Não foi exatamente a melhor notícia a chegar ao Palácio de la Ravardière, mas também não foi uma tragédia irreversível a informação dos 29,6% de preferência obtidos pelo prefeito Eduardo Braide (PSD) na primeira pesquisa do instituto EPO – Estratégia Pesquisas de Opinião (ex-Escutec) para identificar posições nos primeiros movimentos da corrida à Prefeitura de São Luís agendada para 2024.
Atrás dele aparecem o deputado federal Duarte Jr. (PSB) com 18,8%, o ex-prefeito Edivaldo Jr. (sem partido) com 14,7%, o deputado estadual Neto Evangelista (União) com 8,2%, o deputado estadual Wellington do Curso (PSD), o deputado estadual Yglésio Moisés (PSB) com 2,7%, o deputado estadual Carlos Lula (PSB) com 2,5% e o vereador Paulo Victor (PCdoB) com 2,5%. Nenhum deles e não sabe totalizaram 15,8%. Eduardo Braide também lidera a pesquisa espontânea com 19,1%, seguido de Duarte Jr. (9,8%), Edivaldo Jr. (8,6%), Neto Evangelista (3,9%), Wellington do Curso (2,1%), Yglésio Moises (1,1%), Paulo Victor (0,9%), Carlos Lula (0,5%), entre outros, e com 48,5% manifestando indefinição.
Além das preferências por nomes que poderão entrar efetivamente na disputa, o EPO investigou a posição do eleitorado em relação ao desempenho administrativo do prefeito Eduardo Braide, tendo encontrado dois percentuais significativos: 53% disseram que aprovam a gestão e 40% que não aprovam, e com uma margem de apenas 7% que não souberam ou não quiseram avaliar. Quando se faz qualquer associação dessas posições com as preferências para a corrida sucessória, o prefeito Eduardo Braide leva vantagem expressiva. O prefeito de São Luís é um ente político solitário, que no momento só conta mesmo com seu prestígio pessoal e com os resultados da sua gestão até aqui. Isso levando em conta o fato de que a pesquisa foi feita em meio aos confrontos dele com a Câmara Municipal e à repercussão do rumoroso caso envolvendo o titular da SMTT, Diego Pereira, em polêmica liberação de veículos apreendidos, por exemplo.
Os números encontrados pela pesquisa EPO produzem, de cara, uma conclusão óbvia: a sucessão da Prefeitura de São Luís será o resultado de uma guerra política de larga escala, envolvendo as principais forças políticas do Maranhão, a começar pelo governador Carlos Brandão (PSB) e pelo ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, os três senadores e parte da bancada federal. Se a eleição fosse agora, seria resolvida num segundo turno, já que a soma dos percentuais dos adversários do prefeito Eduardo Braide totalizaria 54,5%. O segundo round repetiria 2020 entre Eduardo Braide e Duarte Jr., mas com a observação de que o prefeito concorrerá no cargo, e devendo ser levado em conta que, por causa da margem de erro (3.1%, para mais ou para menos), o ex-prefeito Edivaldo Jr. também teria condições de ser o adversário do prefeito no turno decisivo.
O desenho dessa disputa ainda comporta muitos traços, sendo um deles bem expressivo: o vereador-presidente Paulo Victor (PCdoB) aparece com 2,5% das intenções de voto, mas com o diferencial de que tem sido o mais ativo e contundente adversário do prefeito Eduardo Braide, tendo colocado a Câmara Municipal, que vinha sempre em segundo plano, no epicentro da política ludovicense. Nomes como Neto Evangelista e Carlos Lula podem ganhar espaço, tornando o cenário da disputa bem mais movimentado.
Por sua vez, embalado pela aprovação de 53%, o prefeito Eduardo Braide guarda um consistente potencial de crescimento: tem o controle da máquina municipal, não enfrenta escândalo de corrupção e tem margem política para fazer acordos produtivos, como o que está sendo alinhavado pelo presidente municipal, deputado federal Cléber Verde, que já declarou que o MDB ludovicense vai apoia-lo.
Em Tempo: Primeiro levantamento feito pelo EPO, a pesquisa foi realizada no período de 17 a 17 de junho, ouviu 1.020 eleitores, tem margem de erro de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menor, e intervalo de confiança de 95%.
PONTO & CONTRAPONTO
Quebrando recordes e barreiras, Iracema Vale ganha força política no Maranhão
Com a reeleição antecipada e unânime da deputada Iracema Vale (PSB) para a presidência da Assembleia Legislativa, o governador Carlos Brandão (PSB) consolidou de vez o projeto político que norteará ele e seu grupo até as eleições gerais de 2026.
Com seu status reforçado, a presidente Iracema Vale comandará com mais segurança a base governista no parlamento estadual, fortalecendo ainda mais a interlocução dos deputados estaduais com o Palácio dos Leões. Essa intermediação já é eficiente, mas precisa de reforço nos próximos meses, por conta das tensões que costumam contaminar o meio político em períodos eleitorais.
Vale lembrar que a partir de abril de 2026, quando o governador Carlos Brandão sair para disputar uma cadeira no Senado, passando o comando do Governo para o vice-governador Felipe Camarão, que deve se candidatar à reeleição, a deputada Iracema Vale ascenderá à condição de vice-governadora do Maranhão.
Tudo isso no embalo de uma série de patamares vencidos, como a primeira mulher a se eleger deputada estadual ultrapassando a barreira dos 100 mil votos, e a primeira mulher a ser eleita e reeleita presidente da Assembleia Legislativa, e com um dado diferenciado: as duas eleições se deram por aclamação, sem disputa, porque não apareceu concorrente.
Eliziane usa ataques de redes bolsonaristas para se reforçar na CPMI dos Atos Golpistas
A senadora Eliziana Gama (PSD) passou o fim de semana se preparando para os embates que estão previstos para o início efetivo da CPMI dos Atos Golpista, da qual ela é relatora.
Por conta das suas posições e da determinação que ela vem exibindo no exercício do delicado e decisivo posto parlamentar, a senadora maranhense vem sendo alvo de redes sociais bolsonaristas, que a atacam de maneira agressiva e baixa.
Forjada no embate político duro, a senadora Eliziane Gama vem dando seguidas demonstrações de que usa cada agressão que sofre para se fortalecer. E reforça a todo momento o deu objetivo de chegar aos mandates, financiadores e planejadores da tentativa de golpe ocorrida no dia 8 de Janeiro na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Mais do que isso: tem assegurado que fará um relatório denso, consistente e politicamente neutro, porque a ideia é descobrir culpados e manda-los para a cadeia.
São Luís, 19 de Junho de 2023.