Weverton Rocha, João Marcelo Souza e Júnior Marreca mantêm votos pró-Dilma na Comissão do Impeachment

 

tres mosqueteiros
Weverton, João Marcelo e Marreca: votos a favor de Dilma

Os três votos maranhenses da Comissão Especial da Câmara Federal que vai dar o parecer inicial recomendando a aceitação ou recusa do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff estão sob forte e implacável pressão das duas correntes. Os deputados Weverton Rocha (PDT), João Marcelo de Souza (PMDB) e Júnior Marreca (PEN) estão firmemente posicionados contra o pedido de impeachment, primeiro por pertencerem a partidos que integram a base de apoio do Governo no Congresso Nacional, e depois por estarem convencidos de que o processo é ilegal, por não estar fundamentado num crime cometido pela presidente da República. Weverton, João Marcelo Júnior Marreca têm dito e repetido que suas posições contra o impeachment serão externadas na Comissão Especial, que é formada por 65 deputados federais e mantidas no plenário, que decidirá, enfim, se o processe seguirá ou não para o Senado Federal, que institucionalmente tem a palavra final sobre o futuro da presidente Dilma Rousseff neste caso.

O deputado Weverton Rocha tem se batido intensamente contra o processo de impeachment. E amplia seu raio de ação nessa cruzada na condição de líder da bancada do PDT na Câmara, onde comanda ??? votos e, assim, engrossa as fileiras dos aliados do Palácio do Planalto. O líder pedetista tem sido um dos mais duros críticos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que na sua avaliação está manipulando para apressar o processo. Rocha já foi várias vezes à tribuna denunciar as manobras de Cunha, como também exigir que ele se afaste da presidência, pois não está em condições morais nem éticas para conduzir com isenção um processo dessa natureza. O deputado pedetista está em lugar destacado na lista de aliados da presidente Dilma, tendo inclusive participado de reuniões com o “núcleo duro” que cerca a presidente e traça as suas estratégias de defesa.

Na avaliação geral, se a presidente Dilma Rousseff sobreviver ao impeachment e retomar o comando do Governo, o líder do PDT sairá muito fortalecido e cacifado para pensar em voos mais altos. Os mesmos observadores preveem que se a presidente for derrubada, Weverton Rocha será chamado para levar o PDT a compor a base do novo governo numa aliança estratégica com o PMDB. De qualquer maneira, o líder pedetista sairá por cima.

O deputado João Marcelo de Souza é assumidamente contra o impeachment e tem manifestado sua posição sempre que lhe surge uma oportunidade. Ele faz parte da corrente do PMDB que defende o cumprimento da aliança com o PT em apoio ao Governo da presidente Dilma Rousseff. Como seu pai, o senador João Alberto, João Marcelo é contra o movimento liderado pelo vice-presidente Michel Temer para que o PMDB tome a decisão de desembarcar do Governo no dia 29. Vice-líder do PMDB na Câmara Federal, João Marcelo tem apoiado o líder Leonardo Picianni (PMDB-RJ), num grande esforço para evitar que a bancada rache de vez, o que tem sido quase impossível. O parlamentar fundamenta sua posição argumentando que, no seu entendimento, o pedido de impeachment da presidente Dilma é ilegal, exatamente por não estar calcado em crime por ela cometido. João Marcelo acha que afastar a presidente com os argumentos que estão sendo usados é golpe. E parece decidido a manter essa posição até o desfecho do imbróglio.

Também partidário da corrente que defende a preservação do mandato da presidente Dilma Rousseff, o deputado Junior Marreca (PEN) tem defendido com firmeza sua posição. A exemplo do líder pedetista Weverton Rocha e do vice-líder pemedebista, ele justifica sua posição com o argumento segundo o qual não existe crime configurado e configurado cometido pela presidente da República. Na avaliação de Marreca, que é um dos vice-líderes da bancada do PEN, a Comissão deve se manifestar contrariamente ao pedido de impeachment, como também o plenário. Em conversas reservadas, Marreca tem dito a interlocutores que a situação é muito difícil, mas que também acredita da possibilidade de o “não” ao impeachment consiga mais 171 votos e o processo seja arquivado.

Até aqui não há nenhum indicativo de que um dois três parlamentares venha a mudar de posição, principalmente se for por imposição partidária.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

O Poder Público é o culpado pelo latrocínio que vitimou Ana Duarte
ana duarte
Ana Duarte: fim trágico para quem dedicou a vida à alegria de dançar

O brutal e injustificado assassinado da dançarina Ana Duarte, no KM 15 da BR-135, num caso de latrocínio, facilitado por buracos na pista, é o desfecho trágico e definitivo do mais revoltante caso de descaso do poder público federal no Maranhão. Duas artistas, cidadã plenas, se deslocavam em um Fiat para São Luís, retornando de uma apresentação, reduziram a velocidade do veículo por causa de buracos na pista. Neste momento, bandidos insanos aproveitaram-se da baixa velocidade para tentar um assalto. O resultado: disparam contra o veículo e assassinaram, com frieza cruel e imperdoável, uma mulher cuja profissão era dançar, alegrar as pessoas, celebrar a vida. Ana Duarte e dançarina e ativista cultural, com anos e anos de bons serviços prestados à cultura maranhense na ponta dos pés em bailados os mais diversos, o que a tornou querida no meio artístico e tida como uma referência por sua dedicação ao especial ofício de dançar. Nada justifica a brutalidade que resultou no assassinato de Ana Duarte. Os criminosos devem ser caçados, presos, julgados e condenados à pena mais dura possível. A classe artística tem de se mobilizar e cobrar esse roteiro das instituições policial e judiciária. Essa atitude não corrigirá o malfeito nem trará Ana Duarte de volta aos palcos, praças e ruas nas rodas de tambor de crioulo, mas servirá para lembrar que ela era uma cidadã e que o Poder Público, por sua omissão criminosa, é o maior responsável por sua morte e por muitas outras que já ocorrem naquele pedaço de rodovia que, vale lembrar, é a única ligação rodoviária da Ilha de São Luís com o resto do mundo.

 

É hora de dar um basta na enganação alimentada por Brasília
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Imagens da BR-135, conhecida como “Estrada da Morte”

O assassinato da dançarina Ana Duarte foi o limite da tolerância que uma sociedade pode ter com uma obra pública essencial inconclusa. Não há mais como dar crédito a promessas nem ouvidos a discursos que, aqui e ali, são feitos para justifica o fato de a União, que foi lesada em bilhões de reais, não disponha de R$ 100 milhões – uma merraca para os padrões do Governo Federal, com crise ou sem crise – para complementar a duplicação de uma rodovia que é uma espécie de “mãe de todas as rodovias do Maranhão” por sua importância capital para o estado. Há pelo menos cinco anos os deputados estaduais e estaduais e senadores maranhenses vêm discursando e realizando audiências em Brasília onde cobram providências. Mas tudo o que tem ouvido são promessas falsas, uma canalhice muito comum nos gabinetes da Esplanada dos Ministérios. Mais grave é que a suspeita de enganação se repete ano após ano, semestre após semestre, verão após verão, sem que haja, por parte das bancadas da Câmara Federal e do Senado uma tomada de posição radical e definitiva. É inacreditável e injustificável o grau de tolerância dos políticos maranhenses com o jogo sujo e enganador dos engravatados de Brasília. Deputados e senadores parecem não se dar conta de que a impressão que passam é a de que são coniventes com a encenação oficial que domina os gabinetes do Planalto Central. Será que não se lembram que a “estrada da morte” já ceifou dezenas de vidas nos últimos anos? Estariam imaginando que a sociedade está indiferente a essa indiferença cruel com a BR-135? Estão enganados. E o melhor que poderão fazer é tornar a tragédia que vitimou Ana Duarte um marco a partir do qual a duplicação da BR-135, entre Estiva e Miranda do Norte – até Bacabeira é muito pouco – seja retomada imediatamente, com dia marcado para estar concluída. Só assim a dançarina Ana Duarte e as muitas outras vítimas da irresponsabilidade criminosa do Poder Púbico na BR-135 poderão descansar em paz.

 

São Luís, 26 de Março de 2012.

 

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