Arquivos mensais: maio 2025

Encontro de mulheres legisladoras discutiu questões de gênero e teve fortes marcas políticas

Iracema Vale comanda a abertura com Orleans Brandão
e aliados, com a participação de Eliziane Gama,
Thay Evangelista, Andreia Rezende, Viviane Silva,
o humor do Pão com Ovo e as legisladoras

O 1º Encontro de Mulheres Legisladoras do Maranhão, realizado ontem na Assembleia Legislativa, sob o comando da presidente Iracema Vale (PSB) e a coordenação da procuradora da Mulher, deputada Viviane Silva (PDT), cumpriu o seu objetivo formal de discutir o papel da mulher na sociedade e na política e, ao mesmo tempo, se transformou num fórum em que o tema dominante foi a violência política de gênero.  O evento ganhou forte tintura política por conta da presença do secretário de Estado de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), que representou o governador Carlos Brandão (PSB), e por causa da deputada Mical Damasceno (PSD), que aproveitou o ambiente para atacar duramente o vice-governador Felipe Camarão (PT), pedido às vereadoras presentes que lhe façam uma corrente de apoio.

No discurso de abertura, feito com o lastro de ser a primeira mulher a presidir o parlamento maranhense uma em 200 anos, a presidente Iracema Vale abordou, em tom crítico, o questionamento da sua reeleição, fazendo uma crítica indireta ao deputado Othelino Filho (Solidariedade), vendo na ação uma manifestação de preconceito à sua condição de mulher. Ela fez também, uma ampla e bem construída da participação da mulher na vida política do País, assinalando que essa participação ainda é tímida devido ao preconceito machista ainda reinante no país. “As mulheres precisam ser fortes, atuantes e seguras do seu trabalho. Nunca devem ser vítimas quando não o são, mas precisam ser protagonistas de sua história”, declarou, entusiasmando as participantes do Encontro. Além da presidente, o único orador no ato da abertura foi o secretário Orleans Brandão, que não perdeu a oportunidade fez um discurso rápido, mas fortemente político, promovendo Governo e destacando o seu papel nele, reforçando o seu projeto de candidatura ao Palácio dos Leões.

Na série de palestras, o tema dominante foi a violência política de gênero. A senadora Eliziane Gama (PSD), que representa a bancada feminina na Câmara Alta, fez uma contundente defesa do papel da mulher na vida pública, que fechou afirmando que “o lugar da mulher é onde ela quiser”. Bateram na tecla a vereadora Concita Pinto (PSB), 2ª vice-presidente da Câmara Municipal de São Luís, e a vereadora Thay Evangelista, procuradora da Mulher no parlamento ludovicense, que seguindo a linha a presidente Iracema Vale, falaram das dificuldades que a mulher enfrenta na política.

Foi a deputada Andreia Rezende (PSB), que é cadeirante, após uma contundente, comovente e realista manifestação sobre as agruras da mulher com deficiência, cobrou das mulheres presentes uma manifestação de solidariedade à deputada Mical Damasceno, que sofreu violência de gênero em um print ofensivo e atribuído ao vice-governador Felipe Camarão, que tem negado a autoria. Sem citar o vice-governador, Andreia Rezende cobrou punição severa para o ou os autores da agressão. A deputada Mical Damasceno, que não estava no auditório quando Andreia Rezende falou, reapareceu e fez duro ataque ao vice-governador e pediu que as vereadoras presentes façam uma correte de apoio a ela. Provavelmente por não saberem direito do que se trata, as participantes do encontro reagiram com certa cautela. E ninguém mais falou no assunto.

Chamou a atenção o fato de das 11 deputadas estaduais no exercício do mandato, sete participaram do evento – Iracema Vale (PSB), Viviane Silva (PDT), Andreia Rezende (PSB), Cláudia Coutinho (PDT), Janaína Ramos (Republicanos), Mical Damasceno (PSD) e Solange Almeida (PL), todas da base governista, enquanto quatro – Ana do Gás (PCdoB), Daniella Gidão (PSB), da base governista Fabiana Vilar (PL) e Edna Silva (PRD), independentes, por razões diversas não participaram. Abigail Teles participou como de Estado Secretária da Mulher, mostrando as ações do Governo nessa área. Da bancada federal, apenas a senadora Eliziane Gama participou – a ausências da senadora Ana Paula Lobato (PDT) é autoexplicativa. Por outro lado, apenas nove dos 31 deputados prestigiaram o evento, sendo oito da base governista e apenas um, Wellington do Curso (Novo), da oposição – nenhum dinista compareceu. Um dos presentes, o deputado Antônio Pereira, que é 1º vice-presidente da Casa, acompanhava a esposa, Carol Duailibe (PSB), que é vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Social de Imperatriz.

O Encontro valeu por tudo o que representou na cruzada pelo fortalecimento das mulheres em todos os aspectos, e também pela forte conotação política que o movimentou.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema faz um relato da sua vida política e diz que vive conquistas e decepções

Entre Orleans Brandão, Janaina Ramos, Wellington
do Curso e Viviane Silva, Iracema Vale
conta a sua história política

De longe a participante mais destacada e mais ativa do 1º Encontro de Mulheres Legisladoras do Maranhão, realizado por sua iniciativa, a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB) transformou sua fala numa espécie de memorial da sua trajetória política. Ela fez um relato das conquistas e tropeços, mostrando às deputadas e vereadoras.

Está há 30 anos na vida pública. Formou-se enfermeira e foi trabalhar em Urbano Santos, onde, em contato com a base social, descobriu o sentido da política, “que é cuidar das pessoas”. Motivada, candidatou-se a vareadora, foi eleita com a menor votação. Na eleição seguinte, se reelegeu com a maior votação. Na eleição seguinte, tentou a prefeitura, mas não deu e ficou sem mandato. Candidatou-se de novo à Prefeitura e foi eleita e reeleita.

Deixou o segundo mandado de prefeita pelo meio e se candidatou à Assembleia Legislativa em 2022, tendo sido eleita com a maior votação: 104 mil votos, e antes de assumir entrou na briga pela presidência da Assembleia Legislativa, conseguindo o apoio do governador Carlos Brandão, tendo sido reeleita.

Relatando que nenhum desses mandatos foi fácil, tendo enfrentado muitos obstáculos e decepções, mas sem desistir, inspirada numa lição do seu pai.

No quesito presidência da Assembleia Legislativa, revelou os bastidores da disputa após as eleições de 2022, quatro meses antes do início do mandato. Conseguiu “dobrar” na conversa vários colegas a desistirem das suas candidaturas, tornando-se quase uma unanimidade.

Parte das suas mágoas políticas estão relacionadas com a sua reeleição de presidente, que foi derrubada na Justiça por ação questionando a antecipação de mais de um ano e meio. Submeteu-se ao segundo pleito, em 13 de novembro de 2024. Foi surpreendida pelo histórico e desconcertante empate de 21 1 21 na disputa com o deputado Othelino Neto (SD). Venceu pelo critério da maior idade, que é regra regimental há três décadas. Esse critério foi questionado pelo deputado Othelino Neto na Suprema Corte, que ainda não fez o julgamento completo, mas já tem quatro votos a favor da legalidade do pleito.

Nesse relato, ela admitiu ter se decepcionado com “alguns”, e disse que “é assim na política”. E orientou às legisladoras presentes, que “não se dobrem, lutem pelos seus direitos”.

Deixou no ar um aviso: está e pretende continuar firme no cargo.

Se Duarte Jr. migrar para o União Brasil, o PSB perderá um quadro de excelência

Duarte Jr. pode migrar do PSB para o União

 Se bater martelo, deixar o PSB e migrar para o União Brasil, como está sendo previsto, tendo ele próprio admitido a negociação, o deputado federal Duarte Jr., a legenda socialista perderá mais um bom quadro

Se entrar para o União Brasil atendendo a convite do líder da bancada federal Pedro Lucas, pode ser que encontre na legenda o seu pouso partidário definitivo. Mas sabe que terá de optar por uma das correntes que formam o partido, que é o resultado de uma fusão do antigo DEM, comandado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto, à qual pertence o deputado federal Juscelino Filho, e pelo grupo formado pelos os restos do PSL não bolsonarista com o que sobrou da banda mais sadia do antigo PTB, liderada por Antônio Rueda, atual presidente nacional do União, a quem Pedro Lucas Fernandes é ligado.

Se de fato migrar para o União Brasil, Duarte Jr. fragilizará o PSB, que já está perdendo o deputado Carlos Lula e deve perder outros quadros importantes por conta da crise entre dinistas e brandonistas.

Vale destacar que Duarte Jr. é hoje um nome muito respeitado na Câmara Federal, principalmente pela qualidade do mandato que exerce como defensor de causas nobres, como os direitos das pessoas deficientes, com bom desempenho também nos direitos do consumidor, questões de cidadania e temas relacionados com a cultura, a educação e o urbanismo.

Nos últimos cinco anos, ele já esteve no Republicanos, partido assumidamente conservador pelo qual disputou a Prefeitura de São Luís em 2020; esteve no PCdoB, pelo qual disputou o seu primeiro mandato federal; e finalmente desembarcou no PSB, integrando o movimento migratório liderado pelo então governador Flávio Dino, que deixou o PCdoB para se converter ao socialismo moderado.

São Luís, 30 de maio de 2025.

Camarão permanece no jogo sucessório e Brandão reforça poder político para fazer sucessor

Felipe Camarão está no jogo em que Carlos Brandão
é forte e pode lançar candidato Orleans Brandão
ou Iracema Vale no jogo da sua sucessão sucessor

O vice-governador Felipe Camarão (PT) está fora do jogo sucessório? Não está. A cúpula nacional do seu partido o tem como um projeto político e eleitoral viável, e o caso do print ofensivo à deputada Mical Damasceno (PSD) é uma bomba em potencial, mas por enquanto é ainda um caso de polícia, que deve ter desdobramentos. Difícil, portanto, supor que esse caso o retire da vida política, ainda que possa lhe arranhar o prestígio. Felipe Camarão já sabe o que é a guerra pelo poder. Tem plena consciência de que se encontra no olho do furacão em que se transformou a disputa sucessória com a decisão de Flávio Dino de renunciar ao mandato de senador para ser ministro da Suprema Corte.

O vice-governador quer ser governador e tem o apoio incondicional do grupo dinista, que teve muito poder, mas perdeu quase tudo com a ascensão do governador Carlos Brandão (PSB), que por conta do rasgo de independência, encarou o rompimento com seu antecessor Flávio Dino, fazendo o que há de mais natural na política:  decidiu seguir caminho próprio e nele tentar manter o poder. No seu projeto, definiu que a peça-chave é o secretário Orleans Brandão (MDB), de Assuntos Municipalistas, seu sobrinho e braço direito na política, contando com o aval de um batalhão de prefeitos, a começar pelo de Bacabal, Roberto Costa (MDB), que preside a poderosa e influente Famem. Seu cacife político é enorme, e pode ser transformado em ativo eleitoral.

Os bastidores da política estão tensos, e nesse ambiente se avalia que só existem três situações capazes de impedir o confronto entre essas duas correntes.

A primeira: o governador Carlos Brandão sai para o Senado, o vice Felipe Camarão assume e disputa a reeleição, continuando tudo como previsto quando ainda havia diálogo entre Carlos Brandão e Flávio Dino. É o projeto defendido por dinistas, mas hoje ferreamente rejeitado por brandonistas. A segunda situação: Felipe Camarão renuncia e disputa vaga na Câmara Federal e Carlos Brandão sai para concorrer ao Senado, abrindo caminho para a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), que, sem poder disputar a reeleição, articula a escolha de um candidato. É um projeto que agrada e desagrada aos dois lados. E a terceira situação: Carlos Brandão permanece no Governo e lança Orleans Brandão, obrigando Felipe Camarão a permanecer vice-governador até o fim. É o sonho do grupo brandonista, fortemente rejeitado por dinistas.

A verdade é que, assim como Felipe Camarão precisa que Carlos Brandão renuncie para que ele possa ser governador e candidato à reeleição, Carlos Brandão precisa que Felipe Camarão renuncie, para que ele possa também renunciar, emplacar Iracema Vale, lançar um candidato leal e disputar o Senado. A grande vantagem do governador Carlos Brandão é que ele está politicamente forte, o que lhe dá cacife para estimular o projeto de candidatura de Orleans Brandão, caso consiga isolar Felipe Camarão permanecendo no Governo para ficar sem mandato a partir de 1º de janeiro de 2027, elegendo ou não o seu sucessor. Muitos brandonistas perguntam se vale o risco.

A julgar pelo que está acontecendo nesse momento, sem um grande acordo, esses três cenários são absolutamente inviáveis. Nos bastidores, corre a informação, não confirmada, de que o governador Carlos Brandão topa sentar e até deixar o Governo em favor de um candidato de consenso, desde que o seu sucessor não seja Felipe Camarão. E também que o vice-governador não admite abrir mão de assumir o Governo se o governador renunciar. Assim, a única alternativa que Carlos Brandão tem é permanecer no cargo e lançar o seu candidato, no caso Orleans Brandão, projeto que está em andamento.

Sem portas abertas para uma grande negociação, Felipe Camarão e Carlos Brandão vão, cada um a seu modo, mantendo os seus espaços e seus trunfos, e administrando o cenário até o dia 3 de abril do ano que vem.

PONTO & CONTRAPONTO

Bom exemplo: apesar da tensão política, Brandão passará Governo para Camarão por uma semana

Em meio aos confrontos da guerra pelo poder, o governador Carlos Brandão (PSB) dá uma demonstração surpreendente da ampla compreensão que tem do que sejam relações institucionais. Na próxima semana, ele embarcará para cumprir uma agenda na Europa, passará uma semana fora, deixando, como manda a lei e a civilidade republicana, o Governo e o Estado sob o comando do vice-governador Felipe Camarão (PT).

Provavelmente inspirado na saudável relação que manteve durante sete anos e três meses como vice no Governo Flávio Dino, tempo em que foi escalado para inúmeras missões dentro e fora do Brasil, incluindo cinco viagens à China em busca de acordos comerciais, Carlos Brandão não restringe o papel institucional do vice-governador Felipe Camarão.

Naturalmente, existe um pacto não declarado de que, na interinidade como governador, o vice não vai interferir nas ações do Governo, salvo em situações em que a atuação do chefe do Poder Executivo, titular ou interino, seja exigida, como um problema grave de segurança, uma catástrofe ou coisa parecida.

O governador Carlos Brandão (PSB) embarca na próxima semana para a Europa onde cumprirá missão oficial em Paris (França) e Estocolmo (Suécia). Será a segunda vez em 2025 que Felipe Camarão assumirá o Governo interinamente. E a julgar pelos antecedentes dessa convivência institucional, Felipe Camarão deverá cumprir o mandato interino sem atropelos, ao tempo em que o governador Carlos Brandão fará a sua parte no Velho Mundo.

Clima na Assembleia é amenizado; Iracema trabalha para evitar excessos

Iracema Vale administra bem o clima
de tensão na Assembleia Legislativa

O clima de tensão no plenário da Assembleia Legislativa foi amenizado ontem. Deputados dinistas continuaram criticando o Governo, mas num tom mais ameno. Os deputados governistas também reagiram sem muita ênfase. A exceção foi o deputado Carlos Lula (ainda no PSB), que abriu a metralha oposicionista acusando o Governo de ter anunciado e não realizado a duplicação da MA-320.

O amortecimento da tensão teria sido em parte o resultado de uma movimentação da presidente da Casa, Iracema Vale (PSB), que vem administrando com cuidado e eficácia o jogo pesado entre dinistas e brandonistas. Sem interferir nos debates, a presidente tem sido dura na administração do tempo de tribuna, pedindo cautela no uso de termos fortes e orientando para que agressões pessoais sejam evitadas.

Mesmo sendo parte importante do jogo político em curso, partidária assumida do governador Carlos Brandão, manifestando também simpatia ao projeto de candidatura do secretário Orleans Brandão, a presidente Iracema Vale mantém linha aberta com todas as correntes, atuando plenamente como chefe de Poder.

A maneira como vem conduzindo o plenário e os bastidores nessa crise tem mostrado isso com clareza.

São Luís, 29 de Maio de 2025.

Dinistas e brandonistas travam confronto verbal na Alema e confirmam rompimento “sem retorno”

Carlos Lula, Othelino Neto, Rodrigo Lago e Fernando Braide partiram
para o ataque, mas enfrentaram resposta dura de Mical Damasceno,
Neto Evangelista, Yglésio Moises e Adelmo Soares

Tiroteio verbal com munição pesada de lado a lado. É como se pode definir a sessão de ontem da Assembleia Legislativa, na qual, durante mais de uma hora, deputados dinistas e brandonistas travaram um confronto como poucas vezes aconteceu desde que os grupos iniciaram o processo de rompimento. De um lado, os deputados Othelino Neto (SD), Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PCdoB), Júlio Mendonça (PCdoB), Ricardo Rios (PCdoB) e Fernando Braide (PSD) se revezaram na tribuna num ataque duro e intenso contra medidas e anúncios do governador Carlos Brandão (PSB), como a doação de um veículo a cada uma das 217 Câmaras Municipais; e do outro, os deputados Adelmo Soares (PSB), Viviane Silva (PDT) e o líder governista Neto Evangelista, que rebateram os disparos dos dissidentes com igual vigor. Mas o confronto foi desequilibrado com o duro e ácido discurso da deputada Mical Damasceno (PSD), que calou o plenário com a apresentação de um laudo pericial que, segundo ela, atestou a veracidade das mensagens supostamente trocadas pelo vice-governador Felipe Camarão (PT) com o blogueiro Victor Landim, caso que vem agitando os bastidores da política há três semanas.

Os dissidentes, que já podem ser definidos como oposicionistas, atacaram a política do Governo em relação à onda de doenças respiratórias que se propaga no país, tendo o deputado Carlos |Lula, que foi secretário de Saúde no Governo Flávio Dino, afirmado que crianças estariam morrendo de bronquiolite em maternidades estatais por falta de ações nessa direção. Carlos Lula também atacou a prometida doação de veículos às Câmaras Municipais. Na sequência, Othelino Neto, Rodrigo Lago, Ricardo Rios e Fernando Braide bateram forte nas mesmas teclas. Júlio Mendonça atacou a política do Governo para as escolas agrícolas, que segundo ele estão abandonadas.

O caldo entornou no plenário da Assembleia Legislativa com o discurso explosivo e acusador da deputada Mical Damasceno, que afirmou, categoricamente, ter certeza de que o vice-governador Felipe Camarão foi o interlocutor do blogueiro Victor Landim na troca de mensagens ofensivas e misóginas contra ela. E incendiou o plenário apresentando o que seria um laudo da Polícia Civil atestando a veracidade do diálogo virtual. Demonstrando ter o controle da situação, Mical Damasceno pediu nada menos que a renúncia do vice-governador Felipe Camarão, recebendo a solidariedade de várias deputadas, sendo que a mais enfática foi Cláudia Coutinho (PDT), que exigiu punição ao vice-governador.

O explosivo discurso da deputada Mical Damasceno não sensibilizou a bancada dinista, que ignorando a acusação ao vice-governador, retomou os ataques ao Governo, agora com a acusação de que um secretário de Estado – cujo nome não foi revelado – estaria comandando na polícia um esquema de montagem de processos contra adversários do Palácio dos Leões. Othelino Neto se apresentou como uma das vítimas, e Rodrigo Lago afirmou ter recebido ameaça de morte.

Os ataques foram rebatidos com igual dureza pelo líder governista Neto Evangelista, que classificou como “muito grave” as acusações feitas pelos deputados dinistas, desafiando-os a apresentar provas de que crianças estariam morrendo de bronquiolite em maternidades por falta de assistência. E defendeu o governador Carlos Brandão mostrando números sobre os investimentos do Governo na saúde e na segurança pública, desafiando os dinistas a provarem o contrário. O deputado Yglésio Moises (PRTB) entrou forte em apoio à deputada Mical Damasceno e fazendo uma defesa forte do Governo. Antes dele, o deputado Adelmo Soares (PSB) fez um discurso enfático, mas conciliatório, que não foi levado em conta por nenhum dos lados.

O fato é que o tom dos pronunciamentos e os temas tratados em enfrentamento na sessão de ontem exibiu, com toda ênfase, o fosso que separa dinistas de brandonistas. Ao mesmo tempo, reacendeu o ainda nebuloso caso do print ofensivo à deputada do PSD. No meio desse tiroteio, a presidente Iracema Vale (PSB), que conduziu a sessão sem interferir no embate, disse e repetiu que a presidência da Casa está aberta e pronta para apoiar deputados que sofram ataques como Mical Damasceno e ameaças como disse Rodrigo Lago.

Conclusão óbvia: a crise desatou de vez e, tudo indica, sem retorno.

PONTO & CONTRAPONTO

Embate entre dinistas e brandonistas ecoou muito além do plenário da Assembleia

O embate de ontem da Assembleia Legislativa pode ter
transformado essa imagem em passado irreversível

O confronto de ontem na Assembleia Legislativa ecoou fortemente fora do Palácio Manoel Beckman, alcançando com igual impacto o Palácio la Rocque, o Palácio dos Leões a bancada federal, na esplanada dos Ministérios e um dos gabinetes da Suprema Corte.

No Palácio Henrique de la Rocque, sede da vice-governadoria, onde despacha o vice-governador Felipe Camarão (PT) – que recebeu declaração de apoio de uma ala do PT, o discurso duro da deputada Mical Damasceno teve efeito bombástico. Uma fonte próxima ao vice-governador garantiu à Coluna que ele é inocente, mas admitiu que o laudo mexeu com o caso.

No Palácio dos Leões a reação é de que o embate no parlamento estadual é o resultado de um quadro de rompimentos que alguns assessores mais próximos do governador Carlos Brandão (PSB) já veem como irreversível. O próprio chefe do Executivo não admite ainda tal situação como irreversível, mas os seus movimentos indicam que ele já concorda que “não há retorno”.

Na bancada federal, o impacto alcançou deputados federais e senadores. O presidente do PCdoB, Márcio Jerry viu o fosso se alargar ainda mais, reduzindo as possibilidades dos seus discursos conciliatórios e, às vezes, provocadores. Os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD) ficam em situação bem mais complicada com a confirmação do rompimento evidenciada pelo confronto de ontem no Legislativo estadual. E na Esplanada, o ministro André Fufuca (PP) enxerga problemas à frente, mesmo adotando a posição do clássico “nada tenho a ver com isso”.

A troca de disparos com certeza ecoou no gabinete do ministro Flávio Dino na Suprema Corte. Afinal, ele é a base de sustentação e de inspiração da bancada dinista, que partiu de vez para o ataque, mas está recebendo a rebordosa em cada ataque.

Duarte Jr. propõe tornar capacitismo crime inafiançável e imprescritível

Duarte Jr. em defesa de pessoas com deficiência

Está nas mãos do Congresso Nacional a decisão de tornar ou não o capacitismo crime inafiançável e imprescritível. O caminho está na PEC por meio da qual o deputado federal Duarte Jr. (PSB) propõe a alteração do inciso XLII do artigo 5º da Constituição Federal. Vale lembrar que capacitismo é todo tipo de restrição ou preconceito que resulte em exclusão de pessoas com deficiências, principalmente em relação a trabalho e aprendizagem.

 O deputado Duarte Jr., que preside na Câmara Federal a Comissão de Defesa dos Direitos de Pessoas Deficientes, defende que o Estado brasileiro construa uma base constitucional que responda com toda a firmeza possível, de maneira proporcional, a atos de preconceito contra pessoas com deficiência. Sua defesa está sustentada no sofrimento de milhões de brasileiros que enfrentam esse tipo de agressão.

Estudioso dessa realidade, Duarte Jr. reconhece que o Brasil já dispõe de uma legislação avançada sobre os direitos das pessoas deficientes, afinada com a Convenção da ONU sobre o tema. Mas avalia, com dados indiscutíveis, que a criminalização do preconceito do capacitismo é um instrumento complementar e necessário.

– Essa PEC é um marco de justiça e respeito à dignidade humana – assinala Duarte Jr..

Faz todo sentido.

São Luís, 28 de Maio 2025.

Camarão e Brandão fazem a corrida sucessória sem contar ainda com o apoio dos seus partidos

Felipe Camarão e Orleans Brandão ainda sem suporte partidário, enquanto
Eduardo Braide e Lahesio Bonfim estão partidariamente resolvidos e
Roberto Rocha nem partido tem ainda

Precipitada por conta dos focos de tensão que movimentam o tabuleiro da política maranhense, a corrida ao Palácio dos Leões para dois dos principais aspirantes acontece apenas no entorno dos pré-candidatos, mas ainda não conta com o envolvimento direto dos partidos. O vice-governador Felipe Camarão faz uma pré-campanha solitária, uma vez que o seu partido, o PT, ainda não ergueu a bandeira do seu projeto de candidatura.  O mesmo acontece com o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão, que até aqui não recebeu a bênção declarada do MDB. O prefeito de São Luís Eduardo Braide, ao contrário, já recebeu OK e sinal verde do comando nacional do PSD, que só tem uma pendencia. O Novo ainda não se manifestou oficialmente em relação ao pleito do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim, enquanto o ex-senador Roberto Rocha simplesmente não tem partido.

O vice-governador Felipe Camarão faz até aqui uma corrida solitária, sem contar com o aval declarado e indiscutível do PT. Sem explicações, o comando do partido se recolheu, fazendo de conta que essa candidatura não existe. A cúpula petista alimenta uma estranha indiferença mesmo em situações delicadas, como foi o caso do print ofensivo à deputada Mical Damasceno (PSD), que é inimiga visceral de Felipe Camarão e do PT como um todo. O comando partidário não se manifestou nem para defender o benefício da dúvida do representante máximo do partido no Governo. Ao mesmo tempo, com o pragmatismo de sempre, o braço maranhense do PT permanece alinhado com o governador Carlos Brandão, com vários dos seus quadros ocupando cargos importantes na máquina estatal, dando a clara impressão de que, pelo menos a parte mais madura do comando petista seguirá a decisão que o chefe do Poder Executivo vier a tomar na corrida sucessória. E não há até aqui qualquer indicativo de que esse quadro venha a sofrer mudanças em curto prazo. Enquanto isso, o vice-governador faz a sua cruzada solitária em busca de suporte para o seu projeto de candidatura.

O caso do secretário Orleans Brandão não é tão diferente. Ele está se movimentando numa intensa pré-campanha, tem o aval óbvio do governador Carlos Bandão, mas até aqui não recebeu as bênçãos do MDB, que é comandado no estado pelo empresário Marcus Brandão. O chefe estadual do MDB já declarou ser favorável à pré-candidatura do secretário, mas o faz como pai, numa declaração que nem de longe teve sentido partidário. O MDB é um partido dividido. O clã Sarney, por exemplo, a começar pela deputada federal Roseana Sarney, que é quem tem a última palavra nessa ala emedebista, ainda não se manifestou em relação à pré-candidatura de Orleans Brandão, o mesmo acontecendo com o deputado federal Ildo Rocha. Além do presidente Marcus Brandão, Orleans Brandão só conta até agora com o apoio declarado do prefeito de Bacabal e presidente da Famem Roberto Costa, que comanda a chamada corrente jovem do MDB do Maranhão. E para fechar, o MDB de São Luís, comandado pelo deputado federal Cleber Verde, está totalmente fechado com o prefeito Eduardo Braide.

Num outro viés partidário, o prefeito Eduardo Braide não tem essa preocupação, pois a sua situação partidária está resolvida com o aval da cúpula nacional do PSD, que o quer candidato de qualquer maneira, ainda que haja a pendência da senadora Eliziane Gama, que poderá ser a ovelha desgarrada por ser parte do governador Carlos Brandão. O pré-candidato Lahesio Bonfim já teria situação definida dentro do Novo, cujo comando nacional teria avalizado a sua candidatura, apostando alto na eleição de pelo menos um deputado federal. E o ex-senador Roberto Rocha faz uma pré-campanha declarada e assumida sem contar com um partido, que, a julgar pelo cenário, terá dificuldades de encontrar.

Se quiserem chegar lá, Felipe Camarão e Orleans Brandão terão de resolver logo, logo suas situações partidárias.

PONTO & CONTRAPONTO

Garotinho disse meias verdades em relação a Lula, Sarney e Flávio Dino

Antony Garotinho derrapou no comentário sobre
a equação Lula da Silva/José Sarney/Flávio Dino

As declarações do ex-governador do Rio de Janeiro, Antony Garotinho, especulando que o presidente Lula da Silva (PT) indicou o ex-senador Flávio Dino para a Suprema Corte por sugestão do ex-presidente José Sarney (MDB), para permitir que o sarneysismo voltasse a controlar politicamente o Maranhão é uma meia verdade.

É verdade que o presidente Lula da Silva indicou o ex-senador Flávio Dino por interesse político, mas com outros vieses. Não é segredo que Lula da Silva não tinha outro nome com o perfil de Flávio Dino para o Supremo, como está sendo demonstrado pelo agora ministro. Lula da Silva também foi motivado pelo interesse de não ter uma “sombra” muito forte e ameaçadora aos interesses do PT na sucessão presidencial de 2026. O líder petista vem emitindo todos os sinais de que a sua idade já não o credencia a uma nova guerra eleitoral contra uma direita forte, com ou sem Jair Bolsonaro. A desenvoltura de Flávio Dino como ministro da Justiça, que o credenciava a cada dia à condição de pré-candidato, levou o entorno de Lula da Silva a usar de todas as artimanhas para afastá-lo da corrida presidencial.

É visível que, por tabela, a decisão de Lula da Silva de tirar Flávio Dino da cena política do Maranhão e permitiu que o sarneysismo voltasse a respirar, como está claro. Mas nada, nada mesmo, indica que a motivação principal de Lula da Silva tenha sido um conselho do ex-presidente José Sarney. Não faz sentido.

É verdade que o governador Carlos Brandão se aproximou do que restou do Grupo Sarney, tendo inclusive assumido o controle do MDB, mas é verdade também que não há nenhum guru sarneysista no seu Governo Brandão, em que pese o relacionamento estreito do Palácio dos Leões com o casarão do Calhau.

No caso da relação Lula da Silva, José Sarney e Flávio Dino, Antony Garotinho tropeçou ao fazer uma leitura cartesiana, cometendo um grave erro jornalístico.

Fala de Carlos Lula causou reação na base governista e dentro do próprio PSB

Carlos Lula foi rebatido por
André Campos e Concita Pinto

O ensaio de crítica do deputado Carlos Lula (ainda no PSB) ao governador Carlos Brandão (PSB) por conta da decisão do chefe do Poder Executivo de fazer a doação de um veículo para cada uma das 217 Câmara Municipais do Maranhão se transformou numa nova crise dentro da aliança partidária governista, com reflexos mais fortes na base governista e dentro do PSB.

A primeira reação foi a do vereador André Campos (PP), que é MDB raiz e pertence ao grupo liderado pelo prefeito de Bacabal, Roberto Costa (MDB), o que representa uma reação emedebista ao deputado do PSB. André Campos, além de reagir duro a Carlos Lula, mandou um duro recado ao vice-governador Felipe Camarão (PT), que nada teve com a iniciativa do deputado dissidente, mas foi alvejado por tabela.

O caldo entornou dentro do próprio PSB, com a reação da vereadora Concita Pinto (PSB) criticando o deputado Carlos Lula. Concita Pinto segue hoje a liderança do presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor (PSB), viu “irresponsabilidade” na crítica do deputado Carlos Lula, que, vale lembrar, está com um pé fora do PSB, aguardando apenas uma decisão judicial ou a janela partidária de 2026 para migrar para outro partido, já que perdeu as condições de permanecer na legenda socialista hoje comandada no estado pelo próprio governador Carlos Brandão.

Em resumo: a reação dos vereadores à fala do deputado sobre a doação de veículos é mais um sintoma evidente de que a crise que separa dinistas de brandonistas é bem maior do que muitos pensam.

São Luís, 27 de Maio de 2025.

Pré-campanhas intensas de Orleans Brandão e Felipe Camarão indicam rompimento “sem retorno”

Entre Rildo Amaral e Antônio Pereira, Orleans Brandão inaugura poço artesiano em Sítio Novo; ao lado do pastor Mauro, Felipe Camarão participa de congresso da Juventude da Assembleia de Deus em Imperatriz

Não é uma situação declarada publicamente, mas o rompimento entre o governador Carlos Brandão (PSB) e o ministro Flávio Dino (STF) é fato, com sinais de irreversibilidade e já admitido por vozes dos dois grupos, ratificando a recente declaração do ex-governador José Reinaldo Tavares, segundo a qual “não há retorno”. Esse cenário de rompimento está se manifestando efetivamente nos movimentos do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), que vem cumprindo agenda política de pré-candidato a governador, e nos do vice-governador Felipe Camarão (PT), que também cumpre uma agenda intensa de contados, rodas de conversa e eventos, nos quais se apresenta como pré-candidato a governador. O ponto alto dessa disputa ocorrerá no dia 3 de abril do ano que vem, quando o governador Carlos Brandão (PSB) renunciar para disputar o Senado ou decidir permanecer no cargo até o final do seu mandato.

Até alguns meses atrás um integrante do Governo destinado a brigar por um mandato na Câmara Federal, o secretário de Assuntos Municipalistas ganhou volume político surpreendente, para se transformar em pré-candidato a governador, com poder de fogo concentrado na sua relação com prefeitos alinhados ao Palácio dos Leões. Com o aval do governador Carlos Brandão, que já manifestou a vários interlocutores a intenção de cumprir todo o mandato, lançando um candidato à sua sucessão, Orleans Brandão pisou fundo no acelerador político, fazendo a ponte entre prefeitos e Governo, participando de eventos, inaugurando obras, e sendo nome destacado e elogiado nos discursos de líderes municipais e deputados estaduais governistas.

Na semana que passou, ele começou sua agenda em Brasília, acompanhando prefeitos na XXVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, onde, com o aval do prefeito-presidente da Famem Roberto Costa (MDB), participou de todos os eventos, culminando com a reunião com a bancada maranhense. De lá, deslocou-se para a Região Tocantina, onde participou de inaugurações em vários municípios, entre eles Sítio Novo e Bom Jesus das Selvas, onde inaugurou sistemas de abastecimento de água, numa maratona que terminou em Imperatriz, onde reforçou os compromissos do governador Carlos Brandão e foi elogiado pelo prefeito Rildo Amaral (PP), um dos avalistas da sua pré-candidatura. Nas suas falas, Orleans Brandão não critica o Governo Flávio Dino.

O vice-governador Felipe Camarão, que enfrentou dias tensos por conta de um print que rebateu como fake news, virou o jogo com uma intensa agenda, que começou em Imperatriz, com sua participação no Congresso da Juventude da Assembleia de Deus, no qual foi bem acolhido por milhares de jovens. Dalí, o vice-governador visitou vários municípios da região e retornou a São Luís, onde cumpriu uma intensa agenda de reuniões com estudantes, uma delas numa escola estadual, no evento Diálogos com a Juventude, no qual reafirmou ser pré-candidato a governador. “Quero ser o pré-candidato dos jovens, da mulherada, da juventude evangélica, da juventude dos terreiros, da juventude preta, da juventude branca, da juventude de todas as cores e raças, de uma juventude plural”, declarou.

Muitos apostaram que o caso do print ofensivo à deputada Mical Damasceno, a ele atribuído, desanimaria sua caminhada. Erraram, porque o vice-governador, diante do avanço expressivo do secretário de Assuntos Municipalista, retomou as rédeas da sua trajetória e reagiu buscando apoio em segmentos da juventude, onde Orleans Brandão ainda não chegou. Em todos os eventos, ele tem dito ser pré-candidato a governador, deixando claro tratar-se de um projeto irreversível, seja qual for a posição do governador Carlos Brandão. E com um detalhe que tem chamado a atenção: não faz críticas ao Governo nem cobranças ao chefe do Executivo.

O fato é que o secretário de Assuntos Municipalista se encontra em pré-campanha intensa, com o aval do governador Carlos Brandão e o apoio aberto de secretários, deputados governistas e prefeitos com os quais tem estreitado relações. Na mesma toada, o governador Felipe Camarão está mergulhado numa pré-campanha quase solitária, mas ocupando espaços no eleitorado mais jovem, com o qual tem diálogo aberto e franco, com o eleitorado católico, do qual é militante, e abrindo caminho no eleitorado evangélico e demais religiões.

E o detalhe mais curioso dessa medição de forças: pelo menos até aqui, Orleans Brandão não atacou Felipe Camarão nem Felipe Camarão atacou Orleans Brandão. Esse cuidado sugere que há espaço, ainda que mínimo, para um entendimento.

PONTO & CONTRAPONTO

Pesquisa revela Brandão com gestão aprovada por 63,9%

Carlos Brandão: bem avaliado

O governador Carlos Brandão (PSB) anda com sorriso largo nos últimos dias. Motivo: uma pesquisa do Instituto Opinião, feita em 63 municípios das diversas regiões maranhenses, informa que a gestão dele é aprovada por nada menos que 63,9%, contra 28,1% de desaprovação. A pesquisa ouviu 1.978 pessoas entre os dias 15 e 19 deste mês.

Não é pouca coisa. São raros os governadores com aprovação nesse patamar. E com o destaque relacionado com grandes cidades, onde, via de regra, Governos não são bem vistos. Em Imperatriz, por exemplo, o governador tem gestão aprovada por 61,7%, o que pode ser considerado uma façanha, e em Presidente Dutra, a gestão de Carlos Brandão alcançou estratosféricos 72,1%.

E um dado que faz toda a diferença na pesquisa: perguntados se o Maranhão está melhor do que quatro anos atrás, 40,2% responderam que sim, enquanto 37,9% disseram que está igual e apenas 19,3% opinaram que piorou.

Parte desse reconhecimento está no fato de o governador Carlos Brandão haver centrado seu Governo numa política municipalista, aplicando recursos do estado em obras discutidas e definidas diretamente com prefeitos.

Com esse cacife, e se ele for mantido até o ano que vem, Carlos Brandão acumulará poder de fogo para uma eleição fácil para o Senado, se decidir sair, e também para embalar um candidato à sua sucessão que vier a lançar, caso resolver cumprir seu mandato integralmente.

Pedro Lucas mostrou coerência partidária ao recusar ministério

Pedro Lucas: coerência

O deputado federal Pedro Lucas Fernandes, líder do União Brasil na Câmara Federal, demonstrou ser um político maduro e coerente numa declaração recente em que ele esclarece, em definitivo, a sua decisão de recusar o Ministério das Comunicações. Disse ele:

 “Eu não fui ao Ministério das Comunicações por uma questão de partido. Eu tinha que acalmar a bancada. Naquele momento, se eu saísse, é uma bancada muito grande, 60 deputados, que eu comando dentro da Câmara, e iria ter uma disputa muito forte. Quem não queria ser ministro? Talvez seja o ápice de um deputado, mas estou aqui de cabeça erguida”.

A explicação é reveladora de uma visão política em que o partido, e não o partidário, é colocado em primeiro lugar, como acontece nas grandes democracias. São muitos os casos de ministros que se agarram ao cargo, mesmo que metade do seu partido vote contra o Governo. O deputado Pedro Lucas Fernandes preferiu chegar ao “ápice” e permanecer com o líder da bancada e assim evitar uma crise na bancada. Um bom exemplo de coerência partidária.

São Luís, 25 de Maio de 2025.

Pesquisa mostra Braide liderando, seguido por Bonfim, Brandão e Camarão, mas deixa Rocha de fora

Eduardo Braide lidera seguido de Lahesio Bonfim,
Orleans Brandão e Felipe Camarão

O Instituto Conceito divulgou ontem nova pesquisa de intenção de voto para o Governo do Estado, realizada entre os dias 18 e 20 deste mês de maio e que mostra o prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD) com 34,5% das intenções de voto, tendo o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), com 21,2%, seguido do secretário de Assuntos Municipalista, Orleans Brandão (MDB), com 17,2%, o vice-governador Felipe Camarão (PT) com 14,3% e Saulo Arcangeli (PSTU) com 0,5%. O levantamento encontrou 4,3% que defenderam o voto nulo e 8,1% de indecisos.

Até aí, tudo bem. Afinal, a pesquisa mostrou um cenário coerente com o que outros levantamentos desenharam recentemente, com a liderança isolada do prefeito Eduardo Braide na preferência do eleitorado. E na sequência uma mostra da “dança” de três nomes fortes na corrida ao Palácio dos Leões: Lahesio Bonfim, Orleans Brandão e Felipe Camarão, conforme os números mostrados pela nova investigação.

Lahesio Bonfim, que tem mostrado fôlego surpreendente como potencial adversário do prefeito Eduardo Braide num provável segundo turno, aparece em segundo lugar, com 21,2%, uma pequena, mas consistente, folga em relação ao segundo e ao terceiro colocados, e com um bom avanço na capilaridade por região. Orleans Brandão, que aparece na terceira posição, amplia seu espaço como resultado de já estar se movimentando como pré-candidato e, ao que parece, com projeto de candidatura irreversível. E Felipe Camarão, que amarga um mau momento causado pela incerteza quanto ao seu futuro, já que a todos os sinais estão indicando que o governador Carlos Brandão (PSB) pretende mesmo permanecer no Governo, tirando-lhe a oportunidade de ser governador e candidato à reeleição, e com o desgaste causado pelo print atacando a deputadas Mical Damasceno (PSD), a ele atribuído, mas duramente contestado.

O que chama a atenção e coloca a pesquisa do Instituto Conceito em dúvida é a ausência do ex-senador bolsonarista Roberto Rocha (sem partido), que é pré-candidato assumido, da lista de candidatáveis, e a inclusão, sem pé nem cabeça, do respeitado militante esquerdista Saulo Arcangeli, que ainda não se manifestou nesse sentido e que, a julgar pelo seu desempenho nas últimas eleições, não tem a menor chance de chegar a algum lugar nessa corrida. Roberto Rocha, ao contrário, vem pontuando bem nos últimos levantamentos, alcançando entre oito e 14 pontos percentuais, números que fazem enorme diferença numa disputa como a que está em andamento. E não é exagero afirmar que se, ao invés de Saulo Arcangeli, a pesquisa o tivesse incluído, o resultado poderia ser diferente.

A prova cabal disso está mostrada no relatório numérico da pesquisa realizada pelo Instituto Conceito no período de 15 a 18 de março, no qual Eduardo Braide aparece com 34,2% das intenções de voto, Lahesio Bonfim com 19,4%, Felipe Camarão com 13,2%, Roberto Rocha com 11,6% e Orleans Brandão com 8,4%. Soa estranho que um candidatável que apareceu com mais de 11 pontos percentuais numa pesquisa seja rifado na seguinte, feita dois meses depois, sendo substituído por um nome que merece respeito político, mas não tem a menor chance numa disputa desse naipe.

O fato, porém, é que, se o levantamento do Instituto Conceito for honesto – e não há elementos para se duvidar disso -, o prefeito Eduardo Braide se mantém na liderança, no caso com 13 pontos percentuais de distância do segundo colocado, o que lhe dá cacife para alimentar com segurança o seu projeto de candidatura, mantendo a linha “de quem não quer, querendo”. Lahesio Bonfim tem até aqui motivos para acreditar que pode chegar ao segundo turno. Mas tanto ele quanto Eduardo Braide não podem acreditar que Orleans Brandão e Felipe Camarão permanecerão onde estão.

Esse quadro só vai se definir de vez quando o Palácio dos Leões anunciar o candidato do governador Carlos Brandão, permanecendo ele no Governo ou saindo para disputar o Senado.

PONTO & CONTRAPONTO

César Bandeira e Harolfran Melo são homenageados pela Assembleia Legislativa

Ricardo Arruda, César Bandeira, Arnaldo Melo, Harolfran
Melo e Aparício Bandeira no plenário da Assembleia
Legislativa após a sessão solene

A Assembleia Legislativa homenageou ontem, com absoluta justiça, dois homens públicos merecedores de reconhecimento: o empresário e ex-deputado estadual e ex-deputado federal César Bandeira, e o médico Harolfran Alves de Melo. O primeiro recebeu a Medalha do Mérito Legislativo Manoel Beckman e o segundo a Medalha do Mérito Legislativo Jackson Lago, ambas só concedidas a cidadãos que contribuem para o desenvolvimento do Maranhão. A distinção aos dois foi proposta pelo deputado Arnaldo Melo (PP), e pela então deputada Nina Melo, que atuou na legislatura passada. Ele justificou a distinção assinalando que os dois homenageados muito contribuíram, e ainda contribuem, para o desenvolvimento do estado.

César Bandeira tem um histórico rico de atuação como político e empresário. Foi deputado estadual por dois mandatos, sendo que num deles participou da Assembleia Estadual Constituinte, que na esteira da Assembleia Nacional Constituinte escreveu a versão maranhense da Constituição Cidadã. E deu o passo seguinte para exercer quatro mandatos de deputado federal. César Bandeira sempre se desdobrou para conciliar sua atuação política com a sua vocação empresarial, uma vez que, engenheiro civil por formação, se dedicou anos e anos à construção civil no plano empresarial. Mais tarde, num rasgo de visão, migrou para a área da educação superior criando a Facam, hoje numa das maiores empresas do ramo no Maranhão, gerando conhecimento, emprego e renda.

Na sua fala, César Bandeira agradeceu a homenagem se dizendo muito alegre e satisfeito. “Aqui nesta Casa comecei a minha vida pública e aprendi muito. Agradeço ao deputado Arnaldo Melo pelo reconhecimento e a todos os deputados que aprovaram a proposição”, frisou.

A homenagem ao médico Harolfran Alves de Melo se justifica com o fato de ele ser um profissional da Medicina com larga visão social, tendo também atuado na vida pública como prefeito de Santa Luzia do Paruá, cargo também exercido pela sua mulher, a também médica Eunice Boueres Damasceno. E também por haver exercido, e ainda exercer, a medicina nas comunidades ao longo da BR-316, onde é muito respeitado.

Edson Araújo está na mira da PF por conta de suposto desvio de milhões descontados de aposentados

Edson Araújo

Torna-se cada vez mais complicada a situação do deputado estadual Edson Araújo (PSB), suspeito de envolvimento no grande esquema dos descontos de aposentados do INSS para entidades fajutas de assistência, que na verdade são organizações criminosas.

Nas suas investigações, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) encontraram rastros de transações financeiras fora da normalidade na Federação dos Pescadores do Estado do Maranhão, controlada há anos pelo parlamentar. Ele teria movimentado somas expressivas da Federação das Colônias e enviado parte desse dinheiro de volta aos cofres da entidade, o que pode caracterizar operações de lavagem.

A situação do parlamentar, que é também vice-presidente da Confederação Brasileira dos trabalhadores na Pesca e Aquicultura, que segundo a |CGU já recebeu R$ 99 milhões em descontos do INSS desde 2022, está causando apreensão e constrangimento na Assembleia Legislativa e no partido, o PSB, do qual é um dos quadros mais antigos. Ele ainda não se manifestou sobre o assunto de maneira categórica, definitiva, de modo a esclarecer essa suspeita. Mas terá de responder, porque o relatório da PF contém informações que o colocam numa posição muito delicada.

São Luís, 24 de Maio de 2025.

Crise na base governista ganha força na Assembleia com situação reagindo a ataques da dissidência

Em cima: Sebastião Madeira, Neto Evangelista, Cláudia
Coutinho, Eric Costa e Viviane Silva defenderam o
Governo dos ataques dos dissidentes Othelino Neto,
Carlos Lula, Rodrigo Lago e Francisco Nagib

Todos os sinais emitidos em atos do Governo do Estado e nas manifestações da dissidência dinista na Assembleia Legislativa estão levando rapidamente à conclusão de que o rompimento entre o governador Carlos Brandão (PSB) e a banda dinista da aliança política e partidária já é fato e deve ser consumado a qualquer momento, caso não haja uma distensão que estanque o processo. Os discursos feitos na Assembleia Legislativa nesta semana não deixaram dúvidas quanto a esse desfecho. Ali, a dissidência dinista decidiu atuar de maneira articulada, disparando fortes e duras críticas em bloco a áreas do Governo. Na quarta-feira, os disparos verbais foram dirigidos à área de educação, alcançando também o setor rodoviário. Ontem, a fuzilaria transformou em alvo a área de saúde, com duras críticas e denúncias.

A investida da dissidência dinista aumentou de volume e intensidade depois que o chefe da Casa Civil, o experiente Sebastião Madeira (PSDB), numa atitude inédita, ao falar como convidado numa sessão solene na Assembleia Legislativa, realizada após a sessão ordinária de quarta-feira, defendeu o governador Carlos Brandão e criticou a oposição, e cobrou a base governista por não defender o governador dos ataques oposicionistas. Sebastião Madeira declarou que “o governador tem feito um trabalho extraordinário neste estado”, admitindo um ou outro problema localizado, devido às dimensões do Maranhão. E afirmou que o Governo está atuando “em todas as áreas”. O chefe da Casa Civil pediu desculpas à Mesa da sessão por desviar do tema do discurso, justificando o gesto com o fato de ter assistido deputados atacarem o Governo sem que parlamentares governistas saíssem em sua defesa.

Na mesma linha de quarta-feira, a metralha da dissidência foi aberta pelo deputado Othelino Neto (SD), que, como no dia anterior, quando chegou ao plenário avisando estar vindo de uma escola, disse estar chegando de uma visita a um hospital, onde, segundo ele, ouviu das pessoas declarações de que estavam sendo bem tratados. Mas, contraditoriamente, inverteu o reconhecimento fazendo duros ataques à política de saúde como um todo. Na sequência, o deputado Rodrigo Lago (PCdoB) entrou no tema, numa ação coordenada, que culminou com o discurso duro do deputado Carlos Lula (PSB), que foi secretário de Saúde nos dois Governos Flávio Dino.

Na esteira de um pronunciamento feito pela deputada Cláudia Coutinho, que, na condição de enfermeira, festejou os ajustes feitos na política de regulação hospitalar do Governo, o deputado Carlos Lula elogiou os avanços na regulação, mas logo partiu para o ataque denunciando que a Secretaria de Saúde estaria reservando leitos em hospitais para atender a “amigos do Governo”, criando, segundo ele, “duas categorias de cidadão no Maranhão”. Na mesma linha, o deputado Francisco Nagib (PSB) discursou fazendo críticas à política de saúde do Governo.

Na esteira da deputada Cláudia Coutinho, que defendeu a política de saúde do Governo, com base na sua experiência de enfermeira atuando no sistema de saúde de Caxias, a base governista reagiu com mais três discursos fortes em defesa do Governo. O deputado Eric Silva (PSD), que é ex-prefeito de Barra do Corda e conhece a fundo os problemas da rede de saúde, e que começou seu mandato distante do Governo, fez uma forte defesa do governador Carlos Brandão, classificando de injustos os ataques da dissidência à sua política de saúde, informando ter testemunhado o rigor com que o mandatário maranhense exige eficiência do Governo, destacando a construção do novo hospital de Imperatriz. A deputada Viviane Silva (PDT) emendou destacando a política de Saúde do Governo, saudando principalmente o novo hospital de Imperatriz, que atenderá a toda a região tocantina e vizinhança. “Saúde é uma área bastante desafiadora e jamais deixará de ter problemas, mas o governador Carlos Brandão está tentando resolver e avançando o máximo possível nesse setor”, declarou a deputada balsense.

O líder governista Neto Evangelista (União) iniciou o rebate aos ataques com uma alfinetada no deputado e ex-secretário Carlos Lula, afirmando que os problemas ainda enfrentados na área de saúde não são recentes. Ele atribuiu parte dos problemas na área de saúde ao SUS, e garantiu que o governador Carlos Brandão “tem feito as ações necessárias para honrar compromissos fiscais e garantir o atendimento à população”.

O fato é que o bate-rebate entre a dissidência na Assembleia Legislativa e a situação já desenham um cenário de rompimento.

PONTO & CONTRAPONTO

Crise na aliança governista coloca PT, PCdoB e PV em situação divergente

Francimar Melo, Márcio Jerry e Adriano Sarney:
posições diferentes na Federação

O enfrentamento que se dá na base governista entre partidários dos projetos de candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT) e do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB) está atingindo em cheio a Federação Brasil Esperança, que reúne PT, PCdoB e PV. Ali divergências começam a ganhar forma que pode criar uma situação política embaraçosa. São três posições que começam a ganhar definição.

O PT, que é o partido maior e mais forte, quer a candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT), mas não admite sequer pensar em brigar com o governador Carlos Brandão, com quem, seguindo a linha das lideranças nacionais, a começar pelo presidente Lula da Silva, mantém boa relação com o chefe do executivo. O presidente do partido, Francimar Melo, tem reiterado apoio ao governador Carlos Brandão.

O PCdoB, que tem mais força no estado, mesmo estando perdendo gás, defende decididamente a pré-candidatura do vice-governador Felipe Camarão, apostando alto na saída do governador Carlos Brandão para disputar o Senado. O PCdoB trilha hoje sobre uma linha tênue entre se manter alinhado ao governador Carlos Brandão e partir para a oposição, que já faz na Assembleia Legislativa. O presidente do partido, deputado federal Márcio Jerry, vem fazendo malabarismo para evitar o rompimento efetivo.

O PV, por sua vez, está totalmente alinhado ao governador Carlos Brandão, não admitindo a possibilidade de mudar de posição. Sob o comando do ex-deputado Adriano Sarney, que preside a MOB, defende aberta e enfaticamente que o partido deve seguir o posicionamento do governador Carlos Brandão. Se ele sair para o Senado e formar dobradinha com o vice-governador Felipe Camarão, o PV estará junto, o mesmo acontecendo se o governador decidir ficar no cargo e lançar um candidato à sucessão, seja ele Orleans Brandão ou não.

Dificilmente os três partidos se juntarão numa posição comum na corrida sucessória no Maranhão.

Eliziane defende mudança no tempo dos mandatos propondo seis anos para presidente, sem reeleição

Eliziane Gama quer mandato de seis anos e fim da reeleição para presidente

A senadora Eliziane Gama engrossou as fileiras de congressistas que empunharam a bandeira de mudanças nos mandatos executivos e legislativos em vigor no Brasil, incluindo no pacote o ponto central da discussão: o fim da reeleição para presidente, governador e prefeito, que passariam a ter mandato de seis anos, sem direito de renovação consecutiva.

Para a senadora maranhense, o ideal seria que, além dos mandatos de seis anos para cargos executivos, as mudanças definissem mandatos de seis anos também para senador e de três anos para deputado estadual e deputado federal. Nesse modelo, presidente, governadores, prefeitos e parte do Senado seriam eleitos de seis em seis anos.

Com isso, o País realizaria eleições de três em três nos, e não de dois em dois como é agora. E na visão da senadora, o novo modelo, além de oxigenar mais intensamente o universo político, aliviaria gastos com eleições.

O tema está ganhando corpo no Congresso nacional, já havendo várias iniciativas nessa direção, com o aval de lideranças nas duas Casas do Legislativo federal.

São Luís, 23 de maio de 2025.

Marcha: Roberto Costa leva Famem a buscar solução para problemas que sufocam prefeituras

Roberto Costa fala aos senadores e deputados federais do
Maranhão sobre os problemas enfrentados por municípios

O prefeito de Bacabal, Roberto Costa (MDB), encara em Brasília o seu primeiro grande teste como presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), ao comandar a representação maranhense na XXVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que começou segunda-feira (19) e termina hoje. Ele lidera uma delegação formada por mais de uma centena de prefeitos, e além dos debates da agenda do maior encontro municipalista do País, conduziu uma produtiva reunião do grupo municipalista com a representação maranhense no Congresso Nacional, numa articulação que fez com o coordenador da bancada, deputado federal Duarte Jr. (PSB), apoiada pelo secretário estadual de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão, porta-voz do Palácio dos Leões no evento.

Roberto Costa fugiu do habitual pedido de obras por meio de emendas parlamentares, e assumiu plenamente a condição de presidente da Famem para colocar à mesa com senadores e deputados federais assuntos amargos e desafiadores, que travam o funcionamento de prefeituras.  Um deles é a busca de soluções para o gigantesco déficit previdenciário dos municípios maranhenses, assim como a criação de uma legislação que permita aos municípios criarem os seus sistemas de previdência sem inviabilizar as finanças municipais. Ele defendeu junto a senadores – Eliziane Gama (PSD) e Weverton Rocha (PSD) e 12 deputados federais o aprimoramento da legislação relacionada com o pagamento de precatórios no âmbito municipal, que é outro sugador de recursos das prefeituras, que em sua maioria depende do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e dos Estados (FPE) e de convênios com os Governos estaduais e com a União. O foco central é o aumento de receita dos municípios.

Roberto Costa fez questão de levar para a reunião com a bancada ninguém menos do que o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, com quem vem mantendo uma relação estreita desde que assumiu a presidência da Famem.

Na reunião, o presidente da Famem apresentou um breve, mas denso, painel da situação dos municípios do Maranhão, fazendo uma defesa forte do estreitamento das relações dos prefeitos com a bancada federal e com o Governo do Estado, por entender que essa é a essência do municipalismo. Ele fez também uma enfática defesa dos prefeitos, cujo papel ainda não é compreendido inteiramente. E falou baseado na sua própria vivência de político que passou 15 anos na Assembleia Legislativa, comandou secretarias de Estado, mas encontrou uma realidade totalmente nova na condição de prefeito de Bacabal. “Estou à frente de uma Prefeitura há cinco meses, e nunca carreguei nas minhas costas uma responsabilidade tão grande”, declarou, relatando situações complicadas com que se depara sem aviso prévio.

Ele pediu aos senadores e deputados federais que se aproximem cada vez mais dos municípios, de modo a ampliar e fortalecer a relação dos prefeitos com a União, citando como exemplo a atuação do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão, que segundo ele, “tem sido um parceiro importante nas nossas demandas com o Governo do Estado, que tem escutado as necessidades dos prefeitos, levando ao governador demandas importantes dos prefeitos e prefeitas maranhenses”. 

O discurso enfático e alinhado do presidente da Famem foi bem recebido pelos congressistas maranhenses presentes à reunião. O coordenador da bancada federal, deputado Duarte Jr., concordou com as demandas apresentadas pelo presidente da FAMEM, posição defendida também pelo líder do União na Câmara Federal, deputado Pedro Lucas Fernandes, e do vice-líder do PT, deputado Rubens Jr..

Com a sua movimentação em Brasília, o prefeito Roberto Costa tem emitido fortes sinais de que pretende colocar a Famem na rota dos grandes temas do municipalismo, fazendo com que ela seja bem mais que uma entidade associativa e consultiva, para se tornar uma instituição de fato engajada no debate dos problemas de organização e estrutura enfrentados pelos prefeitos maranhenses.

PONTO & CONTRAPONTO

Orleans Brandão participa ativamente da Marcha dos Prefeitos e é visto como nome forte ao Governo

Orleans Brandão participa da reunião dos prefeitos com
a bancada federal: visto como nome forte ao Governo

O secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão, que nas últimas semanas voltou ao epicentro da movimentação que deve desembocar na escolha do candidato governista à sucessão do governador Carlos Brandão (PSB), está sendo o diferencial na delegação de prefeitos maranhenses na XXVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, comandada pelo presidente da Famem, Roberto Costa, que é prefeito de Bacabal e um dos principais articuladores da base governista.

Em Brasília, Orleans Brandão inovou como secretário de Assuntos Municipalistas. Ele acompanha a delegação em todos os eventos, ajudou na articulação da reunião da delegação maranhense com a bancada federal e, com o suporte da Representação do Governo do Maranhão em Brasília, deu apoio à delegação.  

Na reunião dos prefeitos com a bancada federal, comandada pelo presidente da Famem, o secretário de Assuntos Municipalistas ocupou lugar na mesa dos trabalhos e se manifestou quando espaços lhe foram abertos na discussão entre prefeitos e parlamentares.

Numa avaliação da Marcha em curso, o braço direito do governador Carlos Brandão na seara municipalista se manifestou, visivelmente entusiasmado:  “O Maranhão participou em peso. Eu estou me sentindo em casa, conversando com os amigos prefeitos do nosso estado. Aqui encontramos gestores que estão em busca de melhores investimentos e capacitação. Com o municipalismo forte o Brasil também seguirá forte”.

E justificou sua participação ativa na Marcha dos prefeitos: “Estamos aqui para somar forças. O Governo do Maranhão se coloca à disposição para trabalhar lado a lado com os deputados, senadores e prefeitos. Nosso compromisso é com quem mais precisa”.

Nos bastidores da mega reunião, Orleans Brandão passou a prefeitos, senadores e deputados federais a impressão de que caminha mesmo para ser o candidato a governador, na hipótese, já admitida por muitos, de o governador permanecer no cargo até o final do seu mandato, com imenso poder de fogo na corrida eleitoral.

Deputados dissidentes da base governista fazem críticas em série à situação de escolas e rodovias

Othelino Neto, Rodrigo Lago, Júlio Mendonça, Carlos Lula criticaram o Governo; Neto Evangelista rebateu as críticas

Depois da sessão de terça-feira, que foi dominada pelo imbróglio causado pelo print com o registro de suposta conversas ofensivas à deputada Mical Damasceno (PSD) e atribuídas ao vice-governador Felipe Camarão, que reagiu batendo às portas da Polícia e da Justiça, a Assembleia Legislativa viveu na quarta-feira uma sessão em que deputados do bloco dinista fizeram duras críticas ao Governo do Estado, focando suas falas nas condições de escolas e rodovias.

A série de pronunciamentos foi aberta pelo deputado Othelino Neto (Solidariedade), o mais ácido opositordo governador Carlos Brandão e que fez uma contundente denúncia a respeito da situação da Escola Educa Mais João Francisco Lisboa, onde segundo informou, estivera pouco antes. O parlamentar fez um relato dramático da situação da escola, fazendo fortes críticas à política educacional do Governo.

Na sequência, os deputados Rodrigo Lago (PCdoB), Júlio Mendonça (PCdoB) e Carlos Lula (PSB) ocuparam a tribuna e bateram na mesma tecla, fazendo denúncias sobre a situação de diferentes escolas. Ao mesmo tempo, cobraram ações imediatas na restauração das unidades escolares. Nos seus pronunciamentos, os deputados dissidentes da base governista atacaram também a política rodoviária do Governo do Estado, citando as condições em que se encontram a MA-006, interrompida esta semana por um protesto, e também a MA-106.

Os deputados atribuíram parte dos problemas à centralização da política de obras na Secretaria de Infraestrutura, defendendo que os casos de construção e reforma de escolas sejam conduzidos diretamente pela Secretaria de Estado da Educação.

O líder do Governo, deputado Neto Evangelista (União) reagiu ao “ataque” articulado dos deputados dissidentes, contestando parte do que foi denunciado e afirmando que o governador Carlos Brandão não deixa problemas sem solução. E citou como exemplos a agenda de inaugurações do em todo o estado. São Luís, 22 de Maio de 2025.

Braide deve conversar com chefe do PSD para definir a unidade do partido por sua candidatura

Eduardo Braide deve conversar com Gilberto Kassab
sobre fatiamento do PSD no Maranhão

O prefeito Eduardo Braide deverá ter uma conversa definitiva com o comandante nacional do PSD, Gilberto Kassab, acerca da situação do partido no Maranhão, onde a legenda é dividida entre ele, que tem o controle formal no estado, a senadora Eliziane Gama, que lidera uma fatia expressiva da legenda na condição de vice-presidente nacional, e peças soltas, como o deputado federal Josivaldo JP e os deputados estaduais Eric Costa e Mical Damasceno, que têm atuado claramente em sintonia com o Palácio dos Leões. Líder isolado na corrida à sucessão do governador Carlos Brandão (PSB), segundo todas as pesquisas, Eduardo Braide não pretende ser candidato por um partido dividido, e deve colocar as cartas na mesa no momento adequado.

Esse rumor circulou nos bastidores do Palácio de la Ravardière há duas semanas, quando a deputada Mical Damasceno fez um duro discurso criticando o vice-governador Felipe Camarão (PT), a quem acusou de estar pressionando o governador Carlos Brandão para apoiá-lo. Na sua fala, a parlamentar defendeu o direito de o governador lançar o seu sobrinho, o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), à sucessão dele, e fez um apelo dramático para que Carlos Brandão permaneça no Governo até o final do seu mandato, comandando o processo sucessório. O discurso de Mical Damasceno repercutiu negativamente no entorno do prefeito de São Luís, tendo alguns dos seus aliados esperado algum tipo de reação, mas nada saiu do gabinete do prefeito de São Luís, que tem a prudência como “arma” política.

Nas últimas semanas, nas incursões do governador Carlos Brandão pelas regiões Sul, participando da AgroBalsas, em Balsas, e Tocantina, numa grande movimentação administrativa e política em Imperatriz, deputados do PSD participaram entusiasticamente dos eventos, referendando a destacada participação do secretário Orleans Brandão, que atuou como braço direito do chefe do Executivo estadual e como pré-candidato quase declarado. O deputado federal Josivaldo JP não esconde sua relação próxima com o Governo do Estado. Na mesma linha, o deputado Eric Costa tem se movimentado como membro ativo da base governista na Assembleia Legislativa, onde tem elogiado as ações do Governo do Estado.

Se não conta ainda com o apoio integral do seu partido, o prefeito de São Luís embala o seu projeto de candidatura com o apoio declarado do Republicanos, comandado no estado pelo deputado federal Aluísio Mendes, que já se manifestou nessa direção e tem o aval do comando nacional da legenda, confirmado pela visita recente do presidente nacional do partido, deputado federal Marcos Pereira (SP), a São Luís. Da mesma maneira, o prefeito tem o respaldo e o apoio do braço do MDB em São Luís. Até aqui, o presidente do braço emedebista na Capital, deputado federal Cléber Verde está “fechado” com o projeto de candidatura do mandatário municipal ao Governo do Estado, mesmo diante da possibilidade de o emedebista Orleans Brandão vir a ser lançado candidato pelo governador Carlos Brandão.

Nesse contexto, não será surpresa se o PDT, comandado pelo senador Weverton Rocha, vier a fazer uma aliança com o PSD, garantindo o apoio do partido, ainda que informalmente, e de Eduardo Braide à sua candidatura à reeleição. Eduardo Braide poderá também receber o apoio do PL, liderado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que já se colocou fora da base governista e declarou apoio ao projeto de reeleição do senador Weverton Rocha, podendo ampliar o raio e apoiar a candidatura do prefeito.

O fato é que no momento o prefeito Eduardo Braide trabalha no sentido de montar uma base partidária para a sua candidatura ao Governo. E além do Republicanos, até aqui conta apenas com retalhos do seu próprio partido. Daí o rumor de que ele se prepara para colocar as cartas na mesa numa conversa decisiva com o comando do PSD, na qual ele entrará com a vantagem de ser líder nas intenções de voto e de ser um político que tem brilho próprio e para quem o partido preenche a parte formal da campanha, garantindo tempo no rádio e na TV.

Em Tempo: esse comentário é fruto de uma longa conversa com quem conhece bem o entorno político do prefeito de São Luís.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema preside o Poder Legislativo e atua fortemente na política partidária separando o joio do trigo

Iracema Vale, com os deputados Davi Brandão e
Antônio Pereira, no evento dos agentes de saúde

A presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB) vem atuando fortemente em duas frentes, conseguindo, com muita habilidade, separar o joio do trigo.  

A primeira frente é a presidência do Poder Legislativo, que exerce com mão firme, respeitando as regras das relações institucionais, assegurando as prerrogativas parlamentares, evitando que o jogo político e partidário interfira no dia a dia do parlamento como instituição. As sessões têm transcorrido com base no jogo da situação, que é largamente majoritária, da qual ela faz parte, com a oposição, que é minoritária e enfrenta dificuldades para “peitar” a poderosa bancada governista.

Agora mesmo, quando estourou a bomba do tal print ofensivo à deputada Mical Damasceno (PSD) e atribuído ao vice-governador Felipe Camarão (PT), a presidente da Assembleia Legislativa agiu com total correção: divulgou nota manifestando apoio e solidariedade à parlamentar, e diante da reação do vice-governador negando autoria das ofensas, Iracema Vale evitou, na nota, fazer juízo sobre autoria, preferindo, em princípio, entregar o caso à Polícia e, posteriormente, à Justiça, descartando o risco perigoso  de uma acusação infundada.

No front político, Iracema Vale vem jogando pesado como aliada incondicional do governador Carlos Brandão (PSB). Mais recentemente, a deputada-presidente vem aos poucos abraçando o projeto que prevê a permanência do governador Carlos Brandão no cargo, e o lançamento do secretário Orleans Brandão com o candidato a governador.

A manifestação mais recente nesse sentido aconteceu sexta-feira (16), no auditório Fernando Falcão, da Assembleia Legislativa, em reunião de agentes de saúde. Enfermeira por formação, Iracema Vale participou ativamente do ato, no qual se comprometeu entregar os pleitos da categoria aos cuidados do secretário de Assuntos Municipalistas, para que ele faça a ponte entre os agentes e o Governo.  

Com sua conhecida habilidade, ela começou: “Antes de ser deputada, antes de ser prefeita, sou enfermeira. E foi implantando o sistema de agentes comunitários de saúde em Urbano Santos que iniciei minha caminhada política. Foi no contato direto com as famílias que entendi o verdadeiro sentido da política: estar perto, ouvir e cuidar”.

E completou: “O governador Carlos Brandão reconhece a importância dos agentes comunitários e de combate às endemias para a saúde pública. E o secretário Orleans Brandão será essa ponte entre a categoria e o Executivo, contribuindo na construção de políticas públicas voltadas à valorização desses profissionais”.

Arnaldo Melo destaca volume de obras em curso no estado

Arnaldo Melo: animação

Decano da Assembleia Legislativa, com a experiência de mais de três década na Casa, o deputado Arnaldo Melo fez uma declaração surpreendente, que certamente ecoou como música no palácio dos Leões. Ele disse: “Estou nesta Casa desde 1991 e nunca vi um governo com tantas obras em andamento como neste momento aqui no Maranhão”.

Arnaldo Melo destacou as ações descentralizadas na área da educação, assinalando a complexidade da manutenção e recuperação das mais de mil escolas estaduais. Destacou também obras de grande impacto, como o Hospital da Ilha, em São Luís, e o novo Hospital Geral em construção em Imperatriz.

E usando toda a sua larga experiência, o parlamentar revelou seu estado de ânimo: “Eu estou animado com tantas obras no interior do Maranhão. O governador Brandão está fazendo obras na Baixada, na região dos Lençóis, na região do Sertão, na região Central do Maranhão, e isso a gente precisa registrar”.

As declarações, feitas com franqueza, ecoaram dentro e fora do plenário da Assembleia Legislativa.

São Luís, 21 de Maio de 2025.

Pesquisa mostra oposicionistas com larga vantagem sobre governistas na corrida aos Leões

Eduardo Braide está isolado na liderança, seguido de Lahesio Bonfim
e Roberto Rocha, que são seguidos por Felipe Camarão, Orleans
Brandão e Pedro Lucas, que não é candidato a governador

Pesquisa do instituto Data M sobre a corrida ao Palácio dos Leões, realizada entre 5 e 10 de maio, tendo ouvido 1.800 eleitores em 40 municípios, e divulgada ontem, mexeu com os brios da base governista. Dos seis candidatáveis listados, os três que estão na frente – o prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD), o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo), e o ex-senador Roberto Rocha (sem partido) – fazem oposição ao grupo ligado ao ministro Flávio Dino (STF), que aposta no vice-governador Felipe Camarão (PT), e à corrente liderada pelo governador Carlos Brandão (PSB), que trabalha a candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), da qual também faz parte o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União), que estão nas três últimas colocações.

Os números do Data M – que têm margem de erro de 2,5 pontos percentuais, para mais ou para menos, e intervalo de confiança de 95% – informam que, se a eleição fosse agora, Eduardo Braide sairia das urnas com 34,3% e iria para um segundo turno tendo como adversário Lahesio Bonfim, que ocuparia o segundo lugar com 15,3% dos votos. Na terceira colocação, e fora do jogo, portanto, ficariam Roberto Rocha, com 9,4%, seguido de Felipe Camarão com 8,8%, de Orleans Brandão com 6,7%, e de Pedro Lucas Fernandes com 1,3%. Além disso, os insatisfeitos (votos brancos e nulos e em nenhum) e indecisos (não souberam ou não quiseram responder) somariam nada menos que 24,1%.

Chama a atenção o fato de oposicionistas estarem liderando a pesquisa – que ouviu 1.800 eleitores em 40 municípios – com vantagem muito larga. Somadas, as intenções de votos do líder Eduardo Braide, de Lahesio Bonfim e de Roberto Rocha alcançam nada menos que 59%, enquanto os governistas Felipe Camarão, Orleans Brandão e Pedro Lucas Fernandes totalizam apenas 16,8%. É verdade que não há candidatura definida, e que no cenário de agora apenas Lahesio Bonfim e Roberto Rocha já se declararam candidatos irreversíveis, ao tempo em que Felipe Camarão tem manifestado declarada intenção de ser candidato, Orleans Brandão se movimenta como pré-candidato, e Pedro Lucas Fernandes nunca manifestou qualquer traço de intenção de entrar nessa disputa sucessória. Mas os seus nomes estão postos, e com visibilidade bem maior do que a dos demais.

Outro dado que também chama a atenção é a solidez da posição do prefeito Eduardo Braide, que aparece na faixa de 30 a 35 pontos percentuais em nada menos que cinco pesquisas mais recentes, sem fazer qualquer movimento pré-eleitoreiro explícito – a ida ao AgroBalsas aconteceu depois desse levantamento. Lahesio Bonfim faz movimento oposto, atuando em pré-campanha todos os dias, o que talvez explique a variação das suas colocações em diferentes pesquisas. E Roberto Rocha ainda está restrito a nichos por ele criados em redes sociais, nos quais vem reafirmando com insistência que é candidato, e nada além disso.

No contraponto, os pré-candidatos governistas, que poderiam estar se unindo para formar uma aliança forte e definir uma candidatura com cacife político e eleitoral avantajado, estão mergulhados numa medição de força que tem produzido mais incertezas do que convicções em relação ao futuro de cada um. Isso porque o grupo que dá suporte ao governador Carlos Brandão começa a se manifestar explicitamente favorável ao projeto de candidatura de Orleans Brandão, enquanto a chamada ala dinista da aliança mantém inalterada sua posição favorável ao projeto de candidatura do vice-governador Felipe Camarão.

A pesquisa Data M, como as anteriores, trouxe à tona recados objetivos do eleitorado, sendo o mais contundente a liderança até aqui sólida de Eduardo Braide, os movimentos positivos de Lahesio Bonfim, a curiosa performance de Roberto Rocha e o espantosamente magro desempenho de Felipe Camarão e Orleans Brandão. Resta aguardar o que dirão os próximos levantamentos.

PONTO & CONTRAPONTO

Senado: mesmo sem ser candidato declarado, Brandão lidera e Weverton e Fufuca disputam a segunda vaga

Carlos Brandão lidera, Weverton Rocha e André Fufuca disputam
segunda vaga, seguidos por Eliziane Gama,
Yglésio Moises, Hilton Gonçalo e Aluísio Mendes

Ao mesmo tempo em que encontrou os pré-candidatos de oposição à frente dos governistas na corrida ao Governo do Estado, a pesquisa Data M trouxe à tona um cenário surpreendente e inverso no que diz respeito à corrida para as duas vagas no Senado. De acordo com os números levantados, o governador Carlos Brandão (PSB) lidera nos cenários em que é incluído na lista de pré-candidatos, seguido do senador Weverton Rocha (PDT) e do ministro André Fufuca (PP), que travam uma luta renhida pela segunda vaga. Nesse cenário, a senadora Eliziane Gama (PSD) fica em posição crítica, fora do jogo pela reeleição.

No quadro sem a presença do governador Carlos Brandão, a disputa pelas duas vagas fica concentrada em Weverton Rocha e André Fufuca, com Eliziane Gama aparentemente sem chance de inverter as posições, o que também acontece com o ex-prefeito de Santa Rita Hilton Gonçalo (Mobiliza) e com o deputado estadual Yglésio |Moises (PRTB), que em todos os quadros aparecem sem qualquer chance de chegar a uma das vagas.

Na soma dos dois cenários em que foi listado, o governador Carlos Brandão aparece liderando com 22,7% para a primeira vaga, seguido de Weverton Rocha com 20,5% e de André Fufuca com 18,5%, numa espécie de empate técnico no limite da margem de erro de 2,5 pontos percentuais, para mais ou para menos, Eliziane Gama aparece com 15,3%. Os demais aparecem sem chance de chegar nos líderes.

Nesse contexto, o governador Carlos Brandão dá uma nítida demonstração de força, à medida em que ainda não se declarou candidato ao Senado, tendo a pesquisa sido realizada no exato momento em que ele sinalizava, nítida e intensamente, com a possibilidade de abrir mão de uma eleição quase certa para a Câmara Alta, para permanecer no Governo até o final do seu mandato. Esse cenário indica que, caso deixe o Governo, o mandatário maranhense pode ter um desempenho bem melhor, com possibilidade de ampliar essa liderança.

Beto Castro já conta com 20 votos para se eleger presidente da Câmara de São Luís em abril que vem

Thay Evangelista: 20º voto para Beto Castro

Se não for atropelado por uma denúncia bombástica ou pelo aparecimento de um candidato que atraia pelo menos 16 votos, revertendo parte da sua base de apoio montada até aqui, o vereador Beto Castro (Avante), atual 2º vice-presidente, será eleito presidente da Câmara Municipal de São Luís, em pleito programado para abril do ano que vem. Ontem, ele recebeu a 20ª manifestação de apoio, com a declaração de voto feita ´pela vereadora Thay Evangelista (União).

Lançado candidato com o apoio do presidente Paulo Victor (PSB), que não pode concorrer à reeleição para o cargo e pretende encarar as urnas por uma cadeira na Assembleia Legislativa, o vereador Beto Castro entrou na corrida como um rolo compressor. De cara, ele atropelou a prenunciada candidatura do vereador Marquinhos (União) e inibiu a intenção de ser candidata manifestada pela vereadora Concita Pinto (PSB), 1ª vice-presidente.

Agora com Thay, os vereadores que apoiam Beto, são: Wendell Martins (Podemos), Octávio Soeiro (PSB), Thyago Freitas (PRD), Paulo Victor (PSB), Romeo Amim (PRD), Daniel Oliveira (PSD), Cleber Verde Filho (MDB), Fábio Macedo Filho (Podemos), Beto Castro (Avante), Marlon Botão (PSB), Marcelo Poeta (PSB), Raimundo Penha (PDT), Andrey Monteiro (PV), Édson Gaguinho (PP), Clara Gomes (PSD), Antônio Garcês (PP), Coletivo Nós (PT), Marcos Castro (PSD) e Raimundo Júnior (Podemos).

Há quem já o veja como presidente eleito. Pelo andar da carruagem, caminha para isso. Mas é bom lembrar que desde os tempos em que era o Senado, composto por representantes famintos de uma paupérrima vila colonial no século XVII, como conta Jerônimo Viveiros no seu livro “A Cidade de São Luís e suas Circunstâncias”, a Câmara Municipal ludovicense tem registrados episódios de reviravoltas impressionantes.

São Luís, 20 de Maio de 2025.