Presidente da Famem prevê “consequências graves” com a saída dos cubanos do Mais Médicos e duvida que haja médicos suficientes para cobrir a falta  

 

Cleomar Tema demonstra preocupação com a saída dos médicos cubanos do Ma

Com a partida dos 483 médicos cubanos e sem a reposição imediata do reforço nos 195 municípios alcançados pelo programa Mais Médicos no Maranhão, 2,5 milhões de maranhenses ficarão sem atendimento, os gastos com médicos dobrarão e a atenção básica ficará gravemente prejudicada nos municípios, podendo o sistema, que já é precário, entrar em colapso. Quem faz essa avaliação e mostra esse quadro dramático é o prefeito de Tuntum e presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Cleomar Tema (PSB), com o conhecimento de médico, o que lhe dá autoridade plena para avaliar o problema criado pela inconsequência ideológica do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Perplexo com o imbróglio causado pelas declarações do presidente eleito, que levaram o Governo de Cuba a romper o contrato e chamar de volta os profissionais cubanos, o presidente da Famem previu que a substituição dos médicos cubanos não será tarefa fácil para o Governo Federal, visto que o Maranhão precisa mesmo desses médicos.

Cleomar Tema chamou a atenção para o fato de que os médicos cubanos que atuam no Maranhão pelo Mais Médicos são preparados para fazer a saúde pública, dão carga horária completa de 40 horas semanais, atuam como se fossem médicos de família, moram nas comunidades e prestam atendimento nos povoados mais distantes, trabalhando com surpreendente eficiência e sem causar qualquer problema de natureza operacional. Tanto que muitas Prefeituras fazem questão de complementar a remuneração deles pagando-lhes gratificações. Por outro lado, a esmagadora maioria dos médicos brasileiros do programa, que recebem R$ 11 mil por mês, se nega a prestar atendimento nas comunidades afastadas, resumindo seu trabalho a atender a consultas nos postos de saúde, de preferência na sede. Nenhum médico brasileiro cumpre integralmente a carga horária, e na sexta-feira deixam os municípios para só retornarem na segunda-feira.

O déficit de médicos relatado por Cleomar Tema é confirmado pela pesquisa “Demografia Médica 2018”, do Conselho Federal de Medicina (CFM). Os números da pesquisa informam que para o atendimento de uma população de sete milhões de habitantes, o Maranhão tem apenas 6.096 médicos, o que dá uma proporção de 0,87 profissionais por mil habitantes, sendo esta a menor proporção do país entre os estados. A média recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de um médico para cada 1.000 habitantes.

“Caso o Ministério da Saúde não encontre uma estratégia imediata para suprir a imensa lacuna que será deixada com a saída dos 483 médicos cubanos que atuam no Maranhão, junto com os oito mil que deixarão o País, os municípios maranhenses e brasileiros vão enfrentar sérios problemas. As consequências decorrentes dessa lacuna, dentre outros problemas  já são de amplo conhecimento dos gestores maranhenses”, enfatizou o presidente da Famem.

Baseado na sua condição de médico, prefeito e presidente de uma entidade municipalista, que enfrenta os desafios causados pelas deficiências da rede pública de saúde em todo o País, Cleomar Tema duvida da informação dada pelo Ministério da Saúde de que existem no Brasil médicos suficientes para cobrir a falta dos oito mil médicos cubanos no Mais Médicos. Na sua avaliação, em muitas comunidades mais afastadas, onde os profissionais cubanos atuam como médicos de família, as consequências da saída deles serão muito grave, indo da falta de atendimento pura e simples à ausência de médicos nos quais as pessoas já confiavam.

O presidente da Famem desembarcará amanhã em Brasília para uma reunião da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), segunda-feira, com a presença do presidente Michel Temer (MDB), informando que pedirá a inclusão do assunto na pauta municipalista. O encontro contará com a participação de membros da equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro, além da presença de milhares de prefeitos de todo o Brasil.

– Sei o que estou dizendo. Essa situação tem de ser resolvida urgentemente, porque senão vamos enfrentar problemas muito sérios, principalmente nos municípios mais pobres – declarou o presidente da Famem, em tom de forte preocupação.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Corrida para a Prefeitura de Imperatriz já tem nomes cogitados

Assis Ramos deve enfrentar Marco Aurélio ou Claytin Noleto, Ribunha Cunha, Sebastião madeira e Ildon Marques na corrida pela prefeitura de Imperatriz

As eleições de Outubro criaram as condições para que a sucessão municipal em Imperatriz em 2020 seja  uma das mais acirradas de todos os tempos na Vila do Frei. Candidatíssimo à reeleição, o prefeito Assis Ramos (MDB) deverá enfrentar um exército de candidatos de peso, quase todos em condições de destroná-lo. Começa com o deputado Marco Aurélio (PCdoB), que saiu das urnas reeleito e bem avaliado em Imperatriz, sendo apontado como nome preferido do Palácio dos Leões para a mais importante Prefeitura tocantina. Outra opção do Palácio dos Leões é Clayton Noleto (PCdoB), atual poderoso e influente secretário de Estado de Infraestrutura, tido por muitos como um dos responsáveis diretos pelos resultados do Governo Flávio Dino. No páreo também deve entrar  o empresário Ribinha Cunha (PSC), que disputou a eleição majoritária como candidato a vice na chapa de Roseana Sarney (MDB), havendo quem diga que, mesmo tendo recebido votação fraca, ele ganhou peso e deve disputar o cargo. Ninguém duvida que o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB) tem cacife para entrar na disputa, assim como seu eterno rival, o ex-prefeito e empresário Ildon Marques (PP). Outros nomes poderão se apresentar, mas se a disputa envolver apenas esse grupo, já será uma corrida imprevisível, com lances intensos e animados. Isso quer dizer que o prefeito Assis Ramos não terá vida fácil.

 

Nova ordem será instaurada na Câmara Municipal de São Luís na gestão de Osmar Filho

Osmar Filho deve desmontar a estrutura de poder montada por Astro de Ogum na Câmara

Alguns observadores atentos já identificam uma intensa movimentação nos bastidores da Câmara Municipal de São Luís por conta da troca de comando que será feita na virada do ano, quando será empossada a nova Mesa Diretora da Casa, que terá como presidente o vereador Osmar Filho  (PDT). Parte da movimentação se dá pela turma que integra uma rede de afilhados de Astro de Ogum, que ocupam cargos importantes na estrutura administrativa do Palácio Pedro Neiva de Santana e que será apeada do poder com a chegada do novo presidente. A rede a ser desmontada é fruto do esquema de poder iniciado com o presidente Isaías Pereirinha em 2010 e foi consolidado por Astro de Ogum. A rede tentou manter-se no poder na última eleição da Mesa, mas o projeto naufragou depois que Astro de Ogum tentou, mas não conseguiu, emplacar mais um mandato, salvando os seus reluzentes anéis de brilhante ao eleger-se 1º vice-presidente, mas sem o poder de antes. Ninguém duvida que, com o apoio do Palácio de la Ravardière, a simpatia do Palácio dos Leões e a mão forte do senador eleito Weverton Rocha (PDT) o presidente Osmar Filho  coloque  a estrutura da Câmara Municipal pelo avesso, instaurando uma nova ordem na Casa. É aguardar para conferir.

São Luís, 17 de Novembro de 2018.

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