Paulo Victor pode ser candidato pelo PCdoB, apoiado por PSB e PT, ou por novo partido

Mensagem postada por Márcio Jerry sobre a conversa
com Paulo Victor sobre sucessão em São Luís

Repercutiu no meio político o encontro de ontem entre o presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor (PCdoB), pré-candidato declarado à Prefeitura de São Luís, com o presidente estadual do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry. Eles conversaram basicamente sobre a corrida eleitoral que se aproxima e fizeram uma análise do contexto. Paulo Victor reafirmou sua disposição de disputar a sucessão municipal com o prefeito Eduardo Braide (PSD), candidato à reeleição, Márcio Jerry ouviu atento a manifestação, avalizou o gesto, e o incentivou a continuar o processo de viabilização do projeto eleitoral. Momentos depois, Márcio Jerry divulgou o encontro nas suas redes sociais, fazendo o seguinte registro:  “Importante reunião na sede do PCdoB com o companheiro Paulo Victor, presidente da Câmara Municipal. Vamos seguir dialogando sobre nossa São Luís para construir uma alternativa vitoriosa para o comando da Prefeitura”. Ou seja, o projeto é bem visto pelo partido, mas não é, ainda, a alternativa construída pelo PCdoB.

O vereador Paulo Victor tem se revelado um político determinado, que parece apostar tudo no que acredita. Desde que se declarou decidido a disputar a Prefeitura de São Luís, ele não recuou um milímetro nesse movimento, deixando no ar a impressão de que o item partidário não o demoverá. Isso significa dizer que, se não receber o aval do PCdoB à sua candidatura, não vacilará em deixar o partido e buscar uma legenda que abrace o seu projeto de candidatura. E nos bastidores já corre que pelo menos seis partidos, incluindo o PP, comandado pelo deputado federal André Fufuca, o União Brasil, controlado pelo ministro Juscelino Filho (Comunicações) e Republicanos, hoje sob a direção do deputado federal Aloísio Mendes, já o procuraram oferecendo a vaga de candidato a prefeito da Capital.

O problema é que o PCdoB faz hoje parte de uma federação com o PSB e o PT, não podendo tomar decisões isoladamente em relação a candidaturas. Isso porque, de acordo com a regra, para a eleição de 2024, a federação terá um candidato, que pode ser de um dos três partidos. E quando fala na construção de “uma alternativa vitoriosa”, o que o presidente do PCdoB – ele próprio lembrado como alternativa -, diz é exatamente isso: o candidato do PCdoB a prefeito de São Luís será o nome a ser escolhido de acordo com o PSB e o PT. Esse tem sido o discurso do governador Carlos Brandão (PSB), do ministro Flávio Dino (PSB), do vice-governador Felipe Camarão (PT) em relação à corrida à Prefeitura de São Luís.

O vereador Paulo Victor tem noção clara desse cenário, e enquanto há tempo, ele trabalha com foco nos dois campos, podendo permanecer no PCdoB e sair candidato pela federação, com o aval do PSB e do PT, o que lhe dará um suporte gigantesco, ou viabilizando sua candidatura por um partido fora da federação. Em relação à federação, enfrenta um obstáculo gigantesco: a pré-candidatura do deputado federal Duarte Jr. (PSB), apontado até aqui como o adversário mais forte do prefeito Eduardo Braide. E como é sabido que, pelo menos até aqui, o deputado Duarte Jr. não admite sequer falar em ficar de fora dessa disputa. Logo, o vereador Paulo Victor leva muito a sério uma eventual mudança de partido. E nesse ambiente, o PP lhe mantém as portas abertas e a vaga de candidato a prefeito garantida, por exemplo.

A conversa do vereador Paulo Victor com o deputado federal Márcio Jerry é um forte indicativo de que as articulações para a definição de candidaturas já estão em curso, e que o presidente da Câmara realmente está saindo na frente nesse processo.  

PONTO & CONTRAPONTO

Dino vai à Justiça contra milícias digitais, mas avisa que não treme diante de fascistas

Flávio Dino reage a agressões na internet e vai à Justiça

O ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino anunciou que está pedindo providências da Justiça contra as agressões e ameaças que vem recebendo na internet por parte de milícias digitais de extrema-direita, golpistas e cujos integrantes foram definidos por ele como fascistas.

Antes de alguém imaginar que o pedido de proteção judicial tem a ver com medo, o ministro Flávio Dino foi claro: não treme para enfrentar 10, 20 30 nazistas, porque varrer o fascismo do Brasil é para ele uma missão de vida.

O ódio dos extremistas de direita ao ministro Flávio Dino, cultivado principalmente entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que tentou permanecer no poder questionando eleições limpas e estaria por trás da tentativa de golpe feita no dia 8 de Janeiro, em Brasília.

Esses grupos não se conformaram com os seguidos nocautes aplicados pelo ministro Flávio Dino nos deputados e senadores bolsonaristas que tentaram, de maneira primária e aloprada, criar uma situação em que o Governo Lula da Silva aparecesse como o responsável pela destrambelhada e criminosa invasão e depredação das sedes dos três Poderes no dia 8 de Janeiro.

Nas três audiências a que compareceu na Câmara Federal e uma no Senado, o ministro demoliu, um a um, verbalmente, os bolsonaristas que tentaram a jogada infeliz de inversão de papel, incluindo aí figurões como os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e os senadores Sérgio Moro (UB-PR) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Sem talento nem argumento para enfrentar o ministro, os figurões bolsonaristas estimulam as milícias digitais a atacarem o ministro, tentando intimidá-lo.

Embate entre Aldir Jr. e Astro de Ogum adia exame dos pedidos de afastamento de Braide

Aldir Jr. e Astro de Ogum: pugilato verbal

Um embate verbal entre os vereadores Aldir Jr. (PL), que é evangélico, e Astro de Ogum (PCdoB), que é babalorixá, com dura troca de acusações por causa do arraial e de um padre do Cohatrac, resultou na suspensão da sessão de ontem na Câmara Municipal de São Luís. E o dano maior foi o adiamento do exame pelos vereadores, da admissibilidade ou não dos pedidos de afastamento do prefeito Eduardo Braide (PSD). Os pedidos foram protocolados há duas semanas, foram analisados pela Assessoria Jurídica da Câmara, que não encontrou consistência na fundamentação de dois deles, e até sexta-feira (12) não havia emitido parecer sobre o terceiro pedido. O presidente Paulo Victor havia anunciado, na semana passada, que os pedidos teriam sua admissibilidade examinada na sessão de ontem. O embate entre os vereadores Aldir Jr. e Astro de Ogum gerou um forte clima de tensão no plenário da Câmara Municipal, tendo o presidente da Casa decidido suspender a sessão, adiando assim o exame dos pedidos. Não ficou claro se a pauta foi transferida para a sessão de hoje.  

São Luís, 16 de Maio de 2023.

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