A exemplo do que acontece com o partido no plano nacional e em todas as unidades da Federação, o braço maranhense do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu sair da zona de conforto e entrar firme na guerra da propaganda político-partidária que movimenta os partidos nesse momento de pré-campanha eleitoral. No Maranhão, o PT resolveu se promover por meio se inserções na TV e no Rádio, nas quais o vice-governador petista Felipe Camarão, o presidente regional do partido Francimar Melo e militantes destacados, como a professora Gracielle Muniz, que comanda a rede Iema, são vozes credenciadas. Os discursos têm pontos comuns: falam da retomada do jeito petista de governar – focado no social – e destacam a figura presidencial de Lula da Silva, que é fundador e líder maior do partido.
A investida do PT maranhense na guerra da propaganda não é apenas o cumprimento de uma programação partidária no sentido de disseminar suas posições. O que está sendo feito tem a ver com o fato de que o PT e o Lula da Silva de agora encontram-se sob forte pressão oposicionista, que ganhou força gigantesca com a grande fatia que reúne a direita radical e outros aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). E mesmo levando em conta o fato de que o bolsonarismo não “encantou” os maranhenses, conforme atestou a surra que o líder da extrema direita levou do ex-presidente petista nas urnas do estado, o PT entendeu que não dá para baixar a guarda, exatamente por haver acordado muitos direitistas que se encontravam sem perspectiva.
Chama a atenção o fato de o vice-governador Felipe Camarão haver assimilado que no plano nacional o PT dá demonstrações de que envelheceu, assim como o presidente Lula da Silva, que no terceiro mandato como chefe da Nação, governa um país dividido e enfrenta dificuldades na relação com o Congresso Nacional, onde é minoria, perdendo terreno da guerra em matéria de popularidade. Nesse contexto, o vice-governador do Maranhão está, de fato, encarando o desafio de mostrar aos maranhenses e aos brasileiros que ele é uma das personalidades que representam a face moderna do PT. Isso porque, mesmo tendo em seus quadros militantes como a professora Gracielle Muniz e o próprio Francimar Melo, atual presidente do braço maranhense do partido, não há como negar que o PT maranhense também carrega o peso da idade e, por consequência, do desgaste.
Um exemplo cristalino dessa situação está nos preparativos partidários para as eleições municipais no Maranhão. Enquanto PSB, Podemos, PP, MDB e PL avançam lançando candidatos fortes em grandes municípios, o PT vai se conformando em participar do processo como coadjuvante. Como explicar que o partido que detém o poder nacional não esteja disputando o comando de São Luís e dos demais municípios da Ilha de Upaon Açu e de grandes municípios do continente, como Imperatriz, Caxias, Timon, Pinheiro, Santa Inês, entre outros? Onde está a lógica que explica que o único candidato do PT em grandes municípios maranhenses é Toinho da ?????, um grande empresário de direita, que tenta chegar à Prefeitura de Codó dizendo com clareza que nada tem de petista e que só está no partido para “bajular” o presidente Lula da Silva, caso seja eleito?
A campanha publicitária destinada a retirar o PT da atual e perigosa posição defensiva para colocá-lo no polo ofensivo da política nacional é saudável, não só para o partido, mas para o cenário político como um todo. E chega em boa hora, uma vez que esse é um momento de definição cujo desfecho, em outubro, terá forte e decisiva repercussão nas eleições gerais de 2026. E Felipe Camarão certamente está consciente de que terá papel decisivo. A começar pelo fato de que, se o roteiro já traçado no Maranhão para 2026 for cumprido, caberá ao vice-governador levar o PT ao poder no estado, e com o estimulante desafio de mantê-lo no comando estadual vencendo a eleição de governador.
Nos vídeos da campanha, Felipe Camarão parece consciente do seu papel em relação ao futuro do PT no Maranhão.
PONTO & CONTRAPONTO
Pinheiro tem candidato disparado, mas em Barra do Corda a disputa está acirrada
Dois municípios importantes, por serem polos regionais, Pinheiro e Barra do Corda vivem situações pré-eleitorais diferentes. O primeiro tem vários aspirantes, o que pulveriza uma parte do eleitorado, mas tem um candidato forte, que lidera a corrida com folga. O segundo tem até aqui situação inversa, uma vez que ali a disputa para a Prefeitura está polarizada entre o prefeito, que busca a reeleição, e um candidato.
Embalado pelo prestígio pessoal que conquistou e pela força da aliança que se formou ao seu redor, André da Ralpnet, o pré-candidato do Podemos à Prefeitura de Pinheiro teve confirmada sua liderança por pesquisa realizada pelo instituto Inop. De acordo com o levantamento, ele lidera com 45% das intenções de voto contra 25% do suplente de deputado no exercício do mandato João Batista Segundo (PRD). O terceiro colocado é Dr. Kaio (?) com 10,55%, seguido de Geraldo Júnior (?) com 2,85%, Coronel Senilson (?) com 2,45%, Filho do Coqueiro (?) 2,07% e Professor Dimas (?) 1,69%. Nenhum deles 0,94% e indecisos 5,66%
Contratada pelo jornal O Imparcial, a pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 28 de maio, ouviu 531eleitores e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo Nº 09195/2024.
Já em Barra do Corda a situação é exatamente o inverso, uma vez que prefeito Rigo Teles (MDB), que busca a reeleição, polariza a disputa com Dr. Adriano (PRD), não havendo outros aspirantes ao cargo. No meio político até pouco tempo a reeleição do prefeito Rigo Teles era dada como certa. A pesquisa feita pelo instituto Estimativa mostra que, mesmo tendo o prefeito na liderança, o quadro hoje é bem diferente de um mês atrás. Ali o clima é de quase empate.
No cenário estimulado, Rigo Teles aparece com 47,21% das intenções de voto, confirmando a liderança aferida por outras pesquisas. Por outro lado, o pré-candidato da oposição, Dr. Adriano tem 40,47% das intenções de voto, uma diferença de 6,74%, estando os dois pré-candidatos próximos de um empate técnico.
A pesquisa registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-08966/2024 foi realizada pelo instituto Estimativa nos dias 30 e 31 de maio e ouviu 430 eleitores cordenses.
Pendência sobre regras para nomeação de conselheiro do TCE estão superadas
Não existe mais qualquer pendência em relação às regras para a escolha pela Assembleia Legislativa e nomeação, pelo governador Carlos Brandão (PSB) do novo membro do Tribunal de Contas do Estado. O caso ainda está no Supremo Tribunal Federal, com o ministro Flávio Dino, mas as manifestações da Procuradoria Geral da República e da Advocacia Geral da União pelo arquivamento da ação levarão naturalmente à tomada dessa decisão pelo ministro. O preenchimento da vaga aberta na Corte de Contas só depende agora da confirmação do ministro Flávio Dino e de trâmites normais de qualquer processo judicial.
E o motivo dos dois pedidos de arquivamento foi a movimentação correta e eficiente da Assembleia Legislativa sob a presidência da deputada Iracema Vale (PSB). Diante dos questionamentos em relação às regras então vigentes, feitos por deputados da própria base governista, a presidente decidiu apresentar e pautar projetos de Resolução regularizando as regras com a modificação dos itens questionados, E não deu outra: com o aval dos líderes, a presidente colocou os projetos em pauta e conseguiu aprová-los, dando a resposta certa às investidas para suspender o processo.
A definição das novas regras foi comunicada à PGR e à AGU, que pediram o arquivamento.
Em resumo: cumpridos os trâmites do processo judicial pelo Supremo, a Assembleia Legislativa estará liberada para escolher o candidato, elegê-lo e encaminhá-lo para a nomeação pelo governador Carlos Brandão.
São Luís, 09 de Junho de 2024.