Arquivos mensais: maio 2025

Em visita a Codó, Brandão avança na política de distensão para recompor a base governista

No clima de boa vontade em Codó, no lançamento
da pedra Fundamental da ponte sobre o Rio
Itapecuru, uma imagem emblemática: o
governador Carlos Brandão ao lado do deputado
Francisco Nagib e do prefeito Chiquinho da FC,
que usava um boné do Governo Brandão

A sexta-feira (2) foi um dia diferenciado na agenda de “entregas e anúncios” do governador Carlos Brandão (PSB). É que a maratona municipalista se deu em Codó, um dos maiores e mais importantes municípios maranhenses, governado por Chiquinho da FC, um poderoso empresário espantosamente filiado ao PT, juntamente com o filho, o deputado estadual Francisco Nagib, que é do PSB, partido do governador, mas que está situado num grupo de oposição na Assembleia Legislativa. Uma situação absolutamente inusitada, criada nas eleições municipais de 2024, porque o Palácio dos Leões apoiou a candidatura do então prefeito, José Francisco (PSDB), à reeleição. A eleição do neopetista Chiquinho da FC resultou no seu afastamento da aliança governista. A presença do governador em Codó, na sexta-feira, e o ambiente amistoso com que foi recebido, sinalizaram com clareza que, se não foram cortadas, as arestas que separam os dois grupos estão com os seus dias contados.

Por mais complexa que seja a situação, a reaproximação do grupo dominante de Codó com a aliança governista faz todo sentido. Começa com o fato de que o prefeito Chiquinho da FC é do PT, partido que é linha de frente na base governista e que tem como principal referência o vice-governador Felipe Camarão (PT), que, se as águas políticas correrem pelo leito natural, será o sucessor do governador Carlos Brandão, e nessa condição, candidato à reeleição em 2026, numa aliança em que o atual governador será candidato ao Senado. Por mais que alguns tentem explica-lo, o afastamento do prefeito de Codó e seu grupo do Palácio dos Leões não faz sentido algum.

Pelo que foi informado, partiu do governador Carlos Brandão a iniciativa de incluir Codó na sua agenda, com base no argumento de que o município, por sua posição geopolítica e econômica, é muito maior e mais importante do que as diferenças que separavam Governo e Prefeitura. Tanto que ali, ao lado do prefeito Chiquinho da FC e do deputado estadual Francisco Nagib, em clima de total descontração, o governador Carlos Brandão reinaugurou o Parque Ambiental Trizidela, uma área de lazer e esporte importante para o município, e lançou a pedra fundamental da construção de uma ponte sobre o rio Itapecuru, que interligará o município com a MA-026, um investimento de R$ 51 milhões.

O clima de boa vontade recíproca chegou ao ponto de que, ao anunciar a construção da ponte, destacando os seus benefícios para Codó e para a região, o governador Carlos Brandão ouviu do prefeito Chiquinho da FC, que usava boné com a marca do Governo estadual, a seguinte declaração: “O governador vai ficar marcado na história de Codó. Nosso agradecimento em nome dos 117 mil habitantes da cidade. Serei eternamente grato por essa grande obra, que não é de 1 milhão, mas de mais de 50 milhões de reais. Um verdadeiro presente para a sociedade codoense”.

A visita do governador Carlos Brandão não sela de vez a reintegração do prefeito Chiquinho da FC e do deputado Francisco Nagib à base governista, mas ninguém duvida de que foi um passo gigantesco nessa direção e que a conclusão do processo só dependerá da boa vontade dos dois grupos. E nesse contexto o vice-governador Felipe Camarão, que tem relação plena com as lideranças codoenses, terá papel decisivo na costura que levará ao fim todas as divergências, segundo a previsão de uma fonte com trânsito no Palácio dos Leões.

A visita a Codó foi emblemática, pois com esse movimento, o governador Carlos Brandão entra de vez na linha da conciliação, atuando para trazer de volta a plenitude da aliança governista. E com a vantagem de que está encontrando nos dissidentes sinais claros de boa vontade com a reconciliação, como foi o caso do prefeito Chiquinho da FC, que poderá incluir o Palácio dos Leões no seu roteiro entre Codó e Brasília.

PONTO & CONTRAPONTO

Governador avisa que vai entregar o bastão para a “pessoa certa”, mas só decidirá no ano que vem

Carlos Brandão em Governador Luiz Rocha: eleições só no ano que vem

Na mesma sexta-feira em que visitou Codó e abriu caminho para uma relação institucional e – quem sabe? – política, com o prefeito neopetista Chiquinho da FC, o governador Carlos Brandão (PSB) visitou também Governador Luiz Rocha. Só que ali, onde também entregou e anunciou obras, numa festa promovida pelo prefeito José Orlanildo (PSDB), o governador mandou um recado direito e sem rodeios à classe política, especialmente os segmentos que o pressionam para definir candidaturas a 17 meses das eleições.

 – O que o povo tá querendo saber agora é de obra. O povo não tá querendo saber de eleição agora. Eleição é em 26 – disparou Carlos Brandão, em tom firme e enfático.

Ele avisou que no momento oportuno reunirá prefeitos e vereadores para conversar sobre eleições e candidaturas. E mandou outro recado, igualmente claro, especificamente sobre candidatura à sua sucessão. Sem sinalizar se será candidato ao Senado ou cumprirá o mandato até o fim, o governador apertou mais uma vez o seu gatilho verbal:  

– A gente precisa eleger alguém que dê continuidade ao nosso trabalho. O Maranhão não pode retroceder, tem que continuar avançando. Tem algumas coisas que não vai dar tempo de eu inaugurar. É muito importante a gente entregar para a pessoa certa, a pessoa que realmente possa conduzir e dar continuidade. Estou muito tranquilo, em 2026 a gente reúne, senta e vê qual destino melhor para o nosso estado.

E sem soltar qualquer pista sobre se já tem essa pessoa, Carlos Brandão reafirmou que eleições e corrida sucessória, só no ano que vem.

Firme na Sintra, Bandeira encara aumento no volume de obras

Aparício Bandeira: trabalho
dobrado na Sinfra

Quem apostou na saída do engenheiro e ex-prefeito de Vitorino Freire, Aparício Bandeira, do comando da importante Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), perdeu feio. Ele está mais firme do que nunca à frente da máquina mais poderosa da engrenagem movida pelo Governo do Estado.

No final do ano passado, por volta de novembro, correu rumor de que o comandante da Sinfra estaria na iminência de deixar o cargo. O tempo passou, Aparício Bandeira continuou trabalhando de sol a sol, e ninguém mais falou no assunto. Se houve alguma coisa nesse sentido, ela foi resolvida sem alarde.

O fato é que Aparício Bandeira vem dobrando a sua jornada de trabalho com o volume de obras físicas que o governador Carlos Brandão vem anunciando em todo o estado e que pretende entregar até abril do ano que vem, quando, tudo indica, renunciará para se candidatar ao Senado. A ponte sobre o rio Itapecuru, anunciada sexta-feira em Codó, é um exemplo de item dessa agenda desafiadora.

————

Em Tempo: A Coluna alcança hoje, orgulhosamente, um número emblemático: 3030 edições.

São Luís, 04 de Maio de 2025.

Comando da Federação PP/UB no MA sairá de um acerto entre André Fufuca, Pedro Lucas e Juscelino Filho

André Fufuca, Pedro Lucas Fernandes e Juscelino
Filho farão acordo pelo comando
da Federação PP/UB no Maranhão

Por conta das muitas correntes que abriga e das diferenças que tem o desafio de superar, a recém fundada Federação PP/UB, que reúne os partidos Progressistas e União Brasil, decidiu iniciar sua existência dividindo o poder com dois presidentes, o senador Ciro Nogueira (PP) e Antonio Rueda (UB), que farão uma gestão compartilhada até que, ajustados os procedimentos e alinhada a convivência, o novo mamute partidário possa eleger um presidente. Antes, porém, terá de resolver as gestões estaduais, devendo já escolher presidente para cada estado. No Maranhão, a Federação PP/UB tem três deputados federais – André Fufuca (PP), atual ministro do Esporte; Pedro Lucas Fernandes (UB), atual líder do partido na Câmara Federal; e Juscelino Filho (UB), ex-ministro das Comunicações. Não há sinalização ainda a respeito de como os três vão alinhavar a relação, que deve resultar na escolha de um deles para comandar a Federação, que nasceu para defender também os interesses de cinco deputados estaduais, 46 prefeitos e um grande número de vereadores, e terá peso nas montagens para as eleições de 2026.  

Difícil imaginar que licenciado para comandar o Ministério do Esporte, tendo sua vaga ocupada pelo suplente bolsonarista Allan Garcês, o deputado André Fufuca tenha condições de assumir a direção do braço maranhense da Federação PP/UB. Principalmente se levado em conta o fato de que ele trabalha com o desafio de viabilizar sua candidatura ao Senado. O problema é que dentro da Federação existem vozes que estão cobrando a saída do PP e do UB da base de apoio do Governo Lula da Silva (PT), começando pela entrega dos ministérios, entre eles o do Esporte, em que André Fufuca é membro destacado da ala que não concorda com a entrega dos ministérios, defendendo a permanência dos atuais ministros do PP e UB. Se vier a deixar o ministério, o que é improvável, poderá vir a comandar a Federação no Maranhão.

Por sua vez, mesmo sabendo que o comando estadual da Federação é muito importante, o deputado Pedro Lucas Fernandes não sinaliza qualquer interesse em assumir o comando da entidade partidária no estado. Para ele, o mais importante é permanecer na liderança do UB na Câmara Federal, onde comanda uma enorme massa de poder, influenciando até sobre bolada milionária de emendas cujos destinos dependem da decisão dos líderes de bancada. Mesmo não havendo ainda uma negativa categórica sobre o assunto, é lógico e lícito supor que o deputado Pedro Lucas Fernandes não abrirá mão do poder que tem hoje em Brasília para assumir o comando do braço estadual da Federação no Maranhão.

Por fim, mesmo com todos os indícios apontando na sua direção, o deputado Juscelino Filho enfrenta dificuldades para assumir o comando da Federação PP/UB no estado, se isso for do seu interesse. E a explicação é simples, começando pelo fato de que, ao contrário de André Fufuca e Pedro Lucas Fernandes, que são alinhados do governador Carlos Brandão (PSB), Juscelino Filho milita em campo adversário ao governador Carlos Brandão, ainda que não seja um oposicionista declarado. Além do mais, se vier a apoiar o governador ao Senado, em chapa com o vice-governador Felipe Camarão (PT), Juscelino Filho terá de optar para a segunda vaga entre André Fufuca, que é da Federação, e o senador Weverton Rocha (PDT), de quem é politicamente próximo. Em resumo, não será fácil para o ex-ministro das Comunicações comandar a Federação PP/UB no Maranhão.

Como é sabido, a política comporta os mais surpreendentes arranjos, e não há dúvida de que os chefes e articuladores da Federação PP/UB encontrarão um meio-termo para resolver o comando do gigante partidário no Maranhão. Mas essa fórmula terá de ser o resultado de um acordo feito entre André Fufuca, Pedro Luca Fernandes e o próprio Juscelino Filho.

PONTO & CONTRAPONTO

Saída de Lupi reduz a influência de Weverton Rocha no Ministério da Previdência

Com saída de Lupi, Weverton tem
poder reduzido na Previdência

O senador Weverton Rocha (PDT) trabalhou duramente nas últimas 72 horas nos bastidores do poder em Brasília. Primeiro na inglória tentativa de segurar o presidente nacional do seu partido, Carlos Lupi, no comando do Ministério da Previdência. E depois, diante da impossibilidade da permanência de Carlos Lupi no cargo, tentar emplacar um aliado como substituto.

O senador perdeu na primeira tentativa, uma vez que Carlos Lupi não segurou a onda e foi mandado para casa. E no caso da escolha do substituto, Wolney Queiroz, que foi deputado federal várias vezes pelo PDT, era secretário-geral do Ministério da Previdência e foi promovido. Não era exatamente a preferência do senador, maranhense, mas diante da gravidade do escândalo e do risco de o PDT sair chumascado no caso, ele preferiu apoiar a escolha do presidente Lula da Silva (PT).

Do alto do seu cacife como senador e do poder de fogo como líder da bancada do PDT no Senado, Weverton Rocha continuará influente no Ministério da Previdência, mas sem o espaço que tinha com o ministro Carlos Lupi.

Deputado ligado à pesca pode ter recebido milhões da fraude no INSS

Edson Araújo sob suspeita

Como estava escrito nas estrelas, o escândalo da fraude dos descontos milionários de dinheiro de aposentados por meio de entidades corporativas criminosas, chegou ao fumacento e suspeitíssimo universo das colônias de pescadores do Maranhão.

O deputado estadual Edson Araújo (PSB) foi citado na investigação da Polícia Federal como suposto beneficiário de R$ 5,4 milhões oriundos da ação criminosa. Segundo o site de notícia Metrópoles, essa bolada teria chegado às contas do parlamentar no período de maio de 2023 a maio de 2024, por meio da Colônia de Pescadores do Estado do Maranhão.

O dinheiro foi repassado à Colônia pela Confederação Brasileira de Trabalhadores na Pesca e Aquicultura, que arrancou nada menos que R$ 99 milhões das contas de pescadores aposentados do INS, repassando parte dessa dinheirama a braços estaduais, como a Colônia de Pescadores do Maranhão controlada por Edson Araújo.

Como é sabido, Edson Araújo é um dos manda-chuva do setor pesqueiro, o que lhe assegura milhares de votos a cada eleição. Ele tem o controle de inúmeras associações e sindicatos que abrigam milhares e milhares de pescadores – muitos deles nunca sequer viram um anzol ou uma rede de pesca na vida.

Em Tempo: a revelação feita pelo Metrópoles sobre o suposto recebimento de milhões por Edson Araújo no escândalo do INSS causa incômodo ao ao PSB e ao Palácio dos Leões, uma vez que ele é secretário de Estado.

São Luís, 03 de Maio de 2025.

Se confirmar rompimento com Governo, PL ampliará oposição na Assembleia Legislativa

Josimar de Maranhãozinho sinalizou rompimento
usando Fabiana Vilar como porta-voz do PL

Se o rompimento do PL, controlado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, com o governador Carlos Brandão (PSB), for fato consumado, como noticiaram ontem a jornalista Carla Lima, na TV Mirante, e parte da blogosfera, situações imprevistas poderão ocorrer na Assembleia Legislativa, onde o desenho da relação situação/oposição será alterado, pelo menos formalmente. Nesse novo ambiente, os seis deputados do PL – Fabiana Vilar, Cláudio Cunha, Aluízio Santos, João Batista Segundo, Solange Almeida e Pará Figueiredo – se somarão aos sete parlamentares já situados na oposição – Fernando Braide (PSD), Othelino Neto (Solidariedade), Francisco Nagib (PSB), Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PSB), Júlio Mendonça (PCdoB) e Ricardo Rios (PCdoB) – formando uma frente com 13 deputados no campo da oposição ao Governo no parlamento estadual, que é composto por 42 parlamentares. Esse novo desenho deverá levar o governador Carlos Brandão a refazer as suas contas e redefinir suas estratégias na convivência com o Poder Legislativo.

O posicionamento duro da deputada Fabiana Vilar, que representa o comando do PL na bancada estadual, em relação à influência do deputado já cassado Hemetério Weba (PP) em hospital do interior. Ele cobrou com veemência que a Assembleia Legislativa encerre o mandato de Hemetério Weba e convoque a suplente Helena Duailibe (PL) para a vaga. O tom do discurso da deputada do PL no caso do hospital foi de insatisfação com o Governo, o que reforça a informação sobre o ainda suposto rompimento. Antes disso, a bancada do PL se posicionou na contramão do Governo estadual na eleição para a presidência da Assembleia Legislativa, em novembro do ano passado. Os cinco votos do partido foram decisivos para o resultado de 21 a 21, tendo o pleito sido vencido pela presidente Iracema Vale (PSB) pelo critério da maior idade.

Nesse contexto, vale também observar que não será fácil para o comando do PL induzir os seus deputados estaduais a assumir postura oposicionista em relação ao Governo do Estado. É difícil, por exemplo, supor que o deputado Aluízio Santos, marido da prefeita Belezinha (PL), de Chapadinha, se posicione abertamente contra o governador Carlos Brandão. O mesmo se pode dizer em relação ao deputado Batista Segundo, que foi segundo na corrida à Prefeitura de Pinheiro, e que quando assumiu como titular na vaga aberta por Juscelino Marreca (PRD), atual prefeito de Santa Luzia, declarou apoio total ao governador Carlos Brandão. Mais difícil ainda é imaginar postura antigovernista no Pará Figueiredo, cuja permanência na Assembleia Legislativa depende exclusivamente da boa vontade do Palácio dos Leões.

A regra básica da existência de qualquer Governo é ampliar ao máximo a sua base de apoio e evitar a formação de uma oposição forte. O governador Carlos Brandão é pragmático o suficiente para manter Josimar de Maranhãozinho e seu grupo no seu ciclo de relações. Isso porque, mesmo se tratando de um grupo político controverso, que se movimenta sob pressão de diversas denúncias de corrupção, o braço maranhense do PL, controlado com mão de ferro por Josimar de Maranhãozinho é muito maior e mais poderoso do que os seus seis representantes no parlamento estadual. O partido é formado por quatro deputados federais, que atuam via de regra em sintonia, 40 prefeitos eleitos em 2024 e uma penca de cerca de três centenas de vereadores, segundo os cálculos de um dos chefes do partido. Ou seja, uma força política nada desprezível.

O governador Carlos Brandão conhece esse xadrez político e sabe o caminho para evitar um rompimento. Afinal, além da tranquilidade do seu Governo na relação com o Poder Legislativo, ele tem alinhavado o projeto de se tornar senador da República e não faz muito sentido abrir mão de um aliado como o PL, que tem influência em nichos importantes do eleitorado. A animosidade da deputada Fabiana Vilar – que, vale lembrar, foi secretária de Agricultura no primeiro Governo Flávio Dino – pode ser aplacada com um bom acordo de governança, que garanta ao grupo representado pela deputada o espaço de poder que ele reivindica.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão afina relação com a Federação PP/União

Antonio Rueda e Carlos Brandão: “Boa conversa”

Traquejado no jogo político, sabendo como se movimentam as forças políticas do país nesse momento, o governador Carlos Brandão (PSD) não perdeu tempo e, passando por Brasília, visitou Antonio Rueda, um dos chefes da Federação PP/União Brasil, formalizada há poucos dias. Com a sua vivência, Carlos Brandão sabe o novo grupamento partidário que pode mexer profundamente com o tabuleiro da política nacional, com reflexos na esfera estadual.

No caso do Maranhão, a Federação PP/União Brasil tem peso nada desprezível: os deputados federais André Fufuca (PP), Pedro Lucas Fernandes (União) e Juscelino Filho (União).  E com o diferencial de que o primeiro é ministro do Esporte e quadro influente da cúpula nacional do PP; o segundo é o atual líder do União Brasil na Câmara Federal, e o terceiro acabou de deixar o Ministério das Comunicações, com força na cúpula do União Brasil.

André Fufuca, que é pré-candidato ao Senado, tem relação estreita com o governador Carlos Brandão, sendo inclusive apontado como provável parceiro dele numa dobradinha para o Senado. Pedro Lucas Fernandes também cultiva boa e sólida relação com o Palácio dos Leões. Juscelino Filho não integra a base de apoio do Governo, mas também não é um opositor agressivo. Ao contrário, tem pregado o lançamento de uma chapa com o vice-governador Felipe Camarão (PT) para o Governo e o governador Carlos Brandão para o Senado.

Na conversa com Antonio Rueda, que preside o União Brasil e divide o comando da Federação com o senador piauiense Ciro Nogueira, comandante do PP, o governador Carlos Brandão atualizou a relação com a nova potência partidária.

Paulo Victor atua para ter Beto Castro como sucessor

Beto Castro tem o apoio de Paulo Victor

O presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSB), caminha para consumar o seu projeto de fazer o seu sucessor. Ele é pré-candidato à Assembleia Legislativa e pretende passar o bastão ao colega e atual 2º vice-presidente, vereador Beto Castro (Avante).

O aspirante a presidente do parlamento ludovicense já está em campanha aberta e, até aqui, obteve a declaração aberta de voto de sete colegas. O último a fazê-lo foi Otávio Soeiro (PSB), que na sessão de quarta-feira (30/04) ocupou a tribuna para fazer a declaração de apoio.

A Câmara de São Luís tem 31 vereadores. O candidato Beto Castro sai na frente com oito votos – incluindo o dele próprio. O seu provável adversário, vereador Marquinhos (União Brasil), que lançou sua candidatura em fevereiro, não recebeu até aqui nenhuma intenção de voto. O mesmo aconteceu com a atual 1ª vice-presidente, vereadora Concita Pinto (PSB), que até aqui fez apenas uma discreta declaração manifestando a intenção de se candidatar, mas que não foi em frente até agora.

É claro que alguma água ainda vai rolar por sob essa ponte, mas pelo que está sendo desenhado, não será em volume suficiente para reverter o que está decidido até aqui.

São Luís, 02 de Maio de 2025.

Nomeado vice-líder do Governo, Jerry amplia espaço da bancada maranhense na Câmara Federal

Márcio Jerry, Pedro Lucas Fernandes, Rubens Júnior
e André Fufuca: destaques na bancada federal

A nomeação do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) para o posto de vice-líder do Governo manteve o espaço diferenciado de quatro integrantes da bancada maranhense na Câmara Federal. Ali já pontificam os deputados Pedro Lucas Fernandes, que assumiu há pouco a liderança da bancada do União Brasil; Rubens Jr. (PT), que é vice-líder do PT e um dos mais atuantes membros da bancada petista; e André Fufuca (PP), atual ministro do Esporte. Há tempos a representação maranhense na Câmara Baixa não tinha um número tão expressivo de parlamentares em postos importantes no Congresso Nacional, onde o senador Weverton Rocha ocupa a liderança do PDT na Casa.

Publicada na edição de ontem do Diário Oficial da União, a nomeação do deputado Márcio Jerry para vice-líder do Governo tem dois vieses. O primeiro é uma manifestação de reconhecimento do presidente Lula da Silva (PT) ao trabalho que o parlamentar vem realizando na defesa dos projetos e da imagem do Governo como líder da bancada do PCdoB. E o outro é o fato de ser Márcio Jerry um político de larga experiência nesse meio de campo, desde sua intensa atuação como líder estudantil, passando pelo assessoramento direto do prefeito de São Luís, Edivaldo Jr., entre 2012 e 2014, e o comando da campanha de Flávio Dino em 2014, e a direção das áreas de Comunicação Social, Articulação Política e Cidades no primeiro Governo dinista.

Eleito deputado federal em 2018, Márcio Jerry foi voz intensa e dura como opositor do Governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), conseguiu a reeleição em 2022 e passou a ser um dos esteios da bancada governista na Câmara Federal, com forte atuação no plenário e nas comissões da Câmara Federal. Ao nomeá-lo vice-líder do Governo, o presidente Lulas da Silva, que o tem como aliado fiel e da linha de frente, sinaliza claramente que o quer como um dos articuladores da base governista, e também como quadro talhado para o enfrentamento com a oposição.

– Recebo com responsabilidade essa missão (…). Vamos seguir firmes na construção de consensos e no diálogo democrático com todas as bancadas – declarou o parlamentar ao comentar a nomeação. Ele, que já foi líder do PCdoB, sabe exatamente o que deve fazer como vice-líder, que é substituir eventualmente o líder e ajuda-lo na articulação com outras bancadas e no diálogo – sempre muito difícil – com a oposição, principalmente em relação a temas que marcam as diferenças políticas e ideológicas.  

A rigor, como vice-líder o deputado Márcio Jerry vai dar continuidade, agora com mais intensidade e abrangência, ao trabalho que já vem realizando como integrante da base governista, que por ser minoritária, enfrenta enormes desafios para viabilizar os pleitos propostos pelo Palácio do Planalto ao Congresso Nacional. A isso se soma o fato de que um bom desempenho na vice-liderança pode ser decisivo para o seu projeto de reeleição em 2026.

Nesse trabalho, Márcio Jerry poderá, em algum momento, enfrentar o líder do União Brasil, deputado Pedro Lucas Fernandes, que abriu mão do Ministério das Comunicações para continuar na liderança do União Brasil, agora federado com o PP e que tende a se portar como oposição. E nessa atividade, o vice-líder terá a parceria de outro vice-líder governista, o deputado petista Rubens Jr., que vem sendo apontado pela sua competência parlamentar e o seu preparo técnico, fruto da sua sólida formação na área do Direito. Terá como aliado o ministro do Esporte André Fufuca, que pertence à ala da Federação PP/União Brasil identificada com o Governo e pretende permanecer no ministério até em 2025.

A atuação destacada dos quatro parlamentares não pode ser considerada como exceção. Afinal, a bancada maranhense na Câmara Federal conta com outros quadros diferenciados, como os deputados Duarte Jr. (PSB), que preside a comissão que cuida dos interesses de pessoas com deficiência, o deputado Hildo Rocha (MDB), conhecido pela sua produção legislativa, e o deputado Aluísio Mendes (Republicanos), pela sua forte atuação na seara oposicionista.

PONTO & CONTRAPONTO       

Yglésio Moises se lança ao Senado, mas sua meta verdadeira é não ficar sem mandato

Yglésio Moises: pré-candidato
a senador em 2026

Não surpreendeu o anúncio do deputado estadual Yglésio Moises (PRTB) se lançando pré-candidato ao Senado em 2026, na esteira dos números de uma pesquisa sobre a corrida senatorial feita nos quatro municípios de Upaon Açu, na qual ele aparece entre os cinco mais votados, alcançando até 20 pontos percentuais numa das quatro simulações em que foi incluído.

Um dos políticos mais inteligentes, ativos e controversos na sua geração, que nasceu no centro-esquerda como militante do PDT, Yglésio Moises, que está no segundo mandato, vem protagonizando a mais impressionante migração político-ideológica, deixando a seara esquerdista para se tornar um militante infatigável da direita radical, integrante destacado da corrente bolsonarista.

E nessa toada se tornou um crítico feroz do Supremo Tribunal Federal, partidário enfático da interpretação de que o 8 de janeiro de 2023 foi coisa de vândalos infiltrados e defendendo a mais pura inocência do ex-presidente Jair Bolsonaro na tentativa de golpe de estado, que para ele é apenas uma invenção da esquerda.

É com esse perfil que ele se lança pré-candidato ao Senado, atuando para ser escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como o representante maior do bolsonarismo no Maranhão, rivalizando com o ex-senador Roberto Rocha (sem partido), que é candidato a governador, mas pode disputar a senatória.

Ele sabe que entre numa disputa com pouquíssimas chances de sucesso, à medida que na corrida às duas vagas de senador estão o governador Carlos Brandão, os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD), o ministro do Esporte André Fufuca (PP) e o ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza).

Nesse contexto, uma verdade se impõe: o que realmente o deputado Yglésio Moises não quer é ficar sem mandato.

Braide mantém silêncio obstinado sobre pesquisas e corrida aos Leões

Eduardo Braide

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) tem no silêncio sobre seus próximos passos políticos uma das melhores e mais eficientes ferramentas da sua bem-sucedida carreira política. A atitude de se manter calado até onde a conveniência determina, independentemente do que está acontecendo à sua volta, chega a ser extremada.

Ele não deu uma palavra sequer sobre as oito pesquisas divulgadas nos últimos seis meses dando conta da sua indiscutível liderança nas preferências do eleitorado em relação à corrida ao Governo do Estado.

Nem o levantamento mais recente, do instituto Prever, sobre as tendências do eleitorado da Ilha de Upaon Açu, que o apontou com 74% das intenções de voto, nada menos que 67 pontos percentuais à frente do vice-governador Felipe Camarão, que recebeu sete pontos percentuais, o animou a comentar o cenário da corrida sucessória.

Há quem aposte que o prefeito de São Luís é candidato já decidido, mas que só falará sobre o assunto a partir de janeiro do ano que vem.

Em Tempo: a Coluna se congratula com todos os trabalhadores do Brasil, em especial os maranhenses.

São Luís, 1º de Maio de 2025.