Na fase de preparação da corrida à Prefeitura de São Luís, mais ou menos em abril do ano passado, a Coluna chamou a atenção dos seus leitores para um projeto embrionário de candidatura ao Palácio de la Ravardière anunciado timidamente pelo deputado Eduardo Braide (PMN), por enxergar nele uma possibilidade remota, mas com alguma nitidez, de dar certo. Não deu outra: de discurso em discurso, de posicionamentos em posicionamentos e de passo a passo, Eduardo Braide saiu da rabeira do processo, ultrapassou todos os demais candidatos – Wellington do Curso (PSB), Eliziane Gama (PPS), Fábio Câmara (PMDB), entre outros – e acabou no 2º turno com prefeito Edivaldo Jr. (PDT). Foi derrotado, mas saiu da disputa com mais de 240 mil votos e com o cacife de ter-se tornado um dos políticos mais importantes da sua geração, credenciado, portanto, a se habilitar para disputar cadeira na Assembleia Legislativa, na Câmara Federal, no Senado e até mesmo a do gabinete principal do Palácio dos Leões. Agora, Braide desenha suas perspectivas e as suas possibilidades futura, indicando rumos em oportuna entrevista à jornalista Jacieny Dias, que, com saudável objetividade, não fez rodeios e foi direto ao assunto: “O senhor é candidato a Governador?”
Sua resposta: “Meu projeto político no momento é fazer um bom mandato de deputado estadual. Mas essa decisão eu já tomei: a de não ser candidato à reeleição como deputado estadual. São oito anos aqui na Assembleia, e acho que é um tempo razoável para que a gente parta para voos mais altos (…). Qualquer político se sente honrado em ser o chefe do Executivo do seu estado, e eu estaria mentindo se disse que não tenho esta pretensão. Mas ninguém é candidato de si mesmo. Isso depende da questão partidária, da política de alianças, do momento que iremos viver”.
Poucos políticos responderiam a tal indagação com uma argumentação tão sólida e sensata. Eduardo Braide anunciou que não mais será candidato a deputado estadual, primeiro por entender que dois mandatos são tempo suficiente encerrar essa etapa da vida política, mas em nenhum momento tratou o mandato na Assembleia Legislativa como uma coisa menor; ao contrário, disse que no momento é candidato a exercer correta e produtivamente o mandato estadual. E com mais habilidade ainda, criou um clima de curiosidade e expectativa ao informar que ainda não sabe a qual mandato concorrerá em 2018, deixando no ar que pode ser candidato a deputado federal, a senador e a Governador do Estado, sem externar qualquer ênfase que pudesse quebrar o “mistério”. Ou seja, dependendo das condições que ele relacionou como essenciais para se definir o caminho de uma disputa eleitoral, que poderá mandá-lo para Brasília ou autorizá-lo a morar durante quatro anos no endereço mais nobre de São Luís.
Com elevado nível de preparo técnico e exibindo um raro senso de posicionamento político, Eduardo Braide já demonstrou, como candidato as prefeito e como deputado estadual, que consegue enxergar as suas possibilidades, principalmente em contexto escasso de novas lideranças. Sabe, por exemplo, que, pelo menos por enquanto, o Grupo Sarney esgotou seu poder de renovação, obrigando-se a apostar na candidatura incerta da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que já governou por mais de 13 anos e não parece mais animada para entrar numa guerra de desfecho imprevisível contra o governador Flávio Dino (PCdoB), que está focado no projeto de reeleição e galopa num nítido favoritismo. Sua leitura é que, mesmo levando em conta o projeto do senador Roberto Rocha (PSB), existe no cenário de 2018 espaço para uma candidatura da novíssima geração e que seja suficientemente ousada para propor ao eleitorado uma quebra de paradigma. O parlamentar parece disposto a encarar esse desafio, desde que dispondo de condições partidárias e políticas adequadas.
Todas as evidências indicam que o deputado Eduardo Braide reúne as condições básicas e indispensáveis para construir uma trajetória política bem sucedida, como tem sido até agora, apesar da derrota para a Prefeitura de São Luís – que era previsível. Mas as mesmas evidências indicam que ele precisa se fortalecer política e partidariamente, procurando uma sigla mais consistente, que lhe dê respaldo nacional e alcance todas as faixas do eleitorado como um movimento político viável. Com essas condições, conseguirá o gás suficiente para entrar na briga pelo Palácio dos Leões, por exemplo, de igual para igual com qualquer candidato. Por outro lado, tem consciência de que seus adversários farão de tudo para lhe brecar, o que é absolutamente normal no tatame político frequentado pelos mais ousados.
PONTO & CONTRAPONTO
Weverton Rocha não se verga para a condição de réu e prossegue fortalecendo sua candidatura ao Senado
Perdeu feio quem apostou que ao ser tornado réu em processo instaurado no Supremo Tribunal Federal no qual responderá à acusação de desvio de recursos públicos na reforma do Ginásio Costa Rodrigues, quando secretário de Esporte e Juventude no Governo Jackson Lago (2007/2009), levaria o deputado federal Weverton Rocha (PDT) a tirar o pé do acelerador na sua corrida de candidato ao Senado nas eleições do ano que vem.
Na contramão do que muitos esperavam, o parlamentar, que preside o PDT do Maranhão e lidera a bancada do partido na Câmara Federal, não se deixou abalar, e foi mais além: intensificou seus movimentos como candidato a candidato a senador, dando uma demonstração clara de que vai usar até o limite os dois principais trunfos: tem os pés no chão e não se dobra na primeira pancada.
No final da semana, Weverton Rocha deu uma expressiva demonstração de que está politicamente inteiro e sabe o que deve fazer para evitar ao máximo sair chumascado do imbróglio judicial que o envolve. O líder do PDT reuniu em Barra do Corda um grande batalhão de líderes, prefeitos e parlamentares para demonstrar a consistência da sua candidatura. Lá estiveram ninguém menos que o prefeito de São Luís, Edivaldo Jr, (PDT), o presidente da Federação dos Municípios e prefeito de Tuntum, Cleomar Tema Cunha (PSB), os deputados federais Rubens Jr. (PCdoB) – recém eleito coordenador da bancada federal – e Juscelino Filho (DEM), os deputados estaduais Othelino Neto (PCdoB) e Valéria Macedo (PDT), o secretário de Comunicação e Articulação Política e presidente do PCdoB, Márcio Jerry, e o secretário de Agricultura, Márcio Honaiser (PDT).
Roberto Costa denuncia clima de tensão e agressão a apresentador de TV por vereador em Bacabal
O repúdio indignado do deputado Roberto Costa (PMDB), feito ontem na tribuna da Assembleia Legislativa, ao fato de seguranças do vereador bacabalense César Brito terem espancado covardemente o apresentador de TV Ray Lima em frente do prédio da Câmara Municipal, deu bem a medida da tensão que domina Bacabal em meio à indefinição quanto ao desfecho da disputa pela Prefeitura Municipal. Situação agravada ainda mais pela presença do prefeito Zé Vieira (PR), que por ser ficha suja não poderia sequer ter sido candidato a prefeito.
No seu discurso, feito em tom inflamado, Roberto Costa denunciou que o vereador César Brito, conhecido como “o maior agiota de Bacabal e da região”, teria mandado seus capangas agredir o apresentador Ray Lima “porque ele noticiava algumas verdades na televisão na qual ele trabalha”, repetindo o que o mesmo grupo tentara fazer na semana, ou a realização de uma nova eleição passada com o apresentador Randyson Laércio. E anunciou que o caso será denunciado à Comissão de Direitos Humanos da OAB, e ao secretário de Segurança Pública, delegado Jefferson Portela, ”para que a violência praticada contra o apresentador de TV seja investigada e devidamente punida”. Roberto Costa foi enfático ao frisar que a sociedade de Bacabal não aceita e não permite mais dentro do município.
A denúncia feita ontem pelo deputado Roberto Costa e corroborada pelo deputado Souza Neto (PROS), que foi igualmente incisivo, reflete com clareza o clima de insegurança e incerteza que domina a cidade de Bacabal por conta do imbróglio em que se transformou a disputa para a Prefeitura. Ali, o prefeito Zé Vieira (PR) é ficha suja e está no cargo garantido apenas por uma liminar precária, que deve cair a qualquer momento, o que significará que ele terá de deixar o cargo. Os 100 dias que se passaram foram marcados pela incerteza em relação ao futuro, que pode ser a posse do deputado Roberto Costa no cargo de prefeito ou a realização de uma nova eleição, esta sem Zé Vieira.
Enquanto a Justiça Eleitoral não der a palavra final sobre o assunto, a cidade – uma das 10 maiores do Maranhão – permanecerá mercê de casos como a agressão ao apresentador Ray Lima.
São Luís, 10 de Abril de 2017.
Eduardo braide pra mim e o melhor e ja tem meu voto garantido juntamente com tods minha familia e meus funcionarios, pois sempre mostrou um politico seriio r mais sera o proximo governador tem tudo diante desses