Pré-candidatos do grupo de Dino têm agora o desafio de viabilizar seus projetos de poder

 

Carlos Brandão, Weverton Rocha, Josimar de Maranhãozinho e Simplício Araújo têm agora espaço para se tornarem protagonistas da corrida aos Leões

Os ajustes partidários e o início das consultas para a escolha do candidato que disputará o Palácio dos Leões envergando o estandarte da aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PSB) criaram o ambiente para que o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDT), o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e o secretário de Indústria e Comércio Simplício Araújo (Solidariedade) assumam de vez o protagonismo do processo sucessório, e usem seus recursos e habilidade política para consolidar seus projetos de poder. A reunião de Segunda-Feira (05) funcionou como tiro para a largada, se não oficial, efetiva dos quatro aspirantes ao cargo de governador do Maranhão na direção dos partidos em busca de suporte para a viabilização das suas candidaturas. De agora por diante, a estratégia mais eficiente será conversar, conversar e conversar. Isso porque no âmbito da aliança dinista nenhum dos pré-candidatos tem favoritismo sólido dentro do grupo, e todos têm plena consciência de que agora é com eles. E com uma vantagem, além da possibilidade de o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr., vir a ser candidato pelo PSD, não há sinais de vida no campo oposicionista.

O vice-governador Carlos Brandão tem dito a aliados que não mudará a sua linha de ação, que consiste na conversa com chefes de partidos, prefeitos, vice-prefeitos, ex-prefeitos e vereadores de todo o Maranhão, e nas incursões pelo interior do estado. Ele garante que não faz restrição a nenhuma oferta de apoio, e diz que está disposto a conversar até com adversários. Nas contas de aliados seus, Carlos Brandão hoje contaria nada menos que 70 prefeitos dos mais diversos partidos. Na sua estratégia de pré-candidato, o vice-governador vai tentar atrair o apoio de Josimar de Maranhãozinho, com quem conversa com frequência, e de Simplício Araújo. E até onde for possível, manterá aberto um canal de diálogo com o pré-candidato do PDT, o seu concorrente mais forte. Os dois pontos mais fortes do seu projeto é o aval do governador Flávio Dino e a condição de governador a partir de Abril do ano que vem.

O senador Weverton Rocha vai dar continuidade à sua intensa pré-campanha, utilizando os meios que lhes são proporcionados pela condição de congressista e líder de um partido forte. Além da visibilidade que alcança usando espaços publicitários ostensivos nas TVs abertas e em programas de TV e em emissoras de rádio, Weverton Rocha joga bom com os recursos de emendas que vem distribuindo nas mais diversas regiões do estado. Nas contas de apoiadores seus, ele teria hoje o apoio de pelo menos 80 prefeitos, vários ex-prefeitos e uma penca expressiva de vereadores. Além disso, tem o respaldo de presidente de vários partidos, como DEM, PSL e PP, que estão divididos internamente. Weverton Rocha é um político arrojado, experiente na superação de obstáculos, e disposto a chegar aos Leões.

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho continua afirmando que será candidato a governador. Na condição de pré-candidato, ele participou da reunião com o governador Flávio Dino e não deu sinal de que sairá da disputa majoritária. A opinião geral no meio político é a de que sua candidatura é uma estratégia para ocupar espaço no tabuleiro sucessório, talvez em busca da vaga de vice numa chapa de peso, seja com Carlos Brandão, seja com Weverton Rocha, ou até mesmo com o senador Roberto Rocha, com quem mantém canal de comunicação e conversa com frequência. Uma análise mais fria sobre seus movimentos conclui, sem maiores esforços, que ele vai continuar deputado federal bem votado. Há, porém, quem o veja como candidato a vice-governador.

O secretário Simplício Araújo dificilmente avançará no projeto de disputar o Palácio dos Leões. Sua pré-candidatura é saudável, abre horizontes nesse espaço fechado, mas, pelo menos até aqui, não tem suporte para seguir em frente, a menos que esteja disposto a abrir mão de uma eleição quase certa para a Câmara Federal.

Não resta dúvida de que na aliança comandada pelo governador Flávio Dino só o vice-governador Carlos Brandão e o senador Weverton Rocha têm condições de levar em frente os seus projetos de poder.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Se a eleição fosse agora, Brandão e Weverton dividiriam votos nos 10 maiores municípios

Os 10 maiores municípios do Maranhão – São Luís (706 mil), Imperatriz (170 mil), Timon (108 mil), São José de Ribamar (106 mil), Caxias (101 mil), Codó (73 mil), Açailândia (72 mil), Paço do Lumiar (68 mil), Bacabal (62 mil) e Balsas (60 mil) -, que totalizam 1,5 milhão de eleitores, terão peso decisivo nas eleições do ano que vem. Só que não formarão uma base homogênea para nenhum dos possíveis candidatos ao Palácio dos Leões. A começar pelo fato de que esses municípios são comandados por prefeitos nada articulados.

Se a eleição para governador fosse agora e os candidatos fossem o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDTT) e o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD), a divisão de votos seria imprevisível. Em São Luís, por exemplo, que tem força para decidir a eleição, não se sabe ainda qual seria o caminho do prefeito Eduardo Braide (Podemos) nem o peso da sua influência sobre o eleitorado, o que tornaria a disputa acirrada e de resultado imprevisível. Em Imperatriz, o segundo mais importante colégio eleitoral, o prefeito Assis Ramos (DEM), reeleito com apenas 25% dos votos, teria pouco peso na corrida aos Leões. Em Timon, a influência dos Leitoa provavelmente levaria grande parte do eleitorado para Weverton Rocha. Em Caxias, o prefeito Fábio Gentil (Republicanos), certamente mobilizaria grande parte do eleitorado para Carlos Brandão. Em Codó, o prefeito José Francisco (PSD) poderia incluir Edivaldo Holanda Jr. na disputa, que já seria acirrada entre Weverton Rocha e Carlos Brandão. Em Açailândia, o prefeito Aluísio Souza (Republicanos) poderia apoiar Carlos Brandão ou Weverton Rocha. Já em Paço do Lumiar, tudo indica que a prefeita Paula da Pindoba (PCdoB) seguiria a orientação do seu partido, que tende a apoiar Carlos Brandão. Já em Bacabal, o prefeito Edvan Brandão (PDT), apoiaria Weverton Rocha, candidato do seu partido. Weverton Rocha certamente teria o apoio do prefeito de Balsas, Éric Silva, um dos esteios do PDT no Maranhão.

Como é possível perceber nesse exercício, um terço do eleitorado do Maranhão concentrado nos 10 maiores municípios teria divisão equilibrada entre Carlos Brandão e Weverton Rocha, com pouco espaço para Edivaldo Holanda Jr..

 

Filiação de Felipe Camarão ao PT torna imprevisível a disputa para a Câmara Federal

Felipe Camarão: confirmado no PT

A confirmação da filiação de Felipe Camarão ao PT, e a forte inclinação da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) de entrar na briga por mandato de deputada federal reforçam, em caráter definitivo, a avaliação, feita há meses pela Coluna, de que a disputa para as 18 cadeiras da Câmara Federal será uma das mais disputadas dos últimos tempos. Além dos deputados federais candidatos à reeleição, a começar pelos pesos pesados Márcio Jerry e Rubens Jr. (PCdoB) e Bira do Pindaré (PSB), outros pré-candidatos do núcleo central do Governo Flávio Dino, a exemplo de Carlos Lula (Saúde) e Jefferson Portela (Segurança), ambos filiados ao PSB, estão na briga. E se o deputado Duarte Jr. (PSB) confirmar candidatura à Câmara Federal, a disputa ganhará uma enorme carga de imprevisibilidade.

São Luís, 11 de Julho de 2021.

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