Líderes políticos e cúpulas partidárias fecham 2023 com 2026 na pauta de conversas

Carlos Brandão e Felipe Camarão têm roteiro
definido, no qual podem entrar Hilton Gonçalo,
Lahesio Bonfim, Eduardo Braide e Weverton Rocha

É verdade que ainda faltam 28 meses e que tem as eleições municipais pela frente, mas a verdade é que a definição do quadro da disputa para o Governo do Estado, que se dará no início de abril de 2026, quando, pela lógica, o governador Carlos Brandão (PSB) se desincompatibilizará para disputar vaga no Senado da República e o vice-governador Felipe Camarão (PT) assumirá comando do Estado com cacife para se candidatar à reeleição, já é pauta prioritária em conversas de cúpula. Nesse contexto a lógica vem dando trombadas com a especulação, que chega às raias do irracional. A lógica, que no caso é reforçada pela tradição, indica que o caminho natural será a dobradinha Camarão governador/Brandão senador. Mas a especulação chega ao requinte de prever uma guerra na aliança, concebendo um cenário no qual o governador Carlos Brandão ficaria no cargo até o final do mandato para tentar “fazer” o seu sucessor e, ganhando ou perdendo, se tornar apenas um ex-governador a partir de 1º de janeiro de 2027.

Pelo menos até aqui, o cenário parece bem definido e ganhando solidez. O governador Carlos Brandão pavimenta estrada que o levará ao Senado e o vice-governador Felipe Camarão assumirá o Governo e se lançará candidato à reeleição. Nada indica que um deles ou os dois trabalhem em projetos diferentes. Ambos vêm cultivando uma relação de confiança e afinidade política, não havendo qualquer sinal de insatisfação. Carlos Brandão tem sido correto com seu vice, que é também seu secretário de Educação, ao mesmo tempo em que Felipe Camarão tem sido o vice correto e um secretário eficiente. Se houver alguma diferença entre eles, essa vem sendo mantida sob um tapete amplo e pesado.

Com relação a Carlos Brandão, sua candidatura ao Senado só depende dele próprio, uma vez que a cúpula nacional do PSB, que acabou de referendar sua ascensão à presidência do partido no Maranhão, tem como certa sua candidatura a uma cadeira na Câmara Alta, sendo incluído na lista dos que têm eleição certa. Estatura política para entrar na disputa ele tem de sobra, assim como potencial eleitoral. À sua maneira discreta, mas eficiente, Carlos Brandão conhece o caminho das pedras no minado e traiçoeiro campo eleitoral e nele se movimenta com desenvoltura, conseguindo sempre chegar exatamente onde planejou. Sua trajetória política mostra isso com clareza. Pode ter como adversário o senador Weverton Rocha (PDT), a quem impôs dura derrota na corrida ao Palácio dos Leões, e que deve buscar a reeleição.

Se a lógica prevalecer, Felipe Camarão disputará votos pela primeira vez em 2026, embora já tenha participado efetivamente de campanhas eleitorais, tendo experiência suficiente para saber o que é e como se faz uma corrida pelo voto. Além de concorrer no Governo, Felipe Camarão irá para a disputa com a marca que o identificará como candidato do PT e do presidente Lula da Silva (PT), uma vez que seu nome está destacado na lista das prioridades do Palácio do Planalto para 2026. Na cúpula nacional do PT, sua candidatura ao Governo já é considerada um projeto definido e em processo de consolidação.

Esse desenho está ganhando contornos do fato consumado num ambiente em que outras candidaturas estão sendo rascunhadas. Há alguns dias, o bem-sucedido prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, lançou seu nome para o Palácio dos Leões, parecendo disposto a encarar o desafio. O ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, que ficou em segundo na corrida de 2022, vez por outra diz que será de novo candidato ao Governo do Estado. O prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD) é um nome a ser considerado se conseguir a reeleição em 2024. E, como não poderia deixar de ser, a lista inclui o senador Weverton Rocha, que pode encarar a corrida à reeleição, mas pode também repetir 2022 tentando chegar ao Palácio dos Leões. A relação de concorrentes inclui os candidatos da esquerda radical (PSOL, PSTU e PCB), ainda não definidos, podendo surgir na corrida um outsider qualquer para fazer zoada.

É esse o primeiro desenho do cenário para 2026, sujeito a poucas mudanças, mesmo considerando a elevada taxa de imprevisibilidade da política.

PONTO & CONTRAPONTO

Petróleo e gás: Alan Kardek prevê que São Luís pode vir a ser a Dubai do Cone Sul

Alan Kardek: otimismo
com pé no chão

Em meio a informações positivas sobre o Maranhão no campo econômico, apesar do sufoco financeiro que o Governo do Estado está superando no dia a dia com medidas duras, coube ao presidente da Gasmar, Alan Kardek Duailibe, colocar a cereja na torta natalina maranhense, numa entrevista à TV Mirante, durante a qual fez uma previsão muito otimista:

“Eu estive no Texas com o presidente da Guiana. E o que ele nos disse: ´Nós seremos a próxima Dubai da América do Sul`. E São Luís, o Maranhão, pode sim concorrer com a Guiana para ser a Dubai da América do Sul”.

Explica-se, ex-colônia do Reino Unido, a Guiana é, ainda, um país paupérrimo encravado entre o Brasil e a Venezuela. Uma banda da Guiana se chama Essequibo e se revelou rica em petróleo e gás. Diante disso, o governo guianense fez um grande acordo com a multinacional do petróleo ExxonMobil, que descobriu e está explorando petróleo. Os resultados estão mudando a vida na Guiana, que hoje é o país que mais cresce na América do Sul. Tanto que a Venezuela resolveu retomar a reivindicação da região, criando uma situação de tensão.

Quando calcula que o Maranhão pode concorrer com a Guiana e vir a ser “a Dubai da América do Sul”, Alan Kardec Duailibe fala com a segurança de quem sabe o que está dizendo.  E porque tem em mãos estudos que mostram o potencial do estado no que diz respeito a reservas de petróleo e gás encontradas em território maranhense, que alguns especialistas dizem ser maiores que uma “Colômbia”. Não é sem razão que ele anuncia a instalação de dois postos de fornecimento de gás em São Luís e um em Imperatriz já no ano que vem.

Em Tempo: Alan Kardek Duailibe é engenheiro, professor universitário, pesquisador com status de cientista e uma das mentes mais centradas do mundo acadêmico na região na atualidade, e que tem a experiência de ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo, detentor, portanto, de autoridade para fazer uma previsão desse naipe.     

PSD: haverá acordo de Braide e Eliziane sobre disputa em São Luís?

Eduardo Braide e Eliziane Gama:
acordo possível?

Corre nos bastidores o sussurro segundo o qual estaria em curso uma negociação para evitar confrontos dentro do PSD no Maranhão, onde o partido abriga o prefeito de São Luís, Eduardo Braide e a senadora Eliziane Gama, ambos situados em grupos adversários.

Segundo o tal sussurro, o acordo que estaria sendo negociado define dois espaços para o PSD no Maranhão. Um deles, o de São Luís, será controlado pelo prefeito Eduardo Braide, enquanto o espaço estadual ficaria sob a gestão da senadora Eliziane Gama.

Isso quer dizer o seguinte: na disputa para a Prefeitura de São Luís, Eliziane Gama não poderá apoiar outro candidato nem se manifestar contra a candidatura de Eduardo Braide à reeleição, ou seja, será aconselhada a não se envolver na corrida pelo Palácio de la Ravardière. Por sua vez, o prefeito Eduardo Braide não deverá tomar partido onde houver aliado da senadora Eliziane Gama disputando.

Há quem acredite nesse acordo, mas há também quem não aposte um tostão furado nele. Pelo simples fato de que, tanto Eliziane Gama quanto Eduardo Braide, têm projetos de abrangência estadual, não fazendo sentido um acordo restritivo como esse.

De qualquer modo, vale uma prece para São Tomé, aquele do “ver para crer”.

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A Coluna deseja aos seus leitores, aos maranhenses e aos brasileiros, em especial aqueles que lutaram pela preservação da Democracia, um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!

São Luís, 24 de Dezembro de 2023.

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