Até aqui candidatos de peso têm evitado disparar críticas à gestão de Edivaldo Holanda Júnior

 

Edivaldo Holanda Júnior pode pode não ser alvo de ataque de Rubens Júnior, Neto Evangelista, Duarte Júnior, Bira do Pindaré e até de Eduardo Braide na campanha

A corrida para a Prefeitura de São Luís pode acontecer sem que os candidatos que exibem musculatura política e partidária e estão entre os melhor posicionados na preferência do eleitorado, segundo as últimas pesquisas, tentem conquistar votos disparando chumbo grosso contra a administração do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Por motivos diversos, o formato e a base das candidaturas de Eduardo Braide (Podemos), Duarte Júnior (Republicanos), Neto Evangelista (DEM), Rubens Júnior (PCdoB) e Bira do Pindaré (PSB) impedirão que eles façam seus discursos de campanha atacando a atual gestão, tanto no aspecto administrativo, quanto no que diz respeito ao padrão ético que a norteou durante oito anos. Isso não significa dizer que serão indiferentes em relação ao que foi feito e ao que deixou de ser feito nos últimos oito anos, até porque, mesmo tendo melhorado muito nas últimas décadas, tendo o atual prefeito colaborado expressivamente para isso, São Luís ainda é uma cidade com gigantescos desafios estruturais cuja solução depende da eficiência das suas futuras gestões.

O candidato do PCdoB, Rubens Júnior, vai para o embate eleitoral com um discurso afinado com o prefeito Edivaldo Holanda Júnior, de quem espera apoio declarado e esforçado na hipótese de passar para o segundo turno. O prefeito é rigorosamente alinhado ao governador Flávio Dino (PCdoB) e tem comentado nos bastidores que não se envolverá no primeiro turno, mas que seu candidato será o nome a ser apoiado pelo governador no segundo turno. Rubens Júnior aposta alto nesse apoio, tanto que já disse e repetiu inúmeras vezes que Edivaldo Holanda Júnior entregará ao futuro prefeito uma cidade bem melhor do que a que ele recebeu do antecessor João Castelo em 2012. O seu mote será resolver o que está por fazer e cuja solução não pôde ser dada pela atual gestão.

Neto Evangelista encontra-se numa situação delicada em relação à gestão de Edivaldo Holanda Júnior. Os dois não se toleram, guardam potes de mágoas da campanha de 2012, quando Neto Evangelista, então no PSDB, foi candidato a vice-prefeito de João Castelo. Poderia fazer uma campanha atirando na atual gestão, mas não pode fazê-lo porque o prefeito é do PDT, partido comandado pelo senador Weverton Rocha, principal fiador do projeto eleitoral do candidato do DEM, que além disso tem como vice Luzimar Lopes, uma pedetista de proa, que participou da atual gestão. Não se sabe ainda se Neto Evangelista vai elogiar ou ignorar a atual gestão. O que se sabe é que, mesmo não tendo o apoio do prefeito, ele não tem como atacar o prefeito e sua gestão, que significaria atirar no PDT, que além da vice, está lhe dando o apoio da sua poderosa e influente militância, preciosos minutos de rádio e TV, além do apoio incansável do senador Weverton Rocha e dos vereadores do partido fundado por Jackson Lago e Neiva Moreira.

Movido pela garra e pela imprevisibilidade, Duarte Júnior vem se mostrando cauteloso em relação à gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Sua declaração mais forte até agora nesse campo delicado foi a de que, se eleito, dará “um choque de gestão” na Prefeitura de São Luís. E como não detalhou o que fará e nem como fará, ficou no ar a dúvida de que não se tratou de uma crítica ao prefeito. É certo que não fará um discurso hostil em relação ao prefeito, a começar pelo fato de que, se for para o segundo turno, espera contar com o apoio dele e do seu partido, o PDT. Bira do Pindaré vive a mesma situação dos demais candidatos do campo governista em relação à gestão do atual prefeito, mas é ousado e preparado o suficiente para eventualmente disparar críticas indiretas à gestão pedetista.

Dos candidatos que de fato estão na disputa, Eduardo Braide é o que tem posição mais independente em relação ao prefeito Edivaldo Júnior, de quem foi adversário duro em 2016, chegando a ameaçar a sua reeleição. Os dois são adversários política e partidariamente. Nos últimos quatro anos, Eduardo Braide acompanhou de longe a gestão do pedetista, fazendo eventuais observações, mas evitando a provocação de um confronto. Mesmo quando saiu das urnas de São Luís com mais de 140 mil votos para deputado federal, o hoje candidato do Podemos se manteve distante do confronto, deixando claro tratar-se de uma estratégia diretamente relacionada com o seu projeto de sucedê-lo no gabinete principal do Palácio de la Ravardière.

Essa é uma fotografia do momento, que pode mudar radicalmente em meio à evolução da campanha.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Nenhuma surpresa na declaração de apoio do ex-presidente Lula a Rubens Júnior

Rubens Júnior entre Lula da Silva e Flávio Dino: confirmado o apoio do petista e do seu partido

Estranhas as manifestações de surpresa por causa da declaração de apoio do ex-presidente Lula da Silva à candidatura de Rubens Júnior. O ex-presidente cumpriu fielmente o seu papel nessa relação entre o PCdoB e o PT, que tem altos e baixos, mas se mantém inalterada desde que a agremiação petista foi abandonada pelo MDB no processo que culminou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Durante meses, PT e PCdoB, jogaram um xadrez complicado envolvendo a troca de apoio em centenas e centenas de municípios nas mais diferentes regiões do País. Nesse jogo, petistas e comunistas se abraçaram e se deram as mãos, fechando coligações, mas também passaram rasteiras um no outro, como fazem partidos de todas as cores e credos em qualquer lugar do planeta. O caso de São Luís, por se tratar de um pedado do País estratégico para os dois partidos, também envolvendo uma forte discussão sobre corrida presidencial em 2022, ganhou importância na discussão, o que tornou o jogo mais complicado, mas com resultado absolutamente previsível. O acordo para a disputa em São Luís foi selado dentro do que já estava desenhado havia tempo, com os dois partidos apenas aguardando a hora mais conveniente para anunciar. E o PT entrou tão forte na aliança com o PCdoB que indicou o seu quadro mais forte em São Luís, vereador Honorato Fernandes, para vice de Rubens Júnior. Nada que justifique a surpresa com a comemoração enfática do ex-presidente Lula da Silva.

 

Timon: Cel. Schnneyder perde força e é ameaçado por Socorro Waquim e Dinair Veloso

Cel. Schnneyder corre sério risco de ser atropelado por Socorro Waquim e Dinair Veloso na disputa em Timon

Começa a acontecer Timon o que observadores políticos experientes previram semanas atrás: surgido na onda bolsonarista como um outsider militar que entrou no cenário com um discurso objetivando minar a política profissional, o coronel/PM Schnneyder (Republicanos), que despontava como imbatível à sucessão do prefeito Luciano Leitoa (PSB), está ameaçado de ser atropelado por duas candidatas, a ex-prefeita Socorro Waquim (MDB) e a professora Dinair Veloso (PSB), ex-secretária de Educação do município.  É o que aponta pesquisa do Instituto Amostragem contratada pelo Grupo Meio Norte de Comunicação. Schnneyder aparece com 26,5%ndas intenções de voto, com Socorro Waquim logo atrás com 25% e Dinair Veloso com 20,5%. Em seguida, aparecem Jaconias Moraes (PSC): Na avaliação de um timonense isento, o coronel está em queda livre, enquanto que a ex-prefeita e a ex-secretária de Educação municipal estão na sua cola, devendo ultrapassá-lo para disputar a Prefeitura dentro dos padrões políticos de Timon. Antes visto por muitos como o fenômeno surgido para mudar a realidade política de Timon, coronel/PM perdeu e continua perdendo gás, num cenário em que o confronto final será o de sempre: o Grupo Leitoa contra o Grupo Waquim.

Em Tempo: Contratada pelo Grupo Meio Norte de Comunicação a pesquisa do Instituto Amostragem em Timon foi realizada de 11 a 13 do corrente, ouviu 400 eleitores timonenses, tem margem de erro de 4,8%, nível de confiança de 95% e foi registrada no TSE sob o protocolo MA-07740/2020.

São Luís, 17 de Setembro de 2020.

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