Pesquisa Escutec dá vantagem à Brandão, mas prevê um segundo turno com desfecho imprevisível

 

Carlos Brandão tem vantagem no primeiro turno, mas Weverton Rocha endurece jogo no segundo turno

Se a eleição para o Governo do Maranhão ocorresse agora, o governador Carlos Brandão (PSB) e o senador Weverton Rocha (PDT) seriam escalados pelo eleitor para disputar um segundo turno, o primeiro com uma vantagem de cinco pontos percentuais sobre o segundo. Mas trouxe também um contraponto importante: os dois praticamente empatam no segundo turno, o que tornaria o resultado final rigorosamente imprevisível.

Foi esse o cenário encontrado pela nova pesquisa Escutec, divulgada ontem: Carlos Brandão iria para o segundo turno com 27% dos votos, seguido de Weverton Rocha com 22%. Na sequência, estariam Lahesio Bonfim (PSC) com16%, Edivaldo Jr. (PSD) com 11%, Simplício Araújo (SD) com 2% e Enilton Rodrigues (PSOL) e Hertz Dias (PSTU) com 1% cada. Os que não votariam em nenhum deles e poderiam anular o voto ou votar em branco seriam 11%, enquanto 9% se mostrariam indecisos, não sabendo ou não querendo responder. O quadro é basicamente o mesmo da pesquisa divulgada pelo Escutec três semanas atrás, na qual Carlos Brandão apareceu com 27%, Weverton Rocha com 22% e Lahesio Bonfim com 16% das intenções de voto.

A pólvora trazida pelo levantamento do Escutec está no desfecho do segundo turno. Numa disputa eventual entre os dois, Carlos Brandão venceria Weverton Rocha por 34% contra 33%, um resultado absolutamente tênue, mesmo levando em conta o fato de que 1% do eleitorado maranhense significa um contingente de 46 mil eleitores. Aplicada a margem de erro de 2,19 pontos percentuais para mais ou para menos, é difícil garantir quem seria de fato eleito em zona tão cinzenta.

Levando em conta apenas as pesquisas realizadas pelo instituto Escutec para o portal imirante.com em fevereiro e junho, a nova pesquisa, realizada no período de 2 a 7 de julho, ouvindo dois mil eleitores em 70 municípios, é a mais abrangente feita até aqui. Seus números revelam uma curiosa estabilidade, sem que nenhum dos sete pré-candidatos tenha deslanchado de modo a ser apontado como favorito imbatível.  Considerando uma disputa em segundo turno entre Carlos Brandão e Lahesio Bonfim, o governador se reelegeria com 39% a 27%, uma vantagem de 12 pontos percentuais. E fosse com Edivaldo Júnior, Carlos Brandão venceria com 39% contra 22%, uma vantagem de 17 pontos percentuais sobre do ex-prefeito de São Luís.

De todas as pesquisas recentes, essa foi a que trouxe notícias menos ruins para o senador Weverton Rocha, sendo a mais destacada delas o rigoroso empate técnico num embate entre ele e o governador Carlos Brandão num segundo turno. Essa informação deve ter acendido o alerta amarelo no QG político do governador, para lembrar aos seus generais que a guerra ainda não está vencida. E isso significa que o favoritismo alcançado na previsão do primeiro turno é expressivo, mas não o suficiente para considerar liquidada uma fatura sem problemas na segunda volta. O alerta é exatamente no sentido de que Weverton Rocha pode ficar em segundo no primeiro turno, mas pode virar o jogo e sair vencedor no segundo.

Brandonistas de proa entusiasmados acham que o governador reúne as condições de avançar nos próximos três meses e ampliar sua vantagem e consolidar o favoritismo com a eleição de fato, de preferência em turno único. Outros, igualmente otimistas, mas com os pés mais firmes no chão, acham que Carlos Brandão vencerá a eleição, mas precisa incrementar fortemente sua corrida, para ganhar mais gás eleitoral. Na seara dominada pelo senador Weverton Rocha há um otimismo cauteloso. A pesquisa Escutec reforçou esse clima ao prever que o pedetista teria condições de virar o jogo num eventual segundo turno. Eles apostam na força eleitoral de aliados e mantêm o discurso de otimismo, mesmo admitindo que o senador se mantém estacionado, com dificuldades para deslanchar.

Vale lembrar que pesquisa pré-eleitoral é uma fotografia do momento. Daqui até a corrida às urnas são mais de 80 dias, período em que os pré-candidatos terão de ser confirmados em convenções – a de Weverton Rocha será no próximo dia 29, e a de Carlos Brandão, no dia 30 -, de registrar as suas candidaturas, e a campanha propriamente dita, que será iniciada em 16 de agosto e durará 45 dias. Será nesse período que a cobra vai fumar.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Posição frágil nas pesquisas não desanima Edivaldo Jr.

Edivaldo Holanda Jr. mantém firme sua candidatura aos Leões

De todos os pré-candidatos ao Palácio dos Leões, a situação mais delicada, segundo a pesquisa Escutec, é a do ex-prefeito de São Luís e candidato do PSD, Edivaldo Holanda Jr., que aparece com 11% das intenções de voto, uma posição que se mantém há meses. O fato de estar no patamar dos dois dígitos faz dele um pré-candidato importante. Isso porque, se não dá sinais de que pode virar o jogo e brigar pela eleição, os seus 11 pontos percentuais significam cerca de 500 mil votos. Esse cacife lhe dá espaço político expressivo para sentar numa mesa de negociações para um eventual segundo turno. Mas Edivaldo Holanda Jr., que vem fazendo uma campanha tímida, permanece otimista e continua na briga, nem pensa na possibilidade de jogar a toalha. Ao contrário, já marcou a convenção por meio da qual o seu partido oficializará sua candidatura ao Palácio dos Leões.

 

Brandão retorna a São Paulo para revisar cirurgia

O governador Carlos Brandão retorna a São Paulo para fazer uma revisão no processo cirúrgico a que foi submetido há pouco mais de um mês, para a retirada de cistos nos rins. O retorno já estava previsto e foi confirmado agora. Ontem fez uma semana que deixei o hospital. Plenamente recuperado, irei a São Paulo fazer uma breve e rápida revisão de rotina”, disse o governador ao anunciar a revisão de saúde.

São Luís, 08 de Julho de 2022.

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