Depois de um período cinzento, durante o qual o candidato de oposição Paulo Marinho Jr. (PL) ameaçou reverter uma tendência rascunhada desde a fase da pré-campanha, o candidato governista Gentil Neto (PP) reagiu e recuperou o posto de líder da corrida à Prefeitura de Caxias. Sua posição à frente dos demais candidatos foi revelada pela pesquisa do Instituto IPAM, realizada no período de 30 de agosto a 1º de setembro, tendo encontrado o seguinte cenário: Gentil Neto com 45,4% das intenções de voto, seguido de Paulo Marinho Jr. com 36,4%, Lícia Waquim (PSDB) com 6% e Edimilson Sanches (PSOL) com 0,8%. Um contingente de 3,2% rejeitou todos os candidatos e deve votar nulo ou em branco, enquanto outro, de 8,2%, disse não saber ou não quis responder.
Ainda que com uma defasagem de mais de uma semana – período longo para a fotografia de um momento de uma campanha eleitoral tão intensa –, o levantamento do IPAM dá aos candidatos e aos eleitores as linhas gerais de uma corrida que tem ainda duas semanas e meia pela frente. E no caso de Caxias, esse retrato ganha conotação especial, por se tratar de um embate que se dá entre dois candidatos jovens no quarto maior e mais importante município maranhense. Isso envolvendo forças políticas locais – os grupos Gentil, Coutinho (dividido) e Marinho -, estaduais (o governador Carlos Brandão {PSB} e o vice-governador Felipe Camarão {PT}, o ministro André Fufuca {PP} e o senador Weverton Rocha {PDT} – e nacionais o PT e o presidente Lula da Silva e o PL).
Gentil Neto lidera uma antes impensável aliança unindo os adversários grupos Gentil e Coutinho, com base num acordo negociado pelo prefeito Fábio Gentil (Republicanos) e pela ex-deputada Cleide Coutinho (PDT), com a eficiente mediação do governador Carlos Brandão e o apoio forte do ministro André Fufuca (Esporte). Cleide Coutinho seria a candidata a vice, mas devido a problemas de saúde, foi substituída pelo cunhado, o empresário Eugênio Coutinho. Só que o Grupo Coutinho rachou, e a banda liderada por Ferdinando Coutinho (PDT), atual prefeito de Matões, e sua mulher, a deputada estadual Cláudia Coutinho (PDT), se aliaram ao Grupo Marinho, a ex-vereadora Thaís Coutinho (PDT) como vice de Paulo Marinho Jr.. (A raiz desse racha está na disputa pela Prefeitura de Matões, mas essa é outra história).
Esse movimento desestabilizou o formato inicial da aliança liderada por Gentil Neto, e fortaleceu o projeto de candidatura de Paulo Marinho Jr., dando a impressão de que o estrago seria bem mais grave.
Foi exatamente em meio a essa instabilidade que Gentil Neto ganhou o apoio decisivo do PT e o aval precioso do presidente Lula da Silva. E foi também nesse momento que o prefeito Fábio Gentil intensificou sua participação na campanha, que ganhou mais volume – hoje, por exemplo, haverá uma grande manifestação liderado por Gentil Neto com a participação do governador Carlos Brandão.
Se essa for, de fato, a vantagem do candidato governista Gentil Neto, que representa a nova geração dos Gentil, a disputa em Caxias, que vinha se arrastando num ambiente de incertezas, está evoluindo rapidamente para uma definição que, se ganhar consistência, dificilmente será revertida nas próximas três semanas. Isso não significa subestimar Paulo Marinho Jr., que já foi vice-prefeito, conhece o caminho das pedras e tenta chegar onde o seu pai, Paulo Marinho, assim como sua mãe, a saudosa ex-prefeita Márcia Marinho (MDB), deram as cartas, contando também com o apoio direto do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e do senador Weverton Rocha (PDT), o que lhe dá cacife para continuar competitivo.
A reta final da corrida à Prefeitura de Caxias tem tudo para ser vibrante, movimentando um cenário em que Lícia Waquim e Edimilson Sanches serão apenas honrados figurantes.
Em Tempo: Contratada pela Ferplan Consultoria e Assessoria Contábil, a pesquisa IPAM (Morais & Dias Instituto de Opinião Pública LTDA. ME) ouviu 500 eleitores e está registrada no TSE sob o protocolo MA-03113/2024.
PONTO & CONTRAPONTO
Horário gratuito no Rádio e na TV se resume à disputa Braide/Duarte Jr.
A campanha para a Prefeitura de São Luís no horário gratuito no Rádio e na TV está mantida em clima de embate restrito aos dois candidatos que lideram as intenções de voto, o prefeito Eduardo Braide (PSD) e o deputado federal Duarte Jr. (PSB). Os outros três candidatos com direito a esse espaço de campanha – Fábio Câmara (PDT), Franklin Douglas (PSOL) e Flávia Alves (Solidariedade) – seguem tentando alguma atenção, mas parecem estar vivendo uma realidade completamente diferente. E os três que não têm direito espaço no Rádio e na TV se valem de entrevistas a emissoras de Rádio, distribuição de santinhos e fazendo uso das suas redes sociais.
Ontem, no horário nobre da TV, o candidato Duarte Jr., que tem maior tempo, repetiu um longo e contundente vídeo mostrando o que, segundo ele, seria a situação de caos no Sistema de Saúde, como que rebatendo o programa anterior do prefeito Eduardo Braide, que falou das conquistas da sua gestão na área de Saúde.
Após o vídeo-denúncia de Duarte Jr., que apresentou propostas para melhorar o Sistema de Saúde, o prefeito Eduardo Braide entrou com denso um programa sobre infraestrutura, mostrando ruas, avenidas, pavimentação e vias de interligação de várias regiões, destacando que, além de beneficiar diretamente a população, as obras são geradora de emprego e renda. Não será surpresa de Duarte Jr. contestá-lo hoje.
Numa realidade bem distante, o candidato do PDT, Fábio Câmara, apresentou uma impressionante proposta de geração de emprego financiando a produção de hortaliças. Franklin Douglas se mostrou nas ruas fazendo campanha para o plebiscito sobre a implantação ou não da gratuidade do transporte coletivo para estudantes, sendo esse até agora o único mote da sua campanha. E Flávia Alves prometeu que, se eleita, a saúde será coisa séria no seu governo: o cidadão sairá da primeira consulta já agendado para o especialista e levando o pacote de medicamentos.
Pouco se soube sobre o que andaram fazendo Wellington do Curso (Novo), Yglésio Moises (PRTB) e Saulo Arcangeli (PSTU).
Políticos avaliam o que pode acontecer em São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa
Na avaliação informal de três políticos experientes ouvidos pela Coluna, é o seguinte o cenário que pode sair das urnas nos três municípios da Ilha de Upaon Açu:
Em São José de Ribamar, a reunião das forças governistas em apoio à candidatura de Dudu Diniz (PSB), mesmo com a participação do ex-prefeito Luiz Fernando Silva, dificilmente mudará o cenário favorável à reeleição do prefeito Júlio Matos (Podemos).
Em Paço do Lumiar, mesmo duramente atingido pela Operação 18 Minutos, o advogado Fred Campos, que vinha navegando sem uma única sombra, ainda reúne gás para sair das urnas vitorioso. Seu adversário mais forte é o empresário Francisco Neto (Novo), em que pese a investida do médico Felipe Gonçalo, comandada pelo líder do Mobiliza, Hilton Gonçalo, prefeito de Santa Rita.
E em Raposa, há uma tendência favorável à reeleição do prefeito Eudes Barros (PL). No entanto, a força da campanha do experiente ex-prefeito José Laci (PSB), apoiado pelo Palácio dos Leões, tem feito muita gente segurar a bandeira por mais algum tempo antes de partir para o já ganhou.
São Luís, 13 de Setembro de 2024.