Sarney foi o protagonista da semana em que o País comemorou os 40 anos do fim da ditadura militar

José Sarney recebe a placa de Davi Alcolumbre e
ocupa a tribuna do Senado. Carlos Brandão,
participou do ato na Câmara Federal, e José Sarney
recebe o diploma de homenageado do
presidente da Câmara Hugo Motta, na presença
do líder do União, Pedro Lucas Fernandes

Muitos fatos relevantes aconteceram no Brasil nos últimos dias. Com atraso de três meses, o Congresso Nacional aprovou o Orçamento da União destinando R$ 58 bilhões para emendas parlamentares, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL/SP) se “exilou” nos EUA, o governador Carlos Brandão anunciou o pagamento dos servidores no pós-Carnaval, o ministro Juscelino Filho (Comunicações) reuniu a imprensa maranhense para fazer um balanço das atividades da pasta no Maranhão, o vice-governador Felipe Camarão (PT) e o secretário Orleans Brandão (Assuntos Municipalistas) deram uma demonstração pública de que começam a entrar em sintonia visando 2026, e por aí vai. Mas, em meio a tudo isso, a semana foi mesmo protagonizada pelo ex-presidente José Sarney (MDB), homenageado pelo presidente Lula da Silva, em ato no Palácio do Planalto na segunda-feira (17), e nas duas Casas do Congresso Nacional, na terça e na quinta-feira, como o grande condutor da transição da ditadura militar para a democracia nos 40 anos da volta do Brasil ao estado democrático de direito.

O ex-presidente da República foi reconhecido pelo Senado da República, que o saudou como o grande protagonista do processo de redemocratização, dedicando-lhe, na terça-feira (18), uma sessão especial e uma placa alusiva à condução do país naquele período tenso, mas que fechou com a promulgação da Constituição de 1988, feita pela Assembleia Nacional Constituinte convocada por ele em 1986. Na Casa onde exerceu cinco mandatos consecutivos, sendo que em quatro deles atuou como seu presidente e do Congresso Nacional, José Sarney discursou forte, exaltando o regime democrático e repudiando a ação politicamente nefasta dos órfãos já envelhecidos da ditadura militar.

O presidente da instituição, senador Davi Alcolumbre (União/AP), e quase uma dezena de senadores, a começar por Jorge Cajuru (PSB/GO), autor da iniciativa que propôs a homenagem, o saudaram, não só como o comandante efetivo da transição democrática, mas também pelos serviços prestados ao país e ao Congresso Nacional ao longo dos seus mais de 60 anos de atividade política formal. O Supremo Tribunal Federal participou do evento com o ministro Dias Toffoli, que na sua fala destacou o papel do ex-presidente no processo de redemocratização.

Na quarta-feira (19), José Sarney foi homenageado pela Câmara Federal, onde exerceu dois mandatos antes de se tornar governador do Maranhão em 1966. Ali, além do presidente Hugo Motta e líderes partidários, marcaram presença o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso – que no mesmo dia, à tarde, abriu a sessão da Suprema Corte fazendo registro da homenagem ao ex-presidente -, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, representando o presidente Lula da Silva (PT), e o governador Carlos Brandão (PSB), que foi chamado para a mesa como convidado de honra.

Houve, como é natural em política, vozes que tentaram minimizar a importância do ex-presidente no processo de redemocratização, esquecendo que o movimento pelo fim da ditadura só ganhou corpo quando o então senador José Sarney, que presidia a Arena, rompeu com o regime, renunciou ao posto e criou a Frente Liberal com o mineiro Aureliano Chaves e o pernambucano Marcos Maciel. Foi o seu movimento que fortaleceu a oposição ao regime num processo que culminou com a eleição do mineiro Tancredo Neves (MDB) pelo Colégio Eleitoral, tendo José Sarney como vice. Os poucos “opositores” de José Sarney nas comemorações dos 40 da volta da democracia no Brasil falaram em vão.

O ex-presidente da República entrou no fim de semana certamente exausto por conta da movimentação que encarou do alto dos seus 94 anos. Mas cumpriu a agenda com ânimo redobrado pela consciência de que fez a sua parte na construção de uma democracia forte, capaz de resistir e reagir a tentativas de desestabiliza-la como foi o 8 de Janeiro de 2023.

PONTO & CONTRAPONTO

Denúncia de agressão a mulher tirou Dalton Arruda da Assembleia Legislativa

Acusado de agressão à
mulher, Dalton Arruda
não ficou na Alema

A Assembleia Legislativa conseguiu se livrar de uma mácula que certamente a perseguiria como instituição pelo resto dos tempos. Sem alarde, e colocando as coisas nos seus devidos lugares, a presidente Iracema Vale (PSB) e outros membros da Mesa, ouvindo também as lideranças e a bancada feminina, articularam para que o 5º suplente de deputado estadual Dalton Arruda (PSD), não cobrisse a licença do deputado titular Eric Rocha (PSD).

Acusado de ter agredido a própria esposa, Dalton Arruda chegou ao plenário do Poder Legislativo depois de uma espantosa, fumacenta, inacreditável e extremamente suspeita cadeia de “desistências” dos suplentes César Pires (1º), Ricardo Seidel (2º, mas que é vereador em Imperatriz e atualmente exerce a função de secretário de Segurança do Município, não tendo interesse em assumir por 120 dias), e o terceiro suplente (a Coluna não conseguiu identificar), “sobrando” para Dalton Arruda, que assumiu, com pompa e circunstância.

A reação não demorou, com várias denúncias veiculadas nas redes sociais, ganhando corpo com a mobilização da bancada feminina e a movimentação de grupos ligados aos direitos humanos, que se posicionaram junto à Mesa Diretora da Casa, pedindo não só a saída do deputado interino como também a cassação da sua condição de suplente.

Na contramão da esmagadora maioria, a deputada Mical Damasceno (PSD), defendeu Dalton Arruda, reconhecendo que ele agrediu a mulher, mas que agora “é um novo homem”. A posição da deputada, que é evangélica radical, bolsonarista de proa e defensora da submissão total da mulher ao “macho”, gerou duras críticas e até pedidos de cassação.

Ao mesmo tempo, o 1º suplente César |Pires surpreendeu o mundo tentando assumir o mandato, mas sua tentativa não vingou, uma vez que, diante da baita confusão, o titular Eric Costa decidiu suspender e reassumiu o mandato, despachando Dalton Arruda para casa.

Paulo Victor busca em Brasília apoio à prática de esportes em São Luís

Paulo Victor ganha apoio de André Fufuca

Depois de conseguir do governador Carlos Brandão (PSB) à medida que proíbe a circulação de veículos na Avenida Litorânea das 4h às 6h30 às segundas, quartas e sextas-feiras, para uso exclusivo de práticas esportivas, o presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSB), foi além, dessa vez em Brasília.

Ele bateu às portas do Ministério do Esporte, onde foi recebido efusivamente pelo ministro André Fufuca. Na audiência, o presidente do parlamento ludovicense apresentou ao ministro uma série de pleitos, todos destinados a desenvolver o esporte amador em São Luís.

Foi uma conversa produtiva, segundo a sua avaliação, à medida que o ministro André Fufuca foi receptivo, tendo assumido o compromisso de viabilizar o que for possível. O vereador-presidente Paulo Victor retornou de Brasília certo de que, somando os benefícios já alinhavados com o Governo do Estado aos que vierem do Ministério do Esporte, a juventude de São Luís vai ter um ganho expressivo de incentivo à prática esportiva.

São Luís, 22 de Março de 2025.

Agora mais transparentes, emendas parlamentares são a tábua de salvação de grande parte da bancada

Bilhões de reais serão destinados a emendas parlamentares no Orçamento da União

Ao mesmo tempo em que impôs ao presidente Lula da Silva (PT) a obrigação de conseguir um superávit fiscal de R$ 15 bilhões, o Orçamento da União aprovado ontem pelo Congresso Nacional manteve praticamente intacto o poder de fogo de deputados federais e senadores no que diz respeito às emendas parlamentares, para as quais foram destinados nada menos que R$ 58 bilhões. A diferença é que, por causa da cruzada do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, as emendas foram retiradas de um labirinto que tornava impossível a identificação do parlamentar autor e, em alguns casos, nem mesmo a destinação dos recursos, tornando o processo mais transparente, com a identificação do “pai” e o rastreamento da dinheirama. Deputados e senadores vão movimentar mais dinheiro do que os ministérios da Educação e da saúde juntos.

Esse cenário mergulhou no alívio deputados federais e senadores, que depois de forte pressão, conseguiram manter um bolo de recursos monumental. Eles temiam que a crise causada pelas regras quase criminosas que norteavam o uso de emendas parlamentares, com a revelação de que muitas delas não chegavam ao destino com seu valor original, reduzisse drasticamente o montante destinado às emendas parlamentares. Isso porque, se tal ocorresse, pelo menos metade da bancada federal maranhense, incluindo deputados federais e senadores, estaria fora do jogo pela reeleição.

Com esses recursos, deputados federais deixaram de fazer política na verdadeira acepção do termo, que é legislar, fiscalizar, cobrar, criticar, denunciar e também apoiar governos. Antes do botim das emendas, deputados federais desembarcavam em São Luís às sextas-feiras, procuravam jornais e emissoras de rádio e de TV para dizer o que aconteceu ao longo da semana e, eventualmente, destacar ou criticar ações do Governo do Estado, porque era necessário e importante informar o eleitorado sobre sua atuação. Depois que passaram a ter acesso aos milhões de reais das emendas, congressistas se tornaram políticos distantes dos espaços de opinião, se comunicando apenas por redes sociais.

Esse novo modelo de parlamento criou tipos curiosos de parlamentar. Um exemplo: o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) é hoje conhecido no país inteiro como um poderoso negociador de emendas. É acusado de “comprar” emendas e passa-las adiante, mediante comissão, e por isso foi tornado réu pelo Supremo Tribunal Federal. Outro exemplo: o deputado federal Josivaldo JP (PSD) assombrou Imperatriz e cidades da região comandando calçamento de ruas e rasgando estradas vicinais, agindo como um verdadeiro prefeito. Existem prefeitos que apostam mais nas emendas dos deputados federais do que em investimentos do Governo do Estado e da própria União nos seus municípios. Aqui e ali estoura um escândalo, como foi o caso do deputado federal Juscelino Filho (União), hoje ministro das Comunicações, acusado pela Polícia Federal de desviar recursos de emendas que destinou a Vitorino Freire, onde sua irmã era prefeita. Ele nega enfaticamente.

Até agora não há notícia de que um parlamentar ou um prefeito tenha ido parar na cadeia por conta de desvio de recursos de emendas.

O fato é que a execução do Orçamento da União aprovado ontem vai garantir a permanência de boa parte da bancada no campo das boas graças dos prefeitos e, por via de desdobramento, do eleitorado, garantindo investimentos que certamente se transformarão em votos. Todos os deputados federais e senadores que formam a bancada maranhense, sem nenhuma exceção, têm nas emendas parlamentares o carro-chefe das suas campanhas. E pelo menos até aqui a maioria deles tem dado a destinação correta aos recursos, não havendo registro de denúncias além das que estão atingindo fortemente o deputado federal Josimar de Maranhãozinho.       

 Vale lembrar que, com a transparência assegurada pelas medidas do ministro Flávio Dino e pelas correções feitas pelo próprio Congresso Nacional, a situação é bem mais republicana.

 PONTO & CONTRAPONTO

Ato em escola militar reúne Felipe Camarão e Orleans Brandão em clima de harmonia

Felipe Camarão e Orleans Brandão:
sinal de unidade na base
governista em evento presenciado por Astro de Ogum

O evento foi simples: a inauguração de uma quadra esportiva e reforma do auditório do Colégio Militar Tiradentes I, com a presença de alguns secretários e do vereador Astro de Ogum (PCdoB). Mas ganhou um simbolismo político muito além do fato em si por conta da presença do vice-governador Felipe Camarão (PT) e do secretário extraordinário de Articulação Municipalista, Orleans Brandão (MDB). Os dois tiveram a honraria de descerrar placa, em perfeito clima de harmonia, levando o secretário de Articulação Política, Rubens Pereira, a registrar um fato como um ato político importante. E foi mesmo.

Foi uma demonstração cabal de que o vice-governador Felipe Camarão decidiu cuidar da própria vida reforçando seus laços políticos com o governador Carlos Brandão (PSB), criando assim as condições para que em abril do ano que vem o chefe do Executivo renuncie, o vice assuma e os dois formem chapa majoritária para disputar o Governo do Estado e uma das vagas no senado da República.

O secretário Orleans Brandão fez o que a situação permite: ocupou o lugar que o prestígio político lhe assegura, cacifando seu nome para disputar uma cadeira na Câmara federal, como ele próprio tem afirmado. Mas também operando com a expectativa de vir a ser candidato a governador numa traumática situação de racha na aliança governista.

O que chamou a atenção no evento corretamente exaltado por Rubão Pereira como uma demonstração de unidade e harmonia no Governo foi realmente esse clima. Primeiro a presença dos dois “concorrentes”, e depois o ambiente de descontração criado pelos dois, passando a impressão de que o projeto original está finalmente ganhando corpo.

E o que é mais importante: com o aval do governador Carlos Brandão.

Bira do Pindaré mantém distância da crise e mantém firme apoio a Brandão

Bira do Pindaré exibe a bandeira do Maranhão em evento sobre agricultura familiar na Codevasf

Em meio à crise que distancia brandonista e dinista, um nome de peso político tem se mantido afastado, preferindo cuidar da sua vida, o ex-deputado federal e atual secretário de Agricultura Familiar Bira do Pindaré, que presidiu o PSB no Maranhão até passar o bastão para o então governador Flávio Dino, que o repassou para o governador Carlos Brandão.

Alertado pelo amargo tropeço eleitoral de 2022, quando não conseguiu a reeleição para a Câmara Federal, Bira do Pindaré se afastou do rame-rame partidário, assumiu o comando da (SAF) e mergulhou no trabalho.

Ele se recusou a entrar nessa guerra, por entender que como membro de proa do PSB, sua obrigação partidária é contribuir para o sucesso do Governo do PSB. E tem feito isso trabalhando duro para cumprir as metas da pasta, visando o bom desempenho do Governo e, naturalmente, investindo no projeto de voltar à Câmara Federal em 2026.

Nesta semana, por exemplo, ele esteve em Brasília, onde participou, em Brasília, do I Workshop “Agricultura Irrigada e Desenvolvimento Regional”, promovido pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e pela Codevasf. No evento foram apresenta ações, projetos e potencialidades da agricultura irrigada em estados que integram a área de atuação da Codevasf, a exemplo do Maranhão.

Quem o conhece garante que ele mantém ligação com o dinismo, mas não abre mão do compromisso que mantém com o governador Carlos Brandão, de quem é um dos auxiliares mais leais.

São Luís, 21 de Março de 2025.

Ex-prefeitos se preparam para brigar por vagas na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa

Sebastião Madeira, Fábio Gentil, Edivaldo Jr., Luciano Genésio, Ivo Rezende,
Luciano Leitoa, Eric Silva, Assis Ramos e Hilton Gonçalo: ex-prefeitos que
podem brigar por vagas na Câmara Federal ou Assembleia Legislativa

Enquanto deputados federais e estaduais se movimentam na busca da reeleição, um grupo expressivo de ex-prefeitos se prepara para brigar por cadeiras na Câmara Federal e Assembleia Legislativa. Nomes como Sebastião Madeira (Imperatriz), Fábio Gentil (Caxias), Edivaldo Holanda Jr. (São Luís), Luciano Genésio (Pinheiro), Ivo Rezende (São Mateus), Luciano Leitoa (Timon), Eric Silva (Balsas), Assis Ramos (Imperatriz) e Hilton Gonçalo (Santa Rita) se movimentam com intensidade em busca de suporte para encarar as urnas visando vagas na bancada federal ou cadeiras no parlamento estadual. Difícil medir o cacife de cada um, mas não há dúvidas de que são políticos tarimbados, que podem fazer a diferença numa eleição decisiva como a programada para 2025.

Nome consolidado na Região Tocantina e adjacências, respaldado por quatro mandatos de deputado federal, dois de prefeito da Princesa do Tocantins e agora como integrante no “núcleo de ferro” do governador Carlos Brandão (PSB), Sebastião Madeira (PSDB) vem trabalhando na abertura de caminho para chegar à Assembleia Legislativa. Em Caxias, corre nas rodas de conversa que, com a vantagem de quem fez o sucessor, o ex-prefeito Fábio Gentil (Republicanos) se prepara para encarar as urnas, sem definir ainda se na direção de Brasília ou de São Luís. O problema de Fábio Gentil é resolver o destino da filha, deputada federal Amanda Gentil (Republicanos) e da companheira e aliada, deputada Daniella (PSB).  É o caso também de Luciano Genésio (PP), que aposta no seu prestígio em Pinheiro para chegar à Assembleia Legislativa, embora alguns afirmem que ele pretende morar quatro anos em Brasília.

No meio político, nove entre dez vozes garantem que o ex-prefeito de São Mateus, Ivo Rezende (PSB), com o cacife de quem foi presidente das Famem, se movimenta na direção do Palácio Manoel Beckman. Ao que tudo indica, será o mesmo destino do ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr., que está em busca de uma condição partidária segura para tentar viabilizar o projeto. Nessa rota, sinais vindos de Timon indicam que o ex-prefeito Luciano Leitoa (PDT) estaria focado no projeto de voltar à Assembleia Legislativa.

Vozes da Região Sul sopram que o ex-prefeito de Balsas, Eric Costa (PDT), que não fez o sucessor, mas saiu bem avaliado, e está se preparando para encarar as urnas no ano que vem, não se sabe ainda se tentará a Assembleia Legislativa, no lugar da sua mulher, a deputada Dra. Viviane (PDT), ou se tentará a Câmara Federal, fazendo dobradinha com a parlamentar. É mais ou menos a situação do ex-prefeito de Imperatriz, Assis Ramos (União), que terminou seu segundo mandato muito mal avaliado, pode disputar vaga na Assembleia Legislativa com a ex-mulher, deputada Janaína (Podemos), que parece disposta a brigar pela reeleição.

Nesse universo de ex-prefeitos politicamente ativos e em movimento pré-eleitoral, a situação mais diferenciada é a do ex-titular de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza). Ele poderia disputar cadeira na Câmara Federal ou na Assembleia Legislativa, mas tem se movimentado na direção de um projeto bem mais ambicioso: dependendo da situação em 2025, pretende brigar por uma vaga no Senado, ou até mesmo entrar na corrida pelo Palácio dos Leões. Mas há quem afirme que seu destino mais provável é a Câmara Federal,

Isso significa dizer que os atuais deputados federais e estaduais sabem que enfrentarão concorrentes fortes, com poder de fogo principalmente nas sedes dos municípios, onde atuaram como prefeitos. Os que tiveram bom desempenho certamente terão seus legados transformados em votos. E os que deixaram a desejar podem pagar o preço da rejeição nas urnas.       

PONTO & CONTRAPONTO

Restauração da estátua de São José dá nova vida ao Santuário de Ribamar

Ladeado pelo prefeito Júlio Matos e padre Cláudio Roberto, o governador
Carlos Brandão inaugura a restauração da estátua
de São José de Ribamar com o Menino Jesus

A estátua de São José de Ribamar segurando a mão do Menino Jesus, de 33 metros de altura, inaugurada em 1998 e que se transformou na maior expressão da fé católica do Maranhão, fortalecendo a cidade de São José de Ribamar como um concorrido centro do catolicismo, foi entregue ontem após uma cuidadosa reforma que a livrou de desgastes naturais. A obra restaurada foi inaugurada ontem pelo governador Carlos Brandão (PSB), acompanhado do prefeito Júlio Matos (Podemos) e do padre Cláudio Roberto, reitor do Santuário de São José de Ribamar.

A reforma foi feita pelo autor da obra, escultor Sinval Floriano Veloso, que trabalhou cerca de um ano e meio na restauração. E o resultado é que a escultura ganhou de novo o brilho e a beleza que sempre atraíram missionários e romeiros das mais diferentes regiões do País, dando a São José de Ribamar o status de santuário no sentido religioso e polo turístico no aspecto cultural e econômico.

Visivelmente entusiasmado com a entrega da obra, o governador Carlos Brandão declarou: “É um momento de muita alegria para o Governo do Estado concluir a revitalização e devolver à sociedade esse monumento tão importante. A população e o padre (Cláudio Roberto) estavam reivindicando a recuperação deste grande monumento religioso, que é a estátua de São José de Ribamar, em frente à Baía de São José”.

O secretário de Infraestrutura, Aparício Bandeira, explicou que a escultura passou por recuperação estrutural, com serviços de renovação e modernização do revestimento, requalificação das contenções do monumento, requalificação da rampa de acesso, impermeabilização das superfícies, serviços de pintura e urbanização.

O padre Cláudio Roberto definiu a obra como vetor de capaz de potencializar o turismo religioso, a cultura e a atividade comercial na região: “É um investimento grandioso em cultura, fé e religiosidade. Aqui vem muita gente e, durante as nossas festas, cresce o comércio, cresce o trabalho para o povo, então a renda cresce”. E o prefeito Júlio Matos emendou: “Não tenho dúvida que é uma obra de fé, uma obra que já vinha sendo há muito tempo solicitada para outros prefeitos, mas como as condições são precárias, o governador veio e trouxe a fé. Temos só que agradecer essa grande obra efetuada pelo governador, que foi prometida e cumprida”.

A população católica de São José de Ribamar está animada com a volta do Padroeiro

Eliziane se movimenta para decidir se fica no PSD ou migra para outro partido

Eliziane Gama: avalia cenário
para decidir para onde vai

Definida a sua posição no PSD, onde foi alçada à vice-presidência nacional, sem relação direta com o prefeito Eduardo Braide, que ficou com a presidência estadual do partido, a senadora Eliziane Gama inicia agora uma delicada articulação com o objetivo de consolidar sua candidatura à reeleição.

Não será uma equação fácil de montar. Isso porque, em princípio, ela permanece como quadro proeminente da aliança liderada pelo governador Carlos Brandão (PSB). Essa condição a impede de integrar uma eventual chapa pelo prefeito de São Luís, que vem emitindo sinais fortes de que poderá deixar a Prefeitura para disputar o Governo do Estado em 2026.

A senadora conversou na semana passada com o governador Carlos Brandão, a quem comunicou formalmente o seu novo status partidário. Nada vazou da conversa que os dois mantiveram, mas a julgar pelo clima mostrado nas imagens, foi um encontro de aliados e de eventuais concorrentes, já que o governador desponta como o nome mais forte para uma das vagas no Senado.

Eliziane Gama tem tempo suficiente para fazer todas as consultas – uma delas com o presidente Lula da Silva (PT), que a tem em alta conta -, para definir o rumo que seguirá no ano que vem. Ela tem de resolver se fica no PSD e embarca na chapa de Eduardo Braide ou muda de partido e permanece na aliança liderada pelo governador Carlos Brandão, pela qual, por enquanto, são pré-candidatos o próprio governador, o senador Weverton Rocha (PDT) e o ministro André Fufuca (PP).

São Luís, 20 de Março de 2025.

Camarão se movimenta para disputar o Governo em chapa com Brandão para o Senado

Felipe Camarão e Carlos Brandão, a chapa ideal
da aliança situacionista para 2026

Ao participar do Lava-Pratos de Imperatriz e realizar um périplo por municípios da Região Tocantina, fazendo contatos e conversando, o vice-governador Felipe Camarão (PT) produziu a sinalização mais recente e enfática de que está decidido a estabilizar a sua relação política com o governador Carlos Brandão (PSB) e, nessa toada, conquistar o seu apoio para chegar ao Governo do Estado. Parece ter compreendido que o caminho é a montagem de uma chapa na qual ele seja o candidato ao Palácio dos Leões e o atual chefe do Executivo concorra a uma cadeira no Senado. A julgar pelos seus movimentos, o vice-governador parece convencido de que ele próprio tem de brigar pelo seu espaço e que a linha do confronto e da pressão não vai funcionar.

A lógica que parece mover o vice-governador é simples: atualmente, o seu aliado ideal para sair do Palácio Henrique de la Rocque e chegar ao Palácio dos Leões é o governador Carlos Brandão, que tem todas as cartas nas mãos. A principal delas é a decisão de renunciar em abril do ano que vem para concorrer ao Senado e abrindo caminho para que o vice se torne governador. Se essa crise se agravar e o governador decidir permanecer no cargo até o final, o vice-governador terá seus movimentos travados e não sairá de onde está. Ou seja, a candidatura de Felipe Camarão ao Governo só existirá se Carlos Brandão deixar o Governo em abril do ano que vem. Isso independente de ele ser apoiado pelo presidente Lula.

O segundo ponto é também muito claro. O governador Carlos Brandão é quem tem hoje poder de fogo político para aproximar o vice-governador Felipe Camarão dos segmentos políticos que fazem a ponte dos candidatos majoritários com o eleitorado, sendo os prefeitos peças-chaves nesse processo. Se não houver um pacto político e eleitoral firme entre o governador e o vice-governador, boa parte, se não a maioria ampla dos prefeitos, seguirá a orientação do governador Carlos Brandão, principalmente se a aliança for inviabilizada e ele decidir permanecer no cargo. Nesse caso, os ventos poderão soprar favoravelmente em favor do candidato que ele vier a lançar.

Esse cenário parece óbvio, e tudo indica que o vice-governador decidiu se posicionar e viabilizar a sua candidatura, certo de que apenas ser politicamente situado no dinismo e pertencer à ordem dos cristãos novos do PT não serão suficientes para leva-lo ao comando do Estado. Jovem, inteligente, tecnicamente competente, já tendo sido testado e aprovado como gestor, e bem relacionado com os mais diversos segmentos da sociedade civil organizada, Felipe Camarão tem as credenciais para pleitear a governança do Maranhão pelas urnas de 2026. Só precisa de um suporte político sólido para ter seu nome capilarizado no eleitorado. E esse suporte se chama Carlos Brandão.

A força política e o potencial eleitoral do governador Carlos Brandão pode ser medida com dados cristalinos. É bem avaliado em São Luís e tem o apoio total dos prefeitos de Imperatriz, Timon, Caxias, Bacabal, Santa Inês, Coroatá, Chapadinha, Barreirinhas, Pedreiras, Barra do Corda, Grajaú, Balsas e Paço do Lumiar, para citar apenas uma dúzia de grandes municípios, E como ele próprio disse na entrevista a O Globo, tem boas relações com católicos e evangélicos e é “assim” com o pessoal ao agro. Ou seja, chega com facilidade onde o vice-governador Felipe Camarão teria alguma dificuldade para chegar.

Nesse contexto, os movimentos recentes do vice-governador indicam que ele está tomando a dose certa do pragmatismo que todo político arrojado precisa para chegar onde pretende. No caso, Felipe Camarão parece ter chegado à conclusão de que o seu caminho para o Palácio dos Leões será muito mais viável numa dobradinha em que o governador Carlos Brandão seja candidato ao Senado. É claro que todo acordo pressupõe condições e concessões de parte a parte, e isso se resolve com as cartas sobre a mesa. E sem esquecer que o grande adversário é o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que se fortalece a cada dia.

PONTO & CONTRAPONTO

Destaque

Sarney é homenageado no Senado como o grande condutor da transição para a democracia

José Sarney discursa na tribuna do Senado
e recebe placa de Davi Alcolumbre

O ex-presidente José Sarney (MDB) foi homenageado ontem pelo Senado da República em ato comemorativo dos 40 anos da volta do Brasil ao estado democrático de direito com o fim da ditadura militar, que infelicitara o país durante 21 anos. José Sarney se tornou presidente com a morte do presidente eleito Tancredo Neves, de quem era vice. Como o presidente, o líder maranhense conduziu, com habilidade e competência política, evitando conflitos que pudessem levar o país a um retrocesso. Hoje com 94 anos, o líder exibe um currículo que o tornou o político mais longevo entre os brasileiros, tendo sido deputado federal duas vezes, governador do Maranhão, senador da República por seis mandatos, tendo presidido a Casa por quatro períodos, e presidente da República por cinco anos. A homenagem do Senado o reconhece como o estadista que construiu as pontes que recolocaram o Brasil nos trilhos da democracia.

A homenagem ao ex-presidente da República lotou o plenário da Câmara Alta, com a presença de senadores, deputados federais e ministros de tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal. O senador-presidente Davi Alcolumbre (União/AP) entregou uma placa alusiva ao evento a José Sarney, que foi distinguido pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), autor do requerimento que originou o ato, e pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), sobrinho de Tancredo Neves. Foi ainda saudado pelo ministro Dias Toffoli (Supremo) e pelos senadores Rodrigo Pacheco (União-MG), Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM) entre outros parlamentares que se manifestaram.

O que eles disseram sobre José Sarney:

Davi Alcolumbre: “Com serenidade e compromisso, garantiu a estabilidade do país, pavimentando o caminho para a Constituição de 1988 e consolidando as bases do Estado democrático de direito. O presidente José Sarney desempenhou um papel crucial em um dos períodos mais desafiadores e transformadores da história brasileira”.

Deputado federal Aécio Neves (PSDB): “À primeira vista, presidente Sarney, parece existirem dois Tancredo: um, extremamente ameno no trato e nas palavras; outro, corajosamente radical nas ações e nos gestos. A fusão dos dois fez um homem por inteiro, comprometido sempre com a ordem democrática, absolutamente leal aos compromissos assumidos. Honrando sempre a palavra empenhada, transformou-se num interlocutor necessário na cena política brasileira durante décadas”.

Senador Jorge Kajuru: “O então senador José Sarney foi peça-chave para a transição democrática e para o nascimento da Nova República. Ao romper com o extinto PDS, herdeiro da antiga Arena, partido que dera sustentação política ao regime militar, José Sarney se transformou no maior fiador da redemocratização, integrando a chapa presidencial de oposição ao lado de Tancredo Neves, outro homem público histórico, inesquecível e eterno. (…) Graças à sua apurada sensibilidade e incomparável experiência política, Sarney logrou realizar uma transição sem traumas para a vida democrática”.

Senador Renan Calheiros (MDB): “José Sarney, digo absolutamente sem hesitar, é o pai, o coração e os olhos da democracia brasileira moderna. Sem ele não teríamos chegado aqui com nossas instituições fortes, estáveis, que já foram testadas inúmeras vezes, esbanjando vitalidade. Sem ele, seríamos ainda uma republiqueta caótica e atrasada”.

Senador Rodrigo Pacheco: “Presidente Sarney, ao longo desses anos e dessas décadas, se confunde com esse processo de amadurecimento democrático que vai, repito, desde a interrupção do momento e da fase ditatorial, mas que passa por uma promulgação de Constituição, pela estabilidade monetária com o plano real, que passa por políticas sociais, para se conferir cidadania e o mínimo de dignidade à pessoa humana, de acordo com aquela Constituição que V. Exa. ajudou a conceber. Então, V. Exa., Presidente Sarney, pode ter o sentimento absoluto de dever cumprido pelo que prestou a esta nação ao longo dessas décadas.

Senador Eduardo Braga (MDB/AM): “Sua coragem e determinação, sem valentia, mas com perseverança, Presidente Sarney, nos garantiram a Constituição cidadã de 1988, consolidando não só a retomada das eleições diretas para todos os níveis em nosso país, como também os direitos e garantias individuais, abrindo o horizonte do país para outras conquistas”.

Ministro Dias Toffoli (Supremo): “Vossa Excelência foi esse condutor tão paciente, tão resiliente, tão tranquilo, mas ao mesmo tempo tão firme, porque V. Exa. não deixou morrer em suas mãos a democracia. Se a democracia não morreu é porque V. Exa. teve a capacidade de sofrer todos os tipos de ataques, todos os tipos de críticas e todos os tipos de agressões, de maneira calma, pacífica, sem jamais erguer a voz. V. Exa. merece todos os elogios”.

Em Tempo: com informações da Agência Senado.

São Luís, 19 de Março de 2025.

Brandão fala da relação com Dino, confirma afastamento, mas nega rompimento, e deixa 2026 em aberto

Carlos Brandão: jogo aberto e franqueza

Franca e oportuna a entrevista do governador Carlos Brandão (PSB) ao jornal O Globo, publicada na sua edição desta segunda-feira. Sem afetação nem traço de mágoa, apenas lamentando a situação política criada no Maranhão, ele descortinou a relação com o ministro Flávio Dino (STF), de quem foi parceiro a partir das eleições de 2006, vice por sete anos e três meses, alinhado nas eleições de 2022 e dele se afastou em 2024. O governador confirma que eles estão sem qualquer contato desde que Flávio Dino assumiu cadeira na Suprema Corte, em fevereiro do ano passado.

Em tom moderado, como o de quem não quer briga, mas que também não está disposto a ser tutelado, Carlos Brandão esclarece, sem entrar em detalhes e em definitivo, que o mal-estar foi gerado por insatisfação de deputados ligados ao ministro Flávio Dino por conta de espaço na sua gestão. Nesse ambiente de tensão, ele admite que o Senado seria seu caminho natural, mas que só vai tratar disso em 2026, deixando no ar também a possibilidade de permanecer no Governo até o final do mandato.

“Há alguma insatisfação por espaço, e acabam envolvendo o próprio ministro. Acho que, depois de governar, é preciso esquecer que foi governador”, declarou Carlos Brandão, acrescentando: “Quando tem muita interferência, começa a ter problema”. E logo em seguida, fazendo questão de afirmar que o cordão político que os liga ainda não foi inteiramente partido: “Estamos politicamente afastados, mas não rompidos”.

O governador reclama da judicialização de questões locais, que são levadas à apreciação da Suprema Corte, como a nomeação do advogado Flávio Costa para o Tribunal de Contas do Estado, que permanece emperrada no STF: “Tem um grupinho no estado ligado ao ministro que cria essa situação e leva a nível de Supremo. O que a gente esperava é que não tivesse interferência do Supremo, lamento muito isso. É muito ruim o Judiciário entrar nessa esfera. Espero que seja resolvido. Tentei algumas vezes (falar com o ministro), mas não prosperou”.

Carlos Brandão defende uma relação política sem ranço ideológico, como foi a sua reaproximação com o Grupo Sarney, do qual estava afastado desde as eleições de 2006: “Em 2022 eu me aproximei muito do grupo do presidente José Sarney. Foram nossos adversários por dois mandatos, mas hoje estamos muito próximos. Há pessoas do MDB que participam do meu governo, e eles entregaram a presidência do partido para o meu irmão (Marcus Brandão). Estamos alinhados. (…) O Flávio sempre foi muito ferrenho adversário dos Sarney, é uma pessoa mais ideológica. Eu não sou assim, tenho boa relação com os evangélicos, com o agro. Eles me adoram”.

Na entrevista, o governador Carlos Brandão comentou a situação do presidente Lula da Silva (PT) aos olhos da opinião pública e avaliou que a queda de popularidade do chefe da Nação e do Governo do PT é momentânea e que a situação pode ser revertida. Falou de ações do seu Governo, da redução do ICMS para a cesta básica, dos programas sociais. E afirmou que o Maranhão se encontra nos trilhos do equilíbrio fiscal e que tem um grande programa de obras para colocar em marcha. E avaliou o cenário político nacional e o futuro do seu partido, o PSB. E desenhou também o ambiente político do Maranhão para 2026, no qual é figura central:

Seu plano para 2026 é Senado?

“Existe uma condição natural de o governador se candidatar para o Senado, mas isso é algo que eu só vou discutir em 2026. Por mais que eu queira, preciso saber como pensam os 13 partidos da minha base. Se antecipar a discussão, as pessoas ficam focadas na política e não enxergam suas entregas”.

Em resumo: à sua maneira, o governador Carlos Brandão colocou as cartas na mesa e jogou aberto.

PONTO & CONTRAPONTO

Juscelino Filho vê chapa Camarão/Brandão como o caminho natural em 2026

Juscelino Filho defende
chapa Camarão/Brandão

Enquanto a entrevista do governador Carlos Brandão ecoava com forte repercussão no meio político, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, defendia o fim do conflito, propondo a candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT) ao Governo do Estado e a do governador Carlos Brandão (PSB) ao Senado, como o desdobramento natural da aliança político-partidária que ainda se mantém forte no Maranhão. Em relação a ele próprio, deixou no ar duas possibilidades: reeleger-se deputado federal, mas colocando-se também no cenário da disputa por uma vaga no Senado, dependendo, claro, das circunstâncias.

A manifestação do ministro das Comunicações se deu em resposta a uma oportuna provocação feita pelo jornalista Glauco Ericeira durante entrevista na qual Juscelino Filho apresentou um balanço das atividades do Ministério das Comunicações no Maranhão.

Nas respostas que deu sobre o cenário político do Maranhão, o ministro, que é deputado federal licenciado e hoje um dos nomes mais destacados do União Brasil no Congresso Nacional, fez questão de pontuar que não é aliado de proa do governador Carlos Brandão, mas que torce pelo sucesso do seu Governo e acha que ele deve ser candidato ao Senado na chapa em que o vice-governador Felipe Camarão, já na condição de governador, concorra à reeleição.

Manifestando nítido bom senso e reforçando sua posição de independência em relação ao Palácio dos Leões, o ministro não vê razão nem vantagem política no confronto alimentado por brandonistas e dinistas, avaliando que isso não beneficia ninguém. Para ele, os dois grupos devem buscar o entendimento em favor do que de fato importa, que são benefícios para a população.

Com esse posicionamento, o ministro mostra maturidade política e amplia o coro das vozes que defendem a chapa PT/PSB para Governo e Senado.  

Ex-deputado paulista comete erro grosseiro ao tentar diminuir o papel de Sarney na redemocratização

José Sarney foi injustiçado por Vilmar Rocha

O ex-deputado federal Vilmar Rocha (PSD/SP) está tumultuando o roteiro da redemocratização quando afirma que foi Aureliano Chaves, então vice de João Figueiredo, quem conduziu a redemocratização. Ele está confundindo as bolas, à medida que mistura redemocratização com transição para a democracia.

O ex-presidente José Sarney nunca disse que liderou a luta contra a ditadura, até porque do lado oposicionista, o grande timoneiro do processo foi o deputado Ulysses Guimarães. José Sarney fez a sua parte quando renunciou à presidência da Arena e, juntamente com o mineiro Aureliano Chaves e o pernambucano Marco Maciel, rompeu com o regime e formou a Frente Liberal contra Paulo Maluf e a favor de Tancredo Neves. Esse movimento levou José Sarney a ser o vice de Tancredo Neves e, com a morte deste, à presidência da República.

O que o ex-deputado Vilmar Rocha faz, portanto, é misturar alho com bugalho e tentar confundir luta pela redemocratização com a transição da ditadura para o regime democrático. Quando se tornou titular da presidência da República, José Sarney assumiu, efetivamente, o comando da transição, e foi ele quem, com habilidade, paciência e tolerância, administrando crises e rompantes de Ulysses Guimarães e sua turma, e também os brados dos generais insatisfeitos, conseguiu evitar confrontos e assim garantiu a instalação e o funcionamento da Assembleia Nacional Constituinte, acabou a censura, reabilitou sindicatos e tirou partidos de esquerda da clandestinidade, devolvendo ao país a democracia plena. E sem qualquer trauma, passou o bastão presidencial para Fernando Collor por eleição direta em 1989.

O ex-deputado Vilmar Rocha precisa repensar suas declarações, porque comete um erro grosseiro contra o ex-presidente José Sarney.

São Luís, 18 de Março de 2025.

Sarney celebra os 40 anos da posse como o presidente que fez a transição da ditadura para a democracia

José Sarney faz o juramento de posse no Congresso Nacional como o 30º presidente
da República e, já com a faixa, é cumprimentado pelo deputado Ulysses Guimarães

Folha: Como o sr. quer ser lembrado?

José Sarney: “Como o presidente que fez a transição democrática no Brasil, que conseguiu implantar um regime democrático duradouro, é o período mais longo da nossa história sem nenhum hiato (de autoritarismo). E isso graças ao desempenho que tive na Presidência, de conciliador, de homem do diálogo, que sempre acreditou nas instituições democráticas. Em resumo, eu diria que a democracia não morreu nas minhas mãos e continua de maneira extraordinária, sendo a segunda (maior) democracia no mundo ocidental”.

A aspiração do ex-presidente da República, José Sarney (MDB) é mais que justa. Isso porque, quando assumiu o cargo interinamente, na condição de vice-presidente eleito, com a doença do presidente eleito Tancredo Neves (MDB), na manhã do dia 15 de março de 1985, há 40 anos, portanto, parecia um mandatário fraco, controlável e, na visão de muitos, destinado a ser destituído a qualquer momento. Afinal, a tarefa principal do novo presidente da República era fazer a transição da ditadura militar para a democracia. Poucos acreditavam que, substituindo ao líder Tancredo Neves, em quem a Nação depositara suas esperanças, José Sarney teria condições e estatura para liderar essa passagem. Todos os que navegaram no pessimismo e na má vontade, morderam a língua, pois o político maranhense, testado nas lutas contra o coronelismo vitorinista, foi o presidente certo, no lugar certo e na hora certa para liderar o processo.

Não foi fácil. Durante os 37 dias de interinidade, José Sarney fez tudo o que Tancredo Neves havia planejado: nomeou ministros que não conhecia, teve de conviver com uma equipe na qual havia integrantes que o queriam ver pelas costas – até o general-chefe do SNI prestava contas ao deputado Ulysses Guimarães (MDB), que dava as cartas, ignorando o presidente da República. Mesmo assim, José Sarney usou toda a sua paciência e habilidade para conviver com uma situação quase irreal. Usou os recursos políticos e os contatos que tinha e começou a transição: devolveu liberdade aos partidos políticos, reabilitou sindicatos, recriou a UNE, tirou o Partido Comunista da clandestinidade e, meses mais tarde, convocou a Assembleia Nacional Constituinte.

A situação começou a mudar, sem pressa nem trauma, a partir de 22 de abril, com a morte do presidente eleito Tancredo Neves. Titularizado no cargo, José Sarney começou a dar passos de autonomia em relação ao mandonismo da casta emedebista liderada por Ulysses Guimarães, só que agora como o 30º presidente da República Federativa do Brasil, detentor, portanto, dos cordéis do poder, e não mais como um vice governando por algum tempo. E foi a partir dessa mudança ao mesmo tempo radical e dramática na situação política do País, que José Sarney começou, efetivamente, a trabalhar a transição, que consistiu, em primeiro lugar, em acalmar e enquadrar alguns segmentos fortes das Forças Armadas, a começar por generais contrários ao fim da ditadura. Com o apoio de líderes militares, como o ministro do Exército, general Leônidas Pires, já identificados com a volta da democracia, Sarney foi aos poucos desmontando a resistência da caserna, evitando, ao mesmo tempo, que vozes da situação acirrassem os ânimos.

– E sem nenhum levante, sem nenhum tiro – lembrou ele na célebre e esclarecedora entrevista que concedeu ao jornalista e historiador Benedito Buzar na virada do século.

Ao longo do seu mandato presidencial – que seria de seis ano, mas a Constituinte tirou um ano, e não tirou mais um porque ele reagiu -, José Sarney trilhou sobre duas linhas. Numa, a transição para a democracia –  a restauração do pleno estado democrático de direito, a abolição da censura, a confirmação da anistia – que muitos tentaram –rever, a volta das eleições diretas em todos os níveis e a consolidação das instituições criadas pela Constituição Cidadã de 1988 – suporte testado definitivamente nas maquinações golpista do presidente Jair Bolsonaro (PL), que culminaram com o trágico, mas corretamente reprimido, 8 de janeiro de 2023.

Na outra linha, José Sarney administrou o País, abrindo as portas para conectar o Brasil ao resto do mundo, usando a diplomacia como nenhum governante fez antes dele. No front interno, injetou gás na máquina pública, na criação dos programas sociais – como o Vale Transporte e o Programa do Leite, os dois mais abrangentes e mais célebres -, e buscando saídas para modernizar o País no campo econômico, o que levou à revolução do Plano Cruzado, em 1986, que mudou a face econômica do Brasil para sempre, gerando desdobramentos como o Plano Real, que norteia a economia do País há mais de duas décadas. Saiu deixando uma inflação galopante, mas com uma economia preparada para enfrentar os tempos que viriam, como o desastre que foi o governo do seu sucessor, Collor de Mello. Deixou ainda símbolos de desenvolvimento como a Ferrovia Norte-Sul e a Ferrovia Carajás, para citar dois exemplos.

O Senado da República realizará, nesta terça-feira (18), uma sessão solene para homenagear personalidades que lutaram pela democracia. José Sarney está no topo da lista. Isso porque cresce nos brasileiros a avaliação de que, mesmo não tendo sido eleito pelo voto direto, José Sarney foi um presidente em toda a sua plenitude, tendo sido o principal construtor e avalista da democracia reinante no Brasil atual.

PONTO & CONTRAPONTO

Orleans Brandão joga com habilidade ao falar sobre sucessão em 2026

Orleans Brandão: discurso
político inteligente

Politicamente inteligente o posicionamento do secretário extraordinário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), em relação à participação dele no processo eleitoral do ano que vem.

O mundo político inteiro sabe e comenta que ele é nome forte para ser lançado candidato ao Palácio dos Leões, caso o governador Carlos Brandão (PSB) resolva permanecer no cargo abrindo mão de disputar uma cadeira no Senado. Comenta também que suas chances são reduzidas se o governador renunciar em abril de 2026 para pleitear um mandato senatorial.

Entrevistado pelo blogueiro Carlinhos, em Trizidela do Vale, Orleans Brandão jogou no melhor estilo raposa. Primeiro, disse que seu rumo é brigar por uma cadeira na Câmara Federal. Mas, logo em seguida, completou dizendo que o comandante do processo é o governador Carlos Brandão e que a discussão sobre candidaturas majoritárias só será feita no ano que vem.

Ou seja, caminha para a Câmara Federal, mas poderá rever esse projeto, já que não se excluiu do processo.

Paulo Victor acertou com a iniciativa de interditar a Litorânea para a prática esportiva

Paulo Victor: acerto

O presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSB) acertou em cheio com o projeto de interditar a Avenida Litorânea para veículos motorizados (ônibus, automóveis, caminhões motos), às segundas, quartas e sextas-feiras das 4h às 6h30, para permitir a práticas de esportes.

O governador Carlos Brandão (PSB) abraçou o projeto e decretou a regra, ele próprio fazendo questão de inaugurar a novidade.

Todas as evidências indicam que a iniciativa é um sucesso, principalmente para ciclistas, maratonistas, velocistas, que terão em três dias na semana, e nas manhãs de domingo, espaço garantido e seguro para fazer as suas práticas.

Na peça publicitária que divulga a interdição da Litorânea, o presidente Paulo Victor faz questão de expor uma logomarca da Câmara Municipal de São Luís, aludindo ser a iniciativa uma ação do Legislativo e não do vereador.

São Luís, 16 de março de 2025.

Senado: se entrar na disputa, Brandão é favorito, e mesmo fora, terá influência decisiva na corrida

Carlos Brandão: influência decisiva
sendo ou não candidato ao Senado

A movimentação em andamento vai aos poucos confirmando previsão feita meses atrás e segundo a qual a disputa para o Senado em 2026 será uma das mais renhidas dos últimos tempos. E a intensidade da guerra pelo voto para a Câmara Alta será maior ou menor se o governador Carlos Brandão (PSB) decidir renunciar em abril do ano que vem e pleitear uma cadeira numa chapa com o vice-governador Felipe Camarão (PT), ou permanecer no cargo e comandar o processo sucessório apoiando um candidato a governador e dois candidatos ao Senado. Se optar pela renúncia, Carlos Brandão entrará na corrida ao Senado como franco favorito para uma cadeira, ficando os senadores Eliziane Gama (PSD) e Weverton Rocha (PDT), candidatos à reeleição, e os demais aspirantes, entre eles o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), brigando pela segunda cadeira, com desfecho imprevisível. Mas se a opção for pela permanência no cargo até a final do mandato, a guerra pelas duas cadeiras será mais aberta e menos tensa.

Não há dúvida de que no momento, e a julgar pelo cenário político visível, o governador Carlos Brandão é, de longe, o nome mais forte da corrida ao Senado desenhada até aqui. Além de comandar um Governo bem avaliado e de vir cumprindo os seus compromissos de campanha, o mandatário cultiva uma relação politicamente produtiva com lideranças municipais, a começar por prefeitos, o que lhe dá um cacife que nenhum outro aspirante ao Senado detém. Isso significa que com a sua participação, dificilmente um dos candidatos fará a opção de tê-lo como concorrente direto. Ao contrário, todos os movimentos feitos até agora são no sentido de formar dobradinha com o chefe do Executivo na corrida às urnas. Isso porque até agora Carlos Brandão não disse se será ou não candidato ao Senado.

Político experiente, tarimbado no jogo das montagens eleitorais, o governador Carlos Brandão sabe que em matéria eleitoral a indefinição tem um timing. Isso significa que ele ainda tem tempo para decidir sobre candidatar-se ou não, mas também que definições sobre pressão do tempo são mais difíceis e guardam riscos. Ou seja, se fechar o ano com essa decisão tomada e anunciada, sua caminhada para Brasília será bem mais segura. A conversa de ontem com a senadora Eliziane Gama, em Brasília, foi um sinal forte de que, embora não admita ainda, Carlos Brandão tende a entrar na disputa por uma vaga de senador.

Os movimentos do governador são atentamente acompanhados por Weverton Rocha, Eliziane Gama e André Fufuca, bem como pelo ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza) e, segundo o que foi divulgado recentemente pelo bem informado blog Marrapá, Warllyson Fiúza (PL), nome baseado na Região Tocantina. Todos sabem que o governador Carlos Brandão é fator decisivo. Isso porque a equação política é simples: se ele for candidato a senador, além de entrar com o favorito para uma vaga, ele naturalmente escolherá um dos outros candidatos para formar dobradinha, o que certamente facilitará a vida do escolhido. Se permanecer no cargo até o final do mandato, colocará o seu poder de fogo a serviço de dois candidatos da sua preferência.

Na bolsa das apostas informais o governador vem crescendo rapidamente como pré-candidato a senador, com muitos observadores apostando que ele confirmará sua candidatura até outubro, um ano antes da eleição. Isso porque, dizem, ele precisa bater martelo em relação à sua própria sucessão, que vem sendo dominada pela indefinição, por conta das rusgas entre o seu grupo e aliados ligados ao ministro Flávio Dino (SFT). Nos bastidores, há quem diga que conversas estão em andamento e com perspectiva de recomposição, ao mesmo tempo em que há vozes ainda dominadas pelo pessimismo.

Independentemente de qualquer situação que venha a se estabelecer, o fato é que o governador Carlos Brandão reúne as condições necessárias para, se quiser, entrar na corrida senatorial como favorito. Ao mesmo tempo em que, se não entrar, terá poder de fogo para nortear a disputa.

 PONTO & CONTRAPONTO

Base começa a ter atuação mais intensa em defesa do Governo na Assembleia Legislativa

Neto Evangelista comanda
a base de apoio ao Governo

A base do Governo na Assembleia Legislativa vem mudando progressivamente sua postura, assumindo o apoio e a defesa do governador Carlos Brandão (PSB), quebrando um pouco a onda oposicionista formada principalmente por deputados do chamado grupo dinista.

Nas sessões mais recentes, vários deputados foram à tribuna para elogiar o Carnaval em São Luís, destacando os investimentos feitos e o retorno social e econômico da folia momesca. Os deputados Florêncio Neto (PSB), Cláudio Cunha (PL), Catulé Jr. (PP), David Brandão (PSB) e Yglésio Moises (PRTB), entre outros ocuparam a tribuna para destacar os resultados do reinado de Momo, não apenas no aspecto festivo, mas sobretudo no enfoque turístico e econômico.

 Deputados governistas também abordaram as ações na infraestrutura rodoviária do estado, recuperação de rodovias e ações de manutenção em pontes. Na linha de abordagens, membros da bancada governista destacaram a decisão do governador Carlos Brandão de reduzir a zero o ICMS sobre produtos da cesta básica num alinhamento com o presidente Lula da Silva (PT).

Ao mesmo tempo, a bancada governista tem votado em bloco de acordo com as lideranças credenciadas pelo Palácio dos Leões, a começar pelo líder do Governo, deputado Neto Evangelista (União). Isso pode indicar que a articulação feita pelo Palácio dos Leões está mudando para melhor no que respeita ao relacionamento do Governo com o parlamento estadual.

A atuação mais forte da bancada governista chega na hora em que a oposição entra numa linha mais moderada.

Depois de longos períodos de turbulências, Paço do Lumiar volta aos trilhos

Fred Campos está colocando
Paço do Lumiar de volta aos trilhos

Depois de um longo período de turbulência, que resultou na cassação da então prefeita Paula da Pindoba (PCdoB), Paço do Lumiar, o quinto maior município do Maranhão e que é parte essencial da região metropolitana de São Luís, voltou aos trilhos da normalidade sob o prefeito Fred Campos (PSB) e com o funcionamento da nova Câmara Municipal.

Município marcado pela ação de grupos políticos mais parecidos com quadrilhas, que durante anos a fio saquearam seus recursos e manipularam criminosamente a sua população, mas hoje parece viver uma realidade muito diferente, com a ironia de que o seu prefeito, eleito com uma das maiores votações do estado, fez sua campanha usando tornozeleira eletrônica, acusado de corrupção no escandaloso Caso da Operação 18 Minutos.

Todas as informações saídas de Paço do Lumiar dão conta de que o município vive numa nova realidade, com uma gestão que nos primeiros meses se mostra dinâmica, fazendo a coisa certa em matéria de gestão pública. O prefeito Fred Campos sabe que, por causa do seu envolvimento no caso de corrupção que abalou o Tribunal de Justiça, comanda uma das administrações mais “vigiadas” no Maranhão, o que significa dizer que ele não pode tropeçar. E pelo que vem mostrando, não vai tropeçar.

É quase unânime a torcida para que prossiga nessa linha.

São Luís, 14 de Março de 2025.

Governo e sociedade civil avançam no projeto de desenvolver o Maranhão até 2050

No centro, o secretário Vinícius Ferro e os deputados Arnaldo Melo e
Junior Cascaria, ladeados por técnicos e representantes da
iniciativa privada e da sociedade civil organizada

O Maranhão, representado por membros de órgãos públicos, entidades privadas e sociedade civil organizada, deu ontem o primeiro passo de 2025 para viabilizar o Plano Estratégico de Longo Prazo Maranhão 2050, lançado em 2024 pelo governador Carlos Brandão (PSB), destinado a promover o desenvolvimento socioeconômico integrado e reduzir as desigualdades sociais e regionais do estado. Sob a coordenação do secretário de Estado de Planejamento e Orçamento (Seplan), Vinícius Ferro, e do deputado Arnaldo Melo (PP), que presidente a Frente Parlamentar Contra a Pobreza, foi realizada a I Reunião da Comissão Maranhão 2025, cuja pauta foi o acompanhamento e a avaliação dos projetos já em andamento com o objetivo de viabilizar o Plano Estratégico de Longo Prazo Maranhão 2050.

Primeiro programa de planejamento de longo prazo do Maranhão, o Plano Estratégico de Longo Prazo Maranhão 2025, uma guinada radical na visão do Poder Público maranhense sempre voltado para o planejamento de ações imediatas e sem desdobramento de médio e longo o prazo. Na reunião, o titular da Seplan, Vinícius Ferro, responsável por dar formato técnico à arrojada decisão política tomada pelo governador Carlos Brandão, assinalou que os projetos priorizados para este ano são parte do Plano Anual de Metas (PAM) para 2025, por serem viáveis e dispor de suporte orçamentário.

Esses projetos se dividem em cinco eixos: educação, identidade e cultura transformadoras e estruturantes; economia próspera e inclusiva; meio ambiente valorizado e resiliente; sociedade saudável, segura e justa; e governança efetiva, conectada e inovadora. Nesse contexto, entram programas vitais como o combate à pobreza, saneamento básico nas áreas urbanas, construção e recuperação de rodovias estaduais e pesados investimentos na área de segurança pública. Os principais projetos serão realizados pelo Governo do Estado, com o diferencial de que a execução de cada um deles terá o acompanhamento das entidades privadas e da sociedade civil organizada, que formam a Comissão Maranhão 2025.

Ao longo da reunião na Assembleia Legislativa, o secretário de Planejamento explicou que já estão em andamento projetos de grande envergadura, como o Programa Maranhão Livre da Fome, a expansão da Escola em Tempo Integral, o Pacto Pela Paz, programa de recuperação de rodovias estaduais e vários programas sociais, como levar Restaurantes Populares a todos os municípios maranhenses. “O governador Carlos Brandão foca em diversas políticas públicas para atendermos cada vez mais maranhenses”, enfatizou o titular da Seplan.

O ponto alto da I Reunião da Comissão Maranhão 2050 em 2025 foi a apresentação da versão preliminar do sistema de acompanhamento on-line a que os membros terão acesso para monitorar o status de cada projeto de forma remota. O secretário Vinícius Ferro assinalou que a medida reforça o compromisso e a transparência das secretarias de estado com a execução de seus projetos. A realização dos projetos diretamente relacionados com as metas a serem alcançadas até 2050 serão tecnicamente acompanhadas pelo Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc).

O viés político da I Reunião da Comissão Maranhão 2050, que tem forte influência na consecução do megaprograma de planejamento e desenvolvimento foi expressado pelo deputado Arnaldo Melo, representante da Assembleia Legislativa na condição de presidente da Frente Parlamentar de Combate à Pobreza, lançada em 2023. Disse ele: “Essa ideia, que parecia um pouco abstrata, tem se consolidado a cada reunião, a cada dia. Os deputados estão acompanhando por meio da Comissão de Combate à Pobreza, para que possamos ter uma visão mais ampla das ações do Governo e levar essa informação boa para o povo do interior do estado”.

O ponto central do mega plano é o fato de que ele está sendo concebido e viabilizado democraticamente, por meio de uma saudável aliança do Poder Público com a sociedade civil, articulada pelo governador Carlos Brandão.

PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane ganha força no PSD, mas terá de decidir a quem se aliará na sua corrida à reeleição

Eliziane Gama: posição
partidária delicada

A redefinição do comando do PSD no Maranhão, que passou a ser controlado pelo prefeito Eduardo Braide, colocou a senadora Eliziane Gama numa situação ao mesmo tempo importante e de risco.

Ela teve sua posição no partido reforçada ao ser alçada à vice-presidência nacional da legenda, mas, ao mesmo tempo, a instalou numa situação em que terá de optar entre aliar-se ao projeto de candidatura do prefeito Eduardo Braide ao Governo do Estado, ou permanecer no partido, mas disputar a reeleição apoiando o candidato da aliança liderada pelo governador Carlos Brandão (PSB), que pode ser o vice-governador Felipe Camarão (PT) ou o secretário Orleans Brandão (MDB). Por sua ligação com o governador Carlos Brandão, que pode ser candidato ao Senado.

Não é uma situação fácil de resolver. Primeiro porque a lógica aponta que, como membro do PSD, ela teria naturalmente de apoiar a candidatura do prefeito de São Luís ao Palácio dos Leões, e nesse nas o teria de romper com a sua base de origem. ,E segundo, se decidir permanecer no PSD e decidir concorrer à reeleição apoiada pela base de origem, passará um recibo de infidelidade partidária ao se colocar contra a candidatura do prefeito Eduardo Braide.

Se sua decisão for permanecer no PSD, o seu caminho natural será uma aliança eleitoral como prefeito Eduardo Braide. Mas se decidir continuar na aliança governista, terá a opção de mudar de partido na janela que será aberta em março do ano que vem.

Manutenção e derrubada de vetos mostram que vereadores mantêm autonomia na relação com Braide

Paulo Victor no comando da sessão extraordinária
que analisou, manteve e derrubou vetos

A Câmara Municipal de São Luís continua dando demonstrações de que não se submete às pressões do Palácio de la Ravardière, alimentando uma saudável queda de braço com o prefeito Eduardo Braide (PSD). Ontem, por exemplo, em sessão comandada pelo presidente Paulo Victor (PSB), o plenário analisou oito vetos aplicados pelo chefe do Poder Executivo a projetos de iniciativa de vereadores. E o resultado foi o seguinte: por maioria, a Câmara Municipal derrubou quatro vetos e manteve quatro.  

Pelas decisões do parlamento ludovicense, por iniciativa da vereadora Concita Pinto (PSB), a Prefeitura de São Luís terá de implantar um serviço para monitorar, por meio de análise química, a qualidade da água consumida pela população da Capital.

No contrapeso, os vereadores concordaram com o prefeito Eduardo Braide e mantiveram o seu veto a um projeto, absolutamente inócuo, que denomina “gari” trabalhadores da limpeza urbana, “joia” legislativa deixada pelo agora ex-vereador Pavão Filho (PSB).

Os vareadores mantiveram o veto do prefeito Eduardo Braide a um projeto da agora ex-vereadora Fátima Araújo (PCdoB), que propunha o licenciamento de áreas para vendedores ambulantes de São Luís. Da mesma forma, concordaram com o prefeito e mandaram para o arquivo o projeto de Pavão Filho alterando a legislação municipal. E mantiveram o veto aplicado ao projeto do agora ex-vereador Ribeiro Neto, que instituiria o Programa Escadas da Tabuada nas unidades da Rede Municipal de Ensino.

Na mesma linha, a maioria derrubou outros três vetos: um de Ribeiro Neto propondo alteração na legislação municipal para definir atividades de baixo risco”; um do agora ex-vereador Dr. Gutemberg (Novo|), que estabeleceria o Programa Educacional Edu-Catech em São Luís; e outro do ex-vereador Pavão Filho propondo a instituição de Teatro Educativo nas escolas da Capital.

A queda de braço, portanto, continua.

São Luís, 13 de Março de 2025.

Em posse de ministros, Sarney reafirma amizade com Lula e lembra o que viveu no Planalto

José Sarney recebe gesto carinhoso de Lula da Silva: amizade consolidada

A presença do ex-presidente José Sarney (MDB) na posse dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), na segunda-feira, no Palácio do Planalto, atendendo a convite do presidente Lula da Silva (PT), teve uma forte carga simbólica, por dois motivos. O primeiro é que foi o ponto alto de um novo momento na relação de altos e baixos ligando os dois líderes e que agora parece ter entrado numa estabilidade definitiva, com manifestações carinhosas de parte a parte. E o segundo é que o evento aconteceu faltando cinco dias para completar 40 anos da posse do líder maranhense na presidência da República, substituindo a Tancredo Neves (MDB), o então presidente eleito.

Às vésperas de completar 95 anos – o que acontecerá no dia 24 de abril – em pleno estado de lucidez e ainda se movimentando com alguma desenvoltura, José Sarney chegou ao Palácio do Planalto por volta das 14h45, para o ato marcado para as 15h, alcançando o salão de atos por um elevador privativo. E antes e depois da posse dos ministros, o ex-presidente foi efusivamente cumprimentado pelo atual mandatário, pela primeira-dama Janja da Silva e por ministros e assessores do Governo petista.

Durante o ato, José Sarney certamente repassou os bons e os maus momentos da sua relação com o presidente Lula da Silva, de quem foi aliado do final dos anos 90 do século passado até 2016, quando houve o rompimento por causa do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), situação em que o principal interessado era o vice-presidente Michel Temer (MDB), e reatada quando Lula da Silva deixou a cadeia para se candidatar de novo a presidente da República e vencer a eleição em 2022. De lá para cá, a relação entre os mandatários entrou na esfera dos sábios, sem ranhuras, apesar do apoio incondicional de Lula da Silva a Flávio Dino, que tirou o Grupo Sarney do poder no Maranhão. Os dois líderes continuam conversando e dificilmente se estranharão novamente. Tanto que José Sarney prega aberta e frequentemente a reeleição de Lula da Silva, tentando fazer com que o MDB, do qual é presidente de honra, se alie ao PT com esse objetivo.

No plano da memória e da História, a ida de José Sarney ao Palácio do Planalto nesta segunda-feira certamente lhe revirou o baú das lembranças, que são muitas. Foi dali que, assumindo a presidência da República após a morte do presidente eleito Tancredo Neves (PMDB), José Sarney atuou decisivamente como o principal comandante da transição da ditadura militar para a democracia, assinando um dos decretos mais simbólicos da restauração democrática, o que devolveu existência legal ao PCdoB, depois de décadas de clandestinidade.  Naquele palácio, o presidente José Sarney foi também o grande avalista da Assembleia Nacional Constituinte, mesmo tendo os seus integrantes lhe subtraído um ano de mandato. Foi do Palácio do Planalto que ele contribuiu para que fosse entregue ao País uma Constituição moderna, que assegura a cidadania plena por meio do estado democrático de direito. Foi dali que o presidente José Sarney tomou decisões que mexeram profundamente com o Brasil, como o Plano Cruzado, por exemplo, o embrião dos planos econômicos que levou ao Plano Real anos mais tarde. Foi ali também que ele passou a faixa presidencial ao sucessor Fernando Collor (PRN), escolhido pelo voto direto, em clima de plenitude democrática. Foi de lá que ele desceu a rampa acenando com um lenço branco e sendo aplaudido por uma multidão, quando achavam que ele seria vaiado por todos.

Depois de amanhã, quando se completarem os 40 anos da sua posse como presidente do Brasil, José Sarney se lembrará que foi no Palácio do Planalto que ele viveu o ápice da sua longa e rica carreira de líder político.

PONTO & CONTRAPONTO

Presidência da Alema: Cármen Lúcia reconhece legalidade da eleição de Iracema Vale

Cármen Lúcia vota a favor de Iracema Vale na disputa com Otelhino Neto

“Voto no sentido de converter a apreciação da medida cautelar em julgamento de mérito, rejeitar as preliminares de não conhecimento da ação e julgar improcedente a presente ação direta de
inconstitucionalidade”.

É o que diz a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, na conclusão do seu voto como relatora da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) por meio da qual o Solidariedade, partido do deputado Othelino Neto, questionou o critério da maior idade como desempate em eleições para presidente da Assembleia Legislativa.

No seu voto, que tem o aval da Procuradoria Geral da República e da Advocacia Geral da União, a ministra reconhece, sem nenhum “porém”, a legalidade da eleição para a presidência da Alema realizada em novembro do ano passado, que terminou em empate (21×21) e da qual a deputada Iracema Vale (PSB) saiu vitoriosa por ser mais velha do que seu concorrente, o deputado Othelino Neto.

Ao reconhecer a constitucionalidade do critério etário e a legalidade da eleição, a ministra abriu a votação no plenário virtual da Suprema Corte, mas os demais ministros só poderão votar no período de 21 a 28.

O voto da ministra-relatora reforçou o clima de otimismo na presidente da Assembleia Legislativa, que já se encontra no exercício do mandato questionado pelo Solidariedade.

Com votos de Flávio Dino e Luiz Fux, Supremo torna réus Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gil

Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gil:
réus por unanimidade no Supremo

Os votos dos ministros Flávio Dino e Luiz Fux seguindo o ministro-relator Cristiano Zanin e os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, formaram unanimidade para o recebimento da denúncia pelo Supremo Tribunal Federal, e transformar em réus os deputados federais Josimar de Maranhãozinho (PL) e Pastor Gil (PL) sob a acusação de venda de emendas num esquema rejeitado pela Prefeitura de São José de Ribamar.

A denúncia é pesada e recheada de elementos de prova, segundo o ministro-relator, o que torna complicada a situação dos dois deputados maranhenses. Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gil têm pela frente o desafio de provar que não tentaram extorquir a Prefeitura de São José de Ribamar em R$ 1,6 milhão, como pagamento por emendas no valor de R$ 6,5 milhões, conforme denúncia do então prefeito Eudes Sampaio (PTB) à Polícia Federal.

Se, ao final do processo, eles forem inocentados, seguirão em frente, apesar dos arranhões. Mas se forem considerados culpados, poderão parar na cadeia e perder a elegibilidade por um largo período.

São Luís, 12 de Março de 2025.

Braide assume o comando do PSD e ganha suporte para entrar na corrida aos Leões

Eduardo Braide ganha o comando estadual do PSD
e Eliziane Gama será vice-presidente nacional

O prefeito Eduardo Braide deu o passo que precisava para, se quiser – e tudo indica que quer -, lançar-se candidato ao Governo do Estado no ano que vem. Ele ganhou o comando do PSD no Maranhão, num grande acordo com a senadora Eliziane Gama, costurado pelo presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, e que lhe garantiu uma das vice-presidências nacionais da legenda. Com o acerto, o braço maranhense do PSD sai das mãos do ex-deputado federal Edilázio Jr., que parece definitivamente fora da política, e passa a ser inteiramente controlado pelo prefeito de São Luís. O acordo foi articulado amigavelmente, com a concordância plena da senadora Eliziane Gama, que saiu prestigiada, e a julgar pela importância que recebeu do presidente Gilberto Kassab, o PSD pode se tornar um partido forte no Maranhão.

Atualmente, o braço maranhense do PSD é formado por alguns pontos dispersos. Tem um único prefeito no estado, exatamente Eduardo Braide, que comanda o maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão; um senador (Eliziane Gama), um deputado federal (Josivaldo JP) e três deputados estaduais (Fernando Braide, Eric Costa e Mical Damasceno) e algumas dezenas de vereadores espalhados pelo Maranhão. Essas forças não são articuladas e não formam um bloco partidário. É o resultado da falta de um comando bem definido, situação que agora muda radicalmente com a ascensão do prefeito de São Luís ao seu comando estadual.

Eduardo Braide assume o controle do PSD numa situação especial. Ele tem a oportunidade de formar um partido perfeitamente identificado com a sua visão política e as suas convicções ideológicas, que são muito próximas das pregadas pelo PSD desde as suas origens. Trata-se de uma agremiação de centro-direita, de linha liberal e democrática, bem distante dos segmentos conservadores identificados com a extrema-direita. Os quadros que o formam hoje são perfeitamente identificados com a base ideológica do partido. A única exceção é a deputada Mical Damasceno, que é assumidamente de extrema-direita, alinhada aos extratos mais radicais do bolsonarismo evangélico.

No comando estadual do PSD, o prefeito Eduardo Braide poderá montar a sua plataforma político-partidária, com chapas para Governo, Senado, Câmara Federal e Assembleia Legislativa no ano que vem, ele próprio embalado pelas primeiras pesquisas, que o apontam como favorito entre os nomes com potencial para entrar na disputa. Eduardo Braide até agora não deu nenhuma declaração nesse sentido, porém, tanto no meio político como fora dele, já corre a certeza de que ele deixará a Prefeitura em abril do ano que vem. Essa certeza se amplia no momento em que ele assume o comando estadual de um partido que pode se tornar competitivo, como é o caso do PSD. Seus movimentos como comandante da agremiação revelarão em pouco tempo o objetivo do prefeito reeleito de São Luís em relação às eleições do ano que vem.

Por sua vez, a senadora Eliziane Gama, cujo mandato é muito bem avaliado, ganhou peso como vice-presidente nacional do PSD, mas, ao mesmo tempo, passou a viver um dilema: buscará a reeleição como candidata ao Senado numa provável chapa liderada por Eduardo Braide, ou deixará o partido para ser candidata na aliança governista, na qual já se movimentam o governador Carlos Brandão (PSB), o senador Weverton Rocha (PDT), que também busca a reeleição, e ainda o deputado federal e atual ministro do Esporte André Fufuca? Não será uma escolha fácil, mas esses são os cenários que estão se formando à sua frente.

Político hábil e de faro apurado, o presidente Gilberto Kassab, que se movimenta com um pé no Governo Lula da Silva (PT) e outro na seara bolsonarista, não entregou o PSD a Eduardo Braide por não ter outro caminho. Ao contrário, ele tem a exata noção do tamanho e do potencial político do prefeito de São Luís, que já é uma das grandes apostas do seu partido para a corrida eleitoral do ano que vem.

PONTO & CONTRAPONTO

Longe da onda de especulação, Felipe Camarão vira cidadão bacelarense em ritmo de pré-campanha

Felipe Camarão exibe o título de
Cidadão Bacelarense na Câmara Municipal

A últimas 48 horas foram marcadas por ditos e desmentidos sobre uma suposta reunião do presidente estadual do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, porta-voz credenciado do chamado grupo dinista, com o governador Carlos Brandão. Mas o fato é que nem o chefe dinista negou enfaticamente o encontro nem o governador se manifestou sobre o assunto, que teria tido a candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT) como tema principal no contexto de uma eventual reaproximação das duas correntes.

Aparentemente indiferente à onda de especulação, o vice-governador Felipe Camarão cuidou ontem do seu projeto de candidatura na pequena, mas politicamente ativa, Duque Bacelar, onde foi agraciado com o título de Cidadão Bacelarense concedido pela Câmara Municipal e participou da inauguração de uma creche com o prefeito Flávio Furtado (PDT).

Na Câmara Municipal, o autor da proposta, vereador Betim do Sacolão (PDT), justificou a concessão: “O que me fez propor esse título ao Felipe Camarão foi o seu trabalho pelo Maranhão, o seu jeito de ser, pela sua humildade, e por tudo que tem feito pelo nosso estado, principalmente pelo povo de Duque Bacelar”.

Ao agradecer a láurea, Felipe Camarão se manifestou como quem sabe o que quer: “Eu recebo este título com muita gratidão, humildade e muita responsabilidade. Compreendo que é uma forma da Câmara e da classe política me agradecer pelo que já fiz pela cidade, mas sei também que é uma forma de dizer: olha, agora queremos muito mais por Duque Bacelar, e eu, agora como conterrâneo, terei essa dupla responsabilidade”.

Usando calças jeans e camiseta com motivos do Maranhão, Felipe Camarão não deixou qualquer dúvida de que está em ritmo de pré-campanha ao Palácio dos Leões.  

Alema retoma o trabalho com as atenções voltadas para a Suprema Corte

Iracema Vale: confiante

A Assembleia Legislativa retoma hoje suas atividades em clima de expectativa em relação ao julgamento, no Supremo Tribunal Federal, da ADI por meio da qual o deputado Othelino Neto questionou, via Solidariedade, seu partido, o critério de maior idade que desempatou a eleição para a presidência do Poder Legislativo, realizada em novembro passado, que resultou empatada (21×21), e terminou com a vitória da presidente Iracema Vale (PSB), por ter mais idade. O critério está previsto no Regimento Interno da Casa.

Depois de receber as manifestações da Procuradoria Geral da República e da Advocacia Geral da União, ambas confirmando o critério e validando a eleição, a ministra-relatora Cármen Lúcia decidiu submeter o assunto ao plenário da Corte.

Na avaliação de especialistas, a Suprema Corte tem três caminhos a seguir: confirmar a validade do critério, por se tratar de assunto interno do Poder Legislativo; validar a eleição, mas recomendar que a Assembleia reveja o critério de desempate; ou, em caso extremo, considerar o critério inválido e anular a eleição.

O julgamento será realizado entre os dias 21 e 28 deste mês, e o desfecho desse caso vai nortear a Assembleia Legislativa nos próximos tempos.

São Luís, 11 de março de 2025.