Pesquisa deve mostrar o peso básico e o potencial de nove aspirantes ao Palácio dos Leões

 

Weverton Rocha, Carlos Brandão, Roberto Rocha, Roseana Sarney, Eliziane Gama, Josimar de Maranhãozinho, Eduardo Braide, Edivaldo Holanda Jr., Márcio Jerry e Lahesio Bonfim serão testados na primeira pesquisa Escutec sobre sucessão de 22

O instituto Escutec foi contratado pelo Sistema Mirante para fazer a primeira sondagem a fim de identificar as inclinações do eleitorado em relação à sucessão do governador Flávio Dino (PCdoB). De acordo com o sempre bem informado blog do jornalista Marcos D`Eça, estariam relacionados como opções o senador Weverton Rocha (PDT), o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Roberto Rocha (que está deixando o PSDB ainda sem destino definido), a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), a senadora Eliziane Gama (Cidadania), o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), o prefeito de São Luís Eduardo Braide (Podemos), o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (PDT), o deputado federal e atual secretário de Estado das Cidades Márcio Jerry (PCdoB), e o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSL). Uma lista coerente, à medida que são esses os nomes que correm intensamente nos bastidores da política estadual e já começam a ganhar corpo fora deles. Outros nomes, se incluídos, não fariam sentido, pelo menos até aqui.

Weverton Rocha e Carlos Brandão lideram a lista corretamente, à medida que estão à frente de movimentos claros com o objetivo de consolidar os seus projetos de poder. São, até aqui, os nomes mais fortes, cada um com forte base de apoio e suporte político para seguir em frente. Weverton Rocha não tem amarras partidárias, estará no meio do seu mandato senatorial, e se concorrer e for eleito, terá a possibilidade de permanecer no poder até no final da década de 20 – a candidatura só depende dele. Carlos Brandão deve concorrer como governador, o que lhe dá um cacife diferenciado, uma vez que tem nas conversas e nas alianças a chave para a montagem de um grande lastro de apoio em todo o estado.

Atrás do pedetista e do tucano, o senador e o quase ex-tucano Roberto Rocha tem dado seguidas pistas de que está mergulhado no dilema shakespeariano do “ser ou não ser” candidato a governador, sem saber se entra mesmo na luta pelo Palácio dos Leões ou tenta renovar o mandato senatorial disputando diretamente com o governador Flávio Dino. Em situação parecida, mas em outras condições, a ex-governadora Roseana Sarney não tem demonstrado interesse pela guerra sucessória, mesmo sabendo que pode começar a caminhada com, pelo menos, 20% de intenções de voto. A senadora Eliziane Gama entra nesse grupo como uma possibilidade ainda remota, mas factível.

Mesmo dispondo de um partido forte no estado e de votações excepcionais, o deputado Josimar de Maranhãozinho caminhava confiante em direção ao Palácio dos Leões até ser alvejado por uma investigação da Polícia Federal que o aponta como membro de uma quadrilha que desvia dinheiro público. Por seu turno, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. pode até aspirar ser candidato a governador, mas tem duas decisões a tomar: disputar a vaga de candidato com Weverton Rocha dentro do PDT ou convencer o senador a lhe ceder a vaga de candidato, ou ainda mudar de partido até setembro. Já o prefeito Eduardo Braide, que está no início do mandato, dificilmente deixará o cargo para entrar numa aventura muito difícil, correndo o risco de deixar o Palácio de la Ravardière e não alcançar o Palácio dos Leões.

Mesmo mantendo a condição de ás do círculo de ferro liderado pelo governador Flávio Dino e fiel às decisões partidárias, o deputado federal Márcio Jerry dificilmente trocará a possibilidade de renovar o seu mandato parlamentar por um projeto eleitoral cuja viabilidade é remota. E, finalmente, o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, um bolsonarista militante, que se considera um bamba, mas sem cacife político e eleitoral em âmbito estadual.

Se for esse o grupo de aspirantes que o eleitorado maranhense vai dispor para escolher o novo governador em Outubro do ano que vem, todas as evidências são as de que o Maranhão terá uma eleição de dois turnos, sendo que o segundo será um confronto de largas proporções entre o senador pedetista Weverton Rocha e o então governador Carlos Brandão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Atuação de Bolsonaro na pandemia é rejeitada por 54%, diz Datafolha

Jair Bolsonaro: atuação contra o coronavírus rejeitada pela maioria

Pesquisa Datafolha publicada na edição de hoje do jornal Folha de S. Paulo informa que 54% dos brasileiros rejeitam a atuação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate à pandemia do coronavírus, e 43% o apontam como o principal responsável pela situação que o Brasil está passando por causa do avanço do vírus. No contrapeso, a pesquisa revela que o 38% dos brasileiros acham que a melhor atuação na crise sanitária é a dos governadores, enquanto 28% apontam os prefeitos como os que melhor atuam, e minguados 16% entende que o presidente é o que melhor vem atuando contra a pandemia.

A pesquisa Datafolha é reveladora dos sentimentos da população. Mesmo com sua postura negacionistas, sua campanha contra uso de máscaras e a favor de tratamentos rejeitados por cientistas, o presidente se manteve em posição melhor por algum tempo. Agora, com o recrudescimento da pandemia, ficou mais claro que suas posições e iniciativas estão na contramão da realidade e que todos os seus gestos contribuíram para dificultar o combate ao coronavírus. A pesquisa é reveladora do aumento do número de brasileiros que caíram na real e se deram conta de que presidente da República é uma ameaça à Nação. Tanto que vem aumentando consideravelmente acusações de genocídio feitas contra ele, dentro e fora do Brasil, inclusive na ONU.

O governador Flávio Dino estava certo quando, ainda no início da crise, se posicionou como um crítico duro e constante das decisões, posicionamentos e declarações do presidente sobre o assunto. A pesquisa Datafolha confirma esse processo.

 

Assembleia aprova projeto de importância fundamental para prevenir crises sanitárias

Othelino Neto (PCdoB) comandou a sessão em que os deputados aprovarem o PL

A Assembleia Legislativa aprovou ontem o Projeto de Lei 372/2020, que disciplina o funcionamento e a gestão dos mercados públicos em todo o território maranhense. Elaboradas pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima), as regras nele contidas vão disciplinar as atividades nos mercados públicos, onde se pratica a venda direta de alimentos ao consumidor, com base em planejamento, estrutura e fiscalização, definindo também a responsabilidade dos feirantes em relação a lojas, boxes e bancas. Na mensagem, o governador Flávio Dino (PCdoB) define a proposição como “um instrumento fundamental para o desenvolvimento de políticas urbanas eficazes ao planejamento do território, voltadas a evitar a precarização dos espaços”.

Aparentemente uma proposta normativa sem maior importância, o PL 372/2020 ganha dimensão extraordinária quando se faz uma relação do seu conteúdo com mercados e feiras de São Luís, notadamente a Feira do João Paulo e o Mercado Central, por exemplo. Centros de comercialização de alimentos de origem vegetal e animal, esses espaços públicos representam, rigorosamente, o oposto integral do que se pode definir na prática o que seja um mercado público. Os dois exemplos são espaços onde a ideia de higiene passa ao largo, tendo a sujeira e o desleixo fiscal como cultura.

Essa preocupação cresce em importância nesse momento, quando o Maranhão está enfrentando a avassaladora crise sanitária causada pelo novo coronavírus, que já matou milhões em todo o planeta. Vale reforçar a importância do PL 372/2020 lembrando que o vírus foi encontrado pela primeira vez num mercado público da cidade de Wuhan, uma das maiores cidades da China, onde provavelmente os cuidados sanitários foram relaxados.

São Luís, 17 de Março de 2021.

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