Em meio ao ataque cruel e impiedoso do novo coronavírus e da malha de desacertos e incertezas que o Governo da República vem tecendo sob o País, as eleições municipais mostraram à Nação que o Brasil ainda é regido por uma democracia e que a solução dos problemas da Federação está na política, queiram ou não os que pensam diferente. Nesse período sombrio, o Maranhão foi uma prova disso. Foi gerido por um Governo ajustado, comandado por um líder que que se move pelos mais corretos vieses da política. Nesse contexto, vários líderes, todos da nova geração, atuaram alinhados ou na contramão do Governo, tendo alguns reforçado o desempenho positivo do comando maior, e outros enveredado pela arriscada fronteira do pró e do contra. Todos, porém, se movimentaram dentro dos limites do que é possível em política sem o risco de rupturas traumáticas. Utilizando dados de observação dos movimentos, a Coluna destaca, com impressões próprias, a atuação de 10 personalidades que “causaram” ao longo do ano, colocando-se como diferenciais no período e se credenciando para o que vem por aí.
Flávio Dino (PCdoB) – O governador do Maranhão foi, de longe, o maior nome do Maranhão em 2020, alcançando projeção regional e nacional. Ao longo do ano, atuou com eficiência no comando do Governo, produzindo resultados que reforçaram o todo alcançado nos cinco anos passados. Fez a diferença no combate à pandemia do coronavírus: montou uma megaestrutura hospitalar, mobilizou equipes médicas, saiu vitorioso na guerra planetária por respiradores, garantiu uma política de testes mais eficiente do que na maioria dos estados e colocou o Maranhão entre os entes federados com melhor desempenho na luta contra a pandemia. Manteve posição de crítico implacável do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas se manteve na linha que lhe permitiu uma relação institucional possível com o Palácio do Planalto. Nas eleições, contabilizou a vitória de aliados em mais de 70% dos municípios, ainda que o PDT tenha perdido o comando de São Luís. E consolidou posição no cenário político nacional como um dos mais importantes líderes da esquerda.
Edivaldo Holanda Jr. (PDT) – Após dois mandatos, deixa a Prefeitura de São Luís reconhecido como bom gestor e embalado por um imenso portfólio de obras, entre elas as que mudaram a feição do Centro com a restauração do eixo Deodoro-Pedro II, passando pela Rua Grande, Largo do Carmo e Praça João Lisboa. Deixa a cidade com malha viária trafegável e um transporte de massa em processo de melhoria. Fez investimentos na Saúde e na Educação, mas deixa as duas áreas ainda exigindo várias e urgentes soluções. Tem afirmado que passará ao sucessor uma Prefeitura financeiramente ajustada. No campo político, fecha 2020 marcado pelo isolamento que ele próprio se impôs ao se omitir da guerra eleitoral, para evitar desgastes e manter o cacife que conseguiu na prefeitura com o apoio decisivo da aliança liderada pelo governador Flávio Dino.
Eduardo Braide (Podemos) – Foi o grande vencedor das eleições municipais, confirmando seu favoritismo e se elegendo prefeito de São Luís numa disputa que envolveu um quadro de bons candidatos. Com a eleição, recoloca a São Luís na tradicional posição de Oposição ao Governo do Estado, o que gera uma forte expectativa política e administrativa. Ao mesmo tempo, ganhou projeção estadual e termina o ano como referência para a formação de uma corrente oposicionista na disputa do poder estadual. É apontado por alguns observadores como futuro chefe da Oposição no Maranhão.
Carlos Brandão (Republicanos) – Ao longo do ano, o vice-governador consolidou mais ainda a posição de aliado ativo, prestativo e detentor da plena confiança do governador. Mergulhou em articulações durante o processo eleitoral e viu seu partido sair das urnas robustecido com três dezenas de prefeituras e centenas de vereadores. Fecha 2020 cacifado para levar em frente o seu projeto de disputar o Palácio dos Leões na condição de governador, projeto que ganhou força depois que o governador Flávio Dino admitiu deixar o cargo para encarar as urnas em 2022. A decisão significa que o vice será governador a partir de abril daquele ano.
Weverton Rocha (PDT) – Um dos políticos mais arrojados e determinados da sua geração, o senador foi bem-sucedido no exercício do mandato, ocupando espaço amplo no Senado, com expressiva produção legislativa e forte atuação como opositor do Governo Jair Bolsonaro. Como líder partidário, foi um dos mais ativos nas eleições municipais, o que foi decisivo para que o PDT saísse das urnas com quatro dezenas de prefeitos. O desastre em São Luís, que tirou o PDT do comando municipal, pesa no seu currículo, mas não há dúvida de que o senador tem cacife forte e segue como nome de proa para o Governo do Estado.
Othelino Neto (PCdoB) – O presidente da Assembleia Legislativa viveu 2020 como o principal protagonista do parlamento estadual e muito bem situado no cenário político e eleitoral. Comandou o Poder Legislativo com eficiência diante dos desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus, mantendo-o funcionando por meio de sessões remotas e garantiu o cumprimento de extensa pauta, o que fortaleceu sua liderança na Casa. Politicamente, Othelino Neto foi um dos líderes mais ativos na corrida eleitoral, apoiando candidatos e contribuindo decisivamente para a eleição de muitos aliados, inclusive a da sua mulher, Ana Paula Lobato (PDT), vice-prefeita de Pinheiro. O fato de haver se distanciado da disputa em São Luís após a saída do candidato do PCdoB em nada alterou sua posição dentro do partido e da aliança governista.
Fábio Gentil (Republicanos) – O prefeito de Caxias fecha o ano como uma das mais importantes lideranças políticas do Maranhão na atualidade., apesar dos revezes que sofreu, como a perda do pai e inspirador, o deputado José Gentil (Republicanos). E a explicação está no seu excelente desempenho administrativo, fator que levou 75% dos eleitores da Princesa do Sertão a renovar-lhe o mandato numa vitória anunciada com larga antecedência. Os seus surpreendentes resultados como gestor e nas urnas o instalaram no posto de líder maior do município e o credenciaram para voos mais altos no porvir.
Luciano Leitoa (PSB) – O prefeito de Timon e presidente estadual do PSB mostrou forte liderança no seu município, com reflexos fora dele. No final do segundo mandato e diante do coronel/PM Scheneiddder (Republicanos), um outsider que surgiu como novidade no município e que durante meses liderou com folga as pesquisas de intenção de voto, Luciano Leitoa lançou uma mulher, Dinair Veloso (PSB), colocou suas forças em movimento, virou o jogo e levou sua candidata a uma vitória com folga e sem traumas. Mesmo com o modesto desempenho do PSB no estado, Luciano Leitoa fecha o ano fortalecido no cenário político estadual.
Eliziane Gama (Cidadania) – A senadora maranhense fecha 2020 em dois planos, o legislativo, em que teve uma performance indiscutivelmente positiva, e o político, no qual sua participação está marcada pela controvérsia. Eliziane Gama exerceu seu mandato senatorial com plenitude: produziu no campo legislativo, com várias proposições importantes, e foi ativa e coerente na tribuna, mantendo um discurso firme de opositora ao Governo Jair Bolsonaro. Frequentou bem os rankings de avaliação de desempenho no Congresso Nacional e se posicionou com equilíbrio nas questões graves, como a pandemia do novo coronavírus. Politicamente, teve participação modesta nas eleições municipais, nas quais seu partido, o Cidadania, simplesmente não existiu. Entra na nova década em alta como parlamentar, mas precisando resolver sua situação partidária.
Márcio Jerry (PCdoB) – Deputado federal e presidente do PCdoB, no Maranhão, viveu um ano agitado, dividido entre as tarefas de vice-líder do seu partido na Câmara Federal, com o desafio permanente de atuar como opositor ferrenho do Governo Jair Bolsonaro e a responsabilidade de comandar seu partido nas eleições municipais. Fez bem a sua parte como parlamentar, atuando como legislador, como debatedor e como articulador no âmbito das bancadas de centro-esquerda, e de esquerda. Na tribuna, foi duro e não fez concessões ao presidente da República. No campo partidário, viu sua legenda perder espaços na seara municipal. Fecha 2020 com o desafio de dar suporte ao governador Flávio Dino na tarefa de preparar as forças governistas para as eleições de 2022.
PONTO & CONTRAPONTO
Pandemia e eleições municipais consolidaram a posição de vários líderes partidários da nova geração
O deputado federal Juscelino Rezende, presidente estadual do DEM, se destacou como um dos articuladores da aliança que seu partido amarrou com o PDT, que fracassou em São Luís, mas funcionou em outros municípios. O maior trunfo do DEM foi a reeleição do prefeito de Imperatriz, Assis Ramos. Na Câmara Federal, se destacou na bancada democrata, que lhe deu a tarefa de presidir o Conselho de Ética.
O deputado estadual Roberto Costa fecha o ano como o homem-forte do MDB no Maranhão, com o mérito de ter evitado a derrocada total do partido e de recolocá-lo no cenário político do estado como uma força em recomposição. Roberto Costa termina a década como um dos principais articuladores da Assembleia Legislativa, mantendo oposição moderada ao Governo e mantendo abertos canais de entendimento em relação a questões complicadas. Caminha para a presidência do MDB.
Chefe do PP no Maranhão, o deputado André Fufuca também fecha o ano em alta com seu partido. Nas eleições municipais, o PP teve desempenho considerável, como a reeleição acachapante do prefeito de Pinheiro, Luciano Genésio, e a volta de Fufuca Dantas à Prefeitura de Alto Alegre do Pindaré, entre outras vitórias expressivas.
Enquanto o PTB mergulha num precipício no plano nacional, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes tirou o partido do limbo no Maranhão com a eleição de uma dúzia de prefeitos, num dos melhores desempenhos dos últimos tempos. Ele fecha o ano com estatura elevada dentro da bancada do PTB, que ainda lidera na Câmara Federal.
Cléber Verde fecha 2020 como um dos mais bem-sucedidos líderes partidários do estado, mas ao mesmo tempo abalado por uma tragédia familiar. Com o apoio decisivo do vice-governador Carlos Brandão, o deputado levou seu partido ao topo com a eleição de três dezenas de prefeitos. Seu desempenho, porém, foi fortemente abalado pelo brutal assassinato dos seus pais, vítimas de latrocínio numa fazenda em Lago Verde.
Josimar de Maranhãozinho: saiu das eleições no paraíso, mas termina o ano no purgatório
Enquanto os principais líderes partidários maranhenses contabilizaram ganhos e perdas no embate eleitoral nos municípios e se credenciaram para continuar no comando das suas agremiações, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, chefe maior do PL no estado, saiu das urnas pronto para ser reconhecido como grande líder, mas foi brecado pela Polícia Federal no lado escuro da sua atuação política. O parlamentar festejou a eleição de quatro dezenas de prefeitos e começava a se preparar para dar o grande salto em direção ao Palácio dos Leões, quando, após meses de investigação na chamada Operação Descalabro, e cumprindo ordens do Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal invadiu endereços ligados ao deputado e encontrou neles milhões de reais em espécie, que segundo o Ministério Público Federal (MPF), seriam fruto deum esquema de desvio de dinheiro de emendas parlamentares. Segundo o MPF, Josimar de Maranhãozinho seria o chefe maior de um grande esquema de corrupção com o dinheiro das emendas para a Saúde. O líder do PL nega tudo, mas imagens da dinheirama não-explicada correram o mundo, chocaram o Brasil e mergulharam os maranhenses na perplexidade e na indignação, e funcionaram como uma bomba devastadora sobre o projeto de poder do chefe do PL. Ao contrário dos outros líderes partidários, Josimar de Maranhãozinho termina 2020 mergulhado na incerteza quanto ao seu futuro político.
São Luís, 30 de Dezembro de 2020.
O que é sustentável para o Brasil:
educação de alto nível. Alta cultura.
O que o Brasil precisa: Escolas boas e hospitais. O resto deixa que o povo faz.
E atenção, jamais votem em Partido Cafona e Kitsch: a saber, o Partido dos Trabalhadores®, PT®. Vigarista.
TODO petista, sem exceção, rumina DIRETO, uma vez que são GADO da medíocre dilma© e do aPedeuTa e ignorante lula®, — o vigarista.
Em vez de se construir hospitais, durante a “Copa das Copas©” (do PT®) construiu se prédios inúteis. O PT® é desgraçado.