Ação destacada no Governo transforma Dino em alvo de “fogo não tão amigo” e ataques inimigos

Flávio Dino tem seu futuro nas mãos de Lula da Silva

Estar sendo apontado como favorito para a vaga no Supremo Tribunal Federal a ser aberta com a iminente aposentadoria da ministra Rosa Weber, ter conversado durante duas horas com o presidente Lula da Silva (PT) e ter saído da conversa pensativo, ter ido ao Santuário de Aparecida pedir “proteção” e ser atacado intensamente, de um lado, por uma banda do PT e, de outro, bombardeado diuturnamente pela falange cibernética bolsonarista tem tornado os dias do ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, bem mais difíceis do que os desafios que teve de enfrentar no comando da pasta desde que a assumiu, no início de janeiro. De longe o mais exposto, ativo e preparado entre os atuais integrantes da Esplanada dos Ministérios, o senador licenciado Flávio Dino parece, de fato, está vivendo um dilema e tanto: aceitar ou não a indicação para a Suprema Corte, ao mesmo tempo em que enfrenta armações e conspirações diversas para lhe minar o prestígio.

Tudo isso é explicado por uma situação: Flávio Dino se tornou uma referência política nacional e, por conta disso, entrou la lista dos nomes que poderão disputar a presidência da República em 2026, caso o presidente Lula da Silva decida não tentar a reeleição. Essa possibilidade – muito remota, vale dizer – foi reforçada pelo desempenho do ex-juiz federal, ex-deputado federal, ex-governador reeleito e atual senador pelo Maranhão à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Não apenas no aspecto gerencial, mas também pelo posicionamento político no embate aos adversários do Governo do PT, principalmente a falange da extrema direita raivosa ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Salvo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que foi derrotado por Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2018, e que segundo os especialistas está fazendo bons ajustes na economia, apesar da má vontade de setores do PT mais à esquerda, e da direita liberal, nenhum outro ministro tem a visibilidade e a determinação para o enfrentamento como Flávio Dino. Essa movimentação incomoda todos os interessados na corrida presidencial. Tanto que, além do ranço ideológico e o oceânico fosso que os separam do ministro da Justiça, os chefes oposicionistas, aí incluídos os familiares do ex-presidente Jair Bolsonaro, atacam o ministro também motivados pela ideia fixa de afasta-lo da luta pelo poder maior em 2026. E como sabem ser muito difícil enfrenta-lo no embate direto, face-to-face, montam armadilhas para tentar fisga-lo. Até aqui perderam todas.

Observadores mais atentos têm apontado a escalada da violência no Rio de Janeiro e em Salvador como algo anormal, muito além do que a realidade distorcida costuma produzir. E para alguns especialistas, essa anormalidade pode ser uma ação “induzida” pelos chefões do crime, interessados em fragilizar o Governo do presidente Lula da Silva responsabilizando o ministro da Justiça e Segurança Pública pela situação. Só que Flávio Dino tem experiência e argúcia suficientes para perceber o jogo. Tanto que ontem mesmo iniciou uma resposta pesada no Rio de Janeiro, em parceria com o Governo fluminense, que certamente vai dar o que falar. Se o jogo endurecer, a ala petista empenhada em fragiliza-lo, assim como seus adversários bolsonaristas o acusarão de exagero, como têm feito em alguns casos. Mesmo tendo consciência de que não há outro caminho para frear o crime organizado.

A obstinação dessa turma em enfraquecer o Governo e em arranhar a imagem política do ministro Flávio Dino está chegando às raias da mediocridade política, porque o cidadão distanciado desse jogo, mesmo politicamente não identificado com o ministro, está enxergando com clareza a atuação dele para recolocar o Brasil na rota da estabilidade. E sabe que ele continuará nessa linha como ministro da Justiça, como ministro do Supremo ou  como senador da República. E com o aval do presidente Lula da Silva e a proteção da Virgem de Aparecida.   

PONTO & CONTRAPONTO

Assembleia vive tarde agitada com a presença de dois ministros e um encontro do PT

Juscelino Filho e Iracema Vale entre Márcio Jerry, Roberto Costa, Antônio Pereira,
Carlos Lula, Ana do Gás e Fernando Braide à esquerda, e Carlos Baigorri, Amanda
Gentil, Márcio Honaiser, Ricardo Arruda, Cláudio Cunha e Neto Evangelista à direita

Normalmente tomada pela calmaria nas tardes de sexta-feira, a Assembleia Legislativa viveu ontem um dia especialmente movimentado com a presença de dois ministros – Juscelino Filho das Comunicações, e Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, ambos recebidos pela presidente da Casa, deputada Iracema Vale (PSB), e vários deputados.

 A visita do ministro Juscelino Filho já estava programada para o evento em que ele anunciou que São Luís será a primeira capital do Brasil a receber a “Blitz do Monitoramento e da Inspeção da Qualidade do Serviço da Telefonia Móvel”. O ministro das Comunicações, que estava acompanhado do presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, também anunciou providências para melhorar a qualidade dos serviços de telefonia móvel no estado.

No meio da tarde, os bastidores da política foram agitados pela informação de que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, teria feito “uma visita de surpresa” à presidente Iracema Vale. De fato, o ministro da Justiça esteve na Assembleia Legislativa. E diante da agitação causada, o próprio Flávio Dino respondeu a uma indagação da Coluna, esclarecendo o “mistério” que não existiu:

“Fui convidado a uma entrevista na TV Assembleia sobre os 35 anos da Constituição. Com Paulo Velten (desembargador-presidente do Tribunal de Justiça) e Gastão Vieira (ex-deputado federal constituinte), pessoas pelas quais tenho muito respeito. Então a presidente Iracema Vale e alguns deputados fizeram a gentileza de me receber. Fiquei feliz”.

E para completar, um dos auditórios do Palácio Manoel Beckman foi ocupado por uma animada Reunião de Mobilização do PT.

PDT perde Nato Jr. e vira partido nanico na Câmara de São Luís

Nato Jr. deixa o PDT: pontos a
menos para Weverton Rocha

O PDT perdeu ontem mais peso e entrou no risco de se tornar um partido nanico na Câmara Municipal de São Luís. Numa iniciativa que já vinha sendo sussurrada nos bastidores, o vereador Nato Jr. anunciou sua saída do partido, que agora fica com apenas dois vereadores: Raimundo Penha e Pavão Filho.

A saída do vereador Nato Jr. é mais um golpe no prestígio do senador Weverton Rocha. Sob seu comando, o partido criado por Jackson Lago e que já dominou amplamente a política da Capital, inclusive com bancadas poderosas, virou um partido nanico, com apenas duas das 31 cadeiras do parlamento ludovicense.

Vale registrar que o PDT tem quatro deputados estaduais, mas nos bastidores parlamentares já corre solto de que pelo menos dois deles não deixaram ainda o partido por causa do risco de perder o mandato.

O vereador Nato Jr. decidiu migrar para o PSB, pelo qual tentará a reeleição alinhado à candidatura do deputado federal Duarte Jr. à Prefeitura de São Luís.

São Luís 30 de Setembro de 2023.

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