Sucessão em São Luís tem dois times de pré-candidatos

 

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Primeiro time: Edivaldo Jr. Eliziane Gama, Gastão Vieira e João Castelo

 

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2º Time: Natalino Salgado, Ricardo e Andrea Murad, Neto Evangelista e Rose Sales

 

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2º time: Astro de Ogum, Edilázio Jr., Saulo Arcangeli, Marcos Silva e Luis Pedrosa

 

É bem maior do que se imagina o número de aspirantes a vestir o fardão de candidato à Prefeitura de São Luís. Além dos nomes conhecidos e já pré-candidatos assumidos, um número expressivo – e que cresce a cada dia – dos que sonham sentar-se na cadeira principal do Palácio de la Ravardiàre. São políticos que querem dar um passo à frente escalão, que têm nome e estão em busca de renome. Uns têm situação partidária definida, outros nem tanto e alguns nem isso têm. Entre esses estão alguns que podem surpreender, como surpreendeu, por exemplo, em 2012 a então deputada estadual Eliziane Gama (PPS), que impressionou a muitos com sua desenvoltura discursiva, embora não tenha apresentado uma só proposta inovadora para melhorar a vida em São Luís.

O primeiro time de pré-candidatos está praticamente definido e é formado pelo prefeito Edivaldo Jr. (PTC), que buscará a reeleição; a deputada federal Eliziane Gama, que não esconde sua condição de pré-candidata; o deputado federal João Castelo (PSDB), que não tem se manifestado sobre o assunto, mas é o nome mais sólido do seu partido; e o ex-deputado federal Gastão Vieira (PROS), que tem confirmado sua pré-candidatura em conversas reservadas.

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Roseana Sarney: um caso à parte

O segundo time é liderado pela ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que nunca disse que é candidata a prefeita, mas recentemente começou a admitir essa possibilidade com o recado segundo o qual continua na política. Junto com ela vêm o reitor da UFMA, Natalino Salgado, que só precisa agora de um partido, que pode ser o PT; o ex-deputado Ricardo Murad ou a filha, a deputada Andrea Murad, que dependem da posição da ex-governadora Roseana Sarney e do aval da cúpula estadual e municipal do PMDB, que os quer ver pelas costas; o deputado Neto Evangelista, que é a segunda opção do PSDB; vereadora Rose Sales, que deixou o PCdoB e se filiou ao PP; o engenheiro Ricardo Guterres ou o suplente de senador Clóvis Fecury; o vereador e presidente da Câmara Astro de Ogun (PMN); Marcos Silva e Saulo Arcangeli, que podem decidir no par ou impar a vaga de candidato do PSTU; e, finalmente, Luis Pedrosa, que seria a primeira opção do PSOL. Nesse contexto desponta ainda o deputado Edilázio Jr., que pode ser o candidato do PV ou buscar outro partido para entrar na disputa.

Focada nos desdobramentos da Operação Lava Jato e no processo, que corre sob sigilo na Justiça estadual, que apura suspeita de corrupção no acerto com a empreiteira Constran para pagamento de precatório milionário, a ex-governadora dificilmente encontrará disposição para entrar numa briga em que correria o sério risco de ser derrotada. O PMDB quer lançar candidato próprio, mas rejeita duramente o projeto do ex-deputado Ricardo Murad de ser ele mesmo o candidato ou a deputada Andrea Murad. Roseana está dividida nesse racha no seu grupo, podendo resolver o problema levando o PMDB a apoiar um candidato do PT. Essa aliança poderá se dar em torno da possível candidatura do reitor da UFMA, Natalino Salgado, que tem recebido insistentes convites da cúpula nacional do PT, que gostou do seu trabalho como gestor. Outros partidos estão cercando o reitor, mas tudo indica que se ele vier mesmo a ser candidato, o será pelo PT, para o que já tem o aval da cúpula estadual do partido.

A vereadora Rose Sales se desencantou com o PCdoB, mas não deixará a política; ao contrário, há quem garanta que ela encontrou no PP o meio que precisava para entrar na briga majoritária, num projeto ainda embrionário, mas possível. Já Ricardo Guterres, um técnico competente e lúcido, poderá ser o candidato do DEM, isso se o dono do partido, Clóvis Fecury, não ensaiar a sua própria candidatura, o que é improvável. O deputado Edilázio Jr. estuda o cenário e procura a melhor maneira de nele se encaixar como político jovem e ousado, podendo vir a ser um diferencial. No plano dos nomes viáveis entra também o vereador Astro de Ogum, que vem demonstrando desenvoltura no comando da Câmara e ampliando sua influência no cenário político municipal, o que lhe dá gás para entrar na briga.

Finalmente, a turma da extrema esquerda. O PSOL tem Luis Pedrosa, que se saiu muito bem como candidato a governador, mas pode lançar o ex-deputado Haroldo Sabóia. Já o velho e radical PSTU não surpreenderá se lançar mais uma vez Marcos Silva ou Saulo Arcangeli.

É esse o cenário do momento. O tempo dirá quem vai mesmo entrar na briga ou recolher as armas.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Adeus a um líder

apolonioA coluna registra, com pesar, a morte de Apolônio Melônio (foto), o líder do Boi da Floresta, que também era muito conhecido como Boi do Apolônio. Foi quase um século – ele morreu aos 94 anos – de dedicação total e absoluta à cultura popular do Maranhão, cultivando com seu “batalhão” o sotaque de matraca. Apolônio começou quando bumba-boi era um folguedo marginal, periférico e esnobado pelas elites, tanto que “não passava do João Paulo”. Morador da Floresta, no centro do complexo da Liberdade, Apolônio Melônio formou gerações e gerações de cantadores, vaqueiros, índios, amos e novilhos, que levou para as praças públicas, hotéis, residências e palácios com a dignidade de um verdadeiro líder. Deixa um grande vazio no universo dos “batalhões” de São Luís.

 

São Luís, 03 de Junho de 2015.

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