Eliziane demonstra que está preparada para o embate e para governar, se chegar ao Palácio de la Ravardière

 

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Eliziane e José Joaquim comemoram o apoio recebido do secretário Neto Evangelista, ontem, em reunião na AL

“Quero deixar bem claro que o que estou dizendo não é demagogia; é sincero e honesto”. A frase, dita em tom firme, foi pronunciada ontem pela candidata do PPS à Prefeitura de São Luís, Eliziane Gama, ao falar em ato no qual recebeu o apoio do deputado licenciado e secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Neto Evangelista, a última liderança do PSDB a embarcar na coligação por ela articulada. A candidata do PPS fez um discurso rápido, mas denso, citou com precisão alguns problemas graves da Capital e, sem recorrer a anotações, relacionou soluções, falou sobre números, citou percentuais e informações estatísticas, e assegurou que o seu grande projeto é construir “uma nova São Luís”. Mesmo constituída de aliados e seguidores de Neto Evangelista, que a partir daquele momento também passaram a ser seus seguidores, a impressão que ficou no ar foi a de que os presentes deram total atenção e crédito ao que foi dito pela candidata. E por conta disso, aplaudiram-na.

A reunião com Neto Evangelista – que atraiu os deputados Adriano Sarney (PV) e Cabo Campos (DEM) e figurões do PSDB, entre eles o candidato vice, vereador José Joaquim e o deputado Sérgio Frota – foi reveladora do potencial político e eleitoral da campeã de votos para a Câmara Federal em 2014 e da possibilidade concreta de que pode chegar à Prefeitura de São Luís. Como pré-candidata, chegou a 56% de intenções de voto. Agora, como candidata, a última pesquisa apurou que ela tem agora 21%, embolada com o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que tem 25%, e com Wellington do Curso (PP), que aparece com 18%. Agora que a campanha começou de fato, a impressão quase unânime é a de que, armada sua coligação e incentivada por partidários e aliados, ela reaja e retome a curva de crescimento.

Eliziane Gama é candidata que reúne todos os ingredientes que formam uma personagem política de horizonte largo. É mulher, jovem (39 anos), inteligente, bem informada e dona de uma vontade invejável. Sua figura simples e aparentemente frágil se transforma quando ela fala. Voz radiofônica – é jornalista com militância no rádio -, ganha densidade com um discurso bem articulado, com início, meio e fim, que mostra um traquejo raro na capacidade de ordenar as frases, que fluem sem dificuldade. E cada uma delas emite uma informação, principalmente números inteiros e percentuais, dados estatísticos, enfim, elementos que dão consistência e veracidade ao discurso e ajudam a compreendê-lo. Essas marcas tornam Eliziane Gama uma candidata diferenciado e difícil de ser enfrentada, principalmente em debates.

Pelo menos até aqui, todos os “sintomas” indicam que a candidata do PPS será o grande adversário do prefeito Edivaldo Jr.. Além das suas qualificações, ela superou o risco do isolamento político-partidário e conseguiu formar uma aliança que poderá lhe dar muita densidade eleitoral. Entre os seus aliados o clima é de entusiasmo, dominados que estão pela crença de que ela irá para o segundo turno, quando então, acreditam, terá as condições para reunir todos os a oportunidade de unir as forças políticas cujos candidatos tenham sido eliminados na primeira volta. Muitos acreditam piamente que seu adversário será o prefeito Edivaldo Jr., embora outros apostem na passagem de Wellington do Curso (PP).

Na reunião de ontem, Eliziane Gama passou a impressão de que carrega esse projeto sem sentir o seu peso, pois demonstra estar convencida de que pode, efetivamente, mudar São Luís para melhor. Os quatro anos de Assembleia Legislativa e os 18 meses de Câmara Federal – período em que exerceu várias funções relevantes, como a produtiva participação na CPI da Petrobras e nas articulações – ajudaram-na a se tornar conhecida como uma parlamentar que honra o mandato garantido por 140 mil votos, a maior votação dada a um candidato a deputado federal no Maranhão até aqui.

Eliziane Gama sabe que a corrida para a Prefeitura de São Luís será muito dura, com obstáculos os mais diversos. O maior deles é exatamente o prefeito Edivaldo Jr., que tem com ele a militância ativa e incansável do PDT, está no comando de um governo – sem muito brilho, mas também sem mácula – em andamento e vem transformando parte da sua rejeição em votos a favor. Outro obstáculo, com menor poder ofensivo, mas com um enorme potencial de crescimento, é o candidato do PP, Wellington do Curso, que vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para evitar que ela vá para o segundo turno. Os outros são mais facilmente superáveis, mas mesmo assim são adversários que não venderão barato o seu espaço.

A candidata do PPS tem um trunfo: uma vontade férrea de chegar lá, que pode fazer a diferença durante a campanha.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Edivaldo Jr. falta a debate organizado pela Igreja Católica
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Antes da festa de Pereirinha, Edivaldo Jr. fez caminhada no Monte Castelo

O prefeito Edivaldo Jr. foi o único dos candidatos a prefeito de São Luís que não compareceu ao debate de ontem organizado pela Igreja Católica e realizado no Teatro da Cidade. Seus adversários o atacaram fortemente pela ausência, acusando-o de usar todo tipo de argumento para justificar a ausência, inclusive o de ser ele evangélico. A decisão de não comparecer ao debate na seara católica nada tem a ver com religião. O prefeito de São Luís correu um risco calculado, preferindo o pequeno e efêmero desgaste do não comparecimento do que o ônus de enfrentar todos dos candidatos, que naturalmente marchariam em bloco contra ele. Prefeito em busca da reeleição e líder nas preferências do eleitorado, segundo as pesquisas mais recentes, Edivaldo Jr. avaliou que seria mais produtivo para ele participar da festa de lançamento da candidatura do vereador Isaías Pereirinha (PSL) do que virar caixão de pancadas dos seus adversários, ou enfrentar uma estratégia para isolá-lo durante os questionamentos.

 

Em debate no Supremo, o ministro Gilmar Mendes ataca Lei da Ficha Limpa e atinge Márlon Reis e o governador Flávio Dino
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Gilmar Mendes atingiu Márlon Reis e Flávio Dino ao criticar a Lei da Ficha Limpa em sessão do Supremo

“Sem querer ofender ninguém, já ofendendo, essa lei foi tão mal feita, que parece ter sido feita por bêbados”. A frase foi pronunciada ontem, com toda a ênfase, pelo ministro Gilmar Mendes, no plenário do Supremo Tribunal Federal, num ataque sem precedentes à Lei da Ficha Limpa, causando grande repercussão na Corte, no Congresso Nacional e fora dele. O petardo alcançou o ex-juiz e agora advogado e militante do Rede Sustentabilidade Márlon Reis, que não era congressista, mas é  considerado um dos “pais” daquele diploma legal. Reis foi um dos autores do projeto de iniciativa popular proposto ao Congresso Nacional. Atingiu com igual força o governador Flávio Dino (PCdoB), que quando deputado federal foi um dos parlamentares mais empenhados na elaboração e aprovação da Lei que foi aprovado e permanece em vigor. A pancada foi dada durante a votação de dois recursos contra a decisão da Corte de dar às Câmaras Municipais, e não aos tribunais de contas, o poder de tornar inelegíveis ex-prefeitos com contas rejeitadas pela Câmara Municipal. A declaração do ministro Gilmar Mendes surpreendeu a Corte, mas foi corroborada por todos os seus pares.

 

São Luís, 17 de Agosto de 2016.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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