Weverton Rocha propõe diálogo para definir posição do Maranhão no Acordo sobre a Base de Alcântara

 

Weverton Rocha, ao lado da senadora Kátia Abreu (TO), na reunião com o ministro Marcos Pontes (cabelo grisalho) no Senado sobre o uso da Base de Alcântara

“É importante conversar, esclarecer todos os pontos, melhorar o que precisa ser melhorado”. Com essa frase, o senador Weverton Rocha (PDT) definiu o ânimo que começa a dar rumo coerente à posição a ser construída pelo Maranhão no contexto em que o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) funcionará sob as regras do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) firmado, firmado há duas semanas entre Brasil e Estados Unidos. O AST, como é sabido, abre o CLA para ser usado comercialmente pelos EUA, com a possibilidade de faturar pelo menos U$ 3 bilhões por ano. A manifestação do senador foi feita ontem durante audiência em que as Comissões de Ciência e Tecnologia e de Relações Exteriores do Senado ouviu o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontos, sobre o assunto.

O ministro Marcos Pontes, que é astronauta e conhece em profundidade os prós e contra da corrida espacial, defendeu entusiasmo o AST, afirmando que a soberania nacional não está sob risco nem há qualquer possibilidade de que os EUA venham usar o CLA para fins militares. Ao longo das suas respostas, explicou que o texto assinado em Washington pelos presidentes Jair Bolsonaro (PSL) e Donald Trump é uma versão “revista, atualizada e melhorada” do acordo proposto em 2000 pelo Governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas que foi rejeitado pelo Congresso Nacional. Ele admitiu, no entanto, que há aspectos que poderão ser melhorados, como o impacto dessa movimentação do CLA sobre as comunidades quilombolas que vivem no entorno da Base de Alcântara e sobre a secular cidade de Alcântara, por exemplo. Mas ressalvou, de maneira prudente, que fará o que for preciso para que o impacto sobre essas comunidades seja positivo, a começar pelo fato de que Alcântara será beneficiada com parte dos recursos que serão pagos ao Brasil e ao Maranhão pelos lançamentos feitos no CLA.

Atento às palavras do ministro, o senador Weverton Rocha ponderou que antes de qualquer iniciativa concreta no sentido de viabilizar o AST, é necessário ouvir as expectativas e as preocupações do Governo do Estado, argumentando que, mesmo sendo entusiasta do potencial do CLA, o governador Flávio Dino (PCdoB) tem preocupações que precisam ser discutidas. O mesmo se dá em relação às lideranças de Alcântara e da região que fica no entorno do CLA. Weverton Rocha propôs o diálogo aberto e franco entre a União, o Estado e o Município como a melhor alternativa para construir soluções que beneficiem as três esferas.   Na opinião do senador, por meio do diálogo será possível encontrar consenso sobre pontos mais sensíveis, como o respeito à soberania nacional, contrapartidas para o estado e o município e apoio às comunidades locais.

A intervenção do senador Weverton Rocha deixou o ministro da Ciência e Tecnologia animado. Marcos Pontes manifestou claro interesse pela proposta de diálogo direto com o governador Flávio Dino colocando-se à disposição de deslocar-se até São Luís para aprofundar a conversa numa reunião de trabalho que contará também com a presença do prefeito de Alcântara, Anderson Araújo (PCdoB), parlamentares e acadêmicos maranhenses. “É importante ir no estado discutir o que pode ser feito e como pode ser feito para ajudar no desenvolvimento da região”, afirmou Marcos Pontes, cuja tarefa no momento é convencer deputados federais e senadores de que o AST é bom para o Brasil. Sabe que se não contar com a simpatia dos congressistas maranhenses o AST poderá ser de novo ser rejeitado pelo Congresso nacional. Ter o governador Flávio Dino e o prefeito Anderson Araújo como aliados é fundamental.

Pragmático e preocupado em evitar um conflito de interesses, o senador Weverton Rocha lembrou que no passado houve muita expectativa das comunidades de Alcântara com as vantagens que a base poderia trazer, mas pouco se avançou nesse campo. E se declarou a favor do Acordo, desde que ele contribua efetivamente para o desenvolvimento do município e do estado. “Nós iremos acima de tudo defender as pessoas e defender o país”, concluiu o senador, exibindo postura firme e posição enfática no trato de questões sensíveis envolvendo o Maranhão.   

 

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Presidentes de Legislativos nordestinos fazem reunião politicamente decisiva hoje em São Luís

Othelino Neto : anfitrião dos colegas nordestinos

Os parlamentos nordestinos caminham para ratificar as posições definidas pelo Fórum dos Governadores do Nordeste, reunidos há duas semanas em São Luís, no Palácio dos Leões. É essa tendência natural da 3º Encontro de Presidente de Assembleias Legislativas de estados da Região Nordeste, que será realizado hoje, a partir das 9h, na Capital do Maranhão, mais especificamente no Palácio Manoel Beckman, sede do Poder Legislativo estadual, sob a coordenação do deputado-presidente Othelino Neto (PCdoB). Os presidentes de Assembleias Legislativas nordestinos desembarcam em São Luís dispostos a firmar um posicionamento coerente e decidido em relação à tendência discriminatória do Governo do presidente Jair Bolsonaro em relação à região, numa espécie de reação disfarçada à surra de votos que ele recebeu nos estados nordestinos, a começar pelo Maranhão. Os deputados-presidentes deverão apoiar as decisões tomadas na reunião de governadores, como a criação do Consórcio dos Estados do Nordeste e endossar as críticas a aspectos decisivos do projeto de reforma da Previdência, além de respaldar o debate sobre a revisão do Pacto Federativo e cobrar da União investimentos em áreas como segurança pública, infraestrutura, saúde e educação. No final do encontro, no início da tarde, os presidentes de Legislativos nordestinos, tendo à frente o anfitrião Othelino Neto, divulgarão a Carta de São Luís com as posições definidas por consenso na reunião.

 

Juscelino Filho assume o comando da bancada federal em decisão consensual

Juscelino Filho (o quarto da esquerda para a direita na segunda fila) no ato em que  assumiu a coordenação da bancada maranhense no Congresso Nacional

A bancada federal do Maranhão empossou ontem o deputado federal Juscelino Filho (DEM) como o seu coordenador pelos próximos dois anos. A escolha foi feita por consenso, já que sua candidatura teve o apoio da fatia da bancada que representa a base de apoio do governador Flávio Dino, da qual o DEM, por ele presidido no estado, faz parte, e pela decisão da minoria oposicionista de não fazer o enfrentamento lançando um candidato. A definição em torno do deputado Juscelino Filho se deu na semana passada, quando, numa articulação feita pelo senador Weverton Rocha, que comanda o PDT, o deputado pedetista Gil Cutrim, abriu mão da sua candidatura e declarou apoio ao parlamentar democrata. Desde ontem, portanto, Juscelino Filho tem sobre os ombros a tarefa de coordenar as ações da bancada maranhense no Congresso Nacional, formada pelos três senadores e 18 deputados federais. Embora não se trata de um cargo formal, o posto de coordenador da bancada federal dá status ao ocupante, que passa a ser a referência da representação parlamentar em questões de interesse comum. A ele cabe articular reuniões da bancados com o presidente da república, ministros e dirigentes de órgãos federais na busca de soluções para problemas maranhenses.   Ao assumir, Juscelino Filho, um político da novíssima geração, mas com jeito e gestos de raposa, declarou: “É com muita responsabilidade que assumimos hoje a coordenação da bancada federal do Maranhão. Vamos fazer esse diálogo, interlocução das pautas e prioridades do nosso Estado junto ao Governo Federal. Conto com a ajuda de todos os companheiros de bancada para lutar sempre pelos interesses do nosso povo maranhense e debater as principais pautas do Congresso Nacional”. É isso aí.

 

Josimar de Maranhãozinho ainda espera que Eduardo Braide seja o candidato do PR em São Luís

Josimar de Maranhãozinho ainda aposta em Eduardo Braide no PR

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho já não exibe o entusiasmo de antes, mas ainda espera que o deputado federal Eduardo Braide deixe o PMN e seja candidato a prefeito de São Luís pelo seu partido, o PR. Ele avalia que Eduardo Braide reúne as condições ideais para disputar e vencer a disputa pelo comando administrativo e político da Capital. Josimar de Maranhãozinho avalia, se ingressar no PR, Eduardo Braide terá as condições para concorrer em condições favoráveis, já que o partido lhe dará os meios legais para realizar uma campanha de peso, a começar pelo fato de que as lideranças o apoiarão. Mas se Eduardo Braide fizer a opção por outro partido, o PR buscará um candidato viável para lançar ou apoiar, disposto a ocupar um espaço maior na Capital, onde tem apenas um vereador.

São Luís, 29 de Março de 2019.

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