MP 230: oposição joga duro e arma estratégia, mas maioria governista se impõe, dita pauta e aprova reajuste de professor

 

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Humberto Coutinho comandou a sessão e moderou os embates entre oposição, com Eduardo Braide à frente, e a situação, com Rogério Cafeteira na liderança

Ao discutir, votar e aprovar por unanimidade, em sessão extraordinária realizada quarta-feira, a Medida Provisória Nº 230, que concedeu reajuste de 8% aos professores do Estado, incidentes sobre as gratificações e não sobre o salário/base, mas sem prejudicar o ganho, a Assembleia Legislativa viveu nesta semana uma situação curiosa, que reafirmou-a como parlamento e refletiu com clareza o quadro político atual do Maranhão, no qual o Governo tem a maioria e dá as cartas, e a oposição, duramente fragilizada, se desdobra para dar sentido à sua existência política e legislativa. Foram dois dias de intensa movimentação nos bastidores e no plenário, com os representantes de oposição, mesmo sabendo que não chegariam a lugar algum, fazendo malabarismo parlamentar, e a situação, embalada na maioria de votos e sabendo exatamente onde chegaria, deixando o barco correr até onde quis. A oposição comandada por quadros competentes e barulhentos; a situação liderada por vozes afiadas e querendo evitar barulho, ambas coordenadas por uma coordenação na qual o presidente Humberto Coutinho (PDT) combinou habilidade e paciência, garantindo à oposição o direito de espernear e à situação o direito de impor sua maioria a seu favor.

A oposição viu na MP 230 – que alterou a Lei Nº 9.860, de 01/01/2013, transferindo para uma gratificação um reajuste que pela norma incidia sobre o salário/base, mudando a forma sem prejuízo ao ganho. E tentou fazê-lo por meio de uma emenda apresentada pelo deputado preparado Eduardo Braide (PMN) exatamente desfazendo o eixo da MP ao propor que o aumento voltasse a incidir sobre o salário e não sobre a gratificação. Os líderes oposicionistas calcularam que a emenda geraria no mínimo um forte debate, por meio do qual atacariam duramente o Governo e acusariam o governador Flávio Dino de “trair” os professores, e com isso ganhariam pontos preciosos no conceito dos professores. Para tanto, conseguiram o compromisso informal de que a votação se daria na quinta-feira (16), pois teriam a tarde de terça-feira e toda a quarta-feira para mobilizar grupos de professores insatisfeitos para lotar as galerias em protesto contra a MP. Um plano tão previsível, que pareceu ingênuo.

No campo da situação, deputados governistas bons de briga preparam o troco: na sessão de quarta-feira, pediram, por intermédio do líder governista Rogério Cafeteira (PSB), que o presidente Humberto Coutinho colocasse a MP em pauta naquele mesmo dia. Com o movimento, a maioria governista desmancharia a manobra oposicionista e aprovaria a matéria, em meio a protestos oposicionistas, mas sem qualquer problema.

Como era previsível, tão logo os governistas propuseram a antecipação da votação de quinta-feira para quarta-feira, a oposição sentiu o fracasso da sua estratégia e procurou compensá-lo desenvolvendo uma frenética ação no plenário, recorrendo a mil e um argumentos regimentais, alegando principalmente que a matéria não estava na pauta. Depois de muito bate-boca, discursos inflamados de lado a lado e alguns momentos tensos, os governistas deram o tiro de misericórdia na estratégia oposicionista: requereram a realização de uma sessão extraordinária logo após a sessão em curso e tendo como único item da pauta a votação da MP 230. Foi uma pancada.

Fragilizada, sem munição regimental e certa de que sua estratégia fora por água abaixo, a oposição reagiu irada, mas já sem argumentos. Tentou se impor no grito e na quebra do protocolo, mas a reação não funcionou, porque os governistas também partiram para o ataque, acusando os adversários do Governo de agir contra os interesses dos professores e exigindo a votação na sessão extraordinária. Mantendo o controle da situação e mantendo o compromisso de não inibir as manifestações da oposição, o presidente Humberto Coutinho tentou um entendimento entre os líderes, mas os governistas não quiseram acordo. Até porque não havia mesmo o que negociar, já que toda a agitação se dava em cima de um só ponto: o aumento de 8% sobre a gratificação, como instituiu o governador Flávio Dino na MP em pauta, e não no salário/base, como queria a oposição.

O resultado é que no início da tarde de quarta-feira o presidente Humberto Coutinho abriu a sessão extraordinária, deu voz a governistas e oposicionistas, cumpriu os demais ritos regimentais e colocou a matéria em votação: quase três horas depois a MP foi aprovada sem qualquer alteração e por unanimidade, nos termos propostos pelo Palácio dos Leões, e com os votos de governistas e oposicionistas.

Prevaleceu, portanto, a regra elementar de qualquer parlamento do mundo: a minoria pode ser barulhenta e competente, mas quem manda é a maioria.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Especial

Assembleia Legislativa concede título de Cidadão Maranhense ao médico goiano Wilmar Rodrigues de Souza
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Entre os deputados Rafael Leitoa e Othelino Neto e a sub secretária municipal de Saúde, Sílvia Leite, Wilmar de Souza exibe o título de  Cidadão Maranhense
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Othelino Neto discursa saudando a Wilmar de Souza, que agradece em discurso na tribunal e recebe uma comovente homenageado pela filha Juliana Corrêa
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Wilmar de Souza,  a esposa Mércia de Souza e o casal Juliana e Pedro Ivo Corrêa
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O homenageado entre a sogra Maria José Leite, Juliana Corrêa, Mércia Souza, Othelino Neto, Othelino Filho e esposa – ele sugeriu a concessão do título
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Wilmar de Souza com o casal Pedro Ivo e Juliana Corrêa, Mércia Leite, Maria da Graça e Ribamar Corrêa, eles os pais do advogado Pedro Ivo e amigos da família

A Assembleia Legislativa do Maranhão entregou, nesta quinta-feira (16), título de Cidadão Maranhense ao médico Wilmar Rodrigues de Souza, natural de Itarumã, no Estado de Goiás. A honraria veio do Projeto de Resolução Legislativa da Mesa Diretora com base em projeto de lei de autoria do deputado Othelino Neto (PCdoB). A sessão solene foi presidida pelo deputado Rafael Leitoa (PDT), e contou com a participação da secretária adjunta municipal de Saúde, Sílvia Raimunda Costa Leite, representando a secretária Helena Duailibe.

Othelino Neto justificou a concessão da honraria com o fato de que o homenageado ser radicado em São Luís quase quatro décadas e presta relevantes serviços à sociedade maranhense, sendo, portanto, uma medida justa, por tratar-se do reconhecimento pelo excelente trabalho que ele tem realizado na preservação da saúde e da vida das pessoas no Estado. Othelino Neto destacou o trabalho de Wilmar Rodrigues de Souza cuidando da vida das pessoas em hospitais públicos e particulares.

“Várias pessoas já recuperaram  a saúde, graças ao trabalho do Dr. Wilmar.  Isso é uma marca muito importante de um profissional que escuta  seus pacientes nas situações mais difíceis, tendo assim também o seu lado psicólogo. Não costumo conceder títulos com muita frequência  e, somente apresento projeto para tal, quando a pessoa realmente merece. Seja bem-vindo à maranhensidade, dr. Walmir”, disse Othelino Neto.

O médico Wilmar Rodrigues foi à tribuna e agradeceu a concessão do Título de Cidadão afirmando que disse que já era maranhense de coração e que agora passa a sê-lo de fato, oficialmente a partir de agora. “Há 39 anos, moro no Maranhão e já me sentia maranhense. Esse título só veio ratificar essa maranhensidade. Eu tenho muito orgulho de ser maranhense. Agora, sou maranhense de coração e de fato”, disse o homenageado.

Durante a solenidade, a filha de Wilmar, a advogada Juliana de Souza Corrêa, também ocupou a tribuna e fez uma terna e comovente homenagem ao pai, agradecendo a Assembleia Legislativa pela concessão da honraria. “Estamos orgulhosos, porque ele merece esse reconhecimento”, disse.

Wilmar de Souza: uma história decente e um título justo

Wilmar Rodrigues de Souza é um goiano de raiz, saído de uma família ligada à terra, mas se tornou um maranhense integral nas quase três décadas radicado em São Luís, onde desembarcou como estudante  em  1978, em busca do sonho de estudar Medicina. E foi na Capital do Maranhão que ele se tornou médico e se enraizou, iniciou a labuta profissional, se especializou, encontrou sua alma gêmea, casou-se, gerou filhos, se consolidou como cirurgião reconhecido pela competência, e segue salvando vidas, o que certamente continuará fazendo pelos muitos anos que tem pela frente.

Foram esses fatos que motivaram a Assembleia Legislativa a conceder-lhe o título de Cidadão Maranhense, iniciativa do deputado Othelino Neto (PCdoB), atual 1º vice-presidente da Casa, acolhendo sugestão do seu pai, o experiente e respeitado jornalista Othelino Filho. Com a distinção, que enriquece justificadamente a sua cidadania, o Poder Legislativo do Maranhão o inclui entre os seus para o resto dos tempos.

Wilmar Rodrigues de Souza nasceu em Itarumã, no vizinho Estado de Goiás, a 14 de Maio de 1959, filho de Pedro Rodrigues de Souza e Iracema Borges de Souza, um casal de produtores rurais conhecido e respeitado pelo amor ao trabalho na terra e pela correção como entes sociais. Diante da decisão do filho de se tornar médico, seus pais decidiram apoiá-lo integralmente.

E foi com o aval familiar e uma determinação férrea que o estudante Wilmar Rodrigues de Souza desembarcou em São Luís em 1978 para prestar o sempre muito concorrido vestibular para Medicina na UFMA. Inscreveu-se, enfrentou os testes, foi aprovado e iniciou os estudos em Medicina no segundo semestres daquele ano, para graduar-se em 1984. Prosseguiu na odisseia ao alcançar, em 1985, vaga na Residência Médica, no Hospital Presidente Dutra, em São Luís, de onde saiu Cirurgião Geral em 1987.

Foi com o lastro de um Curso bem feito e uma Residência conquistada com muitos estudos e práticas, que Wilmar Rodrigues de Souza iniciou sua  carreira médica em 1988, no Hospital Djalma Marques, o Socorrão I, que por suas características de urgência e emergência, sempre foi considerado um desafio gigantesco, principalmente para profissionais jovens. Wilmar não só se firmou no seu quadro, como a ele se vinculou funcionalmente em seguida por concurso público.

A batalha do dia a dia nos plantões não impediu Wilmar Rodrigues de Souza de prosseguir na busca de conhecimentos para melhorar o seu desempenho profissional. Em 1996, tornou-se especialista em Cirurgia Laparoscópica – Aperfeiçoamento em Vídeo Laparoscopia – pelo Centro de Medicina Fetal e Reprodução Humana de Goiânia.  Agora cirurgião especializado, passou a integrar, em 1999, o quadro de cirurgiões do UDI Hospital, em São Luís, o que não o impediu de prestar serviços a um Hospital de Rosário nem à Maternidade Nazira Assub, em Estiva.

O profissional Wilmar Rodrigues de Souza não descuida da atualização profissional, preocupação que o leva a congressos, simpósios e seminários técnicos país afora, familiarizando-se com as novidades nas áreas de Videolaparoscopia, Endoscopia Digestiva e Cirurgia, Pediatria, Endoscopia, Ginecologia, Cirurgia, Pneumologia Infantil, Controle de Infecção Hospitalar, Parasitologia e Medicina Tropical do Maranhão, etc. E também se move pela cidadania, com visão social e a compreensão de que pode contribuir para atender aos excluídos. Entre 2001 e2007, por exemplo, prestou serviços voluntários ao Centro Médico Santa Terezinha, uma entidade filantrópica de São Luís. E com o mesmo empenho trabalhou voluntariamente no Instituto Farina, reconhecido pela sua atuação em favor dos carentes.

Trabalho, dedicação e competência profissionais lhe deram em 2005 o Certificado de Suporte Avançado de Vida no Trauma – ATLS, expedido pela Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado . Antes, em 2003, tornara-se membro da Associação do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Diplomas que coroam sua carreira como profissional da Medicina.

Socialmente, Wilmar Rodrigues de Souza é um cidadão inteiramente integrado à sociedade maranhense e especialmente à comunidade de São Luís, onde vive em perfeita harmonia com a médica Mércia Helena Salgado Leite de Souza, com quem se casou em 31 de janeiro de 1986, gerando dois filhos, Juliana Leite de Souza Corrêa (1988), advogada – casada com o também advogado Pedro Ivo Pereira Guimarães Corrêa -, e Wilmar Júnior (1989), falecido prematuramente. Trata-se de um homem de hábitos simples, católico praticante, com a vida inteiramente voltada ao trabalho e à família. Tanto que define a esposa e a filha como as luzes que o guiam.

Foram esses predicados que motivaram a Assembleia Legislativa a torná-lo Cidadão Maranhense.

 

São Luís, 16 de Março de 2017.

 

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