Vice de Braide sai do gabinete e participa ativamente de atos e inaugurações

Esmênia Miranda em quatro eventos
liderados por Eduardo Braide
ao longo da semana

Enquanto a movimentação mirando a vaga de vice na chapa do deputado federal Duarte Jr. (PSB) na corrida à Prefeitura de São Luís é intensa, o prefeito Eduardo Braide (PSD) parece não pretender alterar a composição da sua chapa mantendo onde está a sua vice, a professora de História Esmênia Miranda. Depois de algumas especulações sobre composição de chapas para a corrida ao Palácio de la Ravardière, o prefeito Eduardo Braide decidiu mandar recados sobre sua suposta intenção de manter “chapa pura” na sua tentativa de reeleição. A vice-prefeita Esmênia Miranda saiu da sua respeitada discrição e passou a participar de atos e eventos liderados pelo prefeito, principalmente em lançamento e inauguração de obras.

Entre os aliados do prefeito Eduardo Braide, Esmênia Miranda “é a vice ideal”. Mulher, negra e preparada, com formação acadêmica e profissional – tem graduação e mestrado em História -, chegou ao posto de nº 2 da Prefeitura da Capital como uma escolha acertada do então candidato a prefeito. Deu certo, e até hoje mantém a mesma postura, mostrando que sabe com muita clareza qual é o seu papel nesse contexto. Isso ficou mais claro para ela quando, no início da gestão, foi escalada para a Secretaria de Educação. Logo ficou evidente que sua condição de vice-prefeita era um obstáculo, e antes que a situação fosse politizada gerando desgastes, o prefeito a exonerou, mas sem qualquer dano à sua imagem.

Desde a saída da Secretaria Municipal de Educação, Esmênia assumiu a postura e as prerrogativas de uma vice-prefeita clássica: representa o prefeito em muitos eventos, participa de eventos em nome do Governo municipal, faz algumas interlocuções, principalmente na área educacional, que é a sua praia, e representa com eficiência o prefeito e seu Governo em foros sociais, especialmente quando o assunto é identidade racial. Além disso, Esmênia Miranda foge à regra quando o assunto é política. Sua atuação nesse campo minado é restrita e não há registro de que tenha se envolvido em polêmica nessa seara traiçoeira e perigosa. Além disso, não há registro de algum problema ético que tenha criado para o prefeito Eduardo Braide.

Sua entrada no circuito de eventos da Prefeitura de São Luís, sempre posicionada ao lado do titular do cargo, parece uma estratégia em curso, que pode ter duas explicações. A primeira seria um recado claro a pretensos aliados no sentido de que não pretende mudar a composição da chapa e que irá em busca da reeleição tendo-a também como candidata à renovação do mandato. A outra explicação, muito improvável, seria prepara-la para disputar uma cadeira na Câmara Municipal, de modo a ceder a vaga de vice a um partido aliado, o que parece não ser o caso. O fato é que, para um caso ou para outro, a vice-prefeita de São Luís saiu do gabinete e vem sendo parte ativa da comitiva do prefeito nos mais diversos eventos da administração municipal.

A dois meses das convenções, o prefeito Eduardo Braide ainda não sinalizou com clareza com quais partidos o PSD vai se aliar nas eleições de outubro. Sabe-se que ele poderá ter o MDB como aliado, que está conversando com o Republicanos e que poderá ter um entendimento com o PDT, caso a pré-candidatura do ex-vereador Fábio Câmara não emplaque – são fortes as evidências de que dificilmente emplacará. Nesse contexto é provável que a vaga de vice entre numa negociação, o que é normal em qualquer movimento para montagem de chapa para cargo executivo. Mas pode ser também que o prefeito negocie alianças sem colocar a vice como moeda de troca.

E pelo menos até aqui, mesmo levando em conta as surpresas que a política produz, parece que é o que vai acontecer.

PONTO & CONTRAPONTO

Prefeita afastada de Paço do Lumiar se diz vítima de “golpe político”

Paula Azevedo se defende em vídeo

Uma semana depois de ter sido afastada judicialmente do cargo por 50 dias, na esteira de uma crise causada por suspeitas de corrupção levantadas pelo Gaeco, e em meio à fanfarra comandada pelo prefeito interino Ivaldo Pereira, seu vice, que nomeou parentes para o secretariado, a prefeita de Paço do Lumiar, Paula Azevedo (PCdoB), divulgou ontem vídeo no qual ela diz que seu afastamento foi um ato político. 

Queridos amigos e amigas de Paço do Lumiar.

Já deu para perceber quer o que acontece em Paço do Lumiar é um golpe político. Como não conseguiram no voto, estão fazendo comigo o que fizeram com o nosso presidente Lula. Sua fala foi a seguinte:

“Mas o povo da nossa cidade já acordou e está vendo a forma vil, ultrajante e injusta de me afastar da atribuição que vocês, lumiense, me confiaram.

A nomeação tão rápida de parentes e a citação e agradecimento a Fred Campos mostram que esse jogo não tem nada a ver com o bem-estar da população e sim de interesses próprios.

Sigo tranquila e serena na certeza de que tudo vai se resolver da forma mais justa possível. Tenho plena confiança na Justiça e acredito que a verdade vai prevalecer.

Estou com o povo de Paço do Lumiar, assim como o povo está comigo. Juntos, vamos superar mais essa dificuldade e continuar lutando, para que a nossa cidade continue avançando como nunca.

Agradeço a todos pelo apoio e confiança. A todas as mulheres que criaram o movimento Golpe Não! Assim me fazem ter a certeza de que estamos no rumo certo.

A nossa força vem da união e do amor por Paço do Lumiar.

Vamos juntos seguir em frente com fé e esperança”.

Deputados federais respondem a ações judiciais que vão de difamação a “furto qualificado”

Josimar de Maranhãozinho, Detinha,
Junior Lourenço e Márcio Jerry:
pendências judiciais diferentes

Importante e oportuna a informação sobre as pendências judiciais de membros da bancada federal do Maranhão. Apenas quatro deputados federais encontram-se listados nesse limbo judicial: Detinha (PL), por Crime de Responsabilidade; Josimar de Maranhãozinho (PL), por Furto Qualificado; Junior Lourenço (PL), por Crime de Responsabilidade, fraude, perturbação, uso irregular de verba pública, recusa, retardamento de informação e apropriação indébita previdenciária, e Márcio Jerry (PCdoB), por crime de difamação, que deu e nada, porque a denunciante mentiu ao fazer a acusação.

O processo contra a deputada Detinha tem a ver com seu mandato de prefeita de Centro do Guilherme, anos atrás. Junior Lourenço responde a todas essas ações desde que foi prefeito de Miranda do Norte. Márcio Jerry foi acusado de difamação pela deputada bolsonarista Julia Zanata (PL-SC), que o acusara de assédio durante uma sessão da CCJ da Câmara Federal, mas deu em nada.

Ao responder a ações por crime de responsabilidade, Detinha e Junior Lourenço são apontados como indivíduos que em função pública cometeram “abuso de poder ou violação de dever inerente a seu cargo, emprego ou função”.

O deputado Josimar de Maranhão responde pelo crime mais chocante: Furto Qualificado, que é furto “quando cometido com destruição ou quebra de obstáculo à subtração do objeto, com abuso de confiança ou mediante fraude, escalada ou destreza, com o emprego de chave falsa, ou mediante concurso de duas ou mais pessoas. Em tais casos, o agente revela caráter corrompido, ou maior temibilidade, fatos que propiciam o aumento da penalidade”.

Difícil imaginar um deputado federal respondendo por Furto Qualificado.

Em Tempo: a informação é originalmente do portal Congresso em Foco, e foi divulgada no Maranhão pelo bem informado Blog do John Cutrim. E a definição de cada crime foi extraída pela do “Dicionário Jurídico”, de Wagner Veneziani Costa e Marcelo Aquaroli.

São Luís, 07 de Junho de 2024.

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