Polêmico, Ricardo Murad se lança para disputar Governo com Flávio Dino, Roseana Sarney e Roberto Rocha

 

Ricardo Murad anuncia sua candidatura ouvido por severino Sales
Ricardo Murad anuncia sua candidatura ao Governo  ouvido por Severino Sales

O ex-deputado Ricardo Murad anunciou ontem que vai disputar o Governo do Estado como candidato do Partido Republicano Progressista (PRP). Entra numa disputa em que já estão postos como candidatos o governador Flávio Dino (PCdoB), o senador Roberto Rocha (PSDB), a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), a ex-prefeita Maura Jorge (Podemos), com a possibilidade de o deputado estadual Eduardo Braide (PMN) também entrar na disputa. A decisão chega após ter frustrado o projeto de ser candidato pelo PMDB e, surpreendentemente, quando as pesquisas feitas para aferir as preferências do eleitorado indicam que, pelo menos até aqui, é mínima, quase inexistente, a possibilidade de o ex-deputado estadual, ex-presidente da Assembleia Legislativa, ex-deputado federal, ex-prefeito de Coroatá, ex-gerente metropolitano e ex-secretário de Estado da Saúde chegar ao Palácio dos Leões no pleito de 2018.

No ato, realizado no Hotel Luzeiros com a presenta da cúpula estadual do PRP, comandada pelo empresário Severino Sales, Ricardo Murad apresentou como plataforma de campanha uma carta na qual afirma que quer ser governador por sentir que chegou sua vez e porque se sente “preparado”. Na mesma carta, assume, entre outros, o compromisso de construir uma  quilométrica ponte rodoferriviária ligando São Luís à Baixada, e avalia que sua gestão na Secretaria Estadual de Saúde teve qualidade de “primeiro mundo”. E como não poderia deixar de ser, sinalizou com clareza que será uma espécie de borduna verbal contra o governador Flávio Dino, assim como deixou no ar que será dócil com a candidata do PMDB.

Não se duvida de que Ricardo Murad alimente o sonho de governar o Maranhão, e até mesmo que sua candidatura possa vir a ser um projeto verdadeiro. Mas é difícil imaginar que o homem-forte do Governo de Roseana Sarney, responsável absoluto pelo milionário, audacioso e controverso projeto Saúde é Vida entre como seu adversário na corrida ao Palácio dos Leões. Provocado sobre esse detalhe, ele desconversou dizendo não estar preocupado com o assunto, como se isso fosse possível num cenário de beligerância política como o que está sendo desenhado no Maranhão. E foi incisivo na afirmação de que acredita ter chegado a sua hora, como se o Governo do Maranhão fosse um alvo a ser alcançado por esse tipo de critério.

Com as suas declarações, o ex-secretário de Estado da Saúde ofereceu ao mundo político e a observadores razões de sobra para alimentar a impressão de que sua candidatura é parte de uma estratégia urdida com o objetivo de provocar um segundo turno entre Flávio Dino e Roseana Sarney. Claro que na busca de se dar estatura política como candidato a governador, Ricardo Murad não admitirá que o seu projeto eleitoral seja uma carta com aquele objetivo. Ao contrário, com o ato político demonstrou que fará de tudo para convencer a todos de que sua candidatura é para valer e que ele vai para a briga disposto a atropelar quem se postar à sua frente, mesmo que seja a ex-governadora, caso ela venha mesmo a ser candidata.

Não há como desconhecer que ao lançar sua candidatura, mesmo sabendo o quanto são remotas suas chances numa corrida em que são linha de frente o governador Flávio Dino, a ex-governadora Roseana Sarney e o senador Roberto Rocha, o ex-deputado Ricardo Murad protagonizou um fato político importante, marcando o início da sua caminhada até a convenção do PRP, em julho ou agosto do ano que vem, que dirá se ele será mesmo ou não candidato para valer. Com vasta experiência de sucessos e tropeços nas searas políticas e eleitorais, Ricardo Murad sabe que se vier mesmo a confirmar sua candidatura como expressão de um pleito político e eleitoral autêntico, terá condições de sair das urnas ao menos como alvo de respeito. Mas se, por outro lado, estiver dando forma a um factóide, poderá sofrer danos irreversíveis à sua já polêmica imagem política.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Se ficarem onde estão, Andrea Murad pode ter de pedir votos para Roseana, e Souza Neto, para Flávio Dino

Andrea Murad e Souza Neto: situação embaraçosa no PMDB e no PROS
Andrea Murad e Souza Neto: situação embaraçosa se ficarem no PMDB e no PROS

Uma situação chamou atenção na reunião da Executiva do PRP para anunciar o ex-deputado Ricardo Murad como candidato a governador. Foi o anúncio feito pelo presidente do partido, empresário Severino Sales, de que a agremiação, mesmo tendo um candidato majoritário, não lançará candidatos ao Senado, preferindo concentrar esforços na montagem de chapas fortes para deputado federal e deputado estadual. Estranho que um partido que se dispõe a entrar numa guerra eleitoral com um candidato a governador como Ricardo Murad não agregue a essa chapa pelo menos um nome para disputar cadeira de senador. Nesse contexto, a curiosidade mais interessante foi o fato de a deputada Andrea Murad não ter deixado o PMDB e assinado ficha de filiação no PRP para fortalecer a proposta do partido de eleger o máximo possível de deputados estaduais e federais. Igualmente curioso o fato de o deputado Souza Neto não se desfiliar do PROS para reforçar a chapa de candidatos a deputado estadual do PRP. Se essas mudanças não ocorrerem, Andrea Murad terá de fazer campanha para a ex-governadora Roseana Sarney, porque o PMDB não aceitará que ela se engaje na corrida do pai por outro partido. A mesma situação envolve o deputado Souza Neto, que se permanecer no PROS, pode ter de pedir votos para o governador Flávio Dino, já que o partido hoje comandado pelo ex-ministro Gastão Vieira deve integrar a aliança liderada pelo PCdoB. Vale a pena aguardar o desfecho dessa equação.

 

Eliziane Gama reafirma sua candidatura ao Senado e espera contar com o PCdoB

Eliziane Gama: decisão de disputar uma cadeira no Senado
Eliziane Gama: expectativa de disputar uma cadeira no Senado com o apoio do PCdoB

Antes de embarcar para Brasília no início da semana, a deputada federal Eliziane Gama (PPS) reafirmou o que dissera à Coluna há três semanas e aos jornalistas que atenderam ao seu convite para almoçar no sábado (9): aconteça o que vier a acontecer, sua candidatura ao Senado é irreversível. A parlamentar popular-socialista tem motivos de sobra para fazer esse tipo de afirmação, sendo o principal deles as pesquisas que a apontam na liderança das preferências do eleitorado. Mesmo sabendo que os percentuais encontrados com muita antecedência podem emagrecer à medida que a campanha avançar – como aconteceu com ela própria na corrida para a Prefeitura de São Luís -, Eliziane Gama avalia que o cenário é bem diferente: são duas vagas, o que lhe dá uma vantagem expressiva se conseguir manter os percentuais de intenção de voto. A deputada acredita que sua posição será bem melhor for escolhida pelo governador Flávio Dino para ocupar uma das vagas de candidato a senador na chapa que o terá com o candidato à reeleição. É evidente que o Palácio dos Leões tem simpatia pelo projeto senatorial da deputada, mas por conta de outras postulações – os deputados federais Weverton Rocha (PDT), José Reinaldo Tavares (PSB a caminho do DEM), Waldir Maranhão (PTdoB) e, provavelmente, Márcio Jardim (PT) – tem dificuldade de firmar acordo com Eliziane Gama. Mas, independentemente dessas condições, a parlamentar do PPS se mostra determinada a entrar na briga por uma das vagas do Senado, nem que para isso tenha de fazer uma campanha solitária, fora de alianças, como fez em 2014, quando saiu das urnas como campeã de votos – mais de 140 mil – na corrida para a Câmara Federal.

 

São Luís, 12 de Dezembro de 2017.

2 comentários sobre “Polêmico, Ricardo Murad se lança para disputar Governo com Flávio Dino, Roseana Sarney e Roberto Rocha

  1. A deputada precisa tomar consciência que dentro de São Luís muitos evangélicos são contrários a não se misturar religião com politica e há vários pastores que foram enganados pela parlamentar. A Comprovação desse fato, foi na eleição de São Luís,onde essa senhora metida a líder evangélica deu inicio a sua queda lenta na vida politica, queda de popularidade no meio evangélico e outros fatores criados por ela e seus assessores. O preço um dia saíra muito caro para quem mistura religião com o meio sujo,do inimigo que é politica,onde existe traição ,falsidade,deslealdade,mentira e às vezes morte.

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