Márcio Jerry: PCdoB decide até janeiro entre Rubens Jr. e Duarte Jr. para a disputa em São Luís

 

Márcio Jerry (centro) escolha difícil entre Rubens Jr. e Duarte Jr.

O PCdoB vai iniciar o ano de 2020 escolhendo entre o deputado federal Rubens Júnior e o deputado estadual Duarte Júnior o seu candidato à Prefeitura de São Luís. Foi o que sinalizou ontem o presidente regional do partido, deputado federal Márcio Jerry, que fixou janeiro como o momento certo para fazer a escolha e dar a largada da agremiação na corrida às urnas. Márcio Jerry fez a previsão durante uma longa e descontraída conversa-entrevista que concedeu a jornalistas e blogueiros, ontem, na Assembleia Legislativa, provavelmente sem se dar conta de que, ao definir a escolha em janeiro, poderá também os demais partidos e grupos a fazerem o mesmo. “Vamos tentar até janeiro, no tempo próprio da conjuntura política. Avançando no debate e na construção democrática do consenso progressivo. Teremos a melhor solução para alcançar o objetivo de vencer a eleição”, disse o presidente do PCdoB. E em seguida arrematou: “Sorte de um partido que tem dois excelentes nomes como pré-candidatos: Rubens Júnior e Duarte Júnior. Venceremos!”

A sinalização feita por Márcio Jerry aponta que o PCdoB trabalha de fato com a possibilidade de eleger o próximo prefeito de São Luís. E que concentra sua aposta no potencial de Rubens Júnior e de Duarte Júnior, de modo que o escolhido entrará na corrida às urnas com um capital político e eleitoral muito maior, já que contará com o aval e a torcida do governador Flávio Dino e muitos dos seus aliados.

O posicionamento do PCdoB tem tudo a ver com o desenho que a disputa que está ganhando na Capital. Em primeiro lugar, o PDT, que está no comando da máquina municipal, não tem um candidato competitivo, podendo até mesmo fazer uma aliança com o DEM em torno da candidatura do deputado estadual Neto Evangelista. Sem o “porém” pedetista, o PCdoB fica livre para viabilizar o seu candidato com o objetivo maior de levá-lo para um segundo turno com o deputado Eduardo Braide (Podemos) ou com uma surpresa que pode vir a ganhar forma durante a campanha, podendo ser o juiz federal Antônio Carlos Madeira, que poderá ingressar no MDB, ou o próprio deputado Yglésio Moises, que agora, fora dos quadros do PDT, poderá entrar na corrida com as cores do Solidariedade.

Se a escolha recair sobre Rubens Júnior, o PCdoB terá um candidato que está exercendo o segundo mandato de deputado federal, ao que se somam dois mandatos de deputado estadual, e atualmente licenciado e nomeado secretário de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano. Rubens Júnior começa a se mostrar como pretendente à vaga de candidato do PCdoB à Prefeitura de São Luís. Ao mesmo tempo em que intensifica seus movimentos de secretário, ele já admite a candidatura em manifestações nas suas redes sociais. Discreto, mas politicamente muito ativo. Se for o escolhido, seguirá a receita do partido. Se não, continuará secretário ou retornará para Brasília sem qualquer problema.

Se a escolha recair sobre Duarte Júnior, o PCdoB terá um candidato jovem, no primeiro mandato de deputado estadual, mas conhecido pelo ousado trabalho que realizou como chefe do Procon/Mais Cidadão, e dono de um ainda não bem medido cacife no mundo virtual com milhares de seguidores nas redes sociais. E com a vantagem de ser até aqui o segundo colocado nas pesquisas feitas até agora para medir as preferências do eleitorado da Capital. Se for o escolhido seguirá a receita do PCdoB, mas mantendo seu estilo ousado. Se não, poderá deixar o PCdoB para ser candidato por outra agremiação partidária.

Enfim, a julgar pelo cenário de agora, ninguém duvida de que o roteiro traçado pelo deputado federal Márcio Jerry para a escolha do candidato do PCdoB e do seu comentário sobre a possibilidade de o partido eleger o próximo prefeito de São Luís não são quimeras e fazem sentido. A chave estará na capacidade de Eduardo Braide consolidar a liderança mantida até agora.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Mical Damasceno se movimenta para ser a porta-voz do bolsonarismo no Maranhão

Mical Damasceno: a caminho de se tornar porta-voz do bolsonarismo

A deputada estadual Mical Damasceno (PTB) segue dando demonstrações de que se movimento de fato para assumir a porta-voz do bolsonarismo no Maranhão. A demonstração mais recente foi o discurso que ela pronunciou ontem na Assembleia Legislativa em defesa do presidente Jair Bolsonaro, a quem jurou fidelidade política. Misturando admiração pelo presidente, otimismo em relação ao Governo e identificação religiosa, a deputada reafirmou seu total alinhamento ao bolsonarismo no que respeita aos nebulosos valores morais e éticos pregados pelo atual ocupante do Palácio do Planalto. Mical Damasceno deixa claro que não quer conversa com os atuais porta-vozes do presidente no maranhão, notadamente a ex-deputada Maura Jorge e o capitão Ribamar Pinheiro. Também parece não se afinar com o único deputado do PSL, Pará Figueiredo, que até agora só fez um discurso na Assembleia Legislativa e nele não fez qualquer menção ao bolsonarismo. A deputada emite sinais muito claros de que se distancia cada vez mais do PTB e que se prepara para se filiar ao partido em gestação acelerada nos gabinetes do Palácio do Planalto, no qual o presidente Jair Bolsonaro se abrigará junto com a turma que deixará o PSL e outros partidos para acompanhá-lo.

 

Nomeação de Natalino Salgado expôs profundas divergências nos grupos sarneysistas

Natalino Salgado causa discórdia entre Aluísio Mendes e Hildo Rocha

O racha que estilhaçou o Grupo Sarney em vários pedaços não conseguiu se manter unido nem na nomeação de Natalino Salgado para reitor da UFMA. Ao tomar conhecimento da nomeação, o deputado federal Hildo Rocha (MDB) usou o microfone do plenário da Câmara Federal para lamentar o ato do presidente Jair Bolsonaro nomeando “o maior ladrão da história da UFMA”. O tom acusador e agressivo do parlamentar emedebista, conhecido como pavio-curto, surpreendeu e causou certo mal-estar na bancada. A reação veio no dia seguinte, quando o deputado Aluísio Mendes (Avante), um dos avalistas na nomeação, reagiu ao ataque de Hildo Rocha, classificando-o de “desrespeitoso” e “grosseiro”. Aluísio Mendes e Hildo Rocha nunca foram aliados de primeira hora, guardando um do outro  expressiva distância. Isso ficou claro na guerra de bastidor que foi o processo que resultou na nomeação de Natalino Salgado.

São Luís, 14 de Novembro de 2019.

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