Pesquisa Real Time mostra Braide na liderança e Orleans em segundo

Eduardo Braide lidera a corrida ao Palácio dos Leões seguido
de Orleans Brandão, Lahesio Bonfim e Felipe Camarão

Mais uma pesquisa de opinião, esta realizada pelo instituto Real Time Big Data, indica que se a eleição para governador fosse agora, o desfecho se daria num 2º turno entre o prefeito Eduardo Braide (PSD), caso ele fosse candidato, e o atual secretário de Assuntos Municipalistas e presidente estadual do MDB Orleans Brandão. Eduardo Braide sairia do 1º turno com 35% dos votos e Orleans Brandão com 25%. O ex-prefeitos de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo) teria 19% dos votos, enquanto o vice-governador Felipe Camarão (PT) seria o último colocado com 6%. Um contingente de 8% anularia o voto ou votaria em branco e outros 7% não saberiam em quem votar.

Mesmo considerando que pela ótica da estatística não se deve comparar pesquisas dessa natureza com as de outros institutos, não há como lembrar o fato de que as duas últimas pesquisas, uma da Econométrica e outra do Inop, apontaram o pré-candidato do MDB à frente do prefeito ludovicense, uma numa clara situação de empate técnico e outra com uma vantagem não muito larga, mas fora da margem de erro, o que deu consistência.

Esse novo levantamento, feito pela Real Time Big Data, mostra um cenário rigorosamente oposto, com Eduardo Braide com 10 pontos percentuais à frente de Orleans Brandão, o que remete à necessidade de se avaliar esse cenário pelos números mostrados pelas mais de 30 pesquisas sobre sucessão estadual divulgadas nos últimos 20 meses. Com exceção da penúltima e da antepenúltima, que encontraram Orleans Brandão liderando as preferências do eleitorado, todas as demais mostraram Eduardo Braide na liderança, exibindo consistência. Ao mesmo tempo, provavelmente por se manter em silencia sobre ser ou não ser candidato, Eduardo Braide parece haver estancado no patamar em 30% e 35% das preferências.

No contraponto, não há como negaras mesmas pesquisas mostraram Orleans Brandão, que começou em quinto lugar, entrou em curva ascendente, mostrando um crescimento lento, mas firme, galgando pontos percentuais a mais a cada levantamento. Nessa corrida, ele ultrapassou primeiro o vice-governador Felipe Camarão e logo depois deixou Lahesio Bonfim para trás, alcançando nos levantamentos da Econométrica e Inop, ambas realizadas em novembro, o patamar da liderança, agora não encontrado pela pesquisa Real Time Big Data.

Não se discute que, embalado pela força do Governo e da base formada com prefeitos, vereadores e deputados, Orleans Brandão saiu do ponto zero, gerou muitas dúvidas, motivou controvérsias, mas seguiu firme, cumprindo as etapas do projeto que concebeu para se tornar candidato para valer e ganhar a eleição. Tanto que faltando 11 meses para a corrida às urnas, ele já é o segundo colocado na disputa. Ao mesmo tempo, não há como ignorar o fato de que um prefeito, que não usa máquina de propaganda solitariamente nas redes sociais e apareça na liderança de mais de 30 pesquisas sem dizer que é candidato. E a maioria dos observadores acredita que, se vier a ser lançada, a candidatura de Eduardo Braide mudará radicalmente o cenário da corrida dos Leões.

Finalmente, não há como ignorar os 19% de Lahesio Bonfim – seis pontos atrás de Orleans Brandão -, que podem representar uma base para crescimento, ou um teto, que pode ser decisivo num segundo turno. E o ocaso da pré-candidatura do vice-governador Felipe Camarão, que pode ganhar altura se for apresentado com projeto do PT e do presidente Lula da Silva (PT), o que até agora não ficou claro.

Como as mais recentes, a pesquisa Real Time Big Data sobre a sucessão no Maranhão indica com clareza que está em curso um processo de polarização, caso Eduardo Braide entre na briga. Caso contrário, Orleans Brandão será seguido por Lahesio Bonfim para um desfecho previsível.

Em Tempo: a pesquisa do Real Time Big Data ouviu 1.200 eleitores em todo o estado nos dias 27 e 28 de novembro, tem margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95%.

PONTO & CONTRAPONTO

Senado: Brandão e Roseana e Weverton seriam eleitos em cenários diferentes

Carlos Brandão, Weverton Rocha e Roseana Sarney:
favoritos em três cenários levantados pela Real Time

Pesquisa Real Time Big Data investigou também a corrida ao Senado e encontrou recados do eleitorados, sendo que um deles informa que, se vier a ser candidato a senador, o governador Carlos Brandão ganha fácil uma das cadeiras, sendo a segunda do senador Weverton Rocha (PDT). Em outro cenário, a deputada federal Roseana Sarney (MDB) será eleita juntamente com o senador Weverton Rocha. Sem Carlos Brandão e Roseana Sarney, Weverton Rocha lidera fácil, sendo a outra cadeira destinada ao ministro do Esporte André Fufuca, que deixa a senadora Eliziane Gama (PSD), o ex-senador Roberto Rocha (sem partido) e o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União) sem chance na corrida.

No primeiro cenário, Weverton Rocha lidera na disputa com 25% das intenções de voto, seguido de André Fufuca (PP) com 17%. Lahesio 15%, Eliziane Gama com 10%, Roberto Rocha com 10%, Pedro Lucas com 6% e Hilton Gonçalo com 2%, sendo que 7% anulariam o voto e 8% não saberiam em quem votar.

No segundo cenário, o governador Carlos Brandão seria eleito com 27%, seguido de Weverton Rocha com 19%. Lahesio Bonfim (Novo) teria 15%, à frente de André Fufuca, que teria 11%, seguido de Eliziane |gama com 7%, Roberto Rocha com 7% e Pedro Lucas com 4%. Nesse ambiente, 4% votariam nulo e 5% não saberiam em quem votar.

No terceiro cenário, Roseana Sarney seria eleita com 21%, juntamente com Weverton Rocha, que também seria eleito com 21%. O desempenho dos outros concorrentes seguia o seguinte: Lahesio Bomfim com 15%, André Fufuca com 12%, Eliziane Gama com 8%, Roberto Rocha com 6 e Pedro Lucas com 5%, sendo que 5% anulariam o voto e 5% não saberiam em quem votar.

A pesquisa considerou 1.200 entrevistas realizada entre os dias 27 e 28 de novembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Por esse levantamento, o senador Weverton Rocha tem força eleitoral diferenciada, o que lhe dá fôlego para renovar o mandato com Carlos Brandão e com Roseana Sarney.

Iracema é homenageada pela Câmara de SL e vê no gesto “a democracia funcionando”

Iracema Vale ergue a placa ladeada à esquerda por Antônio Pereira,
Thay Evangelista, e à direita por Rosana da Saúde,
Ana do Gás, Sebastião Madeira e Astro de Ogum

A presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Iracema Vale (PSB), é a mais nova homenageada com a Placa de Honra ao Mérito da Câmara Municipal de São Luís. Proposta pelo vereador Astro de Ogum (PCdoB) e aprovada por unanimidade na Casa, a honraria foi entregue ontem em sessão especial do parlamento ludovicense, na presença de vereadores e deputados estaduais. A placa é concedida a personalidades que se destacam pela dedicação ao serviço público e pelas relevantes contribuições ao município.

Iracema Vale recebeu a honraria como uma dádiva e agradecendo o gesto do vereador Astro de Ogum e a manifestação da Casa, vendo na concessão uma homenagem também à Assembleia Legislativa: “Receber uma homenagem da Casa que leva a voz da capital do meu estado é uma grande alegria. Porque, toda vez que um Poder reconhece o trabalho de outro Poder, o que se celebra não é a Iracema, é a democracia funcionando, é a harmonia entre poderes, é o respeito institucional, é a maturidade política que o Maranhão tanto merece”.

Autor do proposta, o vereador Astro de Ogum justificou a homenagem como um reconhecimento à trajetória política da presidente do parlamento estadual: “A presidente Iracema é a deputada estadual mais votada do estado, com uma trajetória marcada pela humildade e pelo compromisso com o povo maranhense. Espero que esta homenagem seja mais um incentivo para que continue essa luta em defesa do povo do Maranhão”.

A deputada Ana do Gás (PCdoB) falou em nome dos seus colegas deputados e reforçou a relevância da homenagem, lembrando o pioneirismo de Iracema Vale como a primeira mulher a presidir o Parlamento estadual. “Nossa presidente Iracema Vale, ex-vereadora, ex-prefeita e enfermeira, merece essa honraria. Tenho certeza de que, assim como eu, meus colegas parlamentares também admiram a liderança dessa grande mulher que vem fazendo história. O Maranhão e São Luís precisam conhecer essa trajetória.”, afirmou, parabenizando o vereador Astro de Ogum pela iniciativa.

São Luís, 02 de Dezembro de 2025.

A 11 meses da eleição, corrida aos Leões tem dois candidatos definidos, um em definição e uma expectativa

Orleans Brandão e Lahesio Bonfim estão consolidados; Felipe Camarão
vive incertezas e Eduardo Braide ainda é uma possibilidade

Faltando 11 meses para as eleições gerais, o cenário para a disputa para o Palácio dos Leões ganha novos contornos e começa a ganhar forma, em que pese o clima pesado das indefinições quanto a candidaturas. Com a eleição do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão para a presidência regional do MDB, sucedendo ao pai, Marcus Brandão, ficou mais evidente que a sua pré-candidatura ao Governo caminha, de fato, para irreversibilidade. A mesma situação diz respeito ao ex-prefeito Lahesio Bonfim, confirmado pré-candidato do Novo ao Palácio dos Leões, uma definição que, tudo indica, não corre nenhum risco de reversão. Por outro lado, há um ambiente de incertezas em torno do vice-governador Felipe Camarão, por conta principalmente do comportamento dúbio do PT, e forte expectativa em relação ao prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que ainda não disse se será ou não candidato a governador.

A eleição de Orleans Brandão para a presidência regional do MDB vai muito além de uma simples troca de comando partidário. Primeiro porque demonstra, agora com muita clareza, que ela é parte de um plano de várias etapas, muito bem concebido, de levar o MDB de novo ao poder no Maranhão. E depois, dar ao secretário Orleans Brandão uma máquina partidária forte, que possa sustentar o seu projeto de candidatura, que foi concebido muito antes de ele se apresentar como aspirante a uma cadeira na Câmara Federal. Muito bem arquitetado e guardado a sete chaves, o “Projeto Orleans” para agora para a próxima e decisiva etapa: a convenção que em agosto do ano que vem oficializará sua candidatura. Daqui até lá o seu novo o presidente e o próprio MDB terão de se desdobrar para manter a chama acesa.

Num outro plano de atuação, Lahesio Bonfim fará uma campanha sem ter controle absoluto sobre o partido Novo. Naquela agremiação, as decisões são tomadas pela cúpula, que se movimenta por regras rígidas, cabendo ao candidato a tarefa de sair a campo atrás de votos. Até o momento, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes tem-se encaixado no modelo rígido de ação do Novo – que representa a direita liberal -, apesar do seu modo pouco convencional de fazer política, a começar pelo discurso, que é extremamente duro e agressivo. O fato é que o Novo precisa montar um palanque no Maranhão para o seu eventual candidato presidencial, Romeu Zema, governador de Minas Gerais. Há, portanto, interesses de parte a parte, o que leva à conclusão de que os interesses comuns do partido e do candidato falarão muito mais forte do que as diferenças.

O vice-governador Felipe Camarão, filiado ao PT vive a situação mais complexa. Ele afirma que é pré-candidato do PT e faz uma pré-campanha quase solitária, à medida que o partido não emitiu até agora nenhum sinal forte de que ele seja, de fato, o seu candidato a governador. Ontem, por exemplo, numa espécie em nota contestando o PCdoB, o ex-deputado Zé Inácio, uma das vozes mais fortes do petismo no Maranhão, voltou a defender a aliança na qual o comando seja do governador Carlos Brandão, sugerindo que o vice-governador Felipe Camarão e Carlos Brandão sejam candidatos ao Senado com as bênçãos do Palácio do Planalto. Em resumo: Felipe Camarão é do PT, mas não tem o PT apoiando sua pré-candidatura. Tal situação vem alimentando rumores de que Felipe Camarão pode deixar o PT ser candidato a governador pelo PSB.

Finalmente o prefeito Eduardo Braide, que liderou as preferências do eleitorado em 32 pesquisas sem dizer se está na disputa, foi mandado para o segundo lugar nas duas pesquisas mais recentes, nas quais Orleans Brandão aparece como favorito. Eduardo Braide sabe que sem ele na briga, a tendência é uma disputa entre Orleans Brandão e Lahesio Bonfim, e que só a entrada dele na corrida pode alterar radicalmente esse curso. Há quem veja recado recados em algumas atitudes do prefeito de São Luís. Sexta-feira, por exemplo, enquanto Orleans brandão era eleito presidente do MDB numa mega convenção no Ceprama, Eduardo Braide reunia muita gente na inauguração do Complexo de Santo Ângelo, uma magnífica área urbana restaurada na região da Praia Grande.

Abril de 2026 continua sem momento-chave para a disputa para os Leões e para o Senado. E até as atenções estarão voltadas para Felipe Camarão e Eduardo Braide. Os seus movimentos poderão dar a forma definitiva à guerra eleitoral pelo poder no Maranhão no ano que vem.

PONTO & CONTRAPONTO

Sucessão estadual: PT está dividido em três correntes

Raimundo Monteiro, Washington Oliveira e Zé Inácio: posições diferentes dentro do PT

É cada vez mais evidente a divisão do PT em relação à disputa pelo Governo do Estado. As várias correntes do partido estão divididas em três frentes, que vêm pregando fórmulas diferentes para a corrida aos Leões.

Uma delas, que tem como referência maior o velho guerreiro petista Raimundo Monteiro, um dos fundadores do PT maranhense, está alinhada com o vice-governador Felipe Camarão. Seus integrantes pregam a continuidade da fórmula segundo a qual o vice é o candidato natural a governador, lembrando o que foi feito por Flávio Dino, que apoiou o vice Carlos Brandão e foi para o Senado.

A segunda corrente, que tem o ex-vice-governador, ex-conselheiro do TCE e atual secretário da Representação do Maranhão em Brasília Washington Oliveira, também fundador do partido, vem trabalhando pela mobilização do PT para uma aliança com o MDB em torno da candidatura de Orleans Brandão. Para ele, Felipe Camarão poderia se candidatar a deputado federal, enquanto Carlos Brandão pode permanecer no Governo até o final do mandato.

A terceira corrente encampou a estratégia da direção nacional do partido de focar na eleição de deputados federais e senadores, deixando de lado governadores e deputados estaduais. Um dos líderes desse movimento, o suplente de deputado estadual Zé Inácio vem pregando que Felipe Camarão e Carlos Brandão se candidatem ao senado, cabendo ao governador indicar o candidato a governador num grande acordo, que no caso não seria Orleans Brandão, podendo ser a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), por exemplo.

O problema maior é que essas correntes não estão conversando e a cada dia reforçam os seus discursos.

Bira mantém aliança com Brandão e pode deixar o PSB

Bira do Pindaré (centro) foi pragmático e pode deixar o PSB

Uma certa movimentação começa a mexer com as diversas bandas do PSB nascidas com o rompimento que levou à desfiliação do governador Carlos Brandão. São basicamente 11 deputados divididos em dois grupos: o que segue o governador Carlos Brandão, liderado pela presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, e o chamado grupo dinista, capitaneado pelo deputado Carlos Lula, atual vice-presidente da legenda, que é presidida agora pela senadora Ana Paula Lobato.

O grupo brandonista está com as malas prontas para deixar o partido na janela partidária de março do ano que vem. Já é quase certo que Iracema Vale migrará para o PDT e que a maior parte dos seus aliados deve desembarcar no MDB.

Nesse contexto, o destino partidário do secretário de Estado de Agricultura Familiar Bira do Pindaré chama a atenção. Nascido no PT, ele deixou o partido, junto com o então deputado federal Domingos Dutra quando a sigla se aliou ao Grupo Sarney, migrando para o PSB, do qual foi presidente estadual e ajudou a reerguer no Maranhão. Passou o comando para o então governador Flávio Dino.

Alguns tropeços complicaram sua base eleitoral e ele não se reelegeu deputado federal em 2022, permanecendo no Governo como secretário de Agricultura Familiar. Certo de que seria eleitoralmente prejudicado com o rompimento Dino/Brandão, Bira do Pindaré optou pelo pragmatismo e garantiu sua sobrevivência política aliando-se ao governador Carlos Brandão.

O rumo que tomou foi criticado por alguns e visto com reservas por dinistas de proa. Mas ele não parece nem um pouco preocupado, uma vez que entre os secretários de Estado inclinados a disputar votos em 2026 ela aparece como um dos que estão melhor situados na corrida para a Câmara Federal.

É quase certo que trocará o PSB por outras legenda de centro-esquerda, que é sua praia.

São Luís, 30 de Novembro de 2025.

Em grande convenção, Orleans assume o comando do MDB e fortalece sua pré-candidatura aos Leões

Orleans faz gesto de punhos cerrados para os
convencionais presentes ao Ceprama

Orleans Brandão deu ontem o primeiro e decisivo passo para se tornar o candidato do MDB à sucessão do governador Carlos Brandão (sem partido) em 2026. Ele foi eleito presidente estadual do partido, sucedendo ao pai, Marcus Brandão, numa convenção gigantesca, realizada à noite no Ceprama. A presidência do braço maranhense do MDB, a ele entregue com o aval da direção nacional do partido, lhe dá o comando regional da legenda nas eleições gerais do ano que vem, e praticamente consolida a sua condição de candidato emedebista, sem disputa interna, ao Governo do Estado. O grande ato partidário também praticamente selou a decisão do governador Carlos Brandão de permanecer no cargo até o último dia do seu mandato, abrindo mão de uma eleição quase certa para senador.

Animada por caranavas vindas do interior, a convenção do MDB foi um dos maiores eventos partidários ocorridos no Maranhão nos últimos tempos. O grande espaço da área aberta de eventos do Ceprama foi tomada por pelo menos 15 mil pessoas das mais diferentes regiões do Maranhão, que produziram os seguintes números: 132 prefeitos, 115 vice-prefeitos e 729 vereadores e representantes políticos de 182 municípios, segundo organizadores. O presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP) mandou mensagem de vídeo e destacou como representantes o deputado federal Inaldo Bulhões (MDB/PB), líder do MDB na Câmara Federal, e o deputado federal Yuri Paredão (MDB/RJ), que representou a direção nacional do partido.

Baleia Rossi saudou a eleição de Orleans Brandão para a presidência regional do partido assinalando que “o Maranhão vive hoje um novo momento, de crescimento no presente e de olho no futuro. O jovem Orleans mostra que teremos um futuro extraordinário pela frente”. Na mesma linha, o atual vice-presidente do MDB maranhense, Roberto Costa prefeito de Bacabal e presidente da Famem, destacou: “O MDB afirma hoje a São Luís e ao Maranhão que quer a continuidade do trabalho realizado pelo Governo Brandão ao eleger Orleans Brandão como presidente”.

A deputada estadual Iracema Vale (PSB), presidente da Assembleia Legislativa, reafirmou o seu apoio a Orleans Brandão desde quando ele iniciou essa trajetória como secretário de Assuntos Municipalistas, e citou, nome por nome, os 20 deputados presentes à convenção, o que corresponde a quase metade do parlamento estadual. Ovacionada pelos convencionais, Iracema Vale previu que o novo chefe do MDB será o próximo governador do Maranhão.

A ascensão de Orleans Brandão ao comando do MDB se dá no momento em que não parece mais haver possibilidade de reaproximação do governador Carlos Brandão com o chamado Grupo Dinista, que tem na liderança o vice-governador Felipe Camarão (PT), pré-candidato ao Governo do Estado. A eleição partidária de ontem foi o ponto culminante de uma estratégia bem armada pelo empresário Marcus Brandão, seu pai, que, com o aval do governador Carlos Brandão, seu tio, construiu uma relação politicamente produtiva com o Grupo Sarney, que lhe permitiu assumir a direção do MDB estadual.

O comando do MDB lhe foi entregue formalmente no momento em que ele assume a liderança na preferência do eleitorado, ultrapassando o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) – que não disse ainda se será ou não candidato. Pesou também na eleição a sua condição de “homem forte” do governador Carlos Brandão na seara municipalista, comandando um arrojado programa de investimentos nos municípios, fazendo a ponte entre o Palácio dos Leões e os prefeitos, e com isso pavimentando a estrada que pode leva-lo ao Palácio dos Leões. Para tanto, ele conta com a base política montada com prefeitos e deputados estaduais.

Pelo que foi demonstrado ontem no Ceprama, o secretário de Assuntos Municipalistas deixou no ar a forte impressão de qu7e sua candidatura é irreversível.

PONTO & CONTRAPONTO

Alema homenageia personalidades da comunidade negra com o Mérito Timbira Negro Cosme

Os agraciados com a presidente Iracema Vale;
e os homenageados Roberto Costa,
Ângela Salazar e Oriana Gomes discursam

A Assembleia Legislativa homenageou ontem 11 personalidades da comunidade do Maranhão com a Medalha do Mérito Timbira Negro Cosme, destinada ao reconhecimento de maranhenses com ação destacada na luta antirracista e na defesa dos direitos humanos, na promoção social e na preservação da cultura afro-maranhense.

Foram agraciados com a comenda o advogado e professor Antônio de Lisboa Machado Filho, a ativista Pureza Loyola, a professora Josefa Bentivi, Almerice da Silva Santos (Dona Teté – in memoriam), os desembargadores Oriana Gomes Ângela Salazar; Raimundo Ferreira; o bispo de Brejo Dom José Mendes; prefeito de Bacabal e presidente da Famem Roberto Costa (MDB), a militante do movimento negro Maria Nice Machado Costa (Dona Nice) e a antropóloga Maria de Lourdes Siqueira.

O mérito foi concedido em projetos propostos pelos deputados Iracema Vale (PSB) – presidente da Assembleia Legislativa – Antônio Pereira (PSB), Davi Brandão (PSB), Osmar Filho (PDT), Florêncio Neto (PSB), Adelmo Soares (PSB), Daniella (PSB), Helena Duailibe (PP) e Ana do Gás (PCdoB).

A presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, justificou a homenagem definindo-a com o justa: “Hoje homenageamos pessoas que lutam para que a plenitude dos direitos não seja um privilégio, mas regra, não seja promessa, mas realidade, não seja futuro, mas o presente e o agora. As entregar essa medalha, o Parlamento Maranhense afirma que essa igualdade não será adiada, que a dignidade não será condicionada e que a cidadania não terá entrave”.

Roberto Costa, Ângela Salazar e Oriana Gomes fizeram emocionados agradecimentos pela homenagem.

Roberto Costa: “Essa comenda representa um sentimento de luta e de resistência. Estamos homenageando pessoas que, com muita resistência, conseguiram superar a barreira do racismo estrutural brasileiro. Nossa responsabilidade, agora, passa a ser muito maior. Precisamos seguir lutando contra o racismo e sem esquecer nossas origens”.

Ângela Salazar: “Este é um momento muito importante para a história do povo negro maranhense. Cada um de nós carrega uma história de luta e de resistência. Precisamos unir forças para desmantelar esse racismo estrutural e cruel que existe em nossa sociedade. Não é “mimimi” e nem vitimização é, simplesmente, realidade. Conclamo o Parlamento Maranhense a elaborar e implementar políticas públicas capazes de garantir os direitos do povo preto”.

Oriana Gomes: “Não devemos abrir mão de nossos valores, de nossas crenças e de nossos direitos. A luta contra o racismo na sociedade brasileira é uma luta de todo momento. Para chegar aonde chegamos, foi preciso muita resistência. É preciso continuar a luta contra o racismo estrutural”

A solenidade desta sexta-feira reafirma o compromisso da Assembleia Legislativa com a valorização de trajetórias que fortalecem as lutas antirracistas, preservam tradições afro-maranhenses, ampliam direitos e constroem um Maranhão mais justo, plural e democrático.

Weverton vota pela derrubada de veto presidencial a regra que afrouxa o controle ambiental no país

Weverton Rocha: voto contra
Lula da Silva em seu governo

O senador Weverton Rocha (PDT) vem se equilibrando numa perigosa corda bamba na sua relação com o Palácio do Planalto. Líder do PDT no Senado, o parlamentar fazendo uma espécie de jogo duplo, ora votando com o governo, ora se posicionando contrário a matérias de interesse do Planalto. No jogo político aberto, ele joga aberto alinhado ao presidente Lula da Silva (PT), mas em questões pontuais ele vem seguindo a cartilha do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União/AP).

O exemplo mais forte foi o seu voto a favor da derrubados dos vetos aplicados pelo presidente Lula da Silva ao projeto de lei que derrubou as regras do licenciamento ambiental. Na avaliação de especialistas, é um escândalo mundial, que coloca o Brasil o na rota do retrocesso dias depois de o país haver sediado a COP30, um esforço universal para conter as mudanças climáticas para as quais o desmatamento contribui efetivamente.

No caso, na linha orientada por Davi Alcolumbre, o senador maranhense totalmente alinhado à bancada ruralista, derrubando de vez todas as regras de controle sobre o desmatamento, e restabelecendo absurdos que dá ao dono da terra o direito de se auto licenciar, definindo o tamanho da área que desmatará de acordo com sua conveniência. Normas como essa restabelecem regras vigentes no tempo mais cinzento da ditatura militar.

Vale lembrar que as senadoras Eliziane Gama (PSD) e Ana Paula Lobato (PSB) cotaram contra a derrubada dos vetos.

São Luís, 29 de Novembro de 2025.

Supremo confirma por 10 a 0 a reeleição na Alema e Iracema sai do episódio com cacife político reforçado

Iracema Vale: reeleição confirmada e politicamente fortalecida

A deputada Iracema Vale (PSB será presidente da Assembleia Legislativa até o dia 31 de dezembro de 2026. O seu segundo mandato foi confirmado ontem pelo Supremo Tribunal Federal, que numa decisão fulminante de 10 votos a zero, reconheceu a legalidade da sua reeleição, disputada com o deputado Othelino Neto, então filiado ao Solidariedade, alcançada no pleito de 13 de novembro do ano passado, que resultou em empate de 21 a 21, mas foi desempatada a seu favor pelo critério regimental da maior idade. Formalizada na manhã de ontem, a decisão da Suprema Corte devolveu à Assembleia Legislativa a estabilidade perdida a pouco mais de um ano, quando o Solidariedade foi à Suprema Corte questionar o critério de desempate por meio de uma ADIN, e só devolvida ontem, com a decisão da Corte validando a eleição.

Com um discurso denso e enfático, feito na sessão ordinária realizada logo após a publicação da decisão, consumada com o voto do ministro-presidente Edson Fachin, a presidente Iracema Vale festejou “o fim da instabilidade”, lembrando que a ação lhe impôs um período de forte pressão, comparando o processo judicial ao processo em que se usa cinzas para produzir diamantes. E sem citar nomes nem apontar adversários, Iracema Vale disparou: “Alguns queriam me silenciar, alguns queriam que desistisse, alguns tentaram mostrar que no Maranhão uma mulher, uma deputada, poderia ser derrubada por pressão política. Mas nessa decisão, o Supremo disse: Não, aqui não. Não cabe mais isso no Brasil”.

Controlando a emoção e centrada para não criar constrangimento nem tripudiar nos 21 que votaram no deputado Othelino Neto (PSB), ainda que até agora não se saiba exatamente quem são, Iracema Vale disse que decisão da Corte Suprema não foi uma preferência por ela, mas “respeito à legalidade, à tradição dessa casa e à estabilidade que o Maranhão precisa”. E completou: “O Supremo decidiu pela segurança jurídica e pelo respeito às escolhas democráticas do nosso parlamento”.

E afirmando que, apesar das pressões que sofreu nesse período de instabilidade e incertezas, viveu “com o coração tranquilo, cheio de paz e com a consciência tranquila”, porque tinha certeza de que estava com a razão e com a convicção de que “ninguém está acima da lei, mas ninguém está abaixo do seu direito”. E garantiu que o processo, apesar dos desgastes, serviu como um grande aprendizado.

– Uma decisão por 10 a 0 não deixa dúvidas, mas um recado: quem venceu não fui eu, mas a Assembleia Legislativa do Maranhão. Venceu o respeito às regras, a democracia interna, a Casa do Povo. E quando a democracia vence por 10 a 0, quem ganha é o Maranhão –  declarou.

A decisão da Suprema Corte encerra, de fato, um longo período de instabilidade na Assembleia Legislativa, que não comprometeu o funcionamento da Casa, mas causou incertezas e momentos de tensão, que só foram superados pela serenidade demonstrada pela presidente e os demais membros da Mesa Diretora. Ao mesmo tempo, tal situação, que gerou muitas interrogações nos bastidores, foi superada pela presidente Iracema Vale com seguidas demonstrações de habilidade – pela capacidade de administrar o conflito sem alarde – e coragem – demonstrada no enfrentamento político e judicial da questão.

Ao longo do último ano, a presidente do parlamento estadual deu seguidas demonstrações de coerência. O mais expressivo foi o cuidado estratégico de não misturar a questionamento da sua reeleição com as ações judiciais relacionadas ao processo de escolha de conselheiros do TCE, que vem deixando a Casa de mãos atadas, bem como a ação que resultou na demissão de várias ocupantes de cargos comissionados sob a acusação de nepotismo. Essas pendências aguardam solução, mas a tendência é a de que a presidente da Assembleia Legislativa será igualmente vitoriosa.

Numa observação mais específica, ficou claro que, em vez de sofrer desgaste, a presidente Iracema Vale não só consolidou o seu segundo mandato presidencial, como também engordando consideravelmente sua importância política. E com isso aumentando o seu espaço no cenário político maranhense, com cacife para participar das grandes decisões relacionadas com as eleições de 2026.  

PONTO & CONTRAPONTO

Escolha para relatar indicação de Messias para o Supremo deu a Weverton prestígio e dor de cabeça

Weverton Rocha

A indicação para relatar a indicação do advogado geral da União, Messias, para a vaga no Supremo Tribunal Federal aberta com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso foi, ao mesmo tempo, uma prova do seu prestígio na casa como líder da bancada do PDT, e uma tremenda batata quente que lhe colocaram nas mãos.

A indicação veio do presidente do Senado, senador Davi Alcolumbre (União/AP), com quem o senador maranhense mantém relações estreitas há muito tempo. Dizem até que Weverton Rocha teve participação importante na mobilização da base governista para a volta do senador amapaense à presidência do Senado e do Congresso Nacional.

O lado azedo da indicação é que o próprio Davi Alcolumbre parece disposto a criar embaraços à indicação – contrariado porque tentou sem sucesso emplacar o senador Rodrigo Pacheco -, que na avaliação de analistas políticos sofre uma grande rejeição, com sério risco de rejeição. Weverton Rocha tem o desafio de elaborar um parecer consistente a favor do indicado e trabalhar junto aos senadores para viabilizar a aprovação. Mas quem o conhece diz que ele vai dar conta do recado.

Vale lembrar que foi Weverton Rocha quem relatou a indicação do então senador Flávio Dino para a Suprema Corte, tendo sido ele aprovado com apenas 47 dos 81 votos.

PCdoB ainda impõe a Brandão condições para reatamento político

Márcio Jerry mantém jogo político

A Manifestação do braço maranhense do PCdoB condicionando o seu apoio ao governador Carlos Brandão (sem partido) e seu Governo à retirada da pré-candidatura de Orleans Brandão (MDB) ao Governo do Estado e à renúncia do mandatário para se candidatar ao Senado, com a ascensão do vice-governador Felipe Camarão (PT) ao comando do Governo parece uma mera peça de retórica política escrita pelo deputado federal Márcio Jerry, presidente estadual do partido.

Primeiro, todos os indícios e gestos dizem que o governador Carlos Brandão não parece interessado num acordo dessa abrangência, até porque, pelo que tem discursado, ele tem reforçado o projeto de fazer o seu sucessor. Além disso, o projeto de candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas está ganhando volume, devendo se tornar irreversível em pouco tempo.

E depois tem um óbice que o PCdoB precisa superar. A legenda comunista é parte de uma federação junto com PT e PV, não podendo tomar decisões dessa natureza sem acertar os ponteiros com esses dois partidos. Até porque grande parte do PT e a totalidade do PV estão alinhadas ao Governo Brandão.

O deputado Márcio Jerry é um político inteligente e habilidoso, com capacidade de alimentar uma situação que parece insustentável. Só que as diferentes entre dinistas e brandonistas alcançaram um patamar que torna o racha irreversível.

Mas daqui até abril há tempo suficiente para tudo possa acontecer na seara governista.

São Luís, 27 de Novembro de 2025.

Orleans deixa de ser “provável” e se consolida como pré-candidato do grupo Brandão aos Leões

Orleans Brandão tem atuado para atrair o eleitorado jovem

Orleans Brandão, pré-candidato do MDB ao Governo do Estado, e apoiado pela base política governista, deixou mesmo de ser uma entre várias opções que o governador Carlos Brandão (sem partido) tinha para escolher como candidato a seu sucessor e com o seu apoio. Na semana que passou, ele saiu do patamar da probabilidade para se tornar o escolhido do Palácio dos Leões para representar o Governo Brandão na corrida eleitoral de 2026. O secretário de Assuntos Municipalistas tirou o vice-governador Felipe Camarão (PT) da seara governista, conseguiu o apoio da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB) e afastou qualquer possibilidade de crescimento do discreto movimento que vinha tentando colocar o deputado federal Rubens Jr. (PT) na lista dos candidatáveis avaliada pela cúpula brandonista.

Antes de galgar o status de candidato, o secretário com mais acesso ao governador Carlos Brandão, mas sem descuidar das orientações do pai, Marcus Brandão, presidente estadual do MDB, Orleans Brandão ganhou estatura e se transformou no braço direito do mandatário maranhense. O poder de fogo que acumulou o transformou, de longe, no mais importante braço do governador na seara política, indiferente às muitas críticas. O projeto inicial, admitido por ele próprio e seus aliados mais próximos, era disputar uma vaga na Câmara Federal, mas logo ficou claro que para ele estava reservado um desafio muito maior, que é disputar o Governo do Estado.

Nas últimas duas semanas, o secretário de Assuntos Municipalistas ganhou, de fato, a posição de pré-candidato do grupo brandonista e da base governista ao Governo do Estado. E com duas vantagens excepcionais. A primeira é o apoio assumido e determinado do governador Carlos Brandão, que decidiu abrir mão de uma eleição certa de senador e permanecer no cargo até o final do mandato para comandar a candidatura do auxiliar. E a segunda é o suporte de aliados e de uma de uma ampla e densa rede de comunicação. Assim, o tempo do secretário que acompanhava o governador na agenda municipalista, mas sem ser sequer mencionado como pré-candidato a deputado federal, passou a ser o integrantes mais destacado da comitiva governamental.

O ainda secretário de Assuntos Municipalista é agora candidato a Governador do Maranhão, com suporte profissional e com cacife que nem o seu tio e principal apoiador teve um ano anos de vencer a eleição de 2022 em turno único. Num discurso em Caxias, onde foi receber o apoio declarado do grupo Gentil, Orleans Brandão justificou a sua condição de pré-candidato informando que já tem o apoio de 180 prefeitos e de 80% da Assembleia Legislativa, ou seja, 33 dos 42 deputados – um cacife nada desprezível. Ele não informou como está a sua relação com a bancada federal, mas é sabido que tem o apoio de um dos três senadores, Weverton Rocha (PDT), e de pelo menos 10 dos 18 deputados federais.

Segundo fontes da seara governista, Orleans Brandão faz uma pré-campanha com estrutura profissional, agora com marqueteiro e coordenadores por segmentos, bancados pelo MDB, cuja direção nacional abraçou o projeto, que no estado tem o apoio decidido do vice-presidente do partido Roberto Costa, que além de prefeito de Bacabal, preside a Federação dos Municípios do Maranhão (Famem) e é a principal referência da ala jovem do partido.

É nesse contexto e com esse lastro que o pré-candidato do MDB caminha para ser confirmado candidato emedebista ao Governo do Estado, já que nem dentro do partido nem nas fileiras da base governista haja notícia de algum nome que tenha a intenção de disputar a vaga de candidato a governador. Os rumores em torno do deputado federal Rubens Jr. cessaram com a “crise dos áudios”, que o levaram a romper com o Palácio dos Leões e reafirmar seu apoio à pré-candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT).

Um exemplo de que esse projeto está em franca consolidação foi a reunião, sexta-feira, na sede MDB em São Luís, de algumas dezenas de representando as alas jovens do MDB, do PDT e do PT, que lhe declararam apoio, numa espécie de sinal verde para que a pré-campanha ganhe as ruas.

PONTO & CONTRAPONTO

Camarão reafirma que não renuncia e diz que será candidato “com ou sem Brandão”

Felipe Camarão reafirma candidatura ao Governo

O vice-governador Felipe Camarão (PT) reafirmou ontem, em Pio XII, que não renuncia ao seu mandato e que vai disputar o Governo do Estado no ano que vem, “com ou sem Brandão”. Ele fez a declaração na etapa do projeto “Diálogos pelo Maranhão” naquele município, onde endureceu o discurso.

“Eles fazem de tudo para que eu desistir: mentem, atacam, pedem pra eu renunciar, tentam me comprar, tentam falar da minha família. Fazem de tudo”, declarou o vice-governador, para acrescentar: “Eu vou mandar um recado para eles, claramente: Eu não vou renunciar, eu não vou desistir. Retroceder nunca, render-se, jamais”.

Felipe Camarão foi mais longe, disparando na direção do governador Carlos Brandão, declarando em tom de recado: “Eu sou vice-governador do Maranhão e sou candidato a governador no ano que vem. Com ou sem Brandão. A decisão é dele. Se ele quiser renunciar e me apoiar, nós caminharemos juntos. Se ele não quiser, eu enfrento o sobrinho dele no debate político e nas ruas”.

O vice-governador tem mantido esse diapasão em todas as suas falas nos “Diálogos pelo Maranhão”, uma agenda de debates que tem cumprido nas mais diferentes regiões do estado. Ele tem deixado claro, em discursos cada vez mais enfáticos, que manterá essa linha, indicando que a distância entre ele e o governador aumenta a cada dia.

Othelino confirma previsão: deixa o Solidariedade a ingressa no PSB

Ana Paula Lobato e João Campos referendaram
o ingresso der Othelino Neto no PSB

O deputado estadual Othelino Neto migrou ontem do Solidariedade para o PSB, consumando um movimento já esperado no meio político. O próprio parlamentar fez nas suas redes sociais o anúncio da migração para o partido presidido nacionalmente pelo o prefeito do Recife, João Campos, bisneto do célebre ícone esquerdista pernambucano Miguel Arraes, e que tem como presidente estadual a senadora Ana Paula Lobato.

– É com alegria que anuncio minha filiação ao PSB, partido com uma bela história, com o qual compartilho princípios, propósitos e afinidades, e que dialoga com as lutas e com o trabalho que já realizo no Maranhão – declarou Othelino Neto.

Ao se filiar ao PSB, o deputado Othelino Neto reforça a banda dinista da bancada do partido na Assembleia Legislativa, que tem dez deputados, sendo que sete deles, a começar pela presidente da Assembleia legislativa, Iracema Vale, estão se preparando para deixar a agremiação em março do ano que vem, com a abertura da janela partidária.

Agora, o parlamentar passa a integrar a chamada bancada dinista formada pelos deputados Carlos Lula e Francisco Nagib, uma vez que os demais (Iracema Vale, Davi brandão, Antônio Pereira, Florêncio Neto, Daniella Jadão, Andrea Rezende, Adelmo Soares e Ariston Ribeiro) estão alinhados ao governador Carlos Brandão (sem partido) e devem migrar para outras agremiações.

Othelino Neto começou na política ajudando a consolidar a primeira versão do PV no Maranhão, migrando em seguida para o PCdoB, de onde saiu para ingressar no Solidariedade, partido com o qual não se afinou. O seu ingresso no PSB – que até três meses atrás foi comandado no Maranhão pelo governador Carlos Brandão – é o desfecho natural da sua busca partidária.

No seu comunicado, o deputado Othelino Neto agradeceu ao presidente nacional João Campos e à presidente estadual Ana Paula Lobato pela acolhida, afirmando que inicia essa nova partidária fase com entusiasmo: “Seguimos juntos”.

São Luís, 26 de Novembro de 2025.

Líderes da direita no Maranhão não entram em confronto por causa da prisão de Bolsonaro

Jair Bolsonaro: aliados preferiram
ficar em silêncio sobre sua prisão
preventiva, decretada sábado

A decretação da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), causada pela sua tentativa de romper a tornozeleiras eletrônica e a convocação, por seu filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), de uma vigília em frente ao condomínio onde o ex-mandatário reside, em Brasília, levantando forte suspeita de um plano de fuga, não despertou nenhum movimento dos grupos políticos da direita assumida, nem de solidariedade nem em sua defesa. O comando estadual do PL, que tem como chefe maior o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, ignorou solenemente o fato, o mesmo acontecendo com o Novo, que no mesmo dia lançou festivamente o lançamento do médico Lahesio Bonfim ao Governo do Estado, com a presença do governador mineiro Romeu Zema, fazendo de conta que nada aconteceu no país. E assim foram os deputados declaradamente bolsonarista, como Aluísio Mendes (Republicanos), por exemplo. A reação quase solitária saiu do ex-senador Roberto Rocha (sem partido), que criticou a medida.

Pode ter sido pelo fato de bolsonaristas de proa não terem engrossado o coro da família e dos chefes da corrente de extrema direita mais próximos da cúpula do PL ou porque o episódio, que repercutiu mundialmente, aconteceu num sábado. A verdade é que no Maranhão as vozes bolsonarista silenciaram, como se tivessem chegado à conclusão de que a casa caiu de vez, e agora com um empurrão decisivo dado pelo próprio-ex-presidente, na forma patética de tentar derreter a tornozeleiras eletrônica com um equipamento de solda.

O silêncio do braço maranhense do PL está explicado pela distância política e pessoal que separa Josimar de Maranhãozinho de Jair Bolsonaro e o seu núcleo familiar. O ex-presidente tentou várias vezes, de maneira agressiva, tirar Josimar de Maranhãozinho do comando do partido no estado, ora pressionando o presidente nacional para destituí-lo por meio de uma intervenção, ora atacando-o fortemente com adjetivos cáusticos, objetivando minar o prestígio político de Josimar de Maranhãozinho no estado. O chefe do PL no Maranhão não engole a maneira agressiva com que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, com o aval do marido, destituiu a deputada federal Detinha, dona da maior votação em 2022, do comando do PL Mulher. Assim, nada que diga respeita a Jair Bolsonaro interessa a Josimar de Maranhãozinho e seus liderados.

Chamou a atenção o fato de que, reunidos sábado em São Luís para o lançamento da candidatura do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Romeu Zema os comandos nacional e estadual do Novo e sua maior estrela nacional, o governador mineiro Romeu Zema, aliado declarado do ex-presidente, não tenham dito uma só palavra sobre o assunto. Romeu Zema tem sido muito cuidadoso em não melindrar os apoiadores do ex-presidente, trabalhando no sentido de contar com o apoio deles se conseguir viabilizar a sua candidatura a presidente da República medindo forçar com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Outras vozes da direita não-bolsonarista se mantiveram distante do vendaval político, reforçando a impressão de que o bolsonarismo no Maranhão é uma bolha, que basicamente se manifesta fazendo barulho nas redes sociais. Sua defesa estridente é feita apenas pelo deputado estadual Yglésio Moyses (PRTB), recém convertido à direita extremada, na qual faz coro com a deputada estadual Mical Damasceno (PSD), representante máxima da malha evangélica que apoia o ex-presidente no estado.

O contraponto ficou por conta do ex-senador Roberto Rocha, bolsonarista de carteirinha e pretenso candidato a governador – podendo também disputar o senado -, que publicou nas suas redes sociais uma mensagem criticando o STF e o ministro Alexandre de Moraes pela medida, emendando com o seu discurso já conhecido e segundo o qual o ex-presidente “é vítima de uma ditadura do Judiciário”.

Nada além disso, o que sugere que muitos bolsonaristas caíram na real.

PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane mantém ritmo de pré-campanha à reeleição e aguarda decisão de Braide para definir rumo

Eliziane Gama: pré-campanha de pé

Se alguém pensou que a senadora Eliziane Gama (PSD) tirou o pé do acelerador na sua corrida em busca da reeleição está muito enganado. Ao contrário, ela vem mantendo ritmo forte na sua pré-campanha, trabalhando duro para se manter no grupo de favoritos, hoje formado pelo senador Weverton Rocha (PDT), pelo deputado federal e atual ministro do Esporte André Fufuca (PP) e por ela própria.

Eliziane Gama vem demonstrando que, ao contrário dos que a imaginam fora do páreo, ela está realizando eventos com públicos específicos, como empresários, evangélicos, profissionais liberais, fazedores de cultura e professores, por exemplo.

O evento mais recente, o “+ Mulheres na Política”, realizado três semanas atrás em São Luís, Eliziane Gama demonstrou força e prestígio com a participação da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, como palestrante, e com a participação do governador Carlos Brandão (sem partido) e da presidente do Poder Legislativo, deputada Iracema Vale (PSB).

Eliziane Gama ainda não colocou todo o seu time em campo, pois só o fará após o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) bater martelo dizendo se será ou não candidato a governador. Se for candidato, Eliziane Gama será candidato à reeleição na sua chapa. Se não, vai se alinhar ao candidato a ser apoiado pelo Palácio dos Leões.

Tudo isso, porém, pode mudar radicalmente se o governador Carlos Brandão protagonizar uma reviravolta radical, deixe o Governo e se candidate ao Senado. Eliziane Gama acredita nessa possibilidade e torce para estar certa.

Registro

Grave crime ambiental em rua do São Francisco em obra do Grupo Mateus

Amendoeiras e mangueiras saudáveis foram impiedosamente abatidas

Aconteceu em plena realização da COP30, quando o mundo discutiu em Belém as consequência que a raça humana pode sofrer com as mudanças climáticas, causada sobretudo, pelo desmatamento: o Grupo Mateus, exibindo o lado selvagem do seu capitalismo na abertura de mais uma loja, transformou a bucólica Rua dos Abacateiros, no São Francisco, até então sombreada por seis mangueiras e quatro amendoeiras, numa via sem vida e castigada pelo sol causticante.

As árvores, todas robustas e frondosas, sem um só traço de doença que pudesse justificar a sua derrubada, foram abatidas implacavelmente por motosserra no tronco, o que aponta a intenção de mata-las sem a menor preocupação com as consequência do ataque violento à natureza numa área urbana tão carente de verde.

O que acontece na Rua dos Abacateiros foi um crime ambiental violento e insano. Primeiro porque os que o praticaram não tinham o direito de fazê-lo, e até onde a Coluna alcançou, nem autorização tiveram dos órgãos de controle ambiental, como o Ibama e as secretarias estadual e municipal do meio ambiente. Decidiram abater as amendoeiras e as mangueiras e consumaram o crime por pura e simples conveniência

Além dos troncos e do céu aberto onde havia sombra, outra prova do crime veio ontem, com a decisão da Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação, que embargou as obra, o recém inaugurado Mateus Food, já praticamente concluída, porque, mesmo tendo a empresa Alvará de Funcionamento, os fiscais da Prefeitura de São Luís identificaram uma série de irregularidades, entre elas a derrubada das árvores.

Independentemente de outras irregularidades na obra agora embargada, a derrubada criminosa das árvores foi um crime específico, imperdoável e que exige punição severa para os responsáveis diretos, especialmente os que deram a ordem para a ação criminosa. Isso incluindo o próprio agora celebrado “bilionário” Ilson Mateus, cujos méritos empresariais não se discute, mas que foi no mínimo omisso nesse caso.

São Luís, 25 de Novembro de 2025.

Lahesio Bonfim é confirmado candidato do Novo com o apoio declarado de Romeu Zema

Lahesio Bonfim fala como pré-candidato do Novo, com a bênção de Romeu Zema (de óculos)

O ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim está confirmado candidato do Novo, partido da direita liberal, na disputa pelo Palácio dos Leões. A confirmação se deu na tarde de sábado, no Hotel Luzeiros, onde foi realizado o 3º Encontro do partido no Maranhão, com a presença da cúpula nacional do Novo, com destaque para o governador de Minas Gerais Romeu Zema, pré-candidato da agremiação ao Palácio do Planalto. O evento partidário lotou o grande auditório do hotel, com filiados do partido vindo de diferentes regiões do estado empolgados com a candidatura do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, que aparece em terceiro lugar nas pesquisas sobre sucessão estadual. O ex-deputado estadual César Pires foi confirmado como um dos candidatos ao Senado.

Dois fatos chamaram a atenção no evento. O primeiro foi o entusiasmo da cúpula nacional com o projeto de candidatura de Lahesio Bonfim ao Palácio dos Leões, demonstrado principalmente pela fala do governador mineiro e presidenciável Romeu Zema, que definiu o evento como “extraordinário” e a candidatura de Lahesio Bonfim como “muito viável”. E o outro foi o fato de que os apoiadores de Lahesio Bonfim compareceram para apoia-lo, mesmo num dia tenso da política nacional, com a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com o qual o Novo tem relação próxima. Ficou evidente que Lahesio Bonfim tem uma militância, ainda que não se possa mensurar o seu tamanho, mas mostrou disposição de ir para as ruas pregar a sua candidatura.

Com o cacife de quem foi o segundo colocado na eleição de 2022, com 24,87% dos votos, num pleito em que o governador Carlos Brandão (PSB) foi reeleito com 51,29% da votação, Lahesio Bonfim, agora filiado ao Novo, lançou sua pré-candidatura no dia 25 de janeiro, no pequeno município de Marajá do Sena, encrostado na região central do estado, com 7,7 mil habitantes e a 394 quilômetros de São Luís.

Sua estratégia era mostrar que faria o caminho inverso dos demais candidatos, que se lançam na Capital e saem em busca dos votos do interior, que são decisivo.  Ele planejou sair da região central, do chamado Maranhão “profundo”, para alcançar a Capital. De lá para cá vem num movimento progressivo.

As primeiras pesquisas o apontaram com menos de 5% das intenções de voto. De lá para cá, cresceu o suficiente para se posicionar entre 15% e 20%, com forte potencial de crescimento, tendo levantamentos que lhe deram até 26%. Ele vinha sendo o segundo colocado, quase todas lideradas pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD). Recentemente, porém, perdeu o segundo lugar para o emedebista Orleans Brandão. A pesquisa Econométrica investigou e encontrou um cenário segundo o qual, se Eduardo Braide não for candidato, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes passará a ser o principal adversário do candidato do Palácio dos Leões, o que aumentaria substancialmente o seu cacife de candidato.

(O prefeito Eduardo Braide, do PSD, nada declarou até agora sobre ser ou não ser candidato a governador)

Com o aval das cúpulas estadual e nacional do Novo, que acreditam no seu potencial para brigar pelo Palácio dos Leões, Lahesio Bonfim está agora credenciado para intensificar a sua pré-campanha, tendo já o ex-deputado estadual César Pires como pré-candidato do Senado e para criar as condições lançar chapas fortes à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa. E a julgar pela empolgação dele próprio no encontro, o candidato do Novo, embalado pelo slogan “O Maranhão tem jeito”, vai agitar a corrida sucessória estadual.

As próximas pesquisas e a batida de martelo do prefeito Eduardo Braide, que não tem data marcada, vão definir o futuro do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes.

PONTO & CONTRAPONTO

Orleans Brandão se reúne com representantes das alas jovens do MDB, do PDT e do PT

Representante da Juventude do PT declara apoio
a Orleans Brandão em reunião no MDB

Centenas de jovens de vários municípios e de diferentes partidos políticos lotaram a sede do MDB, em São Luís, para declarar apoio à pré-candidatura de Orleans Brandão (MDB) ao Governo do Estado. O encontro aconteceu na sede do MDB, onde o pré-candidato do partido disse, em linhas gerais, o que pretende fazer para a juventude, caso chegue ao Palácio dos Leões nas eleições do ano que vem.

O grupo que se reuniu com o pré-candidato emedebista foi formado por militantes da ala jovem do seu partido e por representantes do PDT e do PT. Foi uma ação politicamente inteligente, à medida que MDB, PDT e PT são partidos com alas jovens muito ativas.

No caso do MDB, esse segmento foi organizado pelo emedebista Roberto Costa, ex-deputado estadual por três mandatos, atual prefeito de Bacabal e presidente da Famem. E no que diz respeito ao PDT, a Juventude do partido foi durante anos e anos comandada pelo atual senador Weverton Rocha. A surpresa no encontro foram representantes do PT, que declararam apoio ao emedebista.

Orleans Brandão aproveitou ao máximo o encontro com representantes das alas jovens dos partidos aos quais é ligado. Ele disse que iniciou sua militância política ainda jovem no PSDB e defendeu que a participação dos jovens na política deve ser valorizada. Em relação ao seu programa de Governo, previu mais investimentos em programas que geram emprego, renda e qualificação, prometendo também incentivar os programas bem-sucedidos já em andamento.

Felipe Camarão intensifica pré-campanha e diz que seu projeto “não é pessoal nem familiar”

Felipe Camarão em discurso em
Itapecuru Mirim: “Não admito
que o Maranhão retroceda”

As pesquisas que o apontam na quarta colocação, já num patamar de um dígito, e o fortalecimento visível da pré-candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), não mudaram a linha de ação do vice-governador Felipe Camarão (PT). Essa estratégia foi confirmada na última quarta-feira em Itapecuru Mirim, onde ele realizou mais uma edição do “Diálogos pelo Maranhão”.   

O vice-governador manteve o tom firme e decidido, batendo forte no projeto sucessório levado à frente pelo governador Carlos Brandão e reafirmando sua candidatura pelo PT, muito embora sabendo que não conta com a maioria do partido, que está caminhando para se aliar de vez ao pré-candidato do MDB.

Na etapa de Itapecuru Mirim, o vice-governador foi direto, não só reafirmando o seu projeto de candidatura, como também criticando o plano sucessório do governador Carlos Brandão: “Eu vim apresentar para vocês um projeto político. Não vim apresentar um projeto pessoal e muito menos familiar. Eu não vou admitir em pleno ano de 2026 que o Maranhão retroceda. Antes de nós, muita gente lutou para acabar com essa prática oligárquica, nepotista e coronelística na história do Maranhão”.

E repetiu o mantra com que tem embalado os seus discursos no projeto “Diálogos pelo Maranhão”: “Eu vou lutar. Não tem quem me faça desistir”.

O vice-governador reafirmou, em redes sociais, que manterá inalterada, pelo menos por enquanto, a agenda do projeto “Diálogos pelo Maranhão”, por meio da qual vem incursionando pelas mais diversas regiões do estado.

São Luís, 23 de Novembro de 2025.

Com uma banda do PT próxima de Brandão e outra no muro, Camarão é incentivado a migrar para o PSB

Felipe Camarão enfrenta um PT dividido
entre ele e Orleans brandão

Por mais que algumas das lideranças das suas várias correntes se esforcem para demonstrar que não há nada de errado na movimentação do partido, está cada vez mais claro que o braço maranhense do PT está rachado em três fatias em relação à corrida ao Palácio dos Leões. Uma delas alinhada ao projeto de candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT), outra se posicionando progressivamente pela pré-candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), e uma terceira, que vem se posicionando numa espécie de “coluna do meio”, ora se dizendo simpática a Felipe Camarão, ora admitindo vir a apoiar Orleans Brandão, e em alguns momentos defendendo uma terceira via, num grande acordo que restaure a unidade de 2022. A divisão é tão óbvia e ostensiva que aliados de Felipe Camarão começam a pregar sua migração do PT para o PSB.

Essa divisão – que é uma tradição do PT maranhense em tempos eleitorais – tem produzido um situação indiscutivelmente contraditória: o enfraquecimento do projeto de candidatura do petista Felipe Camarão, tendo como contraponto o fortalecimento da pré-candidatura do emedebista Orleans Brandão.

A primeira corrente, formada por petistas de primeira hora, como o ex-presidente Raimundo Monteiro, está alinhada ao projeto do vice-governador, com alguns dos seus líderes pregando a dobradinha “Lula-Camarão”, acompanhando-o na maratona dos “Diálogos pelo Maranhão”. Esse grupo não faz oposição ao governador Carlos Brandão (sem partido) e defende a fórmula em que o mandatário renuncie em abril próximo e se candidate ao Senado numa chapa em que o governador Felipe Camarão seja candidato à reeleição, inclusive sugerindo que Carlos Brandão indique o vice, que poderia ser o próprio Orleans Brandão ou a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB). Na avaliação de um petista de proa, essa fórmula é hoje “muito remota, quase impossível”.

No contrapeso está a ala que tem como um dos líderes o ex-conselheiro do TCE Washington Oliveira, atual secretário-chefe da Representação do Governo do Maranhão em Brasília, que não fechou com o vice-governador. Esse grupo, que reúne petistas de expressão ocupando cargos importantes do 1º e do 2º escalões do Governo do Estado, alguns dos quais são pré-candidatos à Câmara federal e à Assembleia Legislativa, se encontra fortemente alinhado ao governador Carlos Brandão e vem sinalizando, cada vez mais fortemente, apoio à pré-candidatura de Orleans Brandão.

O terceiro grupo, que vem se mantendo sobre o “muro” e cujas lideranças se mantêm em posição mais discreta, não renega o projeto de candidatura de Felipe Camarão, mas não o defende enfaticamente, ao mesmo tempo em que não fecham abertamente com Orleans Brandão, mas também não o descartam. Para esses, se não há com o reconciliar, uma solução seria Felipe Camarão se candidatar ao Senado, desde que o governador Carlos Brandão também o fizesse, com as correntes que formam a base escolhendo um candidato a governador por consenso, desde que não seja Orleans Brandão. No duro, essa corrente não quer se afastar do governador Carlos Brandão nem colocar o vice-governador Felipe Camarão.

O maior problema é que essas correntes não conseguem sentar à mesa e tomar uma decisão mostrando que o PT maranhense pode romper com a tradição do racha interno e construir uma unidade, ainda que precária. Mas a julgar pelas falas dos seus líderes mais destacados, como Raimundo Monteiro e Washington Oliveira, passando por Francimar Melo, Augusto Lobato, Zé Carlos Araújo, Zé Inácio e o deputado federal Rubens Jr., a unidade é uma conquista muito distante, que só pode ser alcançada em torno da candidatura do presidente Lula da Silva à reeleição.

Nesse ambiente, não surpreende que vozes cada vez mais ativas sussurram sugerindo que Felipe Camarão deixe o PT e migre para o PSB. Isso, no entanto, não está na pauta do vice-governador. Pelo menos por enquanto.

PONTO & CONTRAPONTO

Orleans diz que pré-candidatura é “missão” e que já conta com 180 prefeitos e 80% dos deputados estaduais

Orleans brandão entre a deputada federal Amanda
Gentil e a deputada estadual Daniella Jadão

O secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB) reafirmou ontem, em Caxias, o seu projeto de candidatura ao Governo do Estado, que definiu como uma “missão”, ao receber o apoio formal e declarado do grupo Gentil, liderado pelo ex-prefeito e atual secretário de Estado de Agricultura Fábio Gentil (PP), e que tem como suporte o prefeito Gentil Neto (PP), da deputada federal Amanda Gentil (PP) – atual presidente estadual do PP – e da deputada estadual Daniella Jadão (PSB), além de vereadores e líderes comunitários.

Foi uma manifestação de peso no quarto maior colégio eleitoral do Maranhão, onde o grupo Gentil controla o poder há nove anos, mantendo agora uma aliança precária com o grupo Coutinho, que tem o Eugênio Coutinho (PDT), que já não representa integralmente o grupo Coutinho por conta do afastamento da deputada Cláudia Coutinho (PDT), esposa do ex-prefeito der Matões, Ferdinando Coutinho (PDT).

Ao mesmo tempo em que consolidas o apoio do grupo Gentil e de parte do0 grupo Coutinho, Orleans Brandão pode ganhar como adversário o grupo Marinho, comandado hoje pelo suplente de deputado federal Paulo Marinho Jr. (PL). Em tese, ele representa qualquer metade do eleitorado de Caxias, como foi demonstrado na eleição para a Prefeitura em 2024, quando saiu das urnas com 48,07% dos votos, perdendo para Gentil Neto, que recebeu 48,70, ou seja, 6,3 décimos de diferença.

Orleans Brandão consolidou o apoio do Grupo Gentil com um discurso forte, no qual declarou aceitar “a missão” de ser pré-candidato a governador. E fundamentou esse projeto com a informação segundo a qual já conta com 180 dos 217 prefeitos, e com 80% dos deputados estaduais.

Iracema recebe honraria do TRT 16ª Região mostrando prestígio no momento em que seu futuro político está sendo traçado

Iracema Vale com Márcia Andrea Farias

A presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputada Iracema Vale (PSB), é amais nova grande-oficiala da Ordem Timbira do Mérito Judiciário do Trabalho, honraria máxima concedida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região a personalidades de atuação social e política relevante reconhecida pela instituição.

A comenda foi entrega na quarta-feira em sessão solene do TRT/MA pelas mãos da presidente da instituição judiciária, desembargadora Márcia Andrea Farias, que justificou a concessão: “A entrega desta comenda simboliza a valorização de profissionais e autoridades que colaboram para o fortalecimento da Justiça do Trabalho e para o desenvolvimento social em nosso estado”.

Visivelmente emocionada, a presidente da Assembleia Legislativa agradeceu a honraria: “Essa medalha representa tudo o que vivi e aprendi dentro do Tribunal Regional do Trabalho, uma Casa que fez parte da minha formação e que me ensinou valores que levo para toda a vida”.

O ingresso da deputada na Ordem Timbira do Mérito Judiciário do Trabalho no grau de grande-oficiala se dá num momento especialmente importante da trajetória política de Iracema Vale. Ela se encontra no epicentro de uma movimentação que está tornando indefinido o seu futuro no que diz respeito às eleições do ano que vem, nas quais ela pode concorrer para renovar o mandato parlamentar ou ser alçada para um desafio majoritário. A presidente da Assembleia Legislativa foi prestigiada com a presença dos deputados Antônio Pereira (PSB), Ana do Gás (PCdoB), Davi Brandão (PSB), Glalbert Cutrim (PDT), Helena Duailibe (PP), Yglésio Moyses (PRTB), Vivianne Silva (PDT), Fred Maia (PDT), Florêncio Neto (PSB), Neto Evangelista (União) e Catulé Júnior (PP) e o prefeito de Bacabal e presidente da Famen Roberto Costa (MDB).

São Luís, 21 de Novembro de 2025.

Chiquinho FC se aproxima de Brandão, põe Codó na agenda do Governo e pode apoiar Orleans

Chiquinho FC e Carlos Brandão: parceria institucional
que pode avançar para aliança política em 2026

Aconteceu o que já era esperado nos bastidores da política estadual: o prefeito de Codó, Chiquinho FC (PT) acertou os ponteiros com o governador Carlos Brandão (sem partido), eliminou as barreiras que separavam a Prefeitura codoense do Governo estadual, e na previsão de alguns, deve apoiar a candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), ao Governo do Estado. Se foi essa, de fato, a equação que resultou na audiência do prefeito com o governador, ontem, no Palácio dos Leões, onde chegou acompanhado da presidente da Assembleia Legislativa, Iracema vale (PSB) e do senador Weverton Rocha (PDT) – e não fato que indique o contrário -, Chiquinho FC fortalecerá expressivamente o projeto de candidatura de Orleans Brandão, em franca ascensão, e dispara um poderoso petardo contra a pré-candidatura do seu colega de partido, o vice-governador Felipe Camarão. Além disso, reduz a bancada dinista na Assembleia Legislativa, uma vez que o deputado Francisco Nagib (PSB), naturalmente o seguirá na guinada política.

A aproximação do prefeito Chiquinho FC do governador Carlos Brandão é o resultado de um processo lento, cuidadoso, que teve início logo após as eleições municipais, nas quais os dois estiveram em lados antagônicos. Filiado ao PT, no mais estranho e inusitado lanço partidário que antecedeu as eleições municiais, dada a sua condição de empresário poderoso na região e o seu histórico de político de centro-direita, Chiquinho FC teve o apoio do PT e do grupo dinista, enquanto o governador Carlos Brandão manifestou simpatia pela candidatura do prefeito Zé Francisco (PSDB) à reeleição. A vitória de Chiquinho aumentou a distância dele em relação ao Palácio dos Leões.

Ao longo deste ano, aliados do governador Carlos Brandão, como a presidente Iracema Vale e o senador Weverton Rocha, com o aval do deputado Francisco Nagib, que foi aos poucos se afastando da bancada dinista, cuidaram de criar pontes para aproximar o prefeito de Codó do governador do Estado. Um passo importante ocorreu em julho, quando o governador Carlos Brandão foi a Codó assinar ordem de serviço para a construção de nova ponte sobre o Rio Itapecuru, tendo sido recebido por Chiquinho FC em clima amistoso, sem fanfarras, mas bem descontraído, numa indicação clara de que havia clima para a aproximação. De lá para cá o processo andou sem pressa, mas evoluiu com consistência.

Na audiência de ontem, o prefeito Chiquinho FC e o governador Carlos Brandão destravaram uma ampla agenda de interesse de Codó e do Governo do Estado em diversas áreas. Com a presença da presidente da Assembleia Legislativa e do senador pedetista, que hoje integram a linha de frente nas ações políticas do governador Carlos Brandão, foram criadas as condições para uma eventual declaração de apoio de Chiquinho FC ao projeto de candidatura de Orleans Brandão. Talvez essa manifestação não se dê de imediato, por conta da delicada condição partidária do prefeito de Codó, que é filiado ao PT mais por conveniência do que por convicção. Até por questões éticas, o seu eventual apoio ao emedebista, negando a pré-candidatura de Felipe Camarão, teria de ser formalmente comunicada ao PT.

Mas o fato é que a aproximação institucional do prefeito de Codó com o governador do Estado pode, sim, evoluir rapidamente para uma aliança política em torno do secretário de Assuntos Municipalistas. E se vier a se confirmar, como está indicando, o projeto sucessório do governador Carlos Brandão terá os líderes dos grandes municípios do Leste, uma vez que já conta com Rafael Brito (PSB), de Timon, e Gentil Neto (PP), de Caxias.

Vale registrar que não houve declarações políticas, nada foi acertado em relação à corrida eleitoral do ano que vem. Mas nos bastidores é majoritária a corrente que aposta alto que, a menos que haja um grande imprevisto, o prefeito de Codó vai declarar apoio ao candidato do Palácio dos Leões.

PONTO & CONTRAPONTO

Lahesio aguarda Zema para ser confirmado candidato do Novo aos Leões

Lahesio Bonfim

O ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, candidato do Novo ao Governo do Estado, entrou no feriado da Consciência Negra em clima de contagem regressiva para o desembarque em São Luís (dia 22, sábado) do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, estrela maior do partido e candidato a presidente da República.

Romeu Zema e líderes nacional do Novo vêm ao Maranhão avaliar o cenário da corrida ao Governo do Estado e ao Congresso Nacional, interessados que estão na viabilidade do candidato a governador na possibilidade de eleger uma bancada forte no Congresso Nacional. Eles acreditam que Lahesio Bonfim pode liderar uma chapa também com potencial de eleger deputados federais, já que, de acordo com o que está posto, não existe possibilidade de o partido eleger um senador.

Lahesio Bonfim receberá o comando do Novo num momento agitado por causa de duas pesquisas sobre a corrida aos Leões, divulgadas nesta semana e nas quais ele aparece em terceiro lugar, sem muita chance de entrar numa briga decisiva com o candidato da base governista Orleans Brandão (MDB) e Eduardo Braide (PSD).

Sua posição melhora expressivamente em um dado da pesquisa Econométrica, que investigou um cenário sem a participação do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) na disputa. Nesse caso, o candidato do Novo salta para o segundo lugar, tornando-se o principal adversário do pré-candidato do MDB, Orleans Brandão.

Nos seus discursos em cidades e povoados, Lahesio Bonfim desclassifica as pesquisas e garante que vai ganhar a eleição.

Bem avaliado o acerto de Roberto Costa com Brandão para restaurar o “Correão” e revitalizar o futebol de Bacabal

Roberto Costa e Carlos Brandão na visita
ao “Correão”, que será reformado

Ampla e saudável a repercussão, principalmente nos nichos do futebol maranhense, da decisão do governador Carlos Brandão (sem partido) de restaurar o Estádio José Luís Nery Corrêa, mais conhecido como “Correão”, de Bacabal, numa articulação do prefeito Roberto Costa (MDB).

O compromisso do governador foi firmado com o prefeito durante uma visita dos dois às instalações ao maior e mais importante espaço de futebol da Região do Médio Mearim, que se encontra desativado e em situação avançada de degradação.

O “Correão” ganhou a estatura que tem hoje em 1990, quando João Alberto – hoje vereador de Bacabal – governou o Maranhão por exatos 11 meses e 12 dias entre abril daquele ano e abril de 1991, realizando um Governo até hoje lembrado em muitos aspectos.

E como não poderia deixar de ser, Bacabal foi contemplado com obras de peso, como o aeroporto, construído com estrutura regional, e o “Correão”, que de um campo de futebol simples foi transformado num estádio avançado para aquele momento.

Ao mesmo tempo em que reformou o “Correão”, o governador João Alberto criou as condições para transformar o Bacabal Esporte Clube num time de ponta, que na época chegou a fazer frente aos grandes clubes no campeonato maranhense, deslocando-se pelas estradas do estado em ônibus próprio, um luxo na época, que chegou a despertar ciumeira e cobranças no meio esportivo.

A reforma prometida pelo governador Carlos Brandão é promessa de campanha do prefeito Roberto Costa, que tem nos seus planos restaurar a estatura do “Correão”, e com ela a força do futebol bacabalense.

São Luís, 20 de Novembro de 2025.

Revelação de Duarte Jr. mostra que no STF, Dino abandonou a política e deixou o dinismo sem norte

Flávio Dino: longe da política desde que vestiu a toga do Supremo

A declaração do deputado federal Duarte Jr. (PSB), dada em entrevista a um podcast revelando estar “muito distante” do hoje ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, e admitindo sólida relação política com o governador Carlos Brandão (sem partido), explica, em certa medida, a extrema dificuldade política porque passa a chamada corrente dinista, um grupo formado pelo vice-governador Felipe Camarão (PT), os deputados federais Márcio Jerry (PCdoB) e Rubens Jr. (PT) e os deputados estaduais Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PCdoB), Ricardo Rios (PCdoB), Júlio Mendonça (PCdoB), Leandro Bello (Podemos), Francisco Nagib (PSB) e Othelino Neto (Solidariedade). Desde que vestiu a toga de membro da Suprema Corte, o ex-deputado federal, ex-governador e ex-senador Flávio Dino se afastou da cena política do Maranhão, por dever de ofício, deixando o grupo que seguia sua liderança, e ainda o tem como referência política maior, sem o suporte da sua orientação direta.

O depoimento do deputado Duarte Jr. dando conta de que a última vez que encontrou o ministro Flávio Dino foi dentro de um avião, e que o encontro se limitou a um cumprimento com um aperto de mão, e nada além disso, coincide em parte com o que respondem dinistas de proa quando provocado sobre esse assunto.  “Cumprimentei, peguei na mão dele e fui sentar. Não tem conversa frequente. Não troco mensagens por uma questão ética. Mas não existe nenhum problema entre nós”, declarou Duarte Jr., confirmando a grande distância do ex-governador de quem foi muito próximo e um dos o principais colaboradores nos dois governos, primeiro como presidente do Procon e depois responsável pelo Viva Procon. Hoje, Duarte Jr. mantém relação política firme com o governador Carlos Brandão (sem partido).

Via de regra, quando são provocados sobre essa relação, os ex-liderados do então governador e senador Flávio Dino respondem de maneira meio vazia e quase sempre cautelosa, informando que a essa ou aquela ação ou manifestação contra o governador Carlos Brandão não foi fruto de orientação do ministro. E falam com o cuidado de quem não quer levar o assunto adiante. Essa é, pelo menos, a postura cuidadosa dos integrantes da bancada dinista na Assembleia Legislativa.

Em relação aos deputados federais Márcio Jerry e Rubens Jr., os dois já foram mais “dinistas” ao se posicionarem em relação a presença do ministro na cena política maranhense. Atualmente, os dois parlamentares têm dado seguidas demonstrações de que já não atuam sob o comando político do ex-senador da República e presidente estadual do PSB. Na chamada “crise dos áudios”, por exemplo, na qual o comunista e o petista, que foram diretamente atingidos, reagiram com notas e discursos, mas em nenhum momento passaram a impressão de que de alguma maneira o ministro Flávio Dino estaria envolvido, direta ou indiretamente, no episódio. Ou seja, os dois deputados federais emitem sinais de que eles também não mais têm relação próxima como ministro da Suprema Corte, de quem foram muito próximos.

No contexto da política maranhense, o fato incontestável é que o grupo dinista está sem referência, mergulhado numa situação complicada, fazendo uma oposição até aqui sem resultados ao governador Carlos Brandão e seu Governo e sem conseguir dar sentido e consistência à quase solitária corrida do vice-governador Felipe Camarão para embalar sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões. Imaginou-se que a conversa do presidente Lula da Silva seria uma ponte entre o ministro e o governador, mas está claro que Flávio Dino nada tem a ver com essa articulação, pois não há qualquer sinal da sua participação. O futuro da candidatura de Felipe Camarão passou a ser um problema do Palácio do Planalto.

Tudo o que aconteceu do dia 22 de fevereiro de 2024, quando se tornou ministro da Suprema Corte, para cá reforçou, fato a fato, a impressão de que Flávio Dino rompeu com a vida político-partidária. Só que causando um enorme estrago no movimento politicamente reformista que ele criou em 2014.

PONTO & CONTRAPONTO

Econométrica confirma Orleans na liderança da corrida aos Leões com Braide em segundo

Orleans Brandão confirmado pela Econométrica à frente
de Eduardo Braide, Lahesio Bonfim e Felipe Camarão

O secretário de Assuntos Municipalista Orleans Brandão (MDB) ganhou mesmo a dianteira na corrida ao Palácio dos Leões, tendo o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que ainda não disse se será ou não candidato, agora em segundo lugar. Foi o que encontrou pesquisa da Econométrica contratado pelo portal Imirante, que aponta Orleans Brandão com 33% das intenções de voto, enquanto Braide aparece com 29,2%, uma vantagem de 3,8 pontos percentuais.

Além da vantagem de Orleans Brandão sobre Eduardo Braide e da colocação do ex-prefeito de São Padro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo) com 18,2%, a pesquisa mostra outro dado que chama a atenção: a posição crítica do vice-governador Felipe Camarão (PT), que aparece com 7,2% na preferência dos entrevistados.

A pesquisa Econométrica, que é o mais experiente instituto de pesquisas do Maranhão, confirma a mudança de cenário na corrida ao Palácio dos Leões apontada pela pesquisa do Inop, contratada pelo Jornal Pequeno, com ascensão do emedebista Orleans Brandão, apoiado pela base governista, à liderança da corrida, enquanto o prefeito de São Luís Eduardo Braide, que não declarou ser ou não ser candidato, perdendo a posição que manteve por mais de um ano.

Na outra ponta, o vice-governador Felipe Camarão entra numa zona turva, que pode tira-lo da corrida se ele não protagonizar um movimento que reverta a tendências de queda.

A Econométrica fez uma investigação mais ampla e quis perguntou aos entrevistados sua posição sem a presença do prefeito Eduardo Braide na corrida. Nesse cenário, Orleans Brandão sobe para 38,3%, enquanto Lahesio Bonfim sobre para 25,3% e Felipe camarão chega a 14% das intenções de voto.

Em Tempo: a pesquisa Econométrica ouviu 1.283 eleitores entre 12 e 16 de novembro, tem margem de erro de 2,7%, e intervalo de confiança de 95%.

Voto de Fux e placar de 9 a zero confirmam de vez reeleição de Iracema

Iracema Vale: reeleição
consolidada no Supremo

Perde tempo quem ainda aposta na possibilidade de uma reviravolta na eleição para a presidência da Assembleia Legislativa, realizada em 13 de dezembro de 2024 e na qual a presidente Iracema Vale (PSDB) foi reeleita numa disputa com o deputado Othelino Neto (Solidariedade), que terminou empatada em 21 a 21 e foi decidida favoravelmente à parlamentar pelo critério da maior idade, conforme o Regimento da Casa.

Agora com o placar de 9 a 0 no Supremo Tribunal Federal favorável à reeleição da presidente, alcançado pelo voto do ministro Luiz Fux, não existe possibilidade de o processo desembocar noutra vertente que não seja a confirmação do mandado da atual presidente do Poder Legislativo do Maranhão, que caminha para a metade do mandato, que será completada daqui a pouco mais de dois meses.

O fato de a relatora da ADIN, ministra Cármen Lúcia, haver mandato para o arquivo morto a petição do PCdoB tentando reverter a situação incluindo no processo um vídeo em que o deputado Fred Maia (PDT) questiona o voto do deputado Júnior Cascaria (Podemos) naquele pleito é um recado evidente de que a questão está fechada. Inclusive com o voto do ministro Flávio Dino, que muitos apostaram que seria favorável ao pleito do deputado Othelino Filho.

Não há mais o que discutir sobre esse julgamento.

São Luís, 19 de Novembro de 2025.