da Federação dos Municípios do Maranhão, Cleomar Tema (PSB), derrubou os tapumes que protegiam uma disputa corporativa entre prefeitos e deu-lhe a dimensão de parte de uma guerra muito mais ampla pelo poder no Maranhão, cujo desfecho serão as eleições de 2022. Cleomar Tema, que concorre à reeleição tendo como adversário o prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), acusou Weverton Rocha de estar por trás do movimento, “tentando aliciar prefeitos”, envolvendo-se numa disputa com participação restrita a dirigentes municipais. O presidente da Famem elogiou o governador Flávio Dino (PCdoB), por haver ele decidido não se envolver no embate sucessório. E afirmou, com todas as letras e surpreendente segurança, que vencerá a eleição com os votos de 105 dos 193 prefeitos habilitados a participar da escolha.

A estridente manifestação de Cleomar Tema deu eco ao que já era falado abertamente nos bastidores da corrida eleitoral, e era sabido que antes da votação o envolvimento do senador eleito Weverton Rocha, que comanda o PDT no Maranhão, viria à tona. Em todos os momentos da sua movimentação na direção da presidência da Famem, o candidato Erlânio Xavier deixou clara a relação direta do senador eleito com a sua candidatura, também embalada pela máquina partidária do PDT, numa evidência tão forte que deu a Cleomar Tema argumento para denunciar o que chamou de “uma luta desigual”, que teria como objetivo maior “a montagem do seu projeto de poder”. O presidente da Famem fez um disparo preciso e acertou no alvo, à medida que colocou o seu concorrente como agente de um plano muito mais amplo e no qual a Famem seria usada como instrumento de mobilização. “Sou um municipalista convicto e não atuo por um projeto de poder”, declarou, numa provocação direta ao prefeito de Igarapé Grande.

No campo adversário, o argumento mais forte contra Cleomar Tema é um suposto acordo que ele teria firmado em 2017 com Erlânio Xavier, Juran Carvalho (PP), de Presidente Dutra, e Eric Costa (PCdoB), de Barra do Corda). Perguntado sobre o assunto, o presidente da Famem negou enfaticamente que tenha se com prometido a abrir mão do direito de concorrer à reeleição, afirmando que não assumiu esse compromisso, tendo se limitado à promessa de tentar um acordo para a escolha de um candidato de consenso, o que não foi possível. Erlânio Xavier, seus partidários e apoiadores mantêm de pé a acusação de que o acordo fora firmado e não foi cumprido. Chama atenção para o fato curioso de políticos experientes não saberem que no mundo deles um acordo dessa natureza não resiste uma semana, quanto mais dois anos.

O fato indiscutível é que, embora Erlânio Xavier tenha dado uma demonstração de força no lançamento da sua candidatura, ganhando o apoio de pesos pesados como o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PDT), não há como ignorar que Cleomar Tema tem dado seguidas demonstrações de que está de pé, tem fôlego armazenado pela experiência de três eleições na entidade e realiza uma campanha desassombrada, chamando ninguém menos que Weverton Rocha para o campo de batalha. E com um argumento difícil de ser contraditado. Afinal, até as pedras de cantaria do Centro Velho de São Luís sabem que o senador eleito projeta – e com todo direito, diga-se de passagem – ir bem mais longe, numa jornada na qual um aliado no comando da Famem pode ser um suporte e tanto.

Na entrevista de ontem, Cleomar Tema mostrou que, além da experiência acumulada, tem um trabalho consolidado como líder municipalista. Isso somado à sua coragem política, lhe dá credibilidade para afirmar que tem 105 votos para vencer a eleição, à qual está dando uma dimensão bem maior do que as anteriores. Isso não significa dizer que Maria Preá já tenha morrido, pois afinal, Erlânio Xavier pode confirmar a força que pretendeu mostrar no lançamento da sua candidatura.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

MDB caminha mesmo para eleger presidente em “bate-chapas” na convenção

Roberto Costa X Hildo Rocha: devem disputar o comando do MDB no voto

A corrida pelo comando do MDB voltou à estaca zero, tudo indicando que o deputado estadual Roberto Costa e o deputado federal Hildo Rocha vão bater chapa na convenção que deve ser marcada para meados de fevereiro, em pleno clima pré-carnavalesco. Donos de visões e posições completamente diferentes, Costa e Rocha estão afinados num ponto: ambos defendem uma escolha de consenso ou a eleição de um presidente pelo voto direto na convenção, que é universalmente a decisão politicamente mais acertada. Os dois não vão aceitar a escolha de um presidente pela via do conchavo dos quatro caciques do partido: o ex-presidente José Sarney, a ex-governadora Roseana Sarney e os senadores João Alberto e Edison Lobão, cujos mandatos terminam no dia 30 – será a primeira vez em mais de 40 anos que os quatro estarão sem mandato e procurando o que fazer. O que começa a ficar claro é que a possibilidade do consenso perde terreno a cada dia, já tendo emedebista de proa admitindo que o caminho mesmo é a batida de chapa entre Roberto Costa e Hildo Rocha na convenção.

Braide quer partido que não tolha sua ação parlamentar e examina convites

Eduardo Braide 

O deputado federal eleito Eduardo Braide entra numa semana decisiva para o seu futuro partidário. Impossibilitado de permanecer no PMN, que praticamente desapareceu do quadro partidário, apesar da magnífica performance eleitoral do próprio Braide. Todas sinalizações indicam que o parlamentar vai iniciar seu mandato federal integrando a bancada do Podemos. Mas há quem diga que que Eduardo Braide poderá seguir outros caminhos – ele próprio disse à Coluna, na semana passada, que estava examinando vários convites, descartando o PSL. Braide quer um partido consolidado, que tenha posições liberais, que não venha a limitar a sua ao parlamentar e que lhe permita assumir posições que possa contrariar a linha partidária. Sabe que é difícil encontrar um partido forte com essa flexibilidade toda. Mas vai tentar chegar pelo menos perto disso.

São Luís, 19 de Janeiro de 2019

 

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