Arquivos mensais: novembro 2017

Guerra sucessória: Flávio Dino, Roseana Sarney e Roberto Rocha vão para o confronto direto pelo Palácio dos Leões

 

Flávio Dino, Roseana Sarney e Roberto Rocha vão para o confronto direto
Flávio Dino, Roseana Sarney e Roberto Rocha vão para o confronto direto na corrida pelo Palácio dos Leões 

A confirmação da candidatura da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) ao Governo do Estado, feita por ela própria em entrevista ao jornalista e blogueiros Gilberto Leda e publicada ontem em O Estado, define o primeiro time de candidatos ao Palácio dos Leões – já se lançaram o governador Flávio Dino (PCdoB), que busca a reeleição, e o senador Roberto Rocha, que ganhou a condição de candidato do PSDB ao se filiar ao partido há menos de um mês. Os três fecham as portas da disputa, porque dificilmente surgirá alguém com cacife político e eleitoral para invadir esse triângulo com alguma chance de viabilizar sua corrida. Roseana Sarney chega ao cenário sem causar muito frisson, exatamente porque estava sendo aguardada há muito tempo. A disputa, e claro, comporta outros candidatos, mas quem entrar a partir de agora será para fazer figuração. A confirmação da sua entrada, porém, define os rumos da disputa, fazendo com que ela, o governador e o senador comecem a medir seus passos e suas palavras de agora por diante. Nesse momento, o desenho da corrida coloca o comunista na liderança absoluta, a pemedebista em competitivo segundo, e o senador Roberto Rocha em terceiro, bem distanciado dos dois primeiros, mas com potencial para avançar.

Roseana Sarney explicou sua decisão como o resultado de uma série de consultas que fez às lideranças do Grupo Sarney e a aliados, além da análise de pesquisas. Entre os consultados está, claro, o presidente Michel Temer, que deve ter-lhe dado sinal verde para candidatar-se com o aval do PMDB e os principais caciques da agremiação e outros partidos com os quais pretende compor, como o DEM, por exemplo, hoje engajado na aliança liderada pelo governador Flávio Dino pelas mãos do deputado federal Juscelino Filho e do deputado estadual Stênio Rezende. A candidatura é anunciada também depois de a ex-governadora livrar-se de uma série de encrencas, como suspeitas de envolvimento em esquema na Petrobras, participação em suposto esquema que ficou conhecido como “Máfia da Sefaz”, e em recebimento, não confirmado de propina no rumoroso caso dos precatórios – nada foi encontrado que a ligasse aos supostos desvios.

Para anunciar sua decisão de entrar em confronto direto com o governador Flávio Dino, a ex-governadora Roseana Sarney certamente está respaldada em informações que a estimulam a correr o risco de perder uma eleição depois de já ter encerrado uma carreira eleitoralmente vitoriosa, na qual o único tropeço foi a derrota para Jackson Lago (PDT) em 2006. Ela vinha, de fato, sendo fortemente pressionada pelos principais líderes do Grupo Sarney, que estavam ficando sem norte na corrida às urnas, por só terem como alternativas projetos de altíssimo risco: repetir o empresário Lobão Filho (PMDB), lançar o senador João Alberto (PMDB), apostar na figura ascendente do deputado estadual Eduardo Braide (PMB) ou jogar todo o peso do grupo numa aliança com o senador Roberto Rocha. Risco por risco, ela resolveu corrê-lo, acreditando que poderá reduzir o tamanho da rejeição encontrada pelas pesquisas, seu verdadeiro calcanhar de Aquiles.

Tudo indica que a entrada da ex-governadora na briga sucessória não apanha o governado Flávio Dino, que vem há tempos ajustando seu discurso e sua estratégia levando em conta o “Fator Roseana”. Em todas as pesquisas que lhe chegaram às mãos até agora, contratadas ou não pelo PCdoB, Roseana Sarney aparece sempre em segundo lugar, navegando entre 25% e 30% das preferências do eleitorado. Não chega a ser uma ameaça consistente, mas é um projeto de peso, que não pode ser menosprezado e que exige atenção permanente. Mais ainda agora, que ela se lança embalada pela permanência do presidente Michel Temer no comando da Esplanada dos Ministérios e do Orçamento da República.

O fato é que agora, a 11 meses das eleições, o time básico de candidatos ao Governo do Estado está definido, indicando que esse cenário dificilmente terá seu desenho alterado por algum dado novo sobre a corrida pelo Palácio dos Leões. Isso significa que a partir de agora a corrida, ou melhor, o confronto ganhará tom mais grave e golpes mais fortes.

 

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ESPECIAL

“Vôos”, o disco feito com obras de mestres e que anunciou ao mundo a voz especial e o talento de Fátima Passarinho

Fátima Passarinho batendo asas na capa do seu "Vôos"
Fátima Passarinho batendo asas na capa do seu “Vôos”

Raro encontrar nos registros musicais do Maranhão uma joia tão especial quanto “Vôos”, primeiro disco da cantora Fátima Passarinho, a intérprete fora de série que usa sua voz rara com talento excepcional. Mesmo sendo o primeiro de uma série, que poderia guardar uma falha aqui ou um equívoco acolá, trata-se de é um disco completo. São 10 faixas com o que há de melhor na Música Popular Maranhense (MPM) produzida pelo gênio musical de César Teixeira, Chico Maranhão, Giordano Mochel, Sérgio Habibe e Josias Sobrinho. E todas genial e cuidadosamente embaladas com arranjos magistrais de Arlindo Pipiu cuja execução ficou aos cuidados do próprio e de instrumentistas de ponta. São poucos os documentos discográficos da MPM em que tudo é muito acima da média, diferenciados por uma voz tão diferenciada da sua protagonista.

“Vôos” não saiu de uma forma comum da produção musical, foi construído, peça por peça. Fátima Passarinho montou, ela própria, um repertório que daria peso e força a qualquer intérprete. Mas ela foi muito além de fazer um bom disco, que afirmasse o seu talento e o seu prestígio como cantora. Produziu um clássico. Conhecedora profunda da obra e da alma desses compositores, ele abraçou sucessos e garimpou pérolas mais discretas, guardadas no fundo do baú, mas que são suas caras. E deu a cada uma um tratamento especial, interpretando seus poemas com o tom de voz adequado, fugindo, com coerência, da tentação de exibir desnecessariamente os seus agudos impressionantes. Usou a versatilidade para encaixar sua voz em cada música, ou vice-versa.

Em “Cheguei garota”, por exemplo, Fátima Passarinho navega no grave para dar o peso que a toada de Chico Maranhão exige. Já no genial samba “Essas mal traçadas linhas”, de César Teixeira, a cantora dá o tom e o ritmo certos para mostrar a força da letra-poema. E em “Vestido Bordeaux”, Fátima Passarinho explora e esbanja todos os limites do seu talento e da sua voz especial, quase dando à canção a dimensão de uma ópera. E é assim em todas nas 10 faixas de “Vôos”, que se encerra com “Porco-Espinho”, uma das pérolas mais reverenciadas de Josias Sobrinho.

Na primorosa apresentação do disco, Lucia Lobato diz, com senso crítico e alguma poesia, que “Vôos” alça voz rara, mesclada com tonais líricos dentro de veias populares, inspiração de gente maranhense, da boa, que fala da sua terra, das alegrias e queixumes, poetando musicalidade. Seduz de pronto, aguçando o ´ouvir mais`, e quem não resiste sai dançando ou se balança sentado”.  E completa, acertando na mosca: “Tudo é obra e arte na interpretação na menina morena, ares brejeiros, nomeada Passarinho pela voz de Deus”.

“Vôos”, enfim, não é um disco comum, daqueles que nascem, vivem por algum tempo e desaparece. Ao contrário, é uma obra de proa da arte musical, que pode até andar sumida, mas tem qualidade e brilho para se eternizar. É um disco para ter e ouvir sempre, para voar também.

AS MÚSICAS

Cheguei garota – Nesse primeiro voo, Fátima Passarinho dá leveza e suavidade a uma das pérolas com que o genial Chico Maranhão engrandece o universo mágico das toadas que embalam os batalhões da IIha. Fátima Passarinho surpreende os que a conhecem pelos agudos que sua voz única alcança e que são a sua marca mais evidente, para interpretar o sotaque de matraca sem falsetes nem tentativas de impor uma versão sua. Respeita, com personalidade, a estrutura original da toada, o que acaba por se tornar uma versão forte e não planejada, imensamente enriquecida pelos arranjos de Arlindo Pipiu, que respeitam a base original de Chico Maranhão e ganham reforço no violão, do violoncelo de Thallyta Oliveira e da flauta de Zezé Alves. Sem fazer qualquer esforço vocal, a cantora preserva a essência da música, mas dá outra dimensão a esse clássico junino de Chico Maranhão.

Santa Luzia, Santa Rita e Santa Fé – Neste segundo voo, uma canção-poema de Giordano Mochel, composta ainda nos anos 70, quando artistas de São Luís descobriram as belezas do litoral maranhense desbravando o Atlântico em lanchas como a Santa Fé, a Santa Rita e a Santa Luzia, Fátima Passarinho usa apenas a leveza natural da sua voz, sem fazer qualquer tentativa de alterar a força do poema. Também nessa interpretação ela afirma sua personalidade que respeita a estrutura da música, e o resultado é uma versão bela e sem sobressaltos e que valoriza a canção de Mochel na medida certa. A voz de Fátima Passarinho cresce ainda mais sob o arranjo magistral do violão de Arlindo Pipiu e do violino de Junior Gaiato.

Doidinho – Fátima Passarinho voa certo nesse belo e desconcertante chorinho do genial César Teixeira. A cantora encara o desafio com a  tranquilidade de quem tem o dom de se encaixar em qualquer movimento nada previsível, como “o chorinho doidinho como numa gaiola feito passarinho”. A essa pérola, só construída por um talento com o César Teixeira, ganha na voz de Fátima Passarinho o polimento certo para o brilho ideal. E tão fora do comum como a estrutura e a interpretação de Fátima Passarinho são o violão de Arlindo Pipiu e o 7 Cordas de Domingos Santos, que dão a “Doidinho” o acompanhamento exigido por qualquer choro que se preze.

Do jeito que o diabo gosta – Nessa pérola de Sérgio Habibe e Raique Mackáu, que parece ter sido composta especialmente para ela mostrar seu talento e sua versatilidade como intérprete, Fátima Passarinho voa mais alto e solta a voz no seu agudo cortante. A embalagem melódica do belo poema de amor ganha densidade e dramaticidade quase teatral na interpretação de Fátima Passarinho, que dá tom e força a cada frase, como se estivesse no palco interpretando personagens. Os versos, a melodia, a força dramática da interpretação de Fátima Passarinho sem completam na tessitura dos arranjos de Arlindo Pipiu, fiel e belamente executados pelo maestro Hilton Assunção ao violão e Thallyta Oliveira ao violoncelo.

Nau Catarineta – O irretocável poema de César Teixeira, que fala de uma noite de um amor proibido numa perspectiva próxima ao realismo fantástico do realismo gabrielino, reforçado com o alerta aos amantes e a quem interessar possa que a Nau Catarineta, com suas tristezas e alegrias, está a caminho, ganha dramaticidade na medida certa na voz de Fátima Passarinho. Nesse voo, com a suavidade e o vigor adequados a cada verso, ela imprime beleza numa canção que exige muito do intérprete. No caso, a voz da talentosa intérprete ganha força com o arranjo primoroso de Arlindo Pipiu, que cuida das cordas (violão e baixo acústico).

Essas mal traçadas linhas – Mais um samba de primeiríssima qualidade da lavra de César Teixeira, um poema musicado ao qual Fátima Passarinho dá a dimensão certa com sua voz especial. E o trata mergulhando sem medo e com domínio absoluto no sempre desafiador sentimento que é a saudade, agora descoberto com a metafórica leitura de mãos por elas mesmas. Fátima Passarinho interpreta com fidelidade rigorosa a beleza desse poema, cantando-o com a elegância do que César Teixeira o escreveu. Tudo isso embalado pelos belos arranjos da flauta de Zezé Alves, pelo baixo acústico de Pipiu e pelo poderoso violão 7 Cordas de Domingos Assunção.

Madre-Deus – Fátima Passarinho dá vida nova a esse samba de Giordano Mochel, também avaliando que provavelmente nenhum outro traduziu a magia da Madre-Deus como esse samba de Mochel, composto em meados dos anos 70, quando a elite cultural de São Luís começou a compreender a importância da alma artística e boêmia daquele pedaço de São Luís, que tem a autenticidade de “outra nação”. Imprimindo o ritmo e a cadência certos, e embalada pelo eficiente 7 Cordas de Domingos Santos e pelo trombone comovente de Osmar do Trombone, Fátima Passarinho faz de Madre-Deus uma referência, uma marca.

Vestido Bordeaux – Parece que a dupla Sérgio Habibe-Raique Mackáu compuseram essa maravilha poético-sonora para que Fátima Passarinho pudesse explorar à vontade todas as sedutoras facetas da sua voz especial. Mais do que isso, em Vestido Bordeaux ela exubera o seu talento exibindo os mais diferentes vieses do seu canto, dando uma surpreendente aula de como uma cantora pode declamar um poema, imprimindo dose certa de dramaticidade a cada verso. Sua interpretação se torna mais tocante com a poderosa retaguarda dos acordes do violoncelo de Thallyta Oliveira.

Biana – Fátima Passarinho dá o tom certo na interpretação de mais esse poema musicado da safra produzida por Mochel no final dos anos 70. Motivada por um arranjo que começa com a força de uma densa e competente percussão afro do criativo Jeca e na cobertura forte do violoncelo de Thallyta Oliveira, Fátima Passarinho canta como se estivesse declamando num recital. Dá aos versos como “Se a linha é língua sobre o mar, marcam a vela…” a força dramática ideal.

Porco-Espinho – Na homenagem a Josias Sobrinho, Fátima Passarinho interpreta esse baião-arrochado, uma pérola que tem força de manifesto ecológico focado na fauna, com força e equilíbrio. Com acompanhamento simples, mas vigoroso, do cavaquinho de Chico Newman e da sanfona de Rui Mário, que serve de plataforma para a sua interpretação, Fátima Passarinho também é perfeita nesse voo e dá vida à genial aventura do reino animal de Josias Sobrinho, um clássico da MPM.

Vale registrar que além dos músicos já citados, deixaram suas marcas neste “Vôos” Jair Torres (violão de aço), Antonio Paiva (contrabaixo), Osmar do Trombone (trombone), Cleyston Moreira (flauta) e Pial (percussão).

Em Tempo: “Vôos” é o terceiro disco de uma série que visa registrar as impressões do colunista sobre registros do que há de melhor da MPM. O primeiro foi “Shopping Brazil”, a obra-manifesto de César Teixeira, e o segundo foi “Milhões de uns”, obra forte do craque de Joãozinho Ribeiro.

São Luís, 04 de Novembro de 2017.

Flávio Dino faz política madura e eficiente ao firmar aliança com Ildon Marques em Imperatriz

 

Ildon Marques (e) e Flávio Dino firmam aliança na posse de Frederico Ângelo
Ildon Marques (e) e Flávio Dino aliança na posse de Frederico Ângelo

A aliança política que colocou no mesmo campo o governador Flávio Dino (PCdoB) e o empresário Ildon Marques, ex-interventor e ex-prefeito de Imperatriz causou reações diversas. Aliados do governador e do ex-prefeito festejaram o fato como um lance político de peso para os dois, enquanto adversários de Flávio Dino e ex-aliados de Ildon Marques criticaram duramente o governador e tentaram triturar o ex-prefeito. A verdade indiscutível é que o episódio produziu dois fatos surpreendentes e incontestáveis: de um lado, numa jogada de político tarimbado, o governador Flávio Dino reforçou expressivamente seu cacife em Imperatriz e na Região Tocantina como um todo ao atrair para a aliança governista um político regional da estatura do ex-prefeito Ildon Marques; de outro, ao aliar-se ao governador, o ex-prefeito de Imperatriz deu uma inequívoca demonstração de que é um político independente, que faz as suas próprias escolhas sem ter de dar satisfações a quem quer que seja nem se dobrar a patrulhamento. Se a aliança vai ser produtiva e duradoura, essa é outra conversa. E não há que discutir sobre a legitimidade política dos dois para se aliarem.

Empresário de ponta no comércio, com negócios que vão do supermercado ao agronegócio e que tem como carro-chefe a rede de lojas Liliani, com ramificação no Maranhão, Pará, Tocantins, Goiás, Piauí e Ceará, o que faz dele dono de uma das grandes fortunas da região e, ao mesmo tempo, Ildon Marques – que é também um homem de visão de mundo abrangente – milita na política quase que por diletantismo, não sendo, portanto, um político profissional, que depende de mandatos para se bancar. E foi assim quando começou,  tentando, sem sucesso, ser deputado federal constituinte em 1986, e em seguida como candidato a vice-governador na chapa de João Castelo em 1990. Já era conhecido por sua independência quando em 1995 foi nomeado interventor em Imperatriz ela então recém empossada governadora Roseana Sarney (PMDB), que o escolheu para livrar a Prefeitura do controle do crime organizado, na época sob influência do ex-prefeito e ex-deputado Davi Alves Silva.

Em 2015, Ildon Marques, um capitalista por convicção e profissão, sempre açoitado pelas esquerdas, surpreendeu os meios empresarial e político ao atender ao convite do senador Roberto Rocha assumido saiu de um longo recolhimento para atender a convite do senador Roberto Rocha para filiar-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) e de novo candidatar-se a prefeito de Imperatriz. Ficou em segundo lugar – o eleito foi Assis Ramos (PMDB). Mais recentemente, não se sentiu à vontade do ingresso do senador Roberto Rocha no PSDB e, por essa via, unir-se ao seu maior adversário, o ex-prefeito Sebastião Madeira, Ildon Marques rompeu com o senador. Nesse contexto, poderia tranquilamente refazer sua aliança com o Grupo Sarney e apoiar o projeto ainda impreciso da ex-governadora Roseana Sarney, decidiu surpreender novamente e dar uma guinada ainda mais radical do que a de filiar-se ao PSB: aliou-se ao governador Flávio Dino, de quem fora adversário ferrenho até pouco tempo. E com isso reafirmou sua independência e mostrou que está vivo e que pretende encarar as urnas em 2018.

O governador Flávio Dino deu uma demonstração de inteligência e pragmatismo políticos ao costurar a aliança e consolidá-la ao criar a Agência Metropolitana do Sudoeste do Maranhão, um órgão de planejamento, acompanhamento e fiscalização, entregando-a a Frederico Ângelo, indicado pelo ex-prefeito Ildon Marques, que com a experiência de interventor e prefeito duas vezes, conhece como pouco os problemas urbanos de Imperatriz e dos municípios da região. Com isso, passou a ter a seu favor uma voz que era duramente crítica a ele e ao seu Governo, e poderá auferir desse lance dividendos eleitorais importantes na Região Tocantina. Afinal, ainda que não esteja mais no auge do seu prestígio. Ildon Marques continua sendo uma voz eleitoralmente poderosa e influente, principalmente em Imperatriz.

A Oposição, claro, sentiu a pancada e joga pesado para minimizar o fato, mas seus líderes sabem que a aliança do governador Flávio Dino com o ultra capitalista Hildon Marques foi um tiro certeiro vai fazer a diferença, principalmente em Imperatriz, ainda que a Prefeitura esteja sob o comando do PMDB.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roberto Rocha aproveita contra-ataque de aliados de Flávio Dino para ampliar espaço na corrida sucessória

Roberto Rocha reafirma questionamento no Senado
Roberto Rocha reafirma questionamento contra Flávio Dino na tribuna Senado

Estava escrito nas estrelas: a reação dura e ampla das algumas das principais vozes que integram o “núcleo duro” do governador Flávio Dino, batendo forte no senador Roberto Rocha (PSDB) por ter ele sugerido, na CPMI da JBS, que o então candidato a governador Flávio Dino teria recebido dinheiro ilegal do grupo dos irmãos Joesley e Wesley Batista, hoje presos, e sido protegido pelo vice-procurador geral da República, Nicolao Dino, “braço direito do então procurador geral da República, Rodrigo Janot”, teria um preço elevado. A reação empurrou o senador tucano, que é candidato ao Governo do Estado pelo PSDB, para o centro do campo de batalha onde é travada a guerra pelo Palácio dos Leões.

Claro está que Roberto Rocha atacou na CPMI, aproveitando uma transmissão de TV ao vivo ara todo o Brasil, contando com a reação dos generais do governador, para alimentar o assunto, dando-lhe a importância que pretendia dar. E com o silêncio da ex-governadora Roseana (PMDB), que ainda não sabe se será candidata ao Governo, Roberto Rocha ocupou todo o espaço destinado aos adversários de Flávio Dino e investiu como se fosse uma corrida já polarizada. A estratégia deu certo, tanto que o senador tucano reverberou o ataque na tribuna do Senado, agora bem mais enfático, dando ao seu questionamento, que ganhou cor de acusação, um tamanho eu ele não teve quando feito na CMPI.

É claro que o governador Flávio Dino ficou incomodado com o ataque do senador Roberto Rocha, mas é certo também que esse incômodo não tirou do eixo, porque, de acordo com a afirmação dos seus aliados o chefe do Executivo nada deve e por isso, nada teme.  O problema é que o senador Roberto Rocha parece ter convicção de que sua candidatura ao Governo do Estado será turbinada por sai campanha, que irá para o tudo ou nada. Os responsáveis pelo contra-ataque devem se preparar para reagir, sob pena de abrir mais espaço o para o atacante.

Especial

Programa de compras fortalece agricultura familiar e melhora a alimentação escolar em São José de Ribamar

Frutas e legumes comprados de pequenos produtires
Produtos  comprados de pequenos produtores rurais

À exemplo do que acontece nas mais diferentes áreas, a produção de alimentos destinados às escolas passa por um processo de melhoria e eficiência com a ponte que liga diretamente, sem intermediários, os produtores e os centros de consumo. O elo é o programa Compra Local Municipal, por meio do qual Prefeitura de São José de Ribamar, via Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento (Semagri), vem fazendo uma pequena revolução no desenvolvimento da agricultura familiar e da pesca artesanal.

Os números são estimulantes: somente neste ano, o Compra Local já aplicou R$ 450 mil na compra direta da produção agrícola familiar. O programa, que aplica recursos próprios exclusivamente do município,  para compra de alimentos, fortalece a economia das famílias dos agricultores e pescadores artesanais, também garante a segurança alimentar das crianças e adolescentes das 107 escolas do Município.

Todo o investimento, que até o momento corresponde a 624,94%, em relação ao total gerado em 2016, que não ultrapassou a casa dos R$ 71.000,00 mil reais, reflete não apenas no aquecimento econômico do setor, como também vem garantindo a expansão dos negócios de pequenos agricultores.

Os recursos, da receita própria do própria do município, já alcançaram 277 agricultores com a compra direta de mais de 67 toneladas de alimentos por eles produzidos só neste ano. O prefeito Luis Fernando explica que o investimento retorna não apenas no movimento da economia local, mas reflete na qualidade e em condições dignas para o aprendizado dos alunos.

“A compra da produção é uma forma de incentivar a agricultura familiar, mas tudo é feito obedecendo a critérios rigorosos, que vão desde o plantio, à colheita, além do transporte, que é feito de forma a não comprometer os produtos”, explicou o prefeito Luis Fernando, chamando atenção para o fato de que os alimentos saem das áreas de produção direto para as escolas, sem intermediário, e que isso vem se refletindo na melhoria do aprendizado dos alunos. E mais: o que não é consumido nas escolas segue para o programa Cozinha Escola e para entidades filantrópicas, escolas comunitárias e instituições que cuidam de pessoas vulneráveis.

O secretário de agricultura, Isaac Buarque de Holanda, reitera que o objetivo é incentivar cada vez mais o plantio assistido dos agricultores como forma permanente de produção local. “Temos uma agricultura forte que precisa ser estimulada cada vez mais. E é exatamente isso que o prefeito vem fazendo”, disse o secretário. (Com ASCOM/SJR)

São Luís, 02 de Novembro de 2017.

Flávio Dino mantém silêncio sobre a escolha dos dois candidatos a senador que apoiará em 2018

 

Flávio Dino avalia em silêncio os movimentos de José Reinaldo, Weverton Rocha, Eliziane Gama, Waldir Maranhão e Hilton Gonçalo rumo ao Senado
Flávio Dino avalia em silêncio os movimentos de José Reinaldo, Weverton Rocha, Eliziane Gama, Waldir Maranhão e Hilton Gonçalo rumo ao Senado

O governador Flávio Dino (PCdoB) ainda não bateu martelo sobre os dois nomes que ele e a aliança que lidera apoiarão na corrida ao Senado no ano que vem. Ele não disse claramente que o deputado federal Weverton Rocha (PDT) é candidato consumado do grupo, mantém silêncio sepulcral em relação à candidatura do ex-governador e atua deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB), dá a impressão de ter uma leve simpatia pela deputada federal Eliziane Gama (PPS), mas não confirma o suposto compromisso de apoiar a (improvável) candidatura do deputado federal Waldir Maranhão (PTdoB) a pedido do ex-presidente Lula, e parece desconhecer totalmente a possibilidade de o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PCdoB), vir a ser candidato a senador. Esse clima de completa indefinição por parte do governador Flávio Dino vem deixando os pré-candidatos com os nervos à flor da pele diante da incerteza de que farão parte da chapa na qual o governador será candidato à reeleição. E enquanto a definição não vem, os aspirantes vão tentando viabilizar suas candidaturas no campo político para em seguida tentar viabilizá-las no campo eleitoral.

O deputado federal Weverton Rocha é, de longe, o mais arrojado e determinado candidato do campo liderado pelo governador Flávio Dino. É líder inconteste do PDT e sempre alinhado ao Governo, mas sem abrir mão da sua total independência e liberdade de ação, como ficou demonstrado nas eleições municipais de 2016, quando contrariou a orientação do PCdoB e impôs sua escolha, como aconteceu em Imperatriz, onde o projeto de eleger Rosângela Curado (PDT) fracassou de maneira retumbante. Compensou, porém, o fracasso tocantino com a reeleição maiúscula do prefeito Edivaldo Jr. (PDT) em São Luís. Weverton Rocha vem concentrando sua ação política no projeto senatorial, que já declarou irreversível, ainda que as pesquisas estejam indicando sérias dificuldades eleitorais. Há quem diga nos bastidores que o governador Flávio Dino não bateu martelo por Weverton Rocha porque não foi convencido pelas pesquisas.

O ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares é o mais bem situado dos candidatos do campo político governista, podendo contar com o apoio de mais de uma centena de prefeitos, entre eles o de Tuntum e presidente da Famem, Cleomar Tema Cunha (PSB), que atua como articulador desse projeto. O governador Flávio Dino mantém silêncio quase obstinado sobre o projeto senatorial do ex-governador, mas já é evidente que o que os separa são fortes as diferenças programáticas, situação que tem dificultado o relacionamento político entre eles. José Reinaldo afirma que sua candidatura ao Senado é para valer e que até aqui não há como revê-la. Nesta semana, o deputado José Reinaldo avisou que nada o afastará do governador Flávio Dino.

A pré-candidatura do deputado federal Waldir Maranhão ao Senado é um caso excepcional, por que parece furta-cor, fumacenta e inconsistente, segundo tem mostrado as mais diferentes pesquisas. Ela só existe porque o parlamentar, a pedido do governador, tomou decisões radicais a favor da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), tendo sido avalizada pelo ex-presidente Lula (PT), que estaria disposto a apoiá-la durante a campanha eleitoral propriamente dita. Ainda assim, o governador Flávio Dino se mantém fechado, sem assumir aberta e claramente tal projeto.

Uma grande expectativa está sendo formada sobre qual será a posição do governador Flávio Dino em relação à deputada Eliziane Gama (PPS), que vem despontando nas pesquisas como nome forte para a Câmara Alta. Corre nos bastidores que ele estaria inclinado a declarar-lhe apoio junto com Weverton Rocha. Eliziane Gama admitiu várias vezes a possibilidade de se candidatar ao Senado, mas estaria aguardando um sinal mais forte por parte do chefe do Executivo para se posicionar de maneira definitiva.

Politicamente forte e ativo, o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, tem soltado evidências de que está interessado em entrar na briga por uma das vagas de senador. O projeto, no entanto, não ecoou na seara governista.

Um político influente e com trânsito Palácio dos Leões avalia que não há por parte do governador Flávio Dino qualquer sentimento de rejeição em relação a nenhuma das candidaturas de aliados ao Senado e que seu silêncio se explica com o fato de ele estar avaliando a consistência de cada uma, para poder fazer as escolhas mais viáveis. Faz sentido.

 

PONTO E CONTRAPONTO

 

Othelino Neto reage a Roberto Rocha e diz que ele queria fazer “negociatas” no Governo

Othekini Neto dispara chumbo grosso contra Roberto Rocha
Otheiino Neto:  chumbo grosso contra Roberto Rocha

Em mais uma evidência de que a guerra sucessória começou de vez, outra voz de peso do PCdoB reagiu forte às declarações com as quais o senador Roberto Rocha (PSDB) levantou, na CPMI da JBS, a suspeita de que o governador Flávio Dino teria sido beneficiado com dinheiro doado da empresa dos irmãos Batista na campanha de 2014 e que seu nome teria sido retirado de uma pista de 16 governadores por pressão do seu irmão, o vice procurador-geral da República Nicolau Dino. Na rota e no tom das reações de dois pesos pesados do PCdoB maranhense, o secretário Márcio Jerry (Assuntos Políticos e Comunicação) e deputado federal Rubens Jr. (vice-líder da bancada do PCdoB e principal porta-voz do governador maranhense na Câmara Federal), o 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa classificou de “irresponsável” a atitude do senador tucano, e afirmou que ele se afastou do grupo governista porque o governador Flávio Dino o teria impedido de “fazer negociatas” no Governo.

O deputado Othelino Neto (PCdoB) fez, na tribuna do Legislativo, um duro e indignado discurso contra o senador Roberto Rocha. “Vi, mais uma vez, espantado, a irresponsabilidade do senador Roberto Rocha. Numa cena em que parecia desconectado da realidade, ele dava a entender que estava em transe. Resolveu tirar, sei lá de onde, essa declaração irresponsável. Isto não apareceu em nenhuma delação, não foi suposto por ninguém, apenas por ele, num ato que expressa ódio, destempero, despreparo e arrogância de quem se arvora da imunidade parlamentar para caluniar pessoas de bem”, comentou Flávio Dino.

Segundo Othelino Neto, o ataque a Flávio Dino porque o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a abertura de inquérito para apurar possíveis irregularidades cometidas na campanha de Roberto Rocha ao Senado, com base em denúncia feita pelo seu concorrente,  Gastão Vieira (PMDB). O inquérito, de número 4610, do Supremo Tribunal Federal (STF), que está tramitando em segredo de Justiça, apura possíveis  irregularidades na prestação de contas, inclusive supostas falsificações de documento, o que poderá comprometer seriamente o senador.

Para Othelino Neto, em devaneio, Roberto Rocha pretendeu atribuir este inquérito ao governador Flávio Dino, como se ele tivesse poder de influenciar naquilo que propõe o procurador-geral Rodrigo Janot. “A irresponsabilidade realmente é de espantar. Mas o político que sugeriu, que difamou, no caso da JBS, especificamente, é o mesmo que votou contra as medidas cautelares que haviam sido determinadas pelo Supremo Tribunal Federal para serem aplicadas contra o senador Aécio Neves em razão das relações estranhas, possivelmente, espúrias com a JBS”, assinalou. Disse também estranhar que o senador Roberto Rocha, que não deixou que um colega seu, do PSDB (Aécio Neves), fosse investigado, agora queira “jogar lama” em quem tem uma vida limpa. “É muita irresponsabilidade, é muita leviandade, é pena que o Maranhão tenha um senador desse quilate”, afirmou.

No seu revide, Othelino Neto afirmou que Roberto Rocha nunca conseguiu superar o fato de ter chegado ao governo do Estado. “Na cabeça do senador, o fato dele ser filho de um ex-governador dava-lhe o direito de ser governador, antes dos outros. Ele falava sempre que tem fila, como se a fila fosse algo hereditário, porque a cultura política do senador é a oligárquica que o povo já enterrou. Então, ele nutre isso, essa angústia, esse recentemente”, comentou.

E concluiu com uma afirmação bombástica, a de que Roberto Rocha teria sido impedido por Flávio Dino de fazer negociatas no Governo: “O governador Flávio Dino não permitiu que ele fizesse negociatas no governo do Maranhão, porque não aceita que ninguém o faça. E se esse era o preço para que ele continuasse aliado do governador e no nosso campo político, que ele vá para lá!”

 

Projeto amplia exigência de servidores em cargos comissionados do Tribunal de Justiça

Cleones Cunha vê homenagem a servidores no projeto
Cleones Cunha vê homenagem a servidores no projeto aprovado na AL

A Assembleia Legislativa deu um passo decisivo para evitar o apadrinhamento funcional no Poder Judiciário ao aprovar, terça-feira (31), o Projeto de Lei nº 280/2017, que, alterando outros dispositivos legais, assegura que amplia a exigência de que só servidores da instituição podem ocupar cargos de confiança na estrutura funcional do Poder Judiciário.

Na mensagem que encaminhou à Assembleia Legislativa, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Cleones Cunha, afirma que justifica a proposta explicando que a medida amplia a acessibilidade aos cargos, funções e empregos públicos, estabelecendo que as funções de confianças devem ser exercidas, exclusivamente, por servidores ocupantes de cargos efetivos e os comissionados (direção, chefia e assessoramento), nos casos e condições e percentuais mínimos previstos em lei.

“Assim, em homenagem ao princípio da moralidade administrativa, e visando o reconhecimento e a valorização dos servidores de carreira do Poder Judiciário, submeto à apreciação do presente projeto de Lei, para o qual solicito precioso apoio à aprovação”, afirma o desembargador Cleones Cunha.

Ele acrescenta na Mensagem que a proposta apresentada foi devidamente submetida e aprovada pelo Pleno do Tribunal de Justiça, em sua sessão do dia 2 de agosto do corrente, deliberando, também, sob o envio da pertinente mensagem à Assembleia Legislativa.

“Cabe acentuar que a aprovação do projeto em apreço não causará aumento de despesas com pessoal (GND1) por parte do Poder Judiciário, tendo em vista que a ocupação do cargo em comissão, por servidor efetivo, é mais econômico ao Poder Judiciário”, declara o presidente do TJMA. (Assessoria da Assembleia Legislativa)

São Luís, 01 de Novembro de 2017.

Deflagrada a guerra sucessória: Rocha ataca Dino em CPMI e Jerry e Rubens Jr. reagem com chumbo grosso

 

Roberto Rocha ataca Flávio Dino, e é atacado por Márcio Jerry e Rubens Jr.
Roberto Rocha ataca Flávio Dino, e é atacado por Márcio Jerry e Rubens Jr. deflagrando a guerra pela sucessão

Se alguém ainda acreditava na possibilidade de, pelo menos, uma convivência do tipo “cada um para seu lado e vida que segue” entre o governador Flávio Dino (PCdoB) e o senador Roberto Rocha (PSDB), estava errando feio. E a confirmação desse erro veio ontem, quando Roberto Rocha aproveitou reunião da CPMI da JBF & JFS, da qual é titular, perguntou ao depoente do dia, o ex-diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, se o governador Flávio Dino integra a lista de 16 governadores que receberam dinheiro do grupo em 2014. E como Saud preferiu invocar o seu direito de ficar calado e mergulhar no silêncio, Rocha fez o ataque explosivo: dizendo que o governador Flávio Dino seria o 16º da lista, mas que o nome dele foi retirado por pressão do vice-procurador geral da República, Nicolau Dino, um dos braços direitos do ex-procurador geral, Rodrigo Janot. As afirmações do senador Roberto Rocha causaram forte repercussão no meio político e foram recebidas no Palácio dos Leões como uma declaração de guerra.

E a resposta não demorou, e veio em manifestações contundentes feitas pelo secretário de Assuntos Políticos e Comunicação e presidente estadual do PCdoB, Márcio Jerry, e pelo deputado federal Rubens Jr. (PCdoB), na forma de um discurso indignado na Câmara Federal.

O secretário Márcio Jerry disse, via rede social, que Roberto Rocha “aparentando desequilíbrio, faz acusações  absurdas a Flpavio Dino  numa tentativa desesperada de aparecer. Em 2012, ajudamos a eleger o Roberto Rocha (então no PSB) a vice-prefeito de São Luis na chapa de Edivaldo Jr. (então no PTC) acreditando numa regeneração política. Mostrou-se rapidamente em processo de degeneração”. E prosseguiu afirmando que “depois de trair vilmente seus aliados, Roberto Rocha resolve mentir desavergonhadamente. O desespero o faz cometer tais desatinos”. Logo em seguida, o deputado federal Rubens Jr. entrou nas redes sociais afirmando que “tem gente que procura uma mácula de corrupção contra o governador Flávio Dino, mas não acha. Aí inventa delírio”. O parlamentar assinalou que “as principais virtudes do Flávio Dino são a integridade e a honestidade, marcas também do seu Governo”. E concluiu: “Já vi gente reclamando dessas virtudes, por ter interesses contrariados”.

O episódio – que com certeza terá outros desdobramentos, principalmente se o vice-procurador geral da República Nicolau Dino resolver reagir – é revelador de que o que era troca de esticadas por conta do afastamento político ganhou agora a agressividade de guerra permanente. Esse estado de ânimo foi desenhado no dia em que o senador saiu do PSB – dizem que por pressão do governador Flávio Dino – e ingressou no PSDB para ser logo após o anúncio da mudança. Mas a troca de biscas e cascudos ganhou peso de vale-tudo ontem, quando o senador Roberto Rocha, aproveitou a reunião da CPMI da JBS & JFS, que estava sendo transmitida ao vivo pela TV Câmara, tentou um golpe para desnortear o governador Flávio Dino, incluindo-o no listão de beneficiados com a grana suja de Joesley e Wesley Batistas, mafiosos que ganharam milhões com dinheiro fácil do BNDES. Não obteve a declaração que queria, e como que num impulso para não perder o mote, acusou o governador, instalando e tornando irreversível o estado de guerra.

Ficou claro agora que, ao contrário do que muitos acreditaram, o senador Roberto Rocha está vivo, reforça seu cacife político no Planalto e manifesta clara disposição de ocupar um lugar destacado na corrida ao Palácio dos Leões. O problema é que, saído da escola ranheta do movimento estudantil, traquejado na militância na magistratura e pós-graduado no Congresso Nacional e nos bastidores da política maranhense, o governador Flávio Dino tem cacife para jogar pesado contra o senador, podendo também infernizar a sua campanha e, pelo menos até aqui, sem comprometer o seu favoritismo.

O fato é que a guerra sucessória começou de vez. O senador Roberto Rocha, com a força do mandato e a retaguarda da cúpula nacional do PSDB, vai jogar pesado para se tornar a “segunda” e não a “terceira via”. Terá pela frente um protagonista de quilate elevado, poder de fogo imensurável e determinado a levar em frente o seu projeto de poder.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Liminar faz Zé Vieira voltar ao cargo, mas não muda o desfecho que está a caminho

Zé Vieira volta ao cargo por mais um período de interiniudade
Zé Vieira volta ao cargo por mais um período de interinidade  em Bacabal

Na sua edição de ontem, a Coluna previu que Zé Vieira (PR) não voltaria para o comando da Prefeitura de Bacabal, que ficaria com o vice-prefeito Florêncio Neto (PHS) até que, com base em pronunciamento judicial irreversível enquadrando-o como “ficha-suja”, a Justiça Eleitoral decida se anula os votos da sua chapa e declare o candidato Roberto Costa (PMDB), que ficou em segundo lugar, vencedor do pleito, ou anule a eleição para prefeito e convoque um novo pleito. Não há como fugir desse desfecho. A liminar concedida pela desembargadora Cleonice Freire é uma decisão fragilíssima e meramente protelatória, que em nada muda o juízo já formado na Justiça Federal sobre o “status” de inelegível de Zé Vieira. Qualquer advogado especialista em Direito Eleitoral com relativo conhecimento acerca dos processos que correm um na Justiça comum e outro na Justiça Eleitoral dirá que tecnicamente não há como Zé Vieira e Florêncio Neto permanecerem no comando administrativo e político de Bacabal depois do reconhecimento da condição ilegal com que o primeiro disputou a eleição. Vale lembrar que tudo começou quando o Ministério Público Eleitoral impugnou a candidatura de Zé Vieira argumentando ser ele “ficha-suja”, dando origem à chicana recursal que resultou na confirmação da denúncia do MPE pela Justiça Federal. Os fundamentos do impedimento de Zé Vieira estão amarrados nas duas frentes judiciais e a batida final de martelo sobre sua saída é somente uma questão de tempo. Ele e seus advogados sabem disso.

 

Otimista, Levy Pontes buscará a reeleição certo de que o Maranhão está  mudando sob Flávio Dino

Levy Pontes vê mudança na política
Levy Pontes vê mudança na política maranhense

As mudanças na legislação eleitoral impostas com a reforma política limitada feita pelo Congresso Nacional vão melhorar os padrões de escolha do eleitorado. Isso porque a campanha será mais rápida e mais barata e obrigará os candidatos a “enfiar o pé no tênis e encarar o eleitor”. Quem faz essa avaliação é o deputado Levy Pontes (PCdoB), que encara com realismo e otimismo, mas sem ilusões, a sua caminhada em busca da reeleição. Médico por formação e profissão e filho do ex-prefeito de Chapadinha e ex-deputado estadual Pontes de Aguiar, uma das maiores raposas da história recente da política maranhense, Levy Pontes vai partir para a conquista do segundo mandato com um discurso claro e realista, baseado principalmente nos resultados do Governo Flávio Dino em todo o estado e, em particular, na região polarizada por Chapadinha, seu berço político e sua principal base eleitoral. O parlamentar chapadinhense está convencido de que sob o Governo Flávio Dino o Maranhão encontra-se sob um denso processo de mudança que está melhorando a feição social e econômica do estado e com ações de largo alcance social, especialmente nas páreas de educação e saúde, e que isso está sendo percebido pelo eleitorado. O deputado Levy Pontes, que já foi líder do Governo na Assembleia Legislativa e permanece como um dos quadros mais ativos da bancada governista vai para a corrida eleitoral embalado pelo otimismo.

São Luís, 31 de Outubro de 2017.