Edilázio Jr. perde assessoria na Petrobras, pode perder o comando do PSD e deixar a política

Edilázio Jr. deve deixar a política

A menos que haja uma reviravolta absolutamente imprevisível, o ex-deputado federal e atual suplente Edilázio Jr. (PSD) pode estar encerrando a sua antes promissora carreira política. Integrante, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, do grupo de 14 investigados (magistrados e advogados) que comporiam uma organização criminosa que armava processos fajutas, sugava milhões dos cofres do velho e bom Banco do Nordeste, e em seguida dividiam a bolada. Numa dessas operações fraudalentas, a quadrilha teria sacado R$ 14 milhões, numa ação que levou apenas 18 minutos entre a liberação do alvará e o saque em dinheiro vivo.

Por isso, Edilázio Jr. está usando tornozeleira eletrônica, perdeu o disputadíssimo cargo de assessor da Presidência da Petrobras e deve perder também a presidência do PSD no Maranhão. Ou seja, além do provável ponto final na trajetória política, o ex-deputado e agora ex-assessor da cúpula da petroleira, poderá perder o seu precioso registro na OAB e o direito de advogar, deixando de ter presença influente no mundo jurídico e judiciário do Maranhão. Isso sem contar o fato de que a sua principal âncora, a desembargadora Nelma Sarney, de quem é genro, também está fora desse contexto, e como ele, usando tornozeleira eletrônica por conta da trama criminosa contra o BNB.

Já advogado conhecido, Edilázio Jr. teve uma carreira política surpreendente. Começou em 2010, aos 31 anos, quando se elegeu deputado estadual pelo PV com 58.191 votos, sendo reeleito em 2014 com 56.239 votos. Resolveu voar mais alto em 2018 elegendo-se deputado federal, ainda pelo PV, com mais de 106 mil votos.

No primeiro mandato de deputado estadual foi influente na Assembleia Legislativa, por ser um dos porta-vozes do Governo Roseana Sarney (MDB) no qual tinha trânsito livre, poder de fogo que usou para se fortalecer politicamente. Tanto que se reelegeu sem maiores esforços. Com a eleição de Flávio Dino para o Governo do Estado, passou a ser oposição, jogando pesado contra o Governo do PCdoB. Usando a velha e surrada retórica da “Guerra Fria”, que identifica todo governo de esquerda de “comunista”, transformou o governador Flávio Dino num “Stalin” tupiniquim, comparando o Maranhão com a URSS. Sua catilinária continuou na Câmara Federal, para a qual se elegeu em 2018 com mais de 106 mil votos.

Membro da bancada federal, apoiou declaradamente o Governo Jair Bolsonaro (PL), do qual passou a ser defensor fiel durante quatro anos. Nesse período, continuou batendo forte no Governo e no governador Flávio Dino. Foi nessa época que deixou o PV e se filiou ao PSD, tornando-se o seu presidente no Maranhão, tendo sido um dos incentivadores da fracassada candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Jr., ao Governo do Estado, em 2022. No plano nacional, abraçou a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição, atirando chumbo grosso contra a candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT) à Presidência da República.

Ontem, depois de confirmada a demissão da Petrobras, circularam rumores a respeito do futuro do atual suplente de deputado federal. No que respeita ao PSD, correram rumores sobre ser pouco provável que ele seja excluído dos seus quadros. Ao mesmo tempo, deu-se como certa a sua substituição na presidência do partido. Os nomes cotados para assumir o comando do PSD no Maranhão são a senadora Eliziane Gama, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, que comanda o partido na capital, e o deputado federal Josivaldo JP, no momento candidato a prefeito de Imperatriz. Pode ser também que a cúpula nacional decida “pagar para ver no que vai dar a “Operação 18 Minutos”.

Mas o fato é que Edilázio Jr. dificilmente voltará à ciranda da política e às rodas influentes no Judiciário do Maranhão.

PONTO & CONTRAPONTO

Paulo Victor reúne força política e prestígio eleitoral na largada da sua corrida à reeleição

Paulo Victor entre Duarte Jr., Orleães Brandão,
Carlos Brandão, Felipe Camarão e André Fufuca

O vereador Paulo Victor (PSB), presidente da Câmara Municipal de São Luís, mostrou, na noite de terça-feira (20), porque é o nome mais destacado da política ludivicense depois do prefeito Eduardo Braide (PSD) e do deputado federal Duarte Jr. (PSB), que, de fato, estão disputando o Palácio de la Ravardière. O lançamento da sua candidatura a mais um mandato no parlamento ludovicense foi mais concorrido do que as convenções que escolheram seis dos oito candidatos a prefeito. E com um peso político fora do normal.

Paulo Victor recebeu no lançamento da sua candidatura à reeleição de vereador o candidato a prefeito do seu partido, deputado federal Duarte Jr. (PSB), o governador Carlos Brandão (PSB), o vice-governador Felipe Camarão (PT), ministro do Esporte André Fufuca e o coordenador da campanha, Marcus Brandão (MDB), além de outras personalidades da aliança partidária governista.

O vereador Paulo Victor mostrou força e causou a impressão de que será um dos candidatos mais votados na disputa por vagas na Câmara Municipal. Essa força política é o resultado de uma construção cuidadosa, por meio da qual ele colocou a Câmara Municipal no epicentro da política ludovicense, o que há muito não acontecia.

Com movimentação às vezes polêmica, ele saiu de uma posição discreta, e com uma série de ações surpreendentes elegeu-se presidente da Casa por aclamação e, a partir daí, firmou posição pessoal como adversário do prefeito Eduardo Braide, atraindo mais da metade do parlamento municipal para o seu campo político-partidário.

O governador Carlos Brandão expressou o que pensa em relação ao presidente da Câmara Municipal: “Fiz questão de estar hoje ao lado do nosso amigo. Paulo Victor, eu reconheço o teu trabalho e não tenho dúvidas que você vai ser um dos vereadores mais bem votados desta cidade”.  

PL altera bancada estadual abrindo vaga para Rosângela Vidal e Felipe Arnon

Rosângela Vidal e Felipe Arnon fazem juramento diante da presidente da Mesa Diretora do parlamento, Iracema Vale

A bancada do PL na Assembleia Legislativa sofreu ontem duas alterações temporárias. Tomaram posse por 120 dias, em sessão comandada pela presidente Iracema Vale (PSB), os suplentes Rosângela Vidal e Felipe Arnon. A primeira ocupa a vaga aberta pela deputada Fabiana Vilar, que se licenciou, e o segundo substitui a deputada Solange Almeida, que é candidata à Prefeitura de Santa Inês.

Ao tomar posse, Rosângela Vidal, uma administradora de Itinga que recebeu 13.867 votos, agradeceu a oportunidade de exercer o mandato, ainda que temporariamente: “Quero aqui agradecer primeiramente a Deus, por ter me dado essa oportunidade de representar cada maranhense e agradecer, em especial, a Josimar (de Maranhãozinho) e à Detinha, que me fizeram o convite para compor a chapa, e ao povo do Maranhão, que acreditou e que me deu a oportunidade de estar aqui hoje”.

Já Felipe Arnon, que recebeu 9.770 votos, dos quais cinco mil em São Luís, já é conhecido pelas suas posições de extrema direita, militante das fileiras bolsonaristas, defensor do slogan “Deus, pátria, família e liberdade”, o mesmo pregado pelos bolsonaristas.

No seu primeiro discurso, Felipe Arnon também agradeceu:  “É um momento de muito orgulho. Desde 2014 que lutamos no movimento de direita em defesa dos valores que acreditamos. No exercício deste mandato, pretendo honrar e defender cada um dos mais de cinco mil votos que recebi em São Luís. Esse mandato é de vocês que acreditam nos valores que defendemos”.

Os dois disseram que se sentiram acolhidos pelos agora colegas deputados.

São Luís, 22 de Agosto de 2024.

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