MDB, PRTB e PMN formam Bloco para atuar com independência na Assembleia Legislativa

 

Othelino Neto entre Betel Gomes, Socorro Waquim, Arnaldo Melo, Roberto Costa e Wendell Lajes na apresentação do Bloco Independente, formalizado ontem à Mesa

Formalizada na Mesa Diretora da Assembleia Legislativa a existência do Bloco Independente, integrado pelos três membros da bancada do MDB, deputados Roberto Costa, Arnaldo Melo e Socorro Waquim, e pelos deputados Betel Gomes (PRTB) e Wendell Lajes (PMN). São cinco parlamentares que não integram a base governista, mas que também não fazem oposição ostensiva ao Governo do Estado, manifestando-se pontualmente nas questões que exigem posicionamento em acordo ou em desacordo com o Palácio dos Leões. O bloco foi articulado pelo deputado Roberto Costa em meio à rearrumação das forças que compõem o plenário, no qual a Oposição praticamente desapareceu, resumindo-se atualmente aos deputados Adriano Sarney (PV), César Pires (PV) e Wellington do Curso (PSDB), que mantêm duro discurso oposicionista, mesmo sem atuar como um bloco articulado.

O Bloco Independente é um exemplo vivo de que em situações como a do Maranhão atual, na qual um Governo politicamente forte e com elevada aprovação popular deixa pouca margem de atuação para uma Oposição minoritária e ranzinza. Esse contexto leva a um pragmatismo que, explorado com inteligência política, produz a criação de blocos que podem ora apoiar propostas governistas de interesse público, ora se posicionar contrariamente ao que não estiver de acordo com seu entendimento. A articulação e a formação do bloco tiveram o aval e o incentivo do presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto, com quem Roberto Costa mantém interlocução permanente.

Hoje o principal articulador do MDB no Maranhão, o deputado Roberto Costa conhece como poucos o jogo nos bastidores do Poder Legislativo. Com o know how de quem já foi membro de larga maioria governista, quando o MDB esteve no poder, o parlamentar sabe se movimentar em terrenos movediços e costurar alianças formais ou tácitas. Com o reforço da minibancada do seu partido com a deputada Socorro Waquim – uma emedebista de raiz, que abraça as causas do partido, e que assumiu o mandato com a saída do deputado Rigo Teles (PL) para a Prefeitura de Barra do Corda -, Roberto Costa enxergou ambiente para a construção de um bloco que pudesse defender posições comuns sem alinhamento automático ao Governo. Garimpou no plenário a deputada Betel Gomes, que assumiu no lugar de Felipe dos Pneus (Republicanos), hoje prefeito de Santa Inês, e o deputado Wendell Lajes (PMN), de posição independente.

Tido pelo staf político do Palácio dos Leões como um integrante da Oposição, mas com a estatura de um interlocutor confiável, o deputado Roberto Costa mantém diálogo franco e politicamente produtivo com os porta-vozes governistas no plenário da Assembleia Legislativa. Isso porque cumpriu todos os acordos que firmou em nome do MDB, como também manteve inalteradas posições que firmou contrariando interesses governistas. E pelo que deixou claro nas articulações, o Bloco Independente terá essa postura, podendo apoiar ou posicionar-se contrariamente a propostas oriundas do Palácio dos Leões.

O Bloco Independente terá como líder o experiente emedebista Arnaldo Melo, que já foi inclusive presidente do parlamento estadual por dois mandatos consecutivos, o que lhe dá pleno domínio dos movimentos nessa seara. A ele caberá falar em nome do grupo, que terá o deputado Roberto Costa como articulador. Já devidamente formalizado e apresentado ontem ao presidente Othelino Neto, o Bloco Independente reúne, portanto, a experiência de Arnaldo Melo, o arrojo político de Roberto Costa, as posições firmes da experiente Socorro Waquim, a vontade de Betel Gomes e a juventude consciente de Wendell Lages. Serão cinco vozes e cinco votos que, bem articulados, poderão fazer a diferença em momentos cruciais a favor ou contra o Governo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Jair Bolsonaro desembarca hoje em Alcântara para visitar o CLA e entregar título de terra

Jair Bolsonaro faz hoje visita a Alcântara

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) visita hoje o Centro de Lançamento de Alcântara, de acordo com o que está previsto na agenda oficial liberada pelo Palácio do Planalto. De acordo com a agenda, o presidente visitará as instalações do complexo aeroespacial, entregará 126 títulos de terra e anunciará a construção de uma ponte na região. Nada mais foi informado.

Oficiosamente, o presidente terá a companhia de parlamentares maranhenses que o apoiam, a começar pelo senador Roberto Rocha (PSDB), de longe o congressista maranhense mais afinado com o bolsonarismo, e os deputados federais Edilázio Jr. (PSD), Aluísio Mendes (PSC) e Pastor Gildenemyr (PL), por muitos considerados os membros da bancada maranhense mais identificados com o pensamento político do chefe da Nação. Ontem, correu a informação de que a deputada Mical Damasceno (PTB) e a prefeita de Lago da Pedras, Maura Jorge (PSDB), ambas bolsonaristas de carteirinha, estarão em Alcântara para receber o presidente.

 

Especulação sobre suposta revisão do acordo Brasil-EUA sobre o CLA não faz sentido

Acordo sobre uso comercial do CLA dificilmente será revisto por Brasil e os EUA

A bolsa da especulação andou espalhando que o presidente norte-americano Joe Biden estaria avaliando rever o Acordo de Salvaguarda Tecnológica, que define regras de uso de tecnologia em eventuais contratos de uso comercial da Base de Alcântara pelos Estados Unidos. Parece não fazer muito sentido, à medida que o ACT alinhava procedimentos e regras de ambas as partes no eventual uso comercial da estrutura pelos EUA. Coisas do tipo: o Brasil não poderá ter acesso a essa ou aquela tecnologia, técnicos brasileiros não poderão acompanhar determinadas etapas da etapa da montagem e do lançamento de um foguete norte-americano a partir do CLA.

De um modo geral, o documento, que foi aprovado pelo Congresso nacional depois de prolongados e detalhados debates, parece favorecer ao País que locar o CLA para lançar foguetes. Por isso não faz qualquer sentido os EUA manifestarem interesse em rever o ACT. A menos que esteja interessado em endurecer as regras a seu favor, o que parece não ser o caso.

São Luís, 11 de Fevereiro de 2021.

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