Rumores de que Flávio Dino quer Waldir Maranhão candidato a senador sacodem os bastidores da política estadual

 

dino waldir
Flávio Dino e Waldir Maranhão:  rumores de apoio a um aliado útil mas incômodo na briga pelo Senado sacodem o meio político e deixa outros candidatos em alerta

 

Os bastidores da política maranhense foram sacudidos esta semana pela informação – não confirmada, diga-se – segundo a qual o governador Flávio Dino (PCdoB) teria assumido o compromisso de apoiar a candidatura do deputado federal Waldir Maranhão (PP) ao Senado da República em 2018. Se tiver algum fundo de verdade e se for, de fato, um projeto político em fase de elaboração, a decisão do chefe do Executivo será estranha e difícil de assimilar. Primeiro porque, a menos que guarde um ardil político genial, a escolha sugere, à primeira vista, um equívoco monumental, que o político Flávio Dino dificilmente cometeria em circunstâncias normais. E depois porque, mesmo tendo todo o direito de disputar a senatória e estando em dia com a lei da ficha limpa, ao contrário do que muitos imaginam, o deputado Waldir Maranhão não parece dispor, no momento, das condições políticas necessárias para ser o beneficiário de um apoio tão importante e decisivo como o do atual chefe do Executivo do Maranhão, que vai liderar chapa majoritária em busca da reeleição.

Chama atenção o fato de o ocupante da sala principal do Palácio dos Leões não ter esboçado até aqui uma posição firme e definitiva em relação aos projetos senatoriais do deputado federal Weverton Rocha (PDT), que comanda o braço regional do PDT, e do ex-governador e atual deputado federal José Reinaldo Tavares, que deverá comandar o PSB no estado. Em relação ao Weverton Rocha, o governador Flávio Dino já teria avalizado politicamente a sua candidatura, mas sem dar ainda a martelada que a tornará irreversível. Quanto à do ex-governador José Reinaldo, não há – e se há, não chegou ao conhecimento da Coluna – registro de que tenha externado algum tipo de posição. Assim, a suposta manifestação favorável à candidatura de Waldir Maranhão surpreende, a começar pelo fato de que parece ser um atropelamento principalmente ao projeto do ex-governador José Reinaldo.

O deputado federal Waldir Maranhão é um quadro político que não deve ser deixado de lado, em que pesem na sua trajetória as confusões em que ele se envolveu ora como 1º vice-presidente, ora como presidente em exercício da Câmara Federal, e outras patacoadas. O parlamentar tem boa formação, principalmente na área educacional, e conhece muito bem Brasília e seus meandros, tanto que alcançou um espaço respeitável dentro do PP, presidiu comissões importantes e ganhou o comando do partido no Maranhão. Mas na medição dos prós e contras da sua trajetória, os contra estão pesando mais, o que torna incerto o seu futuro político. Daí é que, mesmo levando em conta a virada radical na votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), e, dias depois, a suspensão efêmera da votação pela Câmara, quando o processo já se encontrava no Senado, ambos as iniciativas atendendo a pedido do governador Flávio Dino e contrariando frontalmente o seu partido, a ponto de ser ameaçado de expulsão, Waldir Maranhão pode até ter virado uma espécie de herói às avessas na esquerda moderada, mas no geral não parece ter cacife para ser candidato a senador, podendo no máximo tentar a reeleição. Depois, para ser candidato pelo grupo de Flávio Dino, terá de mudar de partido, porque o PP já disse que irá às urnas na aliança PMDB/PCdoB.

O governador Flávio Dino é um político já experiente e com personalidade suficiente para ter um lado e que navega nos mares saudáveis da renovação. É também ousado a ponto de assumir posições que contrariem a lógica na primeira avaliação. Sabe que a candidatura de Weverton Rocha ganha o peso da irreversibilidade e de José Reinaldo Tavares está praticamente consolidada nas forças políticas. Esse cenário sugere que o governador guarde no bolso do colete um trunfo que venha a justificar projeto a princípio muito fora do rumo. Afinal, como dizia Lister Caldas, uma das raposas políticas mais espertas do estado na Era Vitorinista (anos 40 e 50 do século passado): na política do Maranhão boi voa, até de asa quebrada.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Três ex-prefeitos mantidos no listão dos Ficha Suja

Três ex-prefeitos acusados de malfeitos vão continuar com seus direitos políticos suspensos por oitos anos, integrando, nesse período, a Lista Negra dos Ficha Suja. São eles Jânio de Sousa Freitas (Trizidela do Vale), Aurino Vieira Nogueira (Bacuri) e Luiz Gonzaga dos Santos Barros (Itaipava do Grajaú), e a decisão de mantê-los afastados da vida pública foi tomada ontem pela 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça (TJMA), confirmando suas condenações em 1ª instância por atos de improbidade administrativa.

Jânio Freitas foi condenado porque contratou servidores sem concurso, contrariando a legislação em vigor. Além de perder os direitos políticos, o ex-manda-chuva de Trizidela do Vale pagará multa civil equivalente a cinco vezes o valor da remuneração que recebia quando exercias o cargo, e não poderá fazer qualquer contrato com o Poder Público.

O bacuriense Aurino Nogueira foi condenado por prestar contas de um convênio com o Governo do Estado fora do prazo. Segundo o Ministério Público, o prazo era de seis meses após a assinatura, mas ele só prestou contas dois anos depois. Condenado, teve suspensos  os seus direitos políticos por três anos, multa de cinco vezes o valor da remuneração recebida à época dos fatos e proibição de contratar com o Poder Público por três anos.

Luiz Gonzaga dos Santos Barros foi condenado em primeira instância sob a acusação de não ter repassado os descontos previdenciários de servidores públicos à Previdência. A derrapagem foi descoberta pelo Ministério Público em auditoria que realizou nas contas da Prefeitura de Itaipava do Grajaú.

O relator dos três recursos foi o desembargador Marcelino Everton, que não aceitou os argumentos das defesas e manteve as condenações, sendo acompanhado pelo desembargador Paulo Velten e pelo juiz substituto José Jorge Figueiredo.

 

Valéria Macedo quer valorizar a Procuradoria da Mulher
valéria macedo
Valéria Macedo assume a tarefa histórica de ser a primeira Procuradora da Mulher

Desde quarta-feira (8) a Assembleia Legislativa ampliou suas atividades com a inauguração da Procuradoria da Mulher, um órgão de apoio implantado pioneiramente pelo Senado com a tarefa de dar à mulher suporte jurídico, moral e ético na sua luta para podar as diferenças e lhe dar a dignidade que falta para torná-la cidadã plena. O bom senso do presidente Humberto Coutinho e a sensibilidade do plenário entregaram à deputada Valéria Macedo (PDT), representante das regiões Sul e Tocantina em segundo mandato e militante da causa feminina, principalmente no que respeita à saúde, à segurança e à posição na sociedade. Enfermeira de formação e política por opção, a deputada Valéria Macedo tem dedicado seu mandato a denunciar as mazelas sociais no interior do Maranhão, principalmente nas regiões que representa, e a cobrar solução para problemas sociais graves e que têm a mulher como vítima a ser resgatada. “A exemplo do Senado, onde há uma Procuradoria atuante e vários Projetos de Lei em tramitação que vão mudar a vida da mulher brasileira, aqui no Maranhão queremos dar a nossa contribuição, como parlamentares, para garantir direitos e fortalecer a presença feminina nos mais diversos setores da sociedade”, disse a primeira procuradora da Mulher no histórico ato de inauguração do órgão pelo presidente em exercício da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB). A julgar pelo ânimo que tem exibido em relação à tarefa que lhe foi entregue pela Casa, a deputada pedetista pretende dar a dimensão devida à Procuradoria da Mulher.

 

São Luís, 9 de Março de 2017.

 

Um comentário sobre “Rumores de que Flávio Dino quer Waldir Maranhão candidato a senador sacodem os bastidores da política estadual

  1. Meu caro Ribamar, vc pode me informar para que serve a Procuradoria da Mulher da Assembléia? A Procuradora é enfermeira, não entendi nada.

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